Arquivos de 2020

Modelagem Matemática do COVID-19: Atualização de 28.08.2020

O cenário brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19. A grande maioria dos gráficos apresentados são auto explicativos. Para interagir com os gráficos para o Brasil, RS e municípios, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/. Estes gráficos são atualizados diariamente.

O Brasil se encontra no 167° dia da epidemia após o 100° caso e segue mantendo um crescimento elevado. Em 27/08, o Brasil contabilizava 3.761.391 casos confirmados (↑ 259.416 em 7 dias), uma incidência de 1789,9 casos por 100.000 habitantes. O número de óbitos chegou a 118.649 mortes (↑ 6.345 em 7 dias), apontando uma mortalidade de 56,5 óbitos a cada 100.000 habitantes e uma letalidade de 3,2%.  O número de casos recuperados é 2.947.250 (78,4%) e de casos ativos é 695.492 (18,5%).

Em relação aos 20 países do mundo com mais casos, o Brasil ocupa a 2ª posição no número de casos confirmados e de óbitos, a 3ª posição no número de casos ativos, a 4ª posição no número de casos por milhão de habitantes e a 8ª posição no número de óbitos por milhão de habitantes.

A curva de casos confirmados no Brasil teve nas últimas 2 semanas (14/08 a 27/08) em torno de 38.322 casos por dia. Já a curva com o número de óbitos apresenta uma pequena queda, tendo em torno de 941 óbitos por dia neste período. Na última semana (21/08 a 27/08) o Brasil teve uma média de 37.059 infectados (2.526 casos a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -17%) e 906 óbitos por dia (71 a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -8%). Nas figuras a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Brasil.

Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, BA, RJ e CE possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, DF, AP e SE e de mortalidade para RR, RJ, CE e AM. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/.

Em relação aos óbitos: Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão subindo em: RJ, GO, AP, e TO, estão em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em  RS, MG, DF, MS, PA, RO, BA, MA, PB, PI e RN., e estão em queda nos estados de PR, SC, ES, SP, MT, AC, AM, RR, AL, CE, PE e SE. Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/  .

No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Dentre estes estados, a região Sul tem as trajetórias menos intensas conforme pode ser melhor visualizado no zoom da figura. SC, RS e PR apresentam números semelhantes de óbitos por 100.000 habitantes (30,29; 28,79; 27,58, respectivamente). Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 1.949, no PR é de 1.086 e no RS é de 1.042 casos por 100.000 habitantes.

O RS se encontra no 157° dia da epidemia após o 100° caso e segue mantendo um crescimento elevado. Em 27/08, o RS possui 118.315 casos confirmados (↑ 14.247 em 7 dias) e teve em média 2.035 novos casos de COVID-19 por dia (entre 21/08 e 27/08), 391 casos a mais do que na média da semana anterior e apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 1,68% nos últimos 5 dias. O número de óbitos chegou a 3.275 mortes (↑ 327 em 7 dias) e teve em média 47 óbitos por dia (entre 21/08 e 27/08), 5 casos a menos do que a média da semana anterior), apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,8%. Do total de casos confirmados, 108.136 (91%) se encontram recuperados e 6.904 (6%) ativos.

Na figura a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Rio Grande do Sul, para o número de infectados e de óbitos.

Abaixo seguem gráficos, considerando a incidência e a mortalidade, para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes. Também, um gráfico mostrando a evolução da epidemia nestas cidades. No total são 486 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (98% de 497 municípios).

Abaixo seguem os gráficos das projeções para o Brasil, RS e das cidades gaúchas que possuem mais de 100.000 habitantes, até o dia 9 de setembro. No modelo matemático SIR, foi considerada uma taxa média de reprodução R0 que variou de 1 a 1,3 e um período de infecção de 5,2 dias. Os dados utilizados são por data de notificação e obtidos no site do Ministério da Saúde do Brasil e na Secretaria da Saúde do estado (SES RS). Devido a problemas operacionais, algumas cidades tem apresentado atraso na divulgação dos seus dados, acarretando divergência entre os dados divulgados pelas prefeituras e pelo SES RS.

Se a taxa de crescimento seguir como está, estima-se que até o dia 9 de setembro, o BR terá perto de 4 milhões e duzentos mil infectados, que o RS terá em torno de 140.000 infectados e que Pelotas tenha em torno de 2.900 casos confirmados de COVID-19.

Com o avanço da epidemia, e o aumento de casos na cidade de Pelotas, uma aba de gráficos específica para a cidade foi criada https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/covid-19-graficos-com-relacao-ao-rs/covid-19-pelotas/. Esta aba é atualizada diariamente, utilizando os dados divulgados pela Prefeitura Municipal de Pelotas.

Percebe-se que a epidemia segue crescendo na cidade, tendo 2.385 casos confirmados em 27/08, uma média de 68 casos por dia nos últimos 7 dias. A incidência por 100.000 habitantes é de 696,5. O número de óbitos na mesma data foi 68 (mais 2 confirmados em um boletim complementar no final do dia 27/08), uma média de 2 óbitos por dia nos últimos 7 dias. A mortalidade por 100.000 habitantes é de 19,9 óbitos e a taxa de letalidade é de 2,9%.  Atualmente Pelotas tem 1338 pessoas recuperadas (56%) e 979 casos ativos (41%).

Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde com o Observatório de Segurança Pública de Pelotas, 62,8% dos casos confirmados são de pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos, sendo 30,7% com idade entre 20 e 34 anos e 32,1% tem entre 35 e 49 anos.

Abaixo seguem os gráficos de casos e óbitos diários  com média móvel de 7 dias.

Abaixo podemos verificar os gráficos do percentual de óbitos confirmados por sexo e por faixa etária. Em Pelotas, 65% dos casos que foram a óbito são de pessoas do sexo masculino, e 35% do sexo feminino. Analisando a faixa etária, 1,5% dos óbitos foram de pessoas com idade entre 0 e 29 anos; 4,6% de pessoas entre 30 e 39 anos; 7,7% de pessoas entre 40 e 49 anos; 9,2% de pessoas com idade entre 50 e 59 anos; 30,8% com idade entre 60 e 69 anos; 26,2% de pessoas com idade entre 70 e 79 anos e 20% das pessoas tinham 80 anos ou mais.

Como uma forma de verificar como os casos confirmados de COVID-19 aumentaram desde o início da pandemia, apresenta-se uma tabela com os dados de março a agosto, no dia 27, para BR, RS e Pelotas.

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.

Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz

* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 28.08 nas redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria da Saúde do RS, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Our World in DataInformation is Beautiful e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.

 

Modelagem Matemática do COVID-19: Atualização de 21.08.2020

O contexto mundial e brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19. A grande maioria dos gráficos apresentados são auto explicativos.

 O BRASIL DENTRO DO CENÁRIO MUNDIAL:

O Brasil se encontra no 160° dia da epidemia após o 100° caso e segue mantendo um crescimento elevado. Atingimos ontem, 3,5 milhões de infectados e mais de 112.000 mortes.

No Brasil:

  • confirmados: 3.501.975 (↑ 277.099 em 7 dias)
  • óbitos:  112.304 (↑ 6.841 em 7 dias)
  • recuperados: 2.653.407 (↑ 296.767 em 7 dias)
  • casos ativos: 736.264 (↓ 26.509 em 7 dias)

No Mundo:

  • confirmados:  22.850.102 (↑ 1.792.396 em 7 dias)
  • óbitos: 796.376 (↑ 39.657 em 7 dias)
  • recuperados: 15.508.345 (↑ 1.588.837 em 7 dias)
  • casos ativos: 6.545.381 (↑ 163.902 em 7 dias)

A COVID-19 se expandiu rapidamente em todo o mundo, passando de poucos casos no início de janeiro para mais de 22,7 milhões no dia 20 de agosto de 2020. Alguns países, onde a epidemia estava aparentemente controlada ou estabilizada em determinados períodos (principalmente na Europa), têm apresentado um aumento de novos casos da doença. Podemos ver na figura abaixo o exemplo de alguns países que aparentemente enfrentam segundas ondas de contágio. Num momento em que se fala na reabertura de escolas é importante um olhar atento sobre estes casos.

Na tabela abaixo, são apresentadas as taxas de infecção e fatalidade no mundo, dando um panorama da epidemia em números. São apresentados os casos confirmados e a porcentagem que estes cresceram em 1 e 7 dias (confirmed cases, 1-day, 7-day), mortes (death), a porcentagem de casos que foram a óbito (% cases who have died), os casos por milhão da população (cases per million people), e óbitos por milhão (death per million people), para os 20 países que lideram cada categoria no dia de hoje. Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia são os países com o maior número de infectados, recuperados e ativos por COVID-19, respectivamente. Se analisarmos os casos por milhão da população, este ranking é de Chile, Peru, Estados Unidos e Brasil. Analisando o número de mortes, Estados Unidos, Brasil, México e Índia tem os maiores valores. Já nas mortes por milhão de habitantes, Bélgica, Peru, Reino Unido e Espanha lideram os números, sendo que o Brasil segue ocupando a 9ª posição.  OBS.: Os valores numéricos podem variar entre as fontes e os horários consultados.

Os números gerais acumulados do Brasil são inferiores somente aos dos Estados Unidos em todas as categorias, há várias semanas. A curva de casos confirmados no Brasil teve nas últimas 2 semanas (7/8 a 20/8) em torno de 42.126 casos por dia. Já a curva com o número de óbitos apresenta uma pequena queda, tendo em torno de 987 óbitos por dia neste período. Tem-se uma letalidade aparente de 3,2% (proporção entre o número de óbitos por COVID-19 e o nº total de casos confirmados). Na última semana (14/8 a 20/8) o Brasil teve uma média de 39.586 infectados (5.081 casos a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -8%) e 977 óbitos por dia (18 a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -4%). Analisando os valores por 1 milhão da população, temos uma incidência 16.664 casos confirmados e mortalidade de 534. Nas figuras a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Brasil, bem como a variação do índice de isolamento social.

Nos gráficos abaixo tem-se uma comparação das mortes diárias por todas as causas no Brasil, entre janeiro e junho de 2019 e 2020. O excesso por mortes devido ao COVID são destacadas. Também são apresentados os dados de mortes diárias entre janeiro e abril, para 2019 e 2020, por COVID-19, insuficiência respiratória, pneumonia e SRAG (síndrome respiratória aguda grave). Observa-se a variação nos valores a partir de meados de março de 2020. Fonte dos gráficos: COVID-19 Observatório Fluminense (https://www.covid19rj.org/).

O RS DENTRO DO CENÁRIO BRASILEIRO:

OBS.: Para interagir com os gráficos para o Brasil, RS e municípios, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/. Estes gráficos são atualizados diariamente.

Nas figuras abaixo pode-se visualizar os números de casos confirmados e óbitos em cada estado da federação, a incidência e a curva de óbitos por data. Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, BA, RJ e CE possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, AP, DF e SE e de mortalidade para RR, CE, RJ e AM. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/.

Em relação aos óbitos: O Brasil, devido ao seu tamanho, enfrenta centenas de epidemias com seu curso próprio, e embora esteja em um período grande de estabilidade, o mesmo não acontece nos seus estados. Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão subindo em:  RJ, DF, GO, AM e BA, estão em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em  PR, RS, SC, ES, MG, SP, MS, PA, TO e PB, e estão em queda nos estados de MT, AC, AP, RO, RR, AL, CE, MA, PE, PI, RN e SE. Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/  .

A região Sul possui aproximadamente 30 milhões de habitantes. Dentre as 5 regiões do país é a que possui menos casos confirmados e o menor número de óbitos por COVID-19.

Dentre os 3 estados da região Sul, SC, RS e PR apresentam números semelhantes de óbitos por 100.000 habitantes (27,36; 25,91; 25,28, respectivamente). Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 1.801, no PR é de 982 e no RS é de 918 casos por 100.000 habitantes.

No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Dentre estes estados, a região Sul tem as trajetórias menos intensas conforme pode ser melhor visualizado no zoom da figura.

Na figura a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Rio Grande do Sul, para o número de infectados e de óbitos.

Na última semana, o RS passou dos 100.000 casos confirmados de COVID-19 e deve alcançar 3.000 mortes entre o dia de hoje e este sábado. O RS teve em média 1.644 novos casos de COVID-19 por dia (entre 14/8 e 20/8), totalizando 104.068 casos confirmados (↑ 11.508 em 7 dias, 2.215 casos a menos do que na semana anterior), apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 1,32% nos últimos 5 dias. Um total de 2.948 pessoas já perderam a vida para a doença no estado (média de 52 óbitos por dia e aumento de 364 novos óbitos em 7 dias, 11 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,8%. Do total de casos confirmados, 94.351 já são considerados curados e 6.769 são casos ativos.

O sistema de saúde do RS segue com um aumento significativo no número de ocupação dos leitos de UTI. O RS conta com 2.488 leitos de UTI (foram criados 779 novos leitos de UTI desde 13/5), e aproximadamente 76,6% destes leitos estão ocupados (por 1.906 pacientes). Segundo o site do SES RS, https://ti.saude.rs.gov.br/covid19/ , em 20/08, das 10.669 hospitalizações, 10% foram por SRAG. As barras vermelhas sinalizam o aumento da utilização de leitos de UTI por casos confirmados de COVID-19. Para melhorar a visualização inseriu-se as linhas de tendência com a média móvel semanal.

A SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO RS:

Abaixo seguem gráficos, considerando a incidência e a mortalidade, para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes. Também, um gráfico mostrando a evolução dos casos e óbitos nestas cidades. Na sequência, seguem os gráficos com os casos e os óbitos acumulados para os municípios da 3ª CRS. No total são 481 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (97% de 497 municípios).

PELOTAS:

Com o avanço da epidemia, e o aumento de casos na cidade de Pelotas, uma aba de gráficos específica para a cidade foi criada https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/covid-19-graficos-com-relacao-ao-rs/covid-19-pelotas/. Esta aba é atualizada diariamente, utilizando os dados divulgados pela Prefeitura Municipal de Pelotas. Obs.: Podem haver divergências entre a declaração dos dados pelas prefeituras e a consolidação na base de dados geral, seja do SES RS ou do MS. Esta defasagem é corrigida, em geral, no(s) dia(s) seguinte(s).

Abaixo seguem os gráficos de casos e óbitos diários (com média móvel semanal), gráfico de ocupação dos leitos de UTI e um gráfico do número de reprodução diário Rt (baseado na incidência) para a cidade de Pelotas.

Na “aba Pelotas” outros gráficos podem ser visualizados.

NÚMEROS DO AVANÇO DA EPIDEMIA NO BR, RS E PELOTAS:

Como uma forma de verificar como os casos confirmados de COVID-19 aumentaram desde o início da pandemia no BR, RS e Pelotas, apresenta-se uma tabela com os dados de março a agosto, no dia 20.

PROJEÇÕES PARA O BR, RS E MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100.000 HABITANTES:

Abaixo seguem os gráficos das projeções para o Brasil, RS e das cidades gaúchas que possuem mais de 100.000 habitantes, até o dia 31 de agosto. No modelo matemático SIR, foi considerada uma taxa média de reprodução R0 que variou de 1. a 1.3 e um período de infecção de 5.2 dias. Os dados utilizados são por data de notificação e obtidos no site do Ministério da Saúde do Brasil e na Secretaria da Saúde do estado (SES RS). Devido a problemas operacionais, algumas cidades tem apresentado atraso na divulgação dos seus dados, acarretando divergência entre os dados divulgados pelas prefeituras e pelo SES RS. Por exemplo, no dia 20 de agosto, a prefeitura de Porto Alegre divulgava em seu site 19.217 casos confirmados na cidade, o que aponta para uma grande diferença perante o sistema oficial do SUS onde consta o valor de 11.205 casos.

Se a taxa de crescimento seguir como está, estima-se que até o dia 31 de agosto, o BR terá perto de 4 milhões de infectados, que o RS terá em torno de 130.000 infectados e que Pelotas tenha em torno de 2.400 casos confirmados de COVID-19.

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.

Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz

* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 21.08 nas redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria da Saúde do RS, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Our World in DataInformation is Beautiful e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.

 

 

 

Modelagem Matemática do COVID-19: Atualização de 14.08.2020

O contexto mundial e brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19.
A grande maioria dos gráficos apresentados são auto explicativos.

O BRASIL DENTRO DO CENÁRIO MUNDIAL:
O Brasil se encontra no 153° dia da epidemia após o 100° caso e segue mantendo um crescimento elevado, atingindo no último final de semana as marcas de 3 milhões de infectados e 100.000 mortes.

 No Brasil:

  • confirmados: 3.224.876 (↑ 312.664 em 7 dias)
  • óbitos:  105.463 (↑ 6.970 em 7 dias)
  • recuperados: 2.356.640 (↑ 308.980 em 7 dias)
  • casos ativos: 762.773 (↓ 3.286 em 7 dias)

No Mundo:

  • confirmados:  21.057.706 (↑ 1.810.716 em 7 dias)
  • óbitos: 756.719 (↑ 39.983 em 7 dias)
  • recuperados: 13.919.508 (↑ 1.569.075 em 7 dias)
  • casos ativos: 6.381.479 (↑ 201.658 em 7 dias)

A pandemia de COVID-19 segue se expandindo em todo o mundo. Na postagem de hoje é feita uma análise geral da epidemia desde o seu princípio. A COVID-19 se expandiu rapidamente em todo o mundo, passando de poucos casos no início de janeiro para mais de 21 milhões no dia 13 de agosto de 2020. A doença se expandiu, desde o seu epicentro na província de Hubei, para praticamente todo o mundo. No dia 13 de janeiro, o primeiro caso fora da China foi notificado na Tailândia, e no final do mesmo mês diversos países registraram os primeiros casos (Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong, Macau. Singapura, Vietnã, França, Nepal, Austrália, Canadá, Malásia, Camboja, Alemanha, Sri Lanka, Finlândia, Emirados Árabes, Índia, Itália, Filipinas, Rússia, Espanha, Suécia e Reino Unido). Em 26 de fevereiro temos o primeiro caso registrado no Brasil. A OMS declarou que o surto de COVID-19 era uma “emergência de saúde pública de preocupação internacional” em 30 de janeiro e uma “pandemia” em 11 de março.   Abaixo, seguem os gráficos da evolução dos casos e óbitos por COVID-19 mensalmente, desde 13 de janeiro até 13 de agosto.

 

Nos gráficos abaixo temos a distribuição dos casos acumulados e diários por continente.

Nos gráficos abaixo, na esquerda, são apresentados a quantidade de novos casos diários versus o total de casos acumulados para óbitos, de diversos países. Neste tipo de gráfico, se a epidemia estiver apresentando um comportamento exponencial, a quantidade de novos casos aumenta proporcionalmente ao total, o que se reflete em uma curva ascendente. Já no caso de a velocidade da epidemia estar reduzindo, a curva começa a cair. Observa-se que alguns países já conseguiram fazer com que sua curva fique descendente, diminuindo significantemente o número de óbitos diários. Em outros, a epidemia segue em expansão, passando por uma estabilização, ou ainda com valores oscilando entre as semanas epidemiológicas (como é o caso do Brasil).

No gráfico da direita, são apresentadas curvas que mostram a os óbitos acumulados ao longo do tempo. A trajetória para cada país começa no dia em que aquele país teve 5 óbitos confirmados. Este tipo de gráfico permite comparar a rapidez com que o número de óbitos confirmados aumentou depois que o surto atingiu um estágio semelhante em cada país. Enquanto a curva tiver inclinação ascendente, a epidemia segue em expansão (caso do Brasil).

Na tabela abaixo, são apresentadas as taxas de infecção e fatalidade no mundo, dando um panorama da epidemia em números. São apresentados os casos confirmados e a porcentagem que estes cresceram em 1 e 7 dias (confirmed cases, 1-day, 7-day), mortes (death), a porcentagem de casos que foram a óbito (% cases who have died), os casos por milhão da população (cases per million people), e óbitos por milhão (death per million people), para os 20 países que lideram cada categoria no dia de hoje. Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia são os países com o maior número de infectados, recuperados e ativos por COVID-19, respectivamente. Se analisarmos os casos por milhão da população, este ranking é de Chile, Estados Unidos, Peru e Brasil. Analisando o número de mortes, Estados Unidos, Brasil, México e Índia tem os maiores valores. Já nas mortes por milhão de habitantes, Bélgica, Reino Unido, Peru e Espanha liderando os números, sendo que o Brasil ocupa a 9ª posição.  OBS.: Os valores numéricos podem variar entre as fontes e os horários consultados.

Os números gerais acumulados do Brasil são inferiores somente aos dos Estados Unidos em todas as categorias, há várias semanas. A curva de casos confirmados no Brasil teve nas últimas 2 semanas (31/7 a 13/8) em torno de 43.912 casos por dia. Já a curva com o número de óbitos segue estável, tendo em torno de 1014 óbitos por dia neste período. Tem-se uma letalidade aparente de 3,3% (proporção entre o número de óbitos por COVID-19 e o nº total de casos confirmados). Na última semana (7/8 a 13/8) o Brasil teve uma média de 44.666  infectados (1.508 casos a mais que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -2%) e 996 óbitos por dia (37 a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -4%). Analisando os valores por 1 milhão da população, temos uma incidência 15.346 casos confirmados e mortalidade de 502. Nas figuras a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Brasil.

O RS DENTRO DO CENÁRIO BRASILEIRO:

OBS.: Para interagir com os gráficos para o Brasil, RS e municípios, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/. Os gráficos utilizados neste post e outros são atualizados diariamente.

Nas figuras abaixo pode-se visualizar os números de casos confirmados e óbitos em cada estado da federação, a incidência e a curva de óbitos por data. Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, BA, CE e RJ possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, AP, DF e SE e de mortalidade para RR, CE, RJ e AM. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/.

Em relação aos óbitos: O Brasil, devido ao seu tamanho, enfrenta centenas de epidemias com seu curso próprio, e embora esteja em um período grande de estabilidade, o mesmo não acontece nos seus estados. Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão subindo em:  SC, MG, MS, AM e TO, estão em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em  PR, RS, ES, SP, DF, GO, MT, AP, PA, RO, BA, PB, PI e SE, e estão em queda nos estados de RJ, AC, RR, AL, CE, MA , PE e RN. Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/  .

A região Sul possui aproximadamente 30 milhões de habitantes. Dentre as 5 regiões do país é a que possui menos casos confirmados e o menor número de óbitos por COVID-19.

Dentre os 3 estados da região Sul, SC, RS e PR apresentam números semelhantes de óbitos por 100.000 habitantes (23,67; 22,71; 22,53, respectivamente). Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 1.606, no PR é de 872 e no RS é de 814 casos por 100.000 habitantes.

No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Dentre estes estados, a região Sul tem as trajetórias menos intensas conforme pode ser melhor visualizado no zoom da figura.

Na figura a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Rio Grande do Sul, para o número de infectados e de óbitos.

Na última semana, o RS teve em média 1.960 novos casos de COVID-19 por dia (entre 7/8 e 13/8), totalizando 92.560 casos confirmados (aumento de 13.723 em 7 dias, 2.377 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 2,06% nos últimos 5 dias. Um total de 2.584 pessoas já perderam a vida para a doença no estado (média de 50 casos por dia e aumento de 353 novos óbitos em 7 dias, 50 casos a menos do que na semana anterior), apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,8%.

O sistema de saúde do RS tem tido um aumento significativo no número de ocupação dos leitos de UTI. Mesmo com a criação de 757 novos leitos de UTI (desde 13/5), hoje aproximadamente 77,7% destes leitos estão ocupados. As barras vermelhas sinalizam o aumento da utilização de leitos de UTI por casos confirmados de COVID-19. Para melhorar a visualização inseriu-se as linhas de tendência com a média móvel semanal.

A SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO RS:

Abaixo seguem gráficos, considerando a incidência e a mortalidade, para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes. Também, um gráfico mostrando a evolução da epidemia nestas cidades, por data. Na sequência, seguem os gráficos com os casos e os óbitos acumulados para os municípios da 3ª CRS. No total são 477 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (6 municípios a mais que na última sexta-feira).

PROJEÇÕES PARA O BR, RS E MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100.000 HABITANTES:

Abaixo seguem os gráficos das projeções para o Brasil, RS e das cidades gaúchas que possuem mais de 100.000 habitantes, até o dia 20 de agosto. No modelo matemático SIR, foi considerada uma taxa média de reprodução R0 que variou de 1. a 1.5 (uma vez que a epidemia está mais agressiva em alguns locais) e um período de infecção de 5.2 dias. Os dados utilizados são por data de notificação e obtidos no site do Ministério da Saúde do Brasil e na Secretaria da Saúde do estado (SES RS). Devido a problemas operacionais, algumas cidades tem apresentado atraso na divulgação dos seus dados, acarretando divergência entre os dados divulgados pelas prefeituras e pelo SES RS.

Se a taxa de crescimento seguir como está, estima-se que até o dia 20 de agosto, o BR terá em torno de 3.450.000 infectados, que o RS terá em torno de 110.000 infectados e que Pelotas tenha mais de 2000 casos confirmados de COVID-19.

Como uma forma de verificar como os casos confirmados de COVID-19 aumentaram desde o início da pandemia, apresenta-se uma tabela com os dados de março a agosto, no dia 13, para BR, RS e Pelotas.

Com o avanço da epidemia, e o aumento de casos na cidade de Pelotas, uma aba de gráficos específica para a cidade foi criada: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/covid-19-graficos-com-relacao-ao-rs/covid-19-pelotas/. Esta aba é atualizada diariamente, utilizando os dados divulgados pela Prefeitura Municipal de Pelotas. Obs.: Podem haver divergências entre a declaração dos dados pelas prefeituras e a consolidação na base de dados geral, seja do SES RS ou do MS. Esta defasagem é corrigida, em geral, no dia seguinte.

Abaixo seguem os gráficos de casos e óbitos diários (com média móvel semanal), gráfico de casos ativos e recuperados e um gráfico que mostra a porcentagem de redução na mobilidade da população dia a dia (índice de isolamento da população).

No gráfico da mobilidade é possível verificar que a população aderiu ao lockdown proposto no último final de semana, atingindo 78% de isolamento no domingo. Este isolamento se reduziu para 66% na segunda-feira e para 49% na terça-feira. Segundo a OMS, o ideal seria manter 70% ou mais de isolamento por um período mais significativo para tentar controlar a epidemia. Cabe ressaltar que o efeito de um lockdown será observado em torno de 14 dias após o seu início, caso este tenha sido efetivo.

Na “aba Pelotas” outros gráficos podem ser visualizados.

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.

Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz

* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 14.08 nas redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria da Saúde do RS, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Our World in DataInformation is Beautiful e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.

Simulações da trajetória da nuvem de gafanhotos: uma estimativa até o dia 10/08

Os pesquisadores do GDISPEN têm apresentado simulações e estimativas da trajetória das nuvens de gafanhotos, da espécie Schistocerca cancellata, que estão se deslocando pelo Paraguai e Argentina desde maio. Na página do laboratório são encontrados os detalhes sobre o modelo utilizado e sobre o enxame (https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/).

Após os boletins do Senasa de 04/08 e 07/08, as denominações das nuvens foram atualizadas, de modo a utilizarmos nesta pesquisa os mesmos nomes adotados pelo órgão governamental. Com o surgimento de novas nuvens torna-se cada vez mais difícil o acompanhamento da localização destas em tempo real.

Devido a não se ter a localização exata das nuvens no dia 06/08, e devido a mudanças no campo de vento no dia 07/08, não serão feitas as comparações dos cenários projetados para o dia 06/08 com a localização divulgada no boletim em 07/08.

 Sobre as nuvens:

  • primeira nuvem, foi localizada em maio, vinda do Paraguai para a Argentina. Esta nuvem encontra-se controlada e alguns insetos remanescentes permanecem em Federación, divisa da Argentina com o Uruguai.
  • A segunda nuvem de gafanhotos foi localizada no Paraguai em 16/07, na província del Chaco, Argentina. Desde o dia 31/07, esta nuvem partiu da cidade de El Pintado, província del Chaco, e se dividiu em duas no dia 02/08, passando a ser chamada de nuvem 2 e nuvem 2 Bis.
    • A nuvem 2 alcançou a região de Pampa de Los Guanacos, província de Santiago del Estero, no dia 02/08. Após, se deslocou em direção ao departamento Moreno. Pelo último boletim do Senasa, em 07/08, se encontrava na região do departamento Loreto. Esta nuvem, em linha reta, deslocou-se aproximadamente 540 km em 7 dias.
    • A nuvem 2 Bis, no dia 02/08 passou Los Frentones e neste dia chegou na região entre Tres Estacas e General Pinedo, província del Chaco. Na sequência cruzou Gancedo em direção a El Cuadrado. Esta nuvem encontrava-se localizada em 07/08 próxima a Rio Seco, província de Córdova (dado do Senasa). Em uma semana a nuvem 2 Bis deslocou-se aproximadamente 610 km em linha reta.
  • terceira nuvem foi localizada pelo governo da Argentina em 21/07. Desde o dia 31/07, esta nuvem partiu da cidade de Ingeniero Juárez, província de Formosa, Argentina. No dia 02/08 o enxame encontrava-se na região de Comandancia Frías, província del Chaco, e no dia seguinte estava nas proximidades de Taco Pozo entre as provínicas del Chaco e Santiago del Estero. Esta nuvem se encontrava em 07/08 na redondeza de Alberdi, província de Santiago del Estero (dado do Senasa). Em 7 dias, a nuvem deslocou-se aproximadamente 320 km.
  • Uma quarta nuvem foi localizada em 31/07 em Coronel Juan Solá, província de Salta, Argentina. Em 03/08 se encontrava dentro dos departamentos de General San Martin e Rivadavia. Sua localização no último boletim do Senasa, em 07/08, era Rosario de la Frontera, província de Salta. A nuvem deslocou-se em uma semana 340 km.
  • Uma quinta nuvem estava em 03/08 na divisa entre o Paraguai e a Argentina, entre Pozo Hondo e Misión La Paz. Esta nuvem se encontrava no dia 07/08 próxima a El Churcal, região do departamento de Rivadavia, província de Salta (dado do Senasa).
  • Uma sexta nuvem ingressou na Argentina no dia 02/08. Esta nuvem se encontrava no dia 07/08 na proximidade de Capitán Juan Pagé, região do departamento de Rivadavia, província de Salta (dado do Senasa).

Para uma melhor visualização da localização aproximada das nuvens, segue um mapa da região.

 Dados do campo de vento e de temperatura:

Uma vez que os deslocamentos da nuvem são determinados em 80% dos casos pela direção do vento e que temperaturas acima de 20°C favorecem o voo dos insetos, são apresentados na sequência os campos de vento, e os campos de temperatura em 850hPa e a 2m. O modelo WRF foi utilizado para fazer a previsão, sendo inicializada no dia 07/08 as 12UTC até o dia 11/08 as 12UTC (no horário local, as 9h da manhã do dia 07/08 até as 9h da manhã do dia 11/08). (Para visualizar as animações clique nas figuras)

Estimativa da trajetória das nuvens até o dia 10/08

É apresentada na sequência uma estimativa da trajetória dos enxames ativos (e descritos acima) até a segunda-feira, 10/08. São utilizados os dados da previsão dos campos de vento do modelo WRF, inicializada no dia 07/08 as 12UTC. Esta espécie pode viajar até 150 Km/dia. Como a direção dos ventos não muda muito até segunda-feira, estima-se que os gafanhotos devem permanecer na Argentina até este dia. Segunda-feira entre a tarde e a noite, teremos mudança na direção dos ventos, devido ao avanço de uma frente fria. Como haverá diminuição nas temperaturas conforme a frente fria avança, estima-se que no dia 11/08 não hajam condições de grandes deslocamentos das nuvens.

Apresenta-se a estimativa de 4 possíveis trajetórias: num primeiro cenário, supõe-se que a nuvem viaje aproximadamente 30 km/dia; num segundo cenário, 60 km/dia, num terceiro cenário, 100 km/dia e num quarto cenário 150 km/dia. As trajetórias completas são descritas nas figuras a seguir (Cenário 1: na cor vermelha; Cenário 2: na cor azul,  Cenário 3: na cor rosa, Cenário 4: na cor preta).

Na sequência, os possíveis cenários são apresentados separadamente em animações. Observa-se “um retorno na trajetória” das nuvens 2, 2 Bis, 3 e 4 devido a mudança de direção do vento na segunda-feira.

Cenário 1: Nuvem se desloca aproximadamente 30 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Nuvem 2: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 2 se dirigirá em direção ao lago Salinas de Ambargasta, província de Santiago del Estero. Esta região fica a aproximadamente 685 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 2 Bis: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 2 Bis se deslocará em direção a Laguna Mar Chiquita, divisa das províncias de Santiago del Estero e Córdova. Esta região fica a aproximadamente 485 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 3: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 3 se deslocará em direção a Bandera Bajada, província de Santiago del Estero. Esta região fica a aproximadamente 720 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 4: Se esta previsão se confirmar, na segunda-feira 10/08, estima-se que a nuvem se localize próxima a San Miguel de Tucumán, província de Tucumán, em torno de 860 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 5: Se esta previsão se confirmar, estima-se que a nuvem se localize próxima a Capitán Juan Pagé, província de Salta, no dia 10/08. Esta região fica em torno de 840 km (em linha reta) da cidade de são Borja no RS.

Nuvem 6: Se esta previsão se confirmar, na segunda-feira 10/08, estima-se que a nuvem se localize dentro do departamento de Rivadavia, divisa com a província del Chaco, em torno de 800 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

 Cenário 2: Nuvem se desloca aproximadamente 60 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Nuvem 2: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 2 se dirigirá em direção ao lago Salinas de Ambargasta, província de Santiago del Estero, permanecendo nesta região. Esta localização fica a aproximadamente 685 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 2 Bis: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 2 Bis se deslocará em direção a Laguna Mar Chiquita, divisa das províncias de Santiago del Estero e Córdova, permanecendo nesta redondeza. Esta região fica a aproximadamente 485 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 3: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 3 se deslocará na direção Santiago del Estero, província de Santiago del Estero. Esta região fica a aproximadamente 700 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 4: Se esta previsão se confirmar, na segunda-feira 10/08, estima-se que a nuvem continue na região próxima a San Miguel de Tucumán, província de Tucumán, em torno de 860 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 5: Se esta previsão se confirmar, estima-se que a nuvem continue dentro da província de Salta, próxima a Santa Rosa, no dia 10/08. Esta região fica em torno de 800 km (em linha reta) da cidade de são Borja no RS.

Nuvem 6: Se esta previsão se confirmar, na segunda-feira 10/08, estima-se que a nuvem se localize próxima a El Indio, província del Chaco, em torno de 710 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

Cenário 3: Nuvem se desloca aproximadamente 100 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura).

Nuvem 2: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 2 permanecerá na região entre os lagos Salinas de Ambargasta e Salinas Grandes, província de Santiago del Estero. Esta localização fica a aproximadamente 680 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 2 Bis: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 2 Bis se aproxima da cidade de Miramar, província de Córdova. Esta região fica a aproximadamente 485 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 3: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 3 permanecerá dentro da província de Santiago del Estero, próxima a cidade de La Cañada. Esta região fica a aproximadamente 680 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 4: Se esta previsão se confirmar, estima-se que a nuvem continue na região próxima a San Miguel de Tucumán, província de Tucumán, na segunda-feira 10/08. Essa região fica em torno de 860 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 5: Se esta previsão se confirmar, estima-se que a nuvem se aproxima da divisa de Santiago del Estero, próximo a Las Carpas, no dia 10/08. Esta região fica em torno de 780 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

Nuvem 6: Se esta previsão se confirmar, estima-se que a nuvem se dirija em direção a cidade de Campo Gallo, província de Santiago del Estero, em torno de 670 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Cenário 4: Nuvem se desloca aproximadamente 150 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura).

Nuvem 2: Se esta previsão se confirmar, a trajetória da nuvem 2 será em direção a Córdova, e devido aos ventos, retorna em direção ao lago Salinas Grandes, província de Córdova. Esta localização fica a aproximadamente 720 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 2 Bis: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 2 Bis se aproxima da cidade de Freyre, próxima a divisa entre as províncias de Córdova e Santa Fé. Esta região fica a aproximadamente 450 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 3: Se esta previsão se confirmar, a nuvem 3 permanecerá dentro da província de Santiago del Estero, e no dia 10/08 deverá estar próxima a cidade de Garza. Esta região fica a aproximadamente 650 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 4: Se esta previsão se confirmar, estima-se que a nuvem vá em direção a San Fernando del Valle de Catamarca e retorne na direção de Concepción, província de Tucumán. Essa região fica a aproximadamente 850 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 5: Se esta previsão se confirmar, estima-se que a nuvem se mantenha em Santiago del Estero, e fique próxima a cidade de Granadero Gatica, no dia 10/08. Esta região fica em torno de 650 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 6: Se esta previsão se confirmar, estima-se que a nuvem viaje em direção a cidade de Quimili, província de Santiago del Estero, em torno de 570 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Novas estimativas serão apresentadas sempre que uma nova localização do enxame for divulgada pelo SENASA, e as condições do tempo forem favoráveis ao deslocamento dos enxames.

É importante lembrar que estas simulações advêm de um modelo matemático, e como tal é uma aproximação da realidade, e, portanto, possui erros inerentes. Além disso, a trajetória pode ser alterada de acordo com mudanças devidas ao deslocamento da espécie, além de mudanças climatológicas como chuva e frio.

Este estudo tem objetivo puramente acadêmico e científico, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem.

Os pesquisadores do GDISPEN envolvidos nesta pesquisa são os doutores Fernanda Tumelero, Viliam Cardoso da Silveira, Guilherme Jahnecke Weymar, Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves, Igor da Cunha Furtado, Alexandre Sacco Athayde e Luciana Rossato Piovesan.

Modelagem Matemática do COVID-19: Atualização de 07.08.2020

 O contexto mundial e brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19.

O BRASIL DENTRO DO CENÁRIO MUNDIAL:

O Brasil se encontra no 146° dia da epidemia após o 100° caso e segue mantendo um crescimento elevado. Durante este final de semana deve atingir as marcas de 3 milhões de infectados e 100.000 mortes.

No Brasil:

  • confirmados: 2.912.212 (↑ 302.110 em 7 dias)
  • óbitos:  98.493 (↑ 7.230 em 7 dias)
  • recuperados: 2.047.660 (↑ 223.565 em 7 dias)
  • casos ativos: 766.059 (↑ 71.315 em 7 dias)

No Mundo:

  • confirmados:  19.246.990 (↑ 1.654.362 em 7 dias)
  • óbitos: 716.736 (↑ 37.769 em 7 dias)
  • recuperados: 12.350.433 (↑ 1.339.199 em 7 dias)
  • casos ativos: 6.179.821 (↑ 277.394 em 7 dias)

A pandemia de COVID-19 segue se expandindo em todo o mundo. Países onde a epidemia estava aparentemente controlada ou estabilizada voltaram a ter novos casos da doença após o retorno às atividades normais, e alguns iniciam a retomada de medidas de controle. Vacinas têm sido testadas, mas enquanto elas não chegam ao mercado o estado de vigilância será permanente.

Nos gráficos abaixo são apresentados a quantidade de novos casos diários versus o total de casos acumulados para infectados e óbitos, dos 20 países com mais casos confirmados. Neste tipo de gráfico, se a epidemia estiver apresentando um comportamento exponencial, a quantidade de novos casos aumenta proporcionalmente ao total, o que se reflete em uma curva ascendente. Já no caso de a velocidade da epidemia estar reduzindo, a curva começa a cair. A epidemia será considerada controlada quando a curva chegar em zero.

Observa-se que alguns países já conseguiram fazer com que sua curva fique descendente, diminuindo significantemente o número de casos e óbitos diários, mas ainda precisa-se monitorar a situação para afirmar que conseguiram realmente diminuir o contágio (Itália, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Paquistão, Chile, Bangladesh, Turquia e Rússia). Nos demais países, a epidemia segue em expansão, passando por uma estabilização em valores altos, ou ainda com valores oscilando entre as semanas (Brasil, Irã, México, Estados Unidos, Colômbia, África do Sul, Índia, Peru, Arábia Saudita e Argentina).

Na tabela abaixo, são apresentadas as taxas de infecção e fatalidade no mundo, dando um panorama da epidemia em números. São apresentados os casos confirmados e a porcentagem que estes cresceram em 1 e 7 dias (confirmed cases, 1-day, 7-day), mortes (death), a porcentagem de casos que foram a óbito (% cases who have died), os casos por milhão da população (cases per million people), e óbitos por milhão (death per million people), para os 20 países que lideram cada categoria no dia de hoje. Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia são os países com o maior número de infectados, recuperados e ativos por COVID-19, respectivamente. Se analisarmos os casos por milhão da população, este ranking é de Chile, Estados Unidos, Peru e Brasil. Analisando o número de mortes, Estados Unidos, Brasil, México E Reino Unido tem os maiores valores. Já nas mortes por milhão de habitantes, Bélgica, Reino Unido, Peru e Espanha liderando os números, sendo que o Brasil ocupa a 9ª posição (subiu 1 posição nesta semana).  OBS.: Os valores numéricos podem variar entre as fontes e os horários consultados.

Os números gerais acumulados do Brasil são inferiores somente aos dos Estados Unidos em todas as categorias, há várias semanas. A curva de casos confirmados no Brasil voltou a ter um crescimento significativo, tendo nas últimas 2 semanas (24/7 a 6/8) em torno de 44.624 casos por dia. Já a curva com o número de óbitos segue estável, tendo em torno de 1030 óbitos por dia neste período. Tem-se uma letalidade aparente de 3,4% (proporção entre o número de óbitos por COVID-19 e o nº total de casos confirmados). Na última semana (31/7 a 6/8) o Brasil teve uma média de 43.159 infectados (2.931 casos a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de +1%) e 1.033 óbitos por dia (7 a mais que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -2%). Analisando os valores por 1 milhão da população, temos uma incidência 13.858 casos confirmados e mortalidade de 469. Nas figuras a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Brasil.

O RS DENTRO DO CENÁRIO BRASILEIRO:

OBS.: Para interagir com os gráficos para o Brasil, RS e municípios, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/. Estes gráficos são atualizados diariamente, por volta das 19h, exceto aos finais de semana.

Nas figuras abaixo pode-se visualizar os números de casos confirmados e óbitos em cada estado da federação, para cada 100.000 habitantes (incidência e mortalidade). Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, BA, CE e RJ possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, AP, DF e SE e de mortalidade para RR, CE, RJ e AM. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/.

Em relação aos óbitos: O Brasil, devido ao seu tamanho, enfrenta centenas de epidemias com seu curso próprio, e embora esteja em um período de estabilidade, o mesmo não acontece nos seus estados. Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão subindo em:  PR, RS, SC, MG, MS, TO e RN, estão em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em  SP, DF, GO, MT, AC, AM, RR, BA, CE e PI, e estão em queda nos estados de ES, RJ, AP, PA, RO, AL, MA, PB, PE e SE. Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/  .

Conforme podemos ver nos gráficos abaixo, a região Sul possui aproximadamente 30 milhões de habitantes. Dentre as 5 regiões do país é a que possui menos casos confirmados e o menor número de óbitos por COVID-19.

Dentre os 3 estados da região Sul, RS, PR e SC apresentam números semelhantes de óbitos por 100.000 habitantes (19,61; 19,45; 18,94, respectivamente). Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 1.377, no PR é de 763 e no RS é de 693 casos por 100.000 habitantes.

No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Dentre estes estados, a região Sul tem as trajetórias menos intensas conforme pode ser melhor visualizado no zoom da figura.

Na figura a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Rio Grande do Sul, para o número de infectados e de óbitos, por semana epidemiológica.

Na última semana, o RS teve em média 1.766 novos casos de COVID-19 por dia (entre 31/7 e 6/8), totalizando 78.837 casos confirmados (↑ 11.346 em 7 dias, 286 casos a menos do que na semana anterior), apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 2,27% nos últimos 5 dias. Um total de 2.231 pessoas já perderam a vida para a doença no estado (média de 58 casos por dia e aumento de 406 novos óbitos em 7 dias, 37 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,8%. Do total de casos confirmados, o equivalente a 89% já é considerado curado (69.965) e 8% são casos ativos (6.641).

O sistema de saúde do RS tem tido um aumento significativo no número de ocupação dos leitos de UTI. Mesmo com a criação de 738 novos leitos de UTI (desde 13/5), hoje aproximadamente 75,2% destes leitos estão ocupados. As barras vermelhas sinalizam o aumento da utilização de leitos de UTI por casos confirmados de COVID-19. Para melhorar a visualização inseriu-se as linhas de tendência com a média móvel semanal.

A SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO RS:

Abaixo seguem gráficos, considerando os casos acumulados confirmados e de óbitos, bem como a incidência e a mortalidade, para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes. Também, um gráfico mostrando a evolução da epidemia nestas cidades. Na sequência, seguem os gráficos com os casos acumulados confirmados e de óbitos para os municípios da 3ª CRS. No total são 471 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (5 municípios a mais que na última sexta-feira).

PROJEÇÕES PARA O BR, RS E MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100.000 HABITANTES:

Abaixo seguem os gráficos das projeções para o Brasil, RS e das cidades gaúchas que possuem mais de 100.000 habitantes, até o dia 13 de agosto. No modelo matemático SIR, foi considerada uma taxa média de reprodução R0 que variou de 1. a 1.5 (uma vez que a epidemia está mais agressiva em alguns locais) e um período de infecção de 5.2 dias. Os dados utilizados são por data de notificação e obtidos no site do Ministério da Saúde do Brasil e na Secretaria da Saúde do estado (SES RS). Devido a problemas operacionais, algumas cidades tem apresentado atraso na divulgação dos seus dados, acarretando divergência entre os dados divulgados pelas prefeituras e pelo SES RS.

Se a taxa de crescimento seguir como está, estima-se que até o dia 13 de agosto, o BR terá em torno de 3.200.000 infectados, que o RS terá em torno de 95.000 infectados e que Pelotas tenha mais de 1600 casos confirmados de COVID-19.

Como uma forma de verificar como os casos confirmados de COVID-19 aumentaram desde  o início da pandemia, apresenta-se uma tabela com os dados de março a agosto, no dia 6, para BR, RS e Pelotas.

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.

Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz

* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 31.07 nas redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria da Saúde do RS, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Our World in DataInformation is Beautiful e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.

Simulações da trajetória da nuvem de gafanhotos: uma estimativa até o dia 6/8

Os pesquisadores do GDISPEN têm apresentado simulações e estimativas da trajetória das nuvens de gafanhotos, da espécie Schistocerca cancellata, que estão se deslocando pelo Paraguai e Argentina desde maio. Na página do laboratório são encontrados os detalhes sobre o modelo utilizado e sobre o enxame (https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/).

 Sobre as nuvens de gafanhotos e as suas localizações atuais:

Até o momento, 4 nuvens de gafanhotos foram localizadas na América do Sul:

  • primeira nuvem, foi localizada em maio, vinda do Paraguai para a Argentina e, segundo o SENASA, aproximadamente 80% da nuvem foi dizimada nos arredores da cidade de Federación, divisa da Argentina com o Uruguai. Não se tem notícias sobre um reagrupamento desta nuvem.
  • A segunda nuvem de gafanhotos foi localizada no Paraguai em 16/7, na província del Chaco. Desde o dia 31/7, esta nuvem partiu das proximidades da cidade de El Pintado, província del Chaco, Argentina, e deslocou-se aproximadamente 260 km. O enxame encontrava-se no domingo na região de General Pinedo, província del Chaco, Argentina (dado do SENASA). Assim, o 3º cenário projetado até 2/8 foi ultrapassado em cerca de 60 km (a nuvem 2 percorreu aproximadamente 130 km/dia).
  • terceira nuvem foi localizada pelo governo da Argentina em 21/7. Desde o dia 31/7, esta nuvem partiu das redondezas de Ingeniero Juárez, província de Formosa, Argentina, e deslocou-se aproximadamente 260 km. No domingo a nuvem 3 alcançou a região de Pampa de Los Guanacos, província de Santiago del Estero, Argentina (dado do SENASA). A nuvem 3, assim como a nuvem 2, percorreu aproximadamente 130 km/dia, ultrapassando o 3º cenário projetado até 2/8 em cerca de 60 km.
  • Uma quarta nuvem foi localizada em 31/7. Esta nuvem se encontra próxima a Coronel Juan Solá, província de Salta, Argentina (dado do SENASA).

Para uma melhor visualização da localização aproximada das nuvens, segue um mapa da região.

Dados do campo de vento e de temperatura:

Uma vez que os deslocamentos da nuvem são determinados em 80% dos casos pela direção do vento e que temperaturas acima de 20°C favorecem o voo dos insetos, são apresentados na sequência os campos de vento, e os campos de temperatura em 850hPa e a 2m, para os próximos dias. O modelo WRF foi utilizado para fazer a previsão, sendo inicializada no dia 2/8 as 12UTC até o dia 6/8 as 12UTC (no horário local, as 9h da manhã do dia 2/8 até as 9h da manhã do dia 6/8). (Para visualizar as animações clique nas figuras)

Estimativa da trajetória das nuvens 2, 3 e 4 até quinta, 06/8

É apresentada na sequência uma estimativa da trajetória dos enxames 2, 3 e 4. São utilizados os dados da previsão dos campos de vento do modelo WRF, inicializada no dia 2/8 as 12UTC. Esta espécie pode viajar até 150 Km/dia, mas desde o início desta pesquisa vinha apresentando um deslocamento que variava entre aproximadamente 40 e 80 km/dia. Neste último final de semana, as nuvens chegaram a se deslocar até 130 Km/dia.

Apresenta-se a estimativa de 4 possíveis trajetórias: num primeiro cenário, supõe-se que a nuvem viaje aproximadamente 30 km/dia; num segundo cenário, 60 km/dia, num terceiro cenário, 100 km/dia e num quarto cenário 150 km/dia. As trajetórias completas são descritas nas figuras a seguir (Cenário 1: círculos vermelhos; Cenário 2: círculos azuis,  Cenário 3: círculos rosas, Cenário 4: círculos pretos).

Na sequência, os possíveis cenários são apresentados separadamente em animações.

Cenário 1: Nuvem se desloca aproximadamente 30 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Nuvem 2: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem se localize a leste da cidade de Gregoria Pérez de Denis, na província de Santa Fé na Argentina, em torno de 480 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 3: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem se localize a oeste da cidade de Otumpa, permanecendo na província de Santiago del Estero na Argentina, em torno de 540 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Nuvem 4: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem se localize ao sul da cidade de Lagunita Nueva Probacion, permanecendo na província de Salta na Argentina, em torno de 850 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

 Cenário 2: Nuvem se desloca aproximadamente 60 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Nuvem 2: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a cidade de Logrono, na província de Santa Fé na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 400 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 3: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem se localize próxima a cidade de Cuatro Bocas, na província de Santiago del Estero na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 460 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 4: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de Taco Pozo, na divisa das províncias de Salta, Santiago del Estero e Chaco na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 800 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

Cenário 3: Nuvem se desloca aproximadamente 100 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Nuvem 2: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem se localize próxima a cidade de Monigotes, na província de Santa Fé na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 380 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 3: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de Ceres, na província de Santa Fé na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 430 km (em linha reta) da cidade de Barra do Quaraí no RS.

Nuvem 4: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de Bandera Bajada, na província de Santiago del Estero na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 700 km (em linha reta) da cidade de Uruguaiana no RS.

Cenário 4: Nuvem se desloca aproximadamente 150 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Nuvem 2: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de Paraná, na província de Entre Ríos na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 330 km (em linha reta) da cidade de Barra Quaraí no RS.

Nuvem 3: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de Sarmiento, na província de Santa Fé na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 350 km (em linha reta) da cidade de Barra Quaraí no RS.

Nuvem 4: Se esta previsão se confirmar, na quinta-feira 06/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de Medellín, na província de Santiago del Estero na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 620 km (em linha reta) da cidade de Barra Quaraí no RS.

Novas estimativas serão apresentadas sempre que uma nova localização do enxame for divulgada pelo SENASA, e as condições do tempo forem favoráveis ao deslocamento dos enxames.

É importante lembrar que estas simulações advêm de um modelo matemático, e como tal é uma aproximação da realidade, e, portanto, possui erros inerentes. Além disso, a trajetória pode ser alterada de acordo com mudanças devidas ao deslocamento da espécie, além de mudanças climatológicas como chuva e frio.

Este estudo tem objetivo puramente acadêmico e científico, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem.

Os pesquisadores do GDISPEN envolvidos nesta pesquisa são os doutores Fernanda Tumelero, Viliam Cardoso da Silveira, Guilherme Jahnecke Weymar, Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves, Igor da Cunha Furtado, Alexandre Sacco Athayde e Luciana Rossato Piovesan.

Simulações da trajetória da nuvem de gafanhotos: uma estimativa até o dia 2/8

Os pesquisadores do GDISPEN têm apresentado simulações e estimativas da trajetória das nuvens de gafanhotos, da espécie Schistocerca cancellata, que estão se deslocando pelo Paraguai e Argentina desde maio. Na página do laboratório são encontrados os detalhes sobre o modelo utilizado e sobre o enxame (https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/2020/07/18/simulacoes-da-trajetoria-da-nuvem-de-gafanhotos/).

Até o momento, 4 nuvens de gafanhotos foram localizadas na América do Sul:

  • primeira nuvem, já acompanhada por esta pesquisa, foi localizada em maio, vinda do Paraguai para a Argentina e foi praticamente dizimada na última semana (segundo reportagens, em 85%) em Federación, divisa da Argentina com o Uruguai. O município de Federación fica a aproximadamente 90 km, em linha reta, de Barra do Quaraí no RS. Não serão apresentadas simulações para esta nuvem, a menos que se confirme que a nuvem conseguiu se reagrupar.
  • A segunda nuvem de gafanhotos foi localizada no Paraguai em 16/7, na província del Chaco, Argentina e se encontra atualmente em El Pintado. Simulações para esta nuvem foram apresentadas pelos pesquisadores no dia 22/7, quando a nuvem estava em General Güemes, mas com a chegada do frio o enxame se manteve sem grandes deslocamentos desde então. Novas simulações são apresentadas.
  • terceira nuvem foi localizada pelo governo da Argentina em 21/7 e se encontra em Ingeniero Juárez, província de Formosa, na Argentina. Passaremos a monitorar esta nuvem e as primeiras simulações são apresentadas.
  • Notícias sobre uma quarta nuvem surgiram no dia de hoje, mas ainda não se tem detalhes a respeito.

 

O modelo WRF foi utilizado para fazer a previsão dos campos de vento, inicializada no dia 30/7 as 12UTC até o dia 3/08 as 12UTC (no horário local, as 9h da manhã do dia 30/7 até as 9h da manhã do dia 3/8). Lembrando que os deslocamentos da nuvem são determinados em 80% dos casos pela direção do vento e, que temperaturas acima de 20°C favorecem o voo dos insetos. São apresentados em conjunto os campos de temperatura em 850hPa e a 2m. A animação contendo os campos de vento e as temperaturas para os dias em questão seguem abaixo. (Para visualizar a animação clique nas figuras)

NUVEM 2:

Estimativa da trajetória da nuvem 2 até domingo, 2/8

É apresentada na sequência uma estimativa da trajetória do enxame 2, partindo da cidade de El Pintado, província del Chaco, Argentina (localização segundo o SENASA). São utilizados os dados da previsão dos campos de vento do modelo WRF, inicializada no dia 30/7 às 12UTC. Esta espécie pode viajar até 150 Km/dia, mas desde o início desta pesquisa, tem apresentado um deslocamento que varia entre aproximadamente 40 e 80 km/dia.

Apresenta-se a estimativa de 3 possíveis trajetórias: num primeiro cenário, supõe-se que a nuvem viaje aproximadamente 30 km/dia; num segundo cenário, 60 km/dia e num terceiro cenário, 100 km/dia. As trajetórias completas são descritas na figura a seguir (Cenário 1: círculos vermelhos; Cenário 2: círculos azuis e Cenário 3: círculos rosas).

Na sequência, os possíveis cenários são apresentados separadamente em animações.

Cenário 1: Nuvem se desloca aproximadamente 30 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Se esta previsão se confirmar, no domingo 02/8, estima-se que a nuvem fique próxima a cidade de Misión Nueva Pompeya, província del Chaco na Argentina, em torno de 620 km (em linha reta) da cidade de Itaqui no RS.

Cenário 2: Nuvem se desloca aproximadamente 60 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Se esta previsão se confirmar, no domingo 02/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à divisa das províncias del Chaco e Santiago del Estero, à aproximadamente 60 km da cidade de Miraflores, Argentina. O ponto fica a aproximadamente 610 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

Cenário 3: Nuvem se desloca aproximadamente 100 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Se esta previsão se confirmar, no domingo 02/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região entre as cidades de Los Frentones (Província del Chaco) e Sachayoj (Província de Santiago del Estero) na Argentina. O ponto fica a aproximadamente 600 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

NUVEM 3:

Estimativa da trajetória da nuvem 3 até domingo, 2/8

É apresentada na sequência uma estimativa da trajetória do enxame 3, partindo da cidade de Ingeniero Juárez, província de Formosa, Argentina (localização segundo o SENASA). São utilizados os dados da previsão dos campos de vento do modelo WRF, inicializada no dia 30/7 às 12UTC.

Apresenta-se a estimativa de 3 possíveis trajetórias: num primeiro cenário, supõe-se que a nuvem viaje aproximadamente 30 km/dia; num segundo cenário, 60 km/dia e num terceiro cenário, 100 km/dia. As trajetórias completas são descritas na figura a seguir (Cenário 1: círculos vermelhos; Cenário 2: círculos azuis e Cenário 3: círculos rosas).

Na sequência, os possíveis cenários são apresentados separadamente em animações.

Cenário 1: Nuvem se desloca aproximadamente 30 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Se esta previsão se confirmar, no domingo 02/8, estima-se que a nuvem fique próxima a cidade de Santa Rita, província del Chaco na Argentina, em torno de 750 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

Cenário 2: Nuvem se desloca aproximadamente 60 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Se esta previsão se confirmar, no domingo 02/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de Fuerte Esperanza, província del Chaco na Argentina, a aproximadamente 710 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

Cenário 3: Nuvem se desloca aproximadamente 100 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Se esta previsão se confirmar, no domingo 2/8, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de El Cabure, província de Santiago del Estero, Argentina. O ponto fica a aproximadamente 680 km (em linha reta) da cidade de São Borja no RS.

Novas estimativas serão apresentadas sempre que uma nova localização do enxame for divulgada pelo SENASA, e as condições do tempo forem favoráveis ao deslocamento dos enxames.

É importante lembrar que estas simulações advêm de um modelo matemático, e como tal é uma aproximação da realidade, e, portanto, possui erros inerentes. Além disso, a trajetória pode ser alterada de acordo com mudanças devidas ao deslocamento da espécie, além de mudanças climatológicas como chuva e frio.

Este estudo tem objetivo puramente acadêmico e científico, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem.

Os pesquisadores do GDISPEN envolvidos nesta pesquisa são os doutores Fernanda Tumelero, Viliam Cardoso da Silveira, Guilherme Jahnecke Weymar, Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves, Igor da Cunha Furtado, Alexandre Sacco Athayde e Luciana Rossato Piovesan.

Modelagem Matemática do COVID-19: Atualização de 31.07.2020

O contexto mundial e brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19.

O BRASIL DENTRO DO CENÁRIO MUNDIAL:

O Brasil se encontra no 139° dia da epidemia após o 100° caso e continua com crescimento elevado.

No Brasil:

  • confirmados: 2.610.102 (↑ 322.627 em 7 dias)
  • óbitos:  91.263 (↑ 7.181 em 7 dias)
  • recuperados: 1.824.095 (↑ 253.858 em 7 dias)
  • casos ativos: 694.744 (↑ 61.588 em 7 dias)

No Mundo:

  • confirmados:  17.592.628 (↑ 1.937.979 em 7 dias)
  • óbitos: 678.967 (↑ 42.488 em 7 dias)
  • recuperados: 11.011.234 (↑ 1.475.593 em 7 dias)
  • casos ativos: 5.902.427 (↑ 419.898 em 7 dias)

A pandemia de COVID-19 segue se expandindo em todo o mundo. Alguns países, onde a epidemia estava aparentemente controlada ou estabilizada, voltam a ter novos casos da doença e iniciam a retomada de medidas de controle. Vacinas estão em fase de testes, mas enquanto elas não chegam ao mercado o estado de vigilância será permanente. Como um resumo do cenário atual, apresentam-se gráficos que mostram onde a epidemia está crescendo, onde está decaindo, e qual a respectiva porcentagem. São apresentados os gráficos para casos confirmados e óbitos (https://informationisbeautiful.net/). As linhas em laranja e vermelho indicam crescimento, as linhas em azul indicam decaimento. O tamanho das retas é proporcional a porcentagem deste crescimento/decaimento.

Os números gerais acumulados do Brasil são inferiores somente aos dos Estados Unidos em todas as categorias, a várias semanas. A curva de casos confirmados no Brasil apresentava uma estabilização, mas voltou a ter um crescimento significativo, tendo nas últimas 2 semanas (16 a 30/7) em torno de 42.700 casos por dia. Já a curva com o número de óbitos segue estável, em um platô, a dois meses, tendo em torno de 1000 óbitos por dia neste período. Tem-se uma letalidade aparente de 3,5% (proporção entre o número de óbitos por COVID-19 e o nº total de casos confirmados). Na última semana (23 a 30/7) o Brasil teve uma média de 46.090 infectados (6.758 casos a mais que na semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de +33%) e 1.026 óbitos por dia (30 a menos que na semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -3%). Analisando os valores por 1 milhão da população, temos uma incidência 12.420 casos confirmados e mortalidade de 434.

Na tabela abaixo, são apresentadas as taxas de infecção e fatalidade no mundo, dando um panorama da epidemia em números. São apresentados os casos confirmados e a porcentagem que estes cresceram em 1 e 7 dias (confirmed cases, 1-day, 7-day), mortes (death), a porcentagem de casos que foram a óbito (% cases who have died), os casos por milhão da população (cases per million people), e óbitos por milhão (death per million people), para os 20 países que lideram cada categoria no dia de hoje. Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia são os países com o maior número de infectados, recuperados e ativos por COVID-19, respectivamente. Se analisarmos os casos por milhão da população, este ranking é de Chile, Estados Unidos, Peru e Brasil. Analisando o número de mortes, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e México tem os maiores valores. Já nas mortes por milhão de habitantes, Bélgica, Reino Unido, Espanha e Itália seguem liderando os números, sendo que o Brasil segue em 10°.  OBS.: Os valores numéricos podem variar entre as fontes e os horários consultados.

O RS DENTRO DO CENÁRIO BRASILEIRO:

Nas figuras abaixo pode-se visualizar os números de casos confirmados e óbitos em cada estado da federação, bem como os dados acumulados e por 100.000 habitantes. Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, CE, RJ e BA possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, AP, DF e SE e de mortalidade para CE, RR, AM e RJ. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/. OBS.: Para interagir com estes e outros gráficos, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/

Em relação aos óbitos: O Brasil, devido ao seu tamanho, enfrenta centenas de epidemias com seu curso próprio, e embora esteja em um período grande de estabilidade, o mesmo não acontece nos seus estados. Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão subindo em:  RS, SC, RJ, GO, MS, AC e RR, estão em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em  PR, MG, SP, DF, MT, RO, TO, BA e SE, e estão em queda nos estados de ES, AM, AP, PA, AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN. Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/  .

A região Sul possui aproximadamente 30 milhões de habitantes. Dentre as 5 regiões do país é a que possui menos casos confirmados e o menor número de óbitos por COVID-19.  OBS.: Para gráficos sobre as regiões, acesse a aba “gráficos iterativos”.

Dentre os 3 estados da região Sul, o PR e RS apresentam o maior número de óbitos por 100.000 habitantes, 16,28 e 16,04, respectivamente e SC com 14,56. Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 1.129, no PR é de 644 e no RS é de 588 casos por 100.000 habitantes.

No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Dentre estes estados, a região Sul tem as trajetórias menos intensas conforme pode ser melhor visualizado no zoom da figura.

Na figura a seguir, acrescenta-se aos gráficos da evolução da epidemia no Brasil e no Rio Grande do Sul, para o número de infectados, de óbitos e de recuperados e ativos.

Na última semana, o RS teve em média 1.662 novos casos de COVID-19 por dia (entre 23 e 30/7), totalizando 66.473 casos confirmados (↑ 11.632 em 7 dias, 2.135 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 2,37% nos últimos 5 dias. Um total de 1.825 pessoas já perderam a vida para a doença no estado (média de 53 casos por dia e aumento de 369 novos óbitos em 7 dias, 54 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,7%. Do total de casos confirmados, o equivalente a 87% já é considerado curado (57.583) e 11% são casos ativos (7.065).

O sistema de saúde do RS tem tido um aumento significativo no número de ocupação dos leitos de UTI. Mesmo com a criação de 713 novos leitos de UTI (desde 13/5), hoje aproximadamente 75% destes leitos estão ocupados. As barras vermelhas sinalizam o aumento da utilização de leitos de UTI por casos confirmados de COVID-19. Para melhorar a visualização inseriu-se as linhas de tendência com a média móvel semanal.

A SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO RS:

Abaixo seguem 4 gráficos, considerando a incidência e a mortalidade para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes e os casos acumulados confirmados e de óbitos para os municípios da 3ª CRS. No total são 466 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (11 municípios a mais que na última sexta-feira). OBS.: Para estes e outros gráficos, acesse a aba “gráficos iterativos”.

 

 

PROJEÇÕES PARA O BR, RS E MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100.000 HABITANTES:

Abaixo seguem os gráficos do Brasil, RS e das cidades gaúchas que possuem mais de 100.000 habitantes.

São apresentadas projeções até o dia 6 de agosto. No modelo matemático SIR, foi considerada uma taxa média de reprodução R0 que variou de 1. a 1.5 (uma vez que a epidemia está mais agressiva em alguns locais) e um período de infecção de 5.2 dias. Os dados utilizados são por data de notificação e obtidos no site do Ministério da Saúde do Brasil e na Secretaria da Saúde do estado (SES RS). Devido a problemas operacionais, algumas cidades tem apresentado atraso na divulgação dos seus dados, acarretando divergência entre os dados divulgados pelas prefeituras e pelo SES RS.

Se a taxa de crescimento seguir como está, estima-se que até o dia 6 de agosto, o BR terá em torno de 2.900.000 infectados, que o RS terá em torno de 80.000 infectados e que Pelotas tenha mais de 1100 casos confirmados de COVID-19.

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.

Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz

* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 31.07 nas redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria da Saúde do RS, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Information is Beautiful e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.

Modelagem Matemática do COVID-19: Atualização de 24.07.2020

O contexto mundial e brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19.

O BRASIL DENTRO DO CENÁRIO MUNDIAL:

O Brasil se encontra no 132° dia da epidemia após o 100° caso e mantem o crescimento elevado.

No Brasil:

  • confirmados: 2.287.475 (↑ 275.324 em 7 dias)
  • óbitos: 84.082 (↑ 7.396 em 7 dias)
  • recuperados: 1.570.237 (↑ 273.909 em 7 dias)
  • casos ativos: 633.156 (↓ 5.979 em 7 dias)

No Mundo:

  • confirmados: 15.654.649 (↑ 1.651.180 em 7 dias)
  • óbitos:  636.479 (↑ 42.589 em 7 dias)
  • recuperados:  9.535.641 (↑ 1.213.409 em 7 dias)
  • casos ativos:  5.482.529 (↑ 395.195 em 7 dias)

Para analisar a evolução da epidemia de COVID-19 no mundo, são apresentadas curvas de casos confirmados e óbitos para os 20 países com os maiores números de casos confirmados. Na sequência são apresentados os gráficos mostrando como os números variaram nos últimos quinze dias e os gráficos de casos e óbitos acumulados. Nos gráficos de casos/óbitos acumulados, a trajetória de cada país começa no dia em que se teve o 1º caso/5º óbito confirmado, pois o surto de COVID-19 não começou ao mesmo tempo em todos os países, permitindo assim comparar a rapidez com que o número de casos/óbitos confirmados aumentou após o surto atingir um estágio semelhante em cada país.

Nos gráficos abaixo são apresentados a quantidade de novos casos diários versus o total de casos acumulados para infectados e óbitos. Neste tipo de gráfico, se a epidemia estiver apresentando um comportamento exponencial, a quantidade de novos casos aumenta proporcionalmente ao total, o que se reflete em uma reta ascendente. Já no caso de a velocidade da epidemia estar reduzindo, a curva começa a cair. A epidemia será considerada controlada quando a curva chegar em zero.

Observa-se que alguns países já conseguiram fazer com que sua curva fique descendente, conseguindo aparentemente controlar o surto (Itália, França, Espanha, Alemanha e Reino Unido) e diminuindo de forma aparente o número de casos diários nas últimas semanas. Nos demais países, a epidemia segue em expansão, passando por uma estabilização em valores altos, ou ainda com valores oscilando (Brasil, Irã, México, Estados Unidos, Colômbia, África do Sul, Rússia e Índia). Alguns países aparentemente estão iniciando a ter uma curva descendente, mas ainda precisa-se monitorar a situação para afirmar que conseguiram diminuir o contágio (como o Chile, por exemplo).

Os números gerais acumulados do Brasil são inferiores somente aos dos Estados Unidos em todas as categorias. A curva de casos confirmados no Brasil apresenta uma estabilização, embora seja em um valor alto, tendo nas últimas 2 semanas (9 a 23/7) em torno de 38.000 casos por dia. Já a curva com o número de óbitos segue estável, em um platô, a mais de mês, tendo em torno de 1000 óbitos por dia neste período. Tem-se uma letalidade aparente de 3,7% (proporção entre o número de óbitos por COVID-19 e o nº total de casos confirmados). Na última semana (16 a 23/7) o Brasil teve uma média de 39.332 infectados (2.707 casos a mais que na semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de 5%) e 1.056 óbitos por dia (16 a menos que na semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de 2%). Analisando os valores por 1 milhão da população, temos uma incidência 10.885 casos confirmados e mortalidade de 400.

Na tabela abaixo, são apresentadas as taxas de infecção e fatalidade no mundo, dando um panorama da epidemia. São apresentados os casos confirmados e a porcentagem que estes cresceram em 1 e 7 dias (confirmed cases, 1-day, 7-day), mortes (death), a porcentagem de casos que foram a óbito (% cases who have died), os casos por milhão da população (cases per million people), e óbitos por milhão (death per million people), para os 20 países que lideram cada categoria no dia de hoje. Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia são os países com o maior número de infectados, recuperados e ativos por COVID-19, respectivamente. Se analisarmos os casos por milhão da população, este ranking é de Chile, Estados Unidos, Peru e Brasil (manteve a posição). Analisando o número de mortes, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e México tem os maiores valores. Já nas mortes por milhão de habitantes, Bélgica, Reino Unido, Espanha e Itália seguem liderando os números, sendo que o Brasil segue em 10° (subiu 1 posição).  OBS.: Os valores numéricos podem variar entre as fontes e os horários consultados.

O RS DENTRO DO CENÁRIO BRASILEIRO:

Nas figuras abaixo pode-se visualizar os números de casos confirmados e óbitos em cada estado da federação, bem como os dados acumulados e por 100.000 habitantes. Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, CE, RJ e PA possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, AP, DF e AM e de mortalidade para CE, AM, RR e RJ. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/. OBS.: Para interagir com estes gráficos, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/.

Embora como um todo o Brasil esteja tendo uma estabilidade no número de óbitos desde o dia 23/05, o mesmo não acontece dentro dos seus estados. O Brasil, devido ao seu tamanho, enfrenta centenas de epidemias com seu curso próprio, onde temos algumas se encaminhando ao esgotamento e outras ainda acelerando. Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão subindo em:  PR, RS, SC, GO, MS, AP, RO, RR, TO e PB, estão em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em  MG, RJ, SP, DF, MT, AC, PA, BA, MA, PE, PI e SE, e estão em queda nos estados de AM, AL, CE e RN. Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/  .

A região Sul possui aproximadamente 30 milhões de habitantes. Dentre as 5 regiões do país é a que possui menos casos confirmados (valor acumulado de 179.127, 601 casos por 100.000 habitantes) e o menor número de óbitos por COVID-19 (valor acumulado de 3.813 óbitos, 13 casos por 100.000 habitantes).  OBS.: Para interagir com estes gráficos, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/.

Dentre os 3 estados da região Sul, o PR apresenta o maior número de óbitos por 100.000 habitantes, 13,5, seguido do RS com 12,8 e SC com 11,3. Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 869,3, no PR é de 542,3 e no RS é de 482 casos por 100.000 habitantes.

No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Dentre estes estados, a região Sul tem as trajetórias menos intensas conforme pode ser melhor visualizado no zoom da figura.

Na figura a seguir, acrescenta-se aos gráficos da evolução da epidemia no Brasil e no Rio Grande do Sul, para o número de infectados, de óbitos e de recuperados e ativos.

Na última semana, o RS teve em média 1.357 novos casos de COVID-19 por dia (entre 16 e 23/7), totalizando 54.841 casos confirmados (↑ 9.497 em 7 dias, 587 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 3,2% nos últimos 5 dias. Um total de 1.456 pessoas já perderam a vida para a doença no estado (média de 45 casos por dia e aumento de 315 novos óbitos em 7 dias, 44 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,7%. Do total de casos confirmados, o equivalente a 84% já é considerado curado (46.040) e 13% são casos ativos (7.345).

Com o aumento do número de casos confirmados e de suspeitos de COVID-19, o sistema de saúde do RS tem acompanhado um aumento no número de ocupação dos leitos de UTI. Hoje aproximadamente 76% destes leitos estão ocupados. Atualmente, temos 2.370 leitos de UTI no estado, com um aumento de 90 leitos em relação à última sexta-feira (aumento de 661 leitos desde o dia 13/5). As barras vermelhas sinalizam o aumento da utilização de leitos de UTI por casos confirmados de COVID-19. Para melhorar a visualização inseriu-se as linhas de tendência com a média móvel semanal.

A SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO RS:

Abaixo seguem 4 gráficos, considerando os casos acumulados confirmados e de óbitos para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes e para os municípios da 3ª CRS. No total são 455 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (14 municípios a mais que na última sexta-feira). OBS.: Para interagir com estes gráficos, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/.

PROJEÇÕES PARA O BR, RS E MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100.000 HABITANTES:

Abaixo seguem os gráficos do Brasil, RS e de 19 cidades gaúchas que possuem mais de 100.000 habitantes. São apresentadas projeções até o dia 30 de julho. No modelo matemático SIR, foi considerada uma taxa média de reprodução R0 que variou de 1. a 1.5 (uma vez que a epidemia está mais agressiva em alguns locais) e um período de infecção de 5.2 dias. Os dados utilizados são por data de notificação e obtidos no site do Ministério da Saúde do Brasil e na Secretaria da Saúde do estado (SES RS). Devido a problemas operacionais, algumas cidades tem apresentado atraso na divulgação dos seus dados, acarretando divergência entre os dados divulgados pelas prefeituras e pelo SES RS.

Se a taxa de crescimento seguir como está, estima-se que até o dia 30 de julho, o BR terá em torno de 2.500.000 infectados, que o RS terá em torno de 60.000 infectados e que Pelotas tenha em torno de 850 casos confirmados de COVID-19.

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.

Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz

* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 24.07 nas redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria da Saúde do RS, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Our World in Data e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.

Simulações da trajetória da nuvem de gafanhotos: uma estimativa até o dia 25/7

Desde o último sábado, 18/7, pesquisadores do GDISPEN tem apresentado simulações e estimativas da trajetória da nuvem de gafanhotos que está na divisa da Argentina com o Uruguai. Na página do laboratório são encontrados os detalhes sobre o modelo utilizado e sobre o enxame (https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/).

Até o momento são 3 nuvens de gafanhotos localizadas na América do Sul, sendo 2 na Argentina e 1 no Paraguai (https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2020/07/21/terceira-nuvem-de-gafanhotos-e-localizada-no-norte-da-argentina.ghtml).

  • primeira nuvem, acompanhada por esta pesquisa, foi localizada em maio, vinda do Paraguai para a Argentina. O fenômeno chamou a atenção de produtores brasileiros a partir da segunda quinzena de junho, quando passou a existir um risco real da entrada dos insetos no Brasil. Esta nuvem se encontra atualmente no interior do município de Federación, divisa da Argentina com o Uruguai;
  • Uma segunda nuvem de gafanhotos foi localizada no Paraguai em 16/7 e se encontra atualmente em General Güemes, na Província Del Chaco, Argentina. Segundo o SENASA, esta nuvem está fazendo uma trajetória parecida com a que a primeira nuvem realizou. Passaremos a acompanhar esta nuvem;
  • terceira nuvem foi localizada pelo governo da Argentina nesta terça-feira, 21/7. Existem poucas informações sobre este enxame.

O modelo WRF foi utilizado para fazer a previsão dos campos de vento, inicializada no dia 21/7 as 12UTC até o dia 25/07 as 12UTC (no horário local, as 9h da manhã do dia 21/7 até as 9h da manhã do dia 25/7). Lembrando que os deslocamentos da nuvem são determinados em 80% dos casos pela direção do vento e, que temperaturas acima de 20°C favorecem o voo dos insetos. São apresentados em conjunto os campos de temperatura em 850hPa e a 2m.  Com previsão de chuva e de temperaturas mais baixas entre a sexta-feira e o sábado, a probabilidade de a nuvem se movimentar diminuirá. A animação contendo os campos de vento e as temperaturas para os dias em questão seguem abaixo. (Para visualizar a animação clique nas figuras)

NUVEM 1:

  • Comparação da localização atual da nuvem e dos cenários projetados para terça-feira, 21/7

Na publicação do dia 20/7, foram propostos 2 cenários para as possíveis trajetórias dos insetos. Segundo o SENASA, a nuvem se movimentou, saindo da vizinhança de San José de Feliciano, província de Entre Ríos na Argentina e se dirigiu ao interior do município de Federación na divisa com o Uruguai (está a 17 km da fronteira com o Uruguai).  O município de Federación fica a 86 km, em linha reta, de Barra do Quaraí no RS. Assim, confirmou-se o segundo cenário em que se estimou que a nuvem viajaria aproximadamente 80 km.

  • Estimativa da trajetória da nuvem 1 até sábado, 25/7

É apresentada na sequência uma estimativa da trajetória do enxame, partindo da cidade de Federación. São utilizados os dados da previsão dos campos de vento do modelo WRF, inicializada no dia 21/7 às 12UTC. Esta espécie pode viajar até 150 Km/dia, mas nos últimos dias apresentou um deslocamento que variou aproximadamente entre 40 e 80 km/dia. Apresenta-se a estimativa de 2 possíveis trajetórias: num primeiro cenário, supõe-se que a nuvem viaje 40 km/dia; num segundo cenário, 80 km/dia. As trajetórias completas são descritas na figura a seguir – Cenário 1: círculos vermelhos (aproximadamente 40 km/dia); Cenário 2: círculos azuis (aproximadamente 80 km/dia). Se algum destes cenários se confirmar, a nuvem não atingirá a divisa com o RS.

Na sequência, os possíveis cenários são apresentados separadamente em animações.

Cenário 1: Nuvem se desloca 40 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Se a previsão do cenário 1 se confirmar, no sábado 25/7, estima-se que a nuvem fique entre a região das cidades de Biassini Celeste e El Eucaliptus, no Uruguai, em torno de 145 km (em linha reta) da cidade de Artigas e em torno de 170km (em linha reta) de Rivera, divisa com o RS.

Cenário 2: Nuvem se desloca 80 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Se a previsão do cenário 2 se confirmar, no sábado 25/7, estima-se que a nuvem poderá atingir a região próxima à cidade de Curtina, no Uruguai. A região fica a aproximadamente 135 km (em linha reta) da cidade de Rivera e 185 km (em linha reta) da cidade de Aceguá, no RS.

Para uma melhor visualização, abaixo segue em separado o trajeto esperado para esta quarta-feira, 22/7,  supondo que o enxame parta de Federación e viaje 40 ou 80 km por dia. O campo de vento e a temperatura previstas também são apresentadas.

Se o cenário 1 se confirmar, estima-se que nesta quarta-feira a nuvem atinja o Uruguai, cidade de San Antonio. Se o cenário 2 se confirmar, estima-se que a nuvem se aproxime de Laureles no Uruguai.

 

NUVEM 2:

É apresentada na sequência uma estimativa da trajetória do enxame da nuvem 2, que se encontra atualmente em General Güemes, na Província Del Chaco, território argentino, e a aproximadamente 600 km (em linha reta) da fronteira brasileira. São utilizados os dados da previsão dos campos de vento do modelo WRF, inicializada no dia 21/7 às 12UTC. Apresenta-se a estimativa de 2 possíveis trajetórias: num primeiro cenário, supõe-se que a nuvem viaje 40 km/dia; num segundo cenário, 80 km/dia. As trajetórias completas são descritas na figura a seguir – Cenário 1: círculos vermelhos (aproximadamente 40 km/dia); Cenário 2: círculos azuis (aproximadamente 80 km/dia).

Na sequência, os possíveis cenários são apresentados separadamente em animações. Entre sexta-feira e sábado, temos um giro do vento no sentido anti-horário, fazendo com que a nuvem acompanhe a mudança. Devido a isto, estima-se que a nuvem 2 siga dentro da Província Del Chaco.

Cenário 1: Nuvem se desloca 40 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Cenário 2: Nuvem se desloca 80 km/dia (Para visualizar a animação clique na figura)

Novas estimativas serão apresentadas sempre que uma nova localização do enxame for divulgada pelo SENASA.

É importante lembrar que estas simulações advêm de um modelo matemático, e como tal é uma aproximação da realidade, e, portanto, possui erros inerentes. Além disso, a trajetória pode ser alterada de acordo com mudanças devidas ao deslocamento da espécie, além de mudanças climatológicas como chuva e frio.

Este estudo tem objetivo puramente acadêmico e científico, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem.

Os pesquisadores do GDISPEN envolvidos nesta pesquisa são os doutores Fernanda Tumelero, Viliam Cardoso da Silveira, Guilherme Jahnecke Weymar, Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves, Igor da Cunha Furtado, Alexandre Sacco Athayde e Luciana Rossato Piovesan.