Os principais vencedores do 50º Festival de Cinema de Gramado

Completando sua 50ª edição, o Festival de Cinema de Gramado traz uma cerimônia de muitos prestígios, e tem como principal vencedor o filme “Noites Alienígenas”.

Por Felipe Boettge e Jaime Lucas Mattos

Neste ano, concluindo 50 anos de história, o Festival de Cinema de Gramado foi realizado de 11 a 20 de agosto. Ao longo de 10 dias de evento, o festival foi mais uma vez o palco da apresentação e apreciação de diferentes narrativas, que têm origem não só no estado, mas também no resto do país e países estrangeiros.

Iniciado em 1973, o festival acompanhou as mais diversas fases do cinema nacional e se tornou, com o passar dos anos, um lugar para o debate e encontro de entusiastas, profissionais e pesquisadores.

Fachada do evento com réplica do prêmio do festival, o Kikito / Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto

Dessa forma, o festival ano a ano dá holofote a filmes gaúchos, brasileiros e latino-americanos, premiando os mais importantes na cerimônia de entrega do Kikito, o prêmio do festival. Além dele, o Oscarito é a principal homenagem para atores e atrizes. A honraria, que é concedida desde 1990, nesta edição foi destinada a Marcos Palmeira. Estrela da telenovela “Pantanal” e com uma grande carreira no cinema, teatro e televisão, o ator já havia ganhado o Kikito em 1988 por “Dedé Mamata” e foi o grande homenageado deste ano.

O Festival de Cinema de Gramado traz em sua composição o destaque a diversos filmes, e justamente por haver essa diversidade é difícil definir quais são os melhores. A professora dos cursos de cinema da UFPel, Ivonete Medianeira Pinto, que foi júri da crítica pela segunda vez nesta edição, contou ao Em Pauta: “este ano foi especial, pois os filmes eram muito bons e foi difícil escolher o melhor longa brasileiro, melhor filme estrangeiro e melhor curta brasileiro”.

Em seu 50º ano, o principal filme da noite, que levou quatro estatuetas do Kikito, foi “Noites Alienígenas”. O filme acreano, dirigido por Sérgio de Carvalho, é uma adaptação do livro de mesmo nome e aborda os impactos das ações das facções criminosas na Amazônia, com a lente do realismo fantástico. A produção recebeu os prêmios de melhor filme, melhor ator, melhor atriz coadjuvante e melhor ator coadjuvante.

Equipe de “Noites Alienígenas” com seus prêmios no palco / Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

Dentre os longas gaúchos os destaques foram para “5 Casas” e “Casa Vazia”. Filme dirigido por Bruno Gularte Barreto, o documentário “5 Casas” deu vida à história pessoal do diretor, mostrando cinco casas com cinco narrativas interligadas, e levou os prêmios de melhor longa gaúcho, melhor direção e melhor montagem. No entanto, “Casa Vazia” também foi destaque ao levar cinco estatuetas, sendo elas: melhor ator, melhor roteiro, melhor fotografia, melhor trilha musical e melhor desenho de som. O filme tem uma linguagem híbrida entre documentário e ficção e mostra a vida de um peão desempregado no pampa e a violência rural em consequência da industrialização agrícola.

Nas categorias de filmes estrangeiros, o uruguaio “9” levou a melhor. Dirigido por Martín Barrenechea e Nicolás Branca, o filme aborda a desumanização do jogador de futebol e a problematização do conceito de sucesso. O filme levou o Kikito de melhor filme estrangeiro, além de também ganhar melhor ator, pela performance do protagonista Enzo Vogrincinc.

Em ordem, Nicolás Branca, Enzo Vogrincinc e Martín Barrenechea / Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

Além dos tradicionais prêmios, uma nova mostra competitiva foi criada, para premiar o melhor documentário em longa-metragem, que teve como vencedor o filme “Um Par Pra Chamar de Meu”, da documentarista Kelly Cristina Spinelli. O filme discute a solidão, sexualidade e privilégio entre as mulheres da terceira idade, através dos relatos da mãe de Spinelli e outras quatro mulheres.

Para ver a lista completa de vencedores dos prêmios do 50º Festival de Cinema de Gramado, acesse o site do festival. E, para além dos vencedores, confira também a participação de alunos e professores da UFPel no festival.

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