Por João Victor Rodrigues (*)

Não é nenhuma novidade a alta nos preços de produtos e serviços que vem atingindo a população brasileira. Para usarmos como exemplo, entre os anos de 2017 e 2022, o Real perdeu 31,32% do seu poder de compra. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de difusão da inflação chegou no mês de abril a 78,7%. Na prática, 8 em cada 10 itens ficaram mais caros.

Vale destacar que os principais itens que sofrem com as altas são também os mais consumidos pela população: alimentos, gás de cozinha, aluguel e eletricidade. É justo dizer que a economia do nosso país sofreu com os impactos causados pela pandemia da Covid-19 e se agravou com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Porém, é justo também dizer que o grande causador nesta queda no poder aquisitivo da população foi o próprio governo e sua equipe econômica.

Ao longo do ano a equipe econômica se isentou da culpa na alta de preços a transferindo para governadores, algo que se tornou comum nos tempos da pandemia da Covid-19.

A realidade é que a equipe de Paulo Guedes perdeu força nos últimos meses, a famosa carta branca concedida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) não está mais na mesa. Agora, em ano de eleição, o ministro da Economia se tornou apenas um cabo eleitoral do Presidente que segue utilizando da máquina pública para tentar recuperar apoio dos eleitores. Um bom exemplo desta tentativa é o aumento no valor das parcelado do programa Auxílio Brasil para R$ 600, que seria uma ótima medida se ela não fosse limitada até dezembro de 2022.

As medidas de controle econômico, como a taxa de inflação, perderam importância para o governo, que nos últimos meses estiveram preocupados com outros números: os das pesquisas eleitorais.

Mesmo com as previsões de que o ano de 2022 se encerrará com melhora na economia, ainda abaixo dos índices anteriores à pandemia, a equipe de Paulo Guedes não tem motivos para comemorar, já que essas melhoras estão longe de chegar em quem realmente interessa: a população brasileira que ainda encontra preços astronômicos nos mercados.

(*) João Victor Rodrigues é bolsista do projeto de extensão Superávit Caseiro e acadêmico do curso de Jornalismo da UFPEL.