O menino pensativo
junto à água da Penha
mira o futuro
em que se refletirá na água da Penha
este instante imaturo.
Seu olhar parado é pleno
de coisas que passam
antes de passar
e ressuscitam
no tempo duplo da exumação.
O que ele vê
vai existir na medida
em que nada existe de tocável
e por isso se chama
absoluto.
Viver é saudade
prévia.
Menino antigo (Boitempo II)