Infantolatria: crianças como o centro do universo
Por: Lunara Duarte
É fato que a maioria dos pais almeja o melhor para os seus filhos. Entretanto, sob essa justificativa, muitos tendem a tratá-los como se fossem o centro do universo. Inúmeros estudos têm constatado que o narcisismo das crianças está intimamente ligado à infantolatria dos pais. Estes, crentes de que estão apenas expressando amor pelos rebentos, apenas estão colaborando para que os mesmos sintam-se superiores aos demais.
De acordo com um estudo da Ohio State University, dos Estados Unidos, o excesso de “mimos” na infância pode repercutir negativamente na vida adulta, pois o indivíduo, desde a mais tenra idade, assimilou ser merecedor de direitos especiais. Os pesquisadores constaram também que as crianças criadas em um atmosfera de cordialidade parental simples são mais propensas a desenvolver autoestima, mas não narcisismo. Nesse caso, o ideal é ser um pai afetuoso, mas sem colocar o filho em um pedestal.
Para chegarem a esses resultados, os estudiosos avaliaram 565 crianças de 11 anos, todas moradoras de bairros de classe média da Holanda. Pais e filhos responderam a uma série de questões avaliativas em relação aos níveis de narcisismo e autoestima das crianças, assim como a idolatria dos pais com os pequenos.
Constatou-se que as declarações de como o filho é mais especial que o resto das crianças configuram as expressões que mais indicam sobrevalorização dos filhos. Quando isso ocorria com frequência, as crianças ficavam verdadeiramente convencidas da sua própria importância e superioridade.
Para elucidar: o termo narcisismo é empregado para caracterizar uma personalidade que busca atenção constantemente e que se acha superior aos demais. Quando essas pessoas sentem-se humilhadas, podem reagir de forma agressiva ou até mesmo demonstrar violência. Não é raro que desenvolvam metas irrealizáveis e tirem vantagem das pessoas.
É evidente que os pais devem assegurar a integridade física, emocional e psíquica de seus filhos. O perigo está no excesso de bajulação em torno das crianças, como se elas fossem seres superiores. É fundamental ensiná-los a viver em sociedade.