18 junho de 2015 – Oficinas realizadas no CAEX (Casa do Amor Exigente, instituição de tratamento de dependentes químicos)
No dia 18 de junho de 2015, o MUARAN levou ao CAEX duas oficinas, referentes à
antropologia e à arqueologia, respectivamente. A oficina de antropologia, ministrada
pela bolsista Maysa Luana Silva, acadêmica do bacharelando em Antropologia, abordou
questões sobre os povos indígenas do passado e do presente, evidenciando, sobretudo,
os desafios enfrentados atualmente pelos povos indígenas na busca por seus direitos.
Durante a oficina, foi apresentado um trecho do documentário Belo Monte: Anúncio de
uma guerra (ANDRÉ D’ELIA, 2012, 104 min), que apresenta povos indígenas
da região de Altamira, no Pará, resistindo à tomada de suas terras devido à construção
da uma usina hidrelétrica. Os residentes do CAEX interagiram e levantaram diversas
questões sobre cultura, etnocentrismo e preconceito.
A segunda oficina, ministrada pelo estudante de Mestrado em Arqueologia Bruno Gato
da Silva, tinha como tema os estudos tecnológicos e industrias líticas: reconstituição do
passado humano a partir dos testemunhos materiais. A oficina trouxe discussões
importantes sobre a pedra lascada, importante testemunho de populações pré-coloniais,
mostrando por meio de análises tecnológicas que não podemos subestimar os povos
passados, suas técnicas e gestos, seu conhecimento de matérias primas e formas na
produção de artefatos. Nesta oficina, os residentes puderam presenciar o lascamento
(experiência familiar para alguns, que trabalharam calçando ruas com pedra), e
acompanharam o desenvolvimento da tecnologia em sentido amplo, entendendo o
processo de obtenção das formas de artefato lítico.
Ambas as oficinas enfatizaram a importância do estudo conjugado das duas áreas e
fomentaram novos olhares sobre outras culturas. Ao final, os presentes puderam
finalizar a oficina de musealização proposta uma semana antes, no dia 11 de maio, com
criando painéis expositivos com material desenvolvido por eles mesmos naquela
ocasião. Dessa forma, o papel do museu de promover a troca de experiências com a
sociedade para a construção de um espaço plural e colaborativo se realiza. Nesse
encontro com pessoas em tratamento, aprendemos juntos, fizemos muitas descobertas, e
encontramos portas abertas para o conhecimento.
Redação: Maysa Luana Silva; revisão: Pedro L. M. Sanches.