IPCA chega a 11,30% no acumulado após subir 1,62% no mês

Por Superávit Caseiro

O Brasil do governo Jair Bolsonaro conseguiu bater um recorde econômico negativo: a maior taxa de inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês em 28 anos. O principal motivo foi o grande aumento no preço dos combustíveis que fazem com que outros preços, como o dos alimentos, também subam. O índice foi divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O recorde anterior para o mês era de 1994, ainda antes da implantação do plano Real. Ou seja, o avanço do IPCA é o mais intenso para o mês de março desde que o Brasil adotou o Real como moeda oficial. Além disso, o resultado fica bem acima das expectativas do mercado financeiro. Analistas da agência Bloomberg projetavam até então uma taxa de 1,35%. Com os novos dados, a inflação chega a 11,30% no acumulado de 12 meses até março. Nesse quesito, essa é a maior taxa desde outubro de 2003, quando chegou a 13,98%.

Em relação aos grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito dos nove tiveram altas nos preços em março. O maior índice e a maior variação ocorreram no setor de transportes. Nesse caso, a variação foi de 3,02%. Depois, aparece o grupo de alimentação e bebidas. Desta forma, grupos básicos para a sobrevivência dos brasileiros seguem aumentando de preço enquanto os reajustes salariais não acompanham os mesmos índices, reduzindo cada vez mais o poder de compra da população.

Em declaração dada ao jornal Folha de S.Paulo, o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, explicou que os efeitos dos combustíveis não ficam restritos às bombas dos postos. Segundo ele, os avanços de itens como o diesel aumentam os custos de fretes, pressionando itens como alimentos. “Foi uma alta disseminada nos preços. Vários alimentos sofreram uma pressão inflacionária”, afirmou Kislanov ao jornal.