Museu Histórico Farroupilha: há 60 anos preservando a história do Rio Grande do Sul

Por Douglas Rafael Antunes Ortiz Duarte

Construído em 1819 e tombado em 1953, o prédio que abrigou o Ministério da Guerra da República Rio-grandense mantém viva a memória farroupilha.

 

Foto: divulgação (http://www.cultura.rs.gov.br)

Foto: divulgação (http://www.cultura.rs.gov.br)

Quando Manuel Gonçalves Meirelles, tio do então jovem Bento Gonçalves (que  começava a ganhar fama na segunda campanha Cisplatina), mandou erguer o imponente solar na Vila de Piratini, no ano 1819, não imaginava a importância que o prédio alcançaria na história da mais longa revolução do Brasil. Quase 200 anos após ser construído, e ao completar 60 anos de sua inauguração, o MHF (Museu Histórico Farroupilha) mantém-se firme em sua missão de preservar a memória e cultura do Rio Grande do Sul.

Construído para abrigar a residência da família no andar superior e um comércio no inferior, o prédio situado na esquina entre a antigas Rua do Bom Fim (atual rua Coronel Manuel Pedroso)  e Rua Clara (atual rua Bento Gonçalves da Silva), destacava-se tanto em beleza quanto em robustez. Erguido no ponto mais alto do perímetro urbano, oferecia uma visibilidade de dar inveja até mesmo aos padres que controlavam o perímetro do alto das torres da igreja Matriz. Tal característica, em tempos de frequentes guerras era um diferencial. O que veio a comprovar-se no ano de 1836, quando foi escolhido para sediar o Ministério da Guerra, da recém criada República Rio-grandense. Por lá passariam quase todos os planos revolucionários, além dos mais proeminentes líderes, como o próprio General Bento Gonçalves, David Canabarro, Antônio de Souza Neto, Giuseppe Garibaldi, entre tantos outros.

A construção permaneceu em evidência durante todo o conflito, assim como a própria cidade, que ostenta orgulhosa, até os dias de hoje, o título de primeira Capital Farroupilha. Mas se o período revolucionário foi de esplendor, após o término da guerra e a rendição do exército farrapo, a cidade afunda-se no declínio imposto pelo exército imperial em retaliação aos rebeldes.

O prédio só volta a ser objeto de atenção em 1953, quando o então governador Ernesto Dorneles, através do decreto 3.853, tomba o local e cria o Museu Histórico Farroupilha, com a missão de preservar a cultura gaúcha e a história da Revolução Farroupilha e de Bento Gonçalves. O museu só viria a ser inaugurado no ano seguinte, no dia 11 de fevereiro.

De lá para cá, passou por duas reformas no acervo e uma grande restauração em sua estrutura, que começou em 2010 e durou cerca de um ano. O acervo atual conta com mais de 600 peças catalogadas. Entre os objetos de maior destaque estão o quadro retratando o período em que o General Bento Gonçalves esteve preso, uma pintura retratando a fuga da rebelde Anita Garibaldi, as condecorações de Bento Gonçalves, assim como a urna onde foram depositados os votos que o elegeram, em 1836, presidente da República Rio-grandense

O MHF fica aberto à visitação de terça à sexta-feira, das 09h até 11h30 e das 15h30 até 17h00, e nos sábados, domingos e feriados, das 14h30 às 17h00. O Museu tem uma média de 300 visitas por mês. No ano de 2013, o número de visitantes chegou aos 5683, sem contar as pessoas que passaram por suas dependências e não deixaram o nome nos registros. Em setembro, período em que recebe o maior público, em virtude da comemoração da Semana Farroupilha, o número de visitações chegou a mais de 1600.

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