Arquivos de abril 2021

Estimativa para os óbitos por COVID-19 até 1º de julho de 2021 a partir das projeções do IHME

Neste mês de abril, o Brasil deve passar pelo período mais crítico da pandemia até aqui. As medidas tomadas até agora ainda não foram suficientes para evitar essa onda de contaminação que o País enfrenta. O aumento dos casos de óbitos atinge patamares alarmantes, situação agravada pela perspectiva de iminente falta de insumos hospitalares para o tratamento. Além disso, a possibilidade de surgimento de novas variantes, ainda mais infecciosas e mortais, preocupa o mundo inteiro. E o Brasil tornou-se o centro de tudo isso.

Esse panorama atual ainda pode ficar mais grave. Isso é o que mostra a projeção realizada nos Estados Unidos pelo Instituto de Métricas e Saúde (IHME), da Universidade de Washington, divulgada no início desse mês. Nessas projeções foram montados três cenários com base na mobilidade, uso de máscaras e vacinação. O primeiro cenário, aqui chamado de Cenário 1, considera que 95% da população use máscaras e que a oferta e o ritmo de vacinação sejam maiores que os atuais. A projeção nesse Cenário 1, feita pelo IHME, é que até o dia primeiro de Julho o Brasil tenha contabilizado 507,7 mil óbitos por Covid-19. Para o segundo cenário, Cenário 2, que é o mais provável, o IHME estima que serão registrados 562,8 mil óbitos. Neste cenário a distribuição de vacina é ampliada ao longo de 90 dias e as variantes continuam a se espalhar. No terceiro cenário, Cenário 3, o Instituto projeta a pior situação de registro de óbitos para o Brasil: 597,7 mil mortes, considerando que aqueles que são vacinados voltem a ter mobilidade pré pandemia.

Nessa publicação, usando as projeções do IHME (https://covid19.healthdata.org/brazil?view=total-deaths&tab=trend ),  os pesquisadores do Grupo de Dispersão de Poluentes e Engenharia Nuclear da UFPel (GDISPEN) estimam o número de óbitos para o Rio Grande do Sul (RS) e para a cidade de Pelotas. Para isso foram usados os dados de mortalidade do RS e de Pelotas, e a mortalidade do Brasil  para estabelecer um fator de proporção para as estimativas. A Figura abaixo apresenta essas projeções até o dia 1º de julho de 2021.

A epidemia ainda não acabou. Evite sair de casa sem necessidade e ao sair, use máscara de proteção e passe álcool gel nas mãos. Se proteja. Proteja a sua família!

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem.

Responsáveis: Daniela Buske, Glênio Aguiar Gonçalves, Régis Sperotto de Quadros

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz

Pelotas atinge a marca de 500 óbitos por COVID-19

Os pesquisadores do GDISPEN apresentam um resumo da situação atual da pandemia de COVID-19 na cidade de Pelotas/RS, usando como base os dados divulgados diariamente pela Prefeitura Municipal nas suas redes sociais e no site oficial.

A cidade de Pelotas registrou o primeiro caso de COVID-19 no dia 25/03/2020 e o primeiro óbito no dia 20/06/2020.  Abaixo pode-se ver o tempo que levou para atingirmos os 500 óbitos na data de 31/03/2021.

  • 20/06/2020 – óbito 1
  • 10/09/2020 – 101 óbitos – 83 dias após o óbito 1
  • 09/12/2020 – 204 óbitos – 90 dias após o 100º óbito
  • 10/01/2021 – 301 óbitos – 32 dias após 0 200º óbito
  • 09/03/2021 – 401 óbitos – 58 dias após o 300º óbito
  • 31/03/2021 – 500 óbitos – 22 dias após o 400º óbito

Na mesma data em que Pelotas atinge 500 óbitos, o número acumulado de casos confirmados chegou a 28.210 casos da doença (um aumento de mais de 5.500 casos no período de 1 mês).  Na média, de 01 a 31/03, a cidade registrou 180 casos/dia e 3,9 óbitos/dia.

A incidência atual é de 8.239 casos e a mortalidade é de 146 óbitos por 100.000 habitantes, com uma taxa de letalidade aparente de 1,77%. Além disso, em 31/03, Pelotas possuía 25.262 pessoas recuperadas (89,5%) e 2.448 casos ativos (8,7%).

Passado 1 ano do 1º caso de COVID-19 confirmado em Pelotas, mesmo com sucessivos aumentos de leitos, bem como medidas tomadas pelos governantes, vivemos um dos piores momentos da pandemia. A ocupação dos leitos de UTI e enfermaria, exclusivos COVID, é total a algumas semanas.

Abaixo seguem os gráficos de óbitos diários, óbitos por semana epidemiológica, óbitos por mês e ocupação dos leitos de UTI e enfermaria para Pelotas*.

*O comitê interno para acompanhamento da evolução da pandemia da COVID19 da UFPel, em nota do dia 24/03/2021 , apresentou um infográfico para ajudar a população na interpretação dos gráficos de internações e óbitos (https://ccs2.ufpel.edu.br/wp/wp-content/uploads/2021/03/Nota-comite_apendice_24.03.21.pdf ).

Abaixo segue o gráfico da projeção de casos até o dia 15/04 para a cidade de Pelotas. Se a taxa de crescimento seguir como está (Rt = 0,93), estima-se que até o dia 15/04, Pelotas tenha aproximadamente 29.700 infectados por COVID-19.

 

A epidemia não acabou. Evite sair de casa sem necessidade e ao sair, use máscara de proteção e passe álcool gel nas mãos. Se proteja. Proteja a sua família!

 

 

 

 

Os gráficos diários com a evolução da pandemia em Pelotas podem ser acompanhados no site do GDISPEN através do link https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/covid-19-graficos-com-relacao-ao-rs/covid-19-pelotas/

ou acessando o QR code ao lado.

 

 

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem.

Responsáveis: Daniela Buske, Glênio Aguiar Gonçalves, Régis Sperotto de Quadros

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz