Na tarde do dia 04/11/2025, nosso bolsista Denival Manoel Antônio e a convidada Ivani Amaro ministraram uma oficina para os alunos do Curso de Dança-Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas com o tema Cultura Kaingang: Saberes e Identidades. Os ministrantes são pertencentes ao povo Kaingang, da Terra Indígena de Serrinha, localizada no município de Ronda Alta (RS). A ação foi promovida pelo Núcleo de Folclore em Culturas Populares da UFPel – Nufolk.

Foto 1: Denival e Ivani ministraram a Oficina sobre Saberes Indígenas no Centro de Artes

Foto 2: Roda de conversa entre os alunos e os ministrantes abordou aspectos da Cultura Kaingang
A oficina foi desenvolvida sob a orientação dos professores Thiago Silva de Amorim Jesus e Marco Aurélio da Cruz Souza e teve como objetivo valorizar e compartilhar os saberes tradicionais da Etnia Kaingang, promovendo um espaço de diálogo intercultural entre os participantes e os facilitadores indígenas.
Ao longo da atividade, Denival e Ivani apresentaram alguns aspectos fundamentais da história e da Cultura Kaingang, abordando temas como a organização social e comunitária, as formas de transmissão de conhecimento, e os rituais tradicionais que envolvem o corpo, o canto, a música e a dança.
Durante a experimentação das danças trabalhadas, os indígenas utilizaram adornos feitos com penas, sementes, conchas e fibras naturais, reforçando sua identidade e pertencimento ao grupo. O cocar, geralmente usado na cabeça, é um símbolo de sabedoria, força e ligação com o sagrado. Os chocalhos, feitos com cabaças e sementes, produzem o som que marca o ritmo dos passos e simbolizam o pulsar da Terra. Já a lança representa a coragem e a proteção da comunidade, sendo usada em danças que lembram a caça e as batalhas antigas.
Assim, as danças indígenas unem corpo, música e espiritualidade, fortalecendo a identidade do povo e mantendo viva a memória e os saberes de seus antepassados.

Figura 3: Denival Manoel refletiu sobre a inserção dos indígenas na universidade

Figura 4: Praticando a dança indígena com os acadêmicos do Curso de Dança-Licenciatura
A proposta também contou com um momento prático, no qual estudantes do Curso de Dança puderam vivenciar a dança indígena a partir de movimentos e sons próprios da tradição Kaingang. Essa experiência permitiu aos participantes compreender o corpo como elemento central de expressão cultural e identidade.
Além das práticas corporais, a oficina abriu espaço para uma reflexão sobre a inserção dos povos indígenas no ensino superior, discutindo a importância da representatividade, da permanência e da valorização das identidades indígenas dentro da universidade — especialmente em cursos de licenciatura que formam professores e multiplicadores de saberes.

Foto 5: Registro final dos participantes da Oficina no último dia 4/11
De acordo com o bolsista Denival Manoel Antônio, um dos ministrantes da atividade, a oficina representou uma experiência muito significativa, tanto pela possibilidade de compartilhar conhecimentos tradicionais, quanto por fortalecer a presença e a voz dos povos indígenas nos espaços acadêmicos.
“Foi um momento de trocas muito importante, em que pudemos mostrar um pouco da nossa cultura e também interagir com os estudantes e professores presentes. Compartilhar a Cultura Kaingang dentro da universidade é uma forma de fortalecer nossa identidade e mostrar que o conhecimento indígena também faz parte da formação acadêmica e humana”, destacou Denival Manoel.
Essa atividade integrou o conjunto de ações desenvolvidas pelo projeto Núcleo de Folclore e Culturas Populares da UFPel – Nufolk, no âmbito da temática dos saberes tradicionais, durante o ano de 2025. Além dessa iniciativa, serão realizadas outras oficinas em escolas públicas de educação básica sob a orientação dos professores do NUFOLK, com o objetivo de ampliar o diálogo intercultural e promover a valorização dos conhecimentos indígenas.
































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