Notas

Manifesto dos estudantes Indígenas e Quilombolas da UFPel

Em resposta às dificuldades impostas pela pandemia de coronavírus e às próprias limitações que encontram em suas trajetórias acadêmicas, os discentes Indígenas e Quilombolas da UFPel elaboraram e divulgaram o documento “Manifesto dos Estudantes Indígenas e Quilombolas”.

Neste Manifesto, esses estudantes expõem sua posição frente a questões burocráticas, tanto anteriores, quanto outras surgidas no contexto da pandemia, e apresentam demandas pontuais, as quais julgam necessárias para a promoção de sua permanência na Universidade pública. O Manifesto baseia a proposta de uma política de garantia de vagas em componentes curriculares para estudantes Indígenas e Quilombolas.

Leia o Manifesto completo aqui

Artigo: Parecer Branco para não Ser Discriminado? Revisão Sistemática sobre Estratégias de Embranquecimento

A violência racial, nos diversos níveis (desde o estrutural até o interpessoal) é fator de adoecimento mental para as pessoas de minorias raciais, sobretudo a população negra no contexto brasileiro. Ao enfrentar o racismo, pessoas negras vão apresentar defesas psíquicas ao sofrimento, que vão desde a tomada de consciência do que é ser negro no Brasil e sublimação da dor e ressignificação da Negritude até o desenvolvimento de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, esquizofrenia e outras doenças.

Num espectro intermediário entre as defesas mais saudáveis (como a tomada de consciência de si) até as mais patológicas (como o adoecimento psíquico à nível diagnóstico psiquiátrico), existem lugares intermediários (porém não saudáveis), como a apresentação de sintomas neuróticos diante da dor racismo. Um desses “lugares”, ou sintomas, são a negação do próprio racismo e busca de um ideal de ego “branco”, para “fugir” do sofrimento que o racismo provoca. Assim, na busca para uma solução para a dor do racismo, alguns sujeitos tentam “embranquecer”, ou seja, apresentam estratégias concretas e simbólicas para parecerem mais próximos do ideal de brancura que permeia a sociedade racializada.

Nesse sentido, os pesquisadores Sabrina Santos, Luan Feijó, Thaíse Farias e Michele Poletto, publicaram recentemente na revista Psi Unisc, do programa de Mestrado Profissional em Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, o artigo “Parecer Branco para não Ser Discriminado? Revisão Sistemática sobre Estratégias de Embranquecimento”. O estudo objetivou compreender como o indivíduo negro vivencia o processo de “branqueamento”, a partir da reunião de estudos prévios sobre o tema no período de 2000 a 2018.

Os pesquisadores constataram que “a discriminação racial, sofrida pelos indivíduos negros, pode causar uma tendência ao autobranqueamento, como forma de proteção em relação à discriminação e enquadramento no padrão hegemônico”. Entretanto, também restou evidenciado que negros usam “estratégias de resistência”, ou seja, também apresentam defesas saudáveis frente ao processo de branqueamento, de forma a “ressignificar sua identidade negra”.

(Texto introdutório de Thaise Farias)

Artigo completo aqui

Análise: Breve mapeamento da situação dos estudantes Indígenas e Quilombolas da UFPel

Com o objetivo de dar voz aos estudantes e promover um processo de diálogo amplo dentro da UFPel, o NUAAD realizou pesquisa com os os estudantes Indígenas e Quilombolas da Universidade, disponibilizando a todos os que estão atualmente matriculados um formulário online, para mapear sua situação durante o período de distanciamento social.

Nesta seção, disponibilizamos uma breve análise dos resultados.

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