Egressos do Curso de Mestrado Acadêmico em Entomologia

Curso de Mestrado Acadêmico em funcionamento de 2013 à 2022, encerrando seu funcionamento após a fusão do PPG Entomologia e do PPG Biologia Animal, ambos da UFPel.


TURMA – INGRESSO 2020/01

Mayara Guelamann da Cunha Espinelli Greco

  • Orientador: Prof. Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientador: Dr. Juliano de Bastos Pazini
  • Título da dissertação: Eficiência de produtos alternativos no controle do gorgulho-do-milho Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) em laboratório
  • Resumo: A espécie Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 (Coleoptera: Curculionidae), geralmente atinge status de praga em grãos armazenados. A maioria dos estudos relativos ao controle desse inseto contempla o uso de inseticidas, os quais podem causar agravos à saúde humana, de animais domésticos e ao ambiente. Dessa forma, estudos que visem buscar alternativas de baixo impacto ambiental e de nenhum impacto a saúde humana são necessários. Assim, o presente trabalho visa conhecer o efeito de sais imidazólicos (C18MImCl, C16MImMeS e C16MImCl), nas concentrações de 0g, 0,01g, 0,02g, 0,04g, 0,1g e 0,2g/20g de grãos de milho e de diferentes pós (pó de basalto, pó de gesso e terra de diatomácea) nas concentrações de 0,025g, 0,05g, 0,1g e 0,2g/20g de grãos de milho no controle do gorgulho S. zeamais, sob condições de laboratório. Para este fim, dois experimentos foram realizados no Laboratório de Ecologia de Insetos da Universidade Federal de Pelotas, em delineamento inteiramente casualizado. O primeiro experimento consistiu no uso de diferentes pós em diferentes concentrações, sendo composto por 13 tratamentos e quatro repetições. E o segundo experimento consistiu no uso dos sais imidazólicos também em diferentes concentrações, compondo 16 tratamentos com quatro repetições de cada. Avaliou-se estatisticamente sua mortalidade, através da eficiência de controle (EC%), curvas de sobrevida e tempo letal mediano (TL50). Esse estudo resultou que no experimento com diferentes pós, a terra de diatomácea possuiu destaque, porém o pó de gesso e o pó de basalto nas concentrações de 0,1g e 0,2g/20g chegaram à mortalidade de 100% ao final do período de avaliação, não diferindo estatisticamente dos tratamentos com terra de diatomácea. E no experimento com sais imidazólicos foi possível observar que todas as três formulações possuem potencial inseticida a partir de 0,01g/20g, podendo ser observado maior mortalidade conforme maior concentração e tempo de exposição, com destaque para a formulação C16MImCl, a qual possuiu maior mortalidade em menor tempo de exposição.
  • Palavras-chave: Controle alternativo; milho; pó de gesso, sais imidazólicos.
  • Download (PDF)

Viviane dos Santos Simplício

  • Orientador: Prof. Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientadora: Drª. Luiza Cristiane Fialho Zazycki
  • Título da dissertação: Avaliação de iscas tóxicas no controle de Gryllus (Gryllus)
    assimilis (ORTHOPTERA: GRYLLIDAE) em laboratório
  • Resumo: Gryllus assimilis (Fabricius, 1775) (Orthoptera: Gryllidae) é uma espécie de grilo primeiramente descrita na Jamaica, e com ampla distribuição na região Neotropical. Em plantios de eucalipto seus danos econômicos são recorrentes ao corte de folhas, mastigação de ramos e anelamento de coleto. Os tipos de controle utilizados para grilos são obsoletos e dependentes da existência de novas pesquisas voltadas a sua biologia e aspectos comportamentais. O objetivo do trabalho foi avaliar diferentes formulações de iscas tóxicas produzidas com terra de diatomáceas, óleo de nim, iscas formicidas e o produto comercial Metarril (Metarhizium anisopliae). Ao avaliar o efeito do óleo de nim na alimentação, observou-se redução na alimentação dos grilos nas maiores concentrações. De forma oposta ao óleo de nim, a presença de diferentes dosagens de terra de diatomáceas junto a farinha de milho não influenciou na alimentação dos grilos durante todo o experimento. Quanto a mortalidade, o uso do óleo de nim mostrou-se um método de baixa eficiência. Altas dosagens de terra de diatomáceas demonstraram maior eficiência na mortalidade dos grilos, ao contrário do produto Metarril, o qual com menores concentrações ocasionou maior mortalidade. Quanto ao consumo das iscas formicidas, as três iscas testadas foram atrativas, mas em relação a mortalidade, as iscas fipronil+sulfuramida apresentaram menor tempo letal após o consumo pelos grilos. Apesar de serem necessários mais estudos voltados ao controle de grilos com iscas formicidas, esse método se mostra promissor, em razão das iscas já serem utilizadas em plantios florestais, uma vez que, é o principal método de controle de formigas cortadeiras. Esse trabalho contribui de forma pioneira para que outros trabalhos com essa linha de pesquisa tenham maior embasamento para iniciar estudos com a espécie G. assimilis e seu controle com métodos menos nocivos ao ambiente e inimigos naturais, seja para área florestal ou agrícola.
  • Palavras-chave: Fungos entomopatogênicos; iscas formicidas; Metarhizium anisopliae; óleo de nim; terra de Diatomáceas.
  • Download (PDF)

TURMA – INGRESSO 2019/01

Camila Furtado Dalmorra Barcelos

  • Orientador: Dr. Marco Silva Gottschalk
  • Título da dissertação: Espécies brasileiras do gênero Scaptomyza (Diptera: Drosophilidae):
    novas espécies e registros de ocorrência
  • Resumo: O gênero Scaptomyza Hardy, 1849 tem registros de ocorrência de cinco espécies no Brasil, o que quando comparado a outros gêneros relacionados da família se mostra um número baixo e com forte indício de apresentar dados sub-explorados. O estudo de grupos negligenciados vem se tornando uma forte iniciativa por parte dos drosofilistas, com a intenção de ampliar o conhecimento acerca da família e sobre a relação entre as espécies. O presente estudo utilizou dados morfológicos para a identificação de espécies nativas e invasoras do gênero Scaptomyza que foram coletadas em diferentes biomas brasileiros. Destaca-se os registros das espécies S. flava (Fallén, 1823) e S. pallida (Zetterstedt, 1847), a primeira com potencial de assumir o status de praga de hortaliças, sendo o primeiro registro de ambas no território brasileiro. Ainda, utilizando a morfologia como ferramenta para identificação e descrição de espécies, foram descritas quatro novas espécies para o território brasileiro, ampliando os registros de ocorrência do gênero para 11 espécies no Brasil. A proposição e delimitação das novas espécies é apoiada na descrição da morfologia externa e das genitálias masculina e feminina, em comparação com outras espécies Neotropicais do gênero, e de gêneros filogeneticamente próximos. Sugere-se a utilização de duas novas metodologias de coleta não comumente utilizadas por drosofilistas para o grupo (pan traps coloridas e armadilhas Malaise), baseado no sucesso obtido utilizando essas armadilhas, já que o número de espécies coletadas para este trabalho é maior do que o já registrado para o Brasil anteriormente.
  • Palavras-chave: Espécies invasoras; morfologia; sistemática; taxonomia.
  • Download (PDF)

Juliana de Souza Chagas

  • Orientador: Dr. Marco Antonio Tonus Marinho
  • Coorientador: Dr. Cristiano Agra Iserhard
  • Título da dissertação: Revisão do conhecimento sobre diversidade e evolução de esfingídeos (Lepidoptera: Sphingidae), incluindo registros de ocorrência e mapas de distribuição para as espécies do Brasil.
  • Resumo: Devido sua grande capacidade de voo e sua longa probóscide, as mariposas da família Sphingidae são polinizadoras fundamentais, prestando serviços ambientais importantes e oferecendo subsídios para estudos ecológicos. Em virtude de suas características excepcionais, os esfingídeos são objetos de estudo em linhas que incluem interações planta-esfingídeo, biogeografia, genética, morfologia, avaliações de biodiversidade, qualidade de habitat, controle ambiental, dentre outros. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi desenvolver (i) uma revisão bibliográfica do estado da arte do conhecimento relativo à diversidade e evolução de Sphingidae; (ii) a compilação dos dados de registro de ocorrência dos esfingídeos do Brasil; e (iii) a elaboração de mapas de distribuição para as espécies da fauna Brasileira. Para a revisão, foram consultados bancos de referências com foco em Sphingidae, e para a os dados de distribuição e ocorrência da família, foram compilados dados disponíveis em trabalhos publicados, sites de bases de dados e coleções entomológicas. Com base na revisão bibliográfica, optou-se por dar enfoque maior aos assuntos referentes à evolução do formato e tamanho das asas, alongamento da probóscide e a interação dessas mariposas com as plantas polinizadas. Como principal conclusão, temos que a evolução da morfologia dos esfingídeos foi em grande parte relacionada ao seu hábito de alimentação flutuante, considerando-se também questões relativas ao gasto energético associado, diferente de espécies de mariposas de outras famílias. Além disso, essas mariposas coevoluíram com as plantas, formando relações muitas vezes específicas e interdependentes. Com relação ao levantamento da fauna brasileira foram encontrados registros de 208 espécies de esfingídeos, divididas em 32 gêneros. A partir desses dados, foram elaborados 82 mapas de distribuição da família, com seus pontos de ocorrência pelo país contextualizados nos biomas. Das espécies listadas, 129 ocorrem na Mata Atlântica, sendo este o bioma com o maior número de espécies e também de possíveis endemismos (26 espécies). Para a Amazônia, foram encontradas 109 espécies, seguida do Cerrado, com 54, Caatinga, com 22, e o Pampa, com 21 espécies. Para o Pantanal, não foram encontrados registros de ocorrência exatos, embora existam espécies com distribuição conhecida que contemplam áreas desse bioma. Os resultados demonstram a vasta esfingofauna existente no Brasil, e a alta riqueza e abundância de esfingídeos ocorrentes nas regiões de Mata Atlântica e Amazônia. Os trabalhos sobre a distribuição e as interações ecológicas dos esfingídeos ainda são escassos, ressaltando a importância de que mais pesquisas sobre essa família sejam necessárias para que tenhamos melhor entendimento sobre a evolução e distribuição destas mariposas nas regiões neotropicais.
  • Palavras-chave: Esfingofauna; interações planta-polinizador; mariposas; coevolução.
  • Download (PDF)

Marcelo Roberto Zakseski

  • Orientador: Dr. Daniel Bernardi
  • Coorientadora: Drª. Ana Paula Schneid Afonso da Rosa
  • Título da dissertação: Efeitos letais e subletais de SfMNPV (Spodoptera frugiperda múltiplos nucleopoliedrovírus) sobre a lagarta do cartucho em soja Bt e não Bt
  • Resumo: O Brasil atualmente é o maior produtor de soja (Glycine max (L.) Merril) do mundo. No entanto, nos últimos anos vem sofrendo com o ataque da lagarta Spodoptera frugiperda (J.E. Smith), considerada a principal praga da cultura do milho (Zea mays L.). Na cultura da soja, esse fato justifica-se principalmente em função da baixa suscetibilidade da praga a proteína Cry1Ac expressa na soja Bt e também a evolução da resistência a diferentes inseticidas sintéticos. A adoção do nucleopolyhedrovirus (SfMNPV – Baculoviridae: Alphabaculovirus) para o manejo da espécie pode ser uma alternativa para a utilização na cultura da soja. Frente a isso, objetivou-se avaliar em condições de laboratório os efeitos letais e subletais de SfMNPV em neonatas de S. frugiperda em soja Bt que expressa a proteína Cry1Ac e soja não Bt (isolina). Após a pulverização com diferentes concentrações de SfMNPV em plantas cultivadas em casa de vegetação, foram avaliados os seguintes parâmetros biológicos: sobrevivência aos dez dias de idade, duração do período de larva até pupa, peso larval e pupal, fecundidade e fertilidade. Ademais, foi calculado a tabela de vida de fertilidade. Os resultados indicaram que neonatas de S. frugiperda não sobreviveram após a infecção em soja Bt e não Bt pulverizada com a dose recomendada de campo de SfMNPV (7.50 × 109 corpos de oclusão/mL (OBs) de SfMNPV). Em contraste, neonatas de S. frugiperda infectadas com as concentrações mais baixas de SfMNPV [(7,50 × 108 OBs/mL – 10% da dose de campo, 1,88 × 109 OBs /mL – 25% da dose de campo e 3,75 × 109 OBs/mL – 50% da dose de campo)] em soja Bt e não Bt conseguiram completar o ciclo biológico até a fase adulta. Entretanto, lagartas sobreviventes em soja Bt e não Bt quando infectadas com as concentrações de 25% e 50% da dose de campo apresentaram maior tempo de desenvolvimento (larva até pupa), menor peso larval e pupal, além de reduções na fecundidade e fertilidade. Os efeitos subletais na fase larval afetaram negativamente os parâmetros da tabela de vida de fertilidade com uma menor taxa de reprodutiva e um menor crescimento populacional da espécie em soja Bt e não Bt. Os resultados encontrados no presente trabalho revelaram que, além da mortalidade, o bioinseticida contendo SfMNPV também causa toxicidades subletais significativas em neonatas de S. frugiperda, o que demonstra um efeito sinérgico entre SfMNPV e soja Bt que expressa a proteína Cry1Ac. Quando utilizado de concentrações recomendadas pelo fabricante, concluiu-se que o uso do vírus SfMNPV se mostrou uma alternativa promissora no manejo de neonatas de S. frugiperda, sendo oportuna a sua utilização em programas de manejo integrado de pragas.
  • Palavras-chave: Baculovírus; Controle biológico; MIP; Proteína Cry1AC; Tabela de fertilidade de vida.
  • Download (PDF)

Monayra Sirlane da Silva Batista

  • Orientador: Dr. Marco Silva Gottschalk
  • Coorientador: Dr. Cristiano Agra Iserhard
  • Título da dissertação: Borboletas frugívoras como bioindicadoras frente ao impacto da mineração em Unidade de Conservação na Amazônia Brasileira.
  • Resumo: Os impactos ambientais que a mineração causa em unidades de conservação (UC) ainda é um tema pouco explorado no campo científico. Mesmo assim, já é reconhecido que praticamente toda atividade de mineração provoca impactos ambientais, tanto de forma direta, como com a supressão da vegetação local, quanto de forma indireta, através de substâncias que podem intoxicar a biota e corpos hídricos do entorno. Esses impactos afetam diferentes grupos de organismos e podem variar em intensidade e tipo. Um dos táxons que mais rapidamente responde aos impactos antrópicos é Insecta. Uma vez que centenas de UC brasileiras possuem alguma porção de seu território sobrepostas por processos minerários ativos, esta dissertação aborda o tema a fim de estimular a reflexão e analisar o alcance destes impactos nestas áreas em meio ao cenário produzido pelas atividades do setor minerário. Desta forma, nosso objetivo foi verificar como as assembleias de borboletas frugívoras respondem a perturbações causadas pela atividade de mineração através do estudo de seu efeito de borda na Floresta Nacional do Tapirapé Aquiri (Estado do Pará, Brasil). O acompanhamento de áreas no entorno da mina Salobo foi realizado em transecções de 1700 metros de comprimento a partir da borda da floresta, e demonstrou que a comunidade de borboletas local apresenta padrões de diversidade distintos ao longo do gradiente espacial estudado. O efeito de borda promoveu uma distinção da composição de espécies, um aumento na dominância, uma diminuição da riqueza de espécies e na abundância. Esse efeito foi observado em todo o gradiente, mas de forma mais acentuada até 100 metros no interior da Mata. A tribo Satyrini foi a mais abundante na amostragem e apresentou correlação positiva entre sua abundância e a distância da borda da vegetação, assim como a tribo Haeterini, que também apresentou valores de indicação elevados para distâncias maiores que 300m, servindo como eficazes indicadores de vegetação conservada.
  • Palavras-chave: Biodiversidade; Borboletas; Mineração; Unidade de Conservação; Amazônia.
  • Download (PDF)

William de Togni

  • Orientador: Dr. Rodrigo Ferreira Krüger
  • Título da dissertação: Efeitos da densidade e instares larvais na interação entre Hydrotaea
    albuquerquei (Lopes) (Muscidae: Azeliinae) e Musca domestica Linneaus (Muscidae: Muscinae)
  • Resumo: A predação intraguilda é uma interação ecológica onde a espécie predadora pode optar por se alimentar da presa ou competir com ela por recursos compartilhados. Esta interação é relatada para imaturos de várias famílias de moscas sarcosaprófagas, ocorrendo entre espécies de muscídeos do gênero Hydrotaea sobre outras, inclusas as de Musca. Estas moscas possuem ampla variação de hábitos alimentares, sendo os principais macro-organismos colonizadores de cadáveres encontrados no interior de edifícios e também em esterco animal, juntamente com califorídeos e sarcofagídeos. A predação intraguilda é considerada um comportamento facultativo dentre estas espécies, cuja intensidade pode ser dependente da idade (ínstar larval), densidade populacional e disponibilidade de alimento. As investigações envolvendo a predação de espécies de Hydrotaea sobre Musca e concentram na aplicação do controle biológico na criação animal, considerando basicamente a mortalidade das presas. Neste estudo confrontamos larvas de diferentes ínstares e densidades de Hydrotaea albuquerquei e Musca domestica e estimamos através de modelos estatísticos os efeitos sobre a sobrevivência, resposta funcional e taxa de desenvolvimento de ambas as espécies em condições de laboratório. Os resultados demonstraram que a sobrevivência e o desenvolvimento pupal de ambas as espécies são sensíveis às variáveis testadas, mesmo com relativa abundância de alimento. Os resultados são discutidos à luz da teoria ecológica sobre predação intraguilda, apontando como as trocas de energia, preferência de presas e mecanismos de fuga podem governar a predação e a competição e indicando as implicações e direções para os estudos em entomologia forense e controle biológico.
  • Palavras-chave: Predação intraguilda; competição interespecífica; controle biológico; entomologia forense; resposta funcional.
  • Download (PDF)

TURMA – INGRESSO 2018/01

Laura Viana Vargas

  • Orientador: Dr. Marco Antonio Tonus Marinho
  • Título da dissertação: Contribuições ao conhecimento biogeográfico de Mesembrinellidae e estudo faunístico de Calliphoridae e Mesembrinellidae (Diptera: Oestroidea) no sul do Brasil.
  • Resumo: Calliphoridae e Mesembrinellidae (Diptera: Oestroidea) são famílias de dípteros caliptrados. Os califorídeos têm distribuição mundial e importância para a entomologia forense e medicina veterinária, pois suas larvas possuem hábito saprófago ou ectoparasítico de mamíferos. Já os mesembrinelídeos distribuem-se exclusivamente na Região Neotropical, apresentando potencial para uso como bioindicadores, ocorrendo quase exclusivamente em áreas florestais. O conhecimento da fauna destas famílias no Rio Grande do Sul é ainda incipiente, assim como são poucos os estudos sobre os padrões biogeográficos para estes grupos na região Neotropical, em especial para Mesembrinellidae. Neste contexto, a primeira parte desde trabalho teve como objetivo realizar um estudo da fauna destas famílias em duas localidades do Rio Grande do Sul, uma no Horto Botânico Irmão Teodoro Luis, localizado no município de Capão do Leão, e outra na Floresta Nacional (FLONA) de São Francisco de Paula. Foram realizadas coletas utilizando quatro armadilhas Van Someren-Rydon iscadas com fígado bovino ou de galinha. No Horto Botânico, as coletas foram realizadas mensalmente, com exposição das armadilhas por sete dias, durante um ano (08/2018 a 08/2019). Na FLONA, a coleta realizada foi de caráter pontual, no período de 13/04 a 03/05/2019 (21 dias). No Horto Botânico, foram coletados 604 indivíduos, sendo a espécie mais abundante Lucia eximia (57,3%), seguida por Chrysomya albiceps (21,0%). Na FLONA, foram coletados 243 indivíduos, sendo a espécie mais abundante L. eximia (71,2%), seguida por Hemilucilia semidiaphana (18,5%). Indivíduos de Mesembrinellidae foram coletados apenas na FLONA. No Horto Botânico, observou-se a variação temporal no perfil das espécies, sendo que a maior riqueza foi encontrada no outono e primavera. A segunda parte do trabalho objetivou realizar uma análise biogeográfica para Mesembrinellidae. Para tanto, dados de ocorrência das 53 espécies viventes conhecidas da família foram compilados a partir da literatura e de material disponível no Laboratório de Genética e Evolução de Insetos (LEGIN), do IB/UFPel. Os dados de ocorrência foram utilizados na elaboração de mapas de distribuição e incorporados às análises biogeográficas conduzidas com o software BioGeoBEARS, utilizando os modelos DEC, DIVA-like e BAYAREA. Para as análises, foi utilizada uma árvore filogenética com estimativa de tempos de divergência extraída de uma análise ainda não publicada das relações filgenéticas em Oestroidea, conduzida com o software BEAST. Os resultados das análises mostram que Mesembrinellidae originou-se há ~38 milhões de anos atrás, sendo que a linhagem ancestral da família parece ter se estabelecido e diversificado inicialmente na porção noroeste da América do Sul, associada à Floresta Amazônica e à Cordilheira dos Andes. A colonização de áreas mais periféricas da região Neotropical, como a América Central e a Mata Atlântica, ocorreu mais recentemente, coincidindo, respectivamente, com os períodos de formação do Istmo do Panamá e da existência de interconexões históricas entre a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica.
  • Palavras-chave: Levantamento de fauna; Horto Botânico Irmão Teodoro Luis; FLONA São Francisco de Paula; Biogeografia; Região Neotropical; moscas varejeiras.
  • Download (PDF)

Márcio Soares Ferreira

  • Orientador: Dr. Marco Silva Gottschalk
  • Título da dissertação: Caracterização da assembleia de Drosophila (Diptera: Drosophilidae)
    em áreas de produção de pequenos frutos no Rio Grande do Sul, Brasil
  • Resumo: Drosophilidae (Diptera) pode servir de modelo em estudos nas áreas de genética, evolução, ecologia entre outros, além de apresentar espécies de importância econômica. Esses insetos apresentam uma grande distribuição mundial, com muitas espécies na região Neotropical. Além disso, os estudos de taxonomia contribuem para a compreensão da fauna de drosofilídeos na região. Há carência de estudos que identifiquem esse grupo de insetos em áreas rurais, antropizadas e/ou associadas a cultivos de frutos. Nesse sentido, o presente estudo foi importante para responder questões sobre a dinâmica populacional de drosofilídeos em três áreas com cultivos de frutos pequenos, próximas ou não de áreas de mata em localidades no sul do Rio Grande do Sul. A identificação dos insetos foi feita baseada na análise da morfologia externa e da terminália masculina. Foram identificados 4221 indivíduos, sendo desse total 3119 atribuídos a 41 espécies do gênero Drosophila, e outros 1102 indivíduos identificados a nível de grupo. As espécies D. simulans, D. hydei, D. mercatorum e D. suzukii foram as mais abundantes. Das três localidades, a Cascatinha apresentou a maior riqueza, provavelmente em função da diversidade de cultivos presentes na área. A estação com maior abundância foi o outono, e o mês com a maior abundância foi maio. Possivelmente o declínio da abundância das espécies na primavera esteja relacionado a ocorrência do período de floração e frutificação da maioria dos cultivos amostrados, não havendo frutos suficientes e com isso menos recursos. Podemos concluir que áreas de cultivo de pequenos frutos apresentam um grande potencial para estudos de levantamento de espécies e para a compreensão ecológica do gênero Drosophila.
  • Palavras-chave: mosca do vinagre; pequenos frutos; armadilhas; assembleias.
  • Download (PDF)

Sérgio da Costa Dias

  • Orientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientadora: Drª. Andressa Lima de Brida
  • Título da dissertação: Potencial de nematoides entomopatogênicos no controle de Drosophila suzukii e compatibilidade com inseticidas
  • Resumo: Drosophila suzukii (Diptera: Drosophilidae) foi recentemente registrada no Brasil e constitui uma ameaça à fruticultura, principalmente para as pequenas frutas. No contexto de busca de medidas para o controle de D. suzukii, o objetivo do trabalho foi avaliar a patogenicidade e virulência de nematoides entomopatogênicos a pupas de D. suzukii, a viabilidade e infectividade de nematoides entomopatogênicos combinados com inseticidas em pupas de D. suzukii e o efeito da associação de inseticida e nematoides entomopatogênicos em pupas e na longevidade dos adultos. Foi avaliada a patogenicidade e virulência de Steinernema brazilense IBCBn 24, Steinernema carpocapsae IBCBn 02, Heterorhabditis bacteriophora HB e Heterorhabditis amazonensis IBCBn 24 nas concentrações de 0 (testemunha), 200, 400, 600, 800, 1000, 1800, 3600 e 5400 juvenis infectantes a pupas de D. suzukii. Em seguida foi avaliada a viabilidade e infectividade de nematoides entomopatogênicos com inseticidas químicos. Para tal, foram utilizados 10 tipos de inseticidas (abamectina, acetamiprida, thiamethoxam, malationa, fosmete, deltametrina, espinetoram, azadiractina, novalurom e lambda-cialotrina), formulados na concentração recomendada pelo fabricante. A viabilidade dos nematoides entomopatogênicos foi avaliada 48 horas após a exposição ao produto e, para tanto, pequenas alíquotas foram retiradas da suspensão, sendo observadas 100 juvenis infectantes de cada repetição em microscópio para determinar a mortalidade. Para verificar a infectividade, os nematoides entomopatogênicos foram lavados com água destilada e uma alíquota de 0,2 mL foi pipetada em 10 pupas de D. suzukiiindividualizadas em copos plásticos. A fim de avaliar o efeito de associação de isolados de nematoides entomopatogênicos e inseticidas no controle de D. suzukii, foram utilizados os nematoides H. bacteriophora HB e H. amazonensis IBCBn 24 associadas aos inseticidas espinetoram, malationa, azadiractina, fosmete e novalurom na dosagem 1/4 e, após seis dias foi feita a avaliação. Os nematoides do gênero Heterorhabditis foram mais eficientes causando mortalidade máxima de 80,0% para H. bacteriophora HB na concentração de 5400 juvenis infectantes/mL e 86,25% para H. amazonesis IBCBn 24 na concentração de 1800 juvenis/mL, também houve alta virulência. As menores concentrações letais de juvenis foram obtidas em pupas, com H. bacteriophora HB (CL50) com 771,63 juvenis infectantes/mL e H. amazonesisIBCBn 24 (CL50) com 1115,49 juvenis/mL. Apenas os inseticidas espinetoram, malationa, abamectina, azadiractina e lambda-cialotrina afetaram a viabilidade do isolado S. carpocapsaeIBCBn 02. A redução da infecção após contato com inseticidas foi inferior a 30% para todos nematoides, sendo que lambda-cialotrina foi o inseticida que mais reduziu a infectividade diminuindo em 20%, 24% 10% e 20% para H. bacteriophora HB, H. amazonensis IBCBn 24, S. carpocapsae IBCBn 02 e S. brazilense IBCBn 24, respectivamente. Quando associado os dois métodos de controle observou-se uma ação sinérgica, exceto para o inseticida novalurom que afetou negativamente a ação de nematoides entomopatogênicos.
  • Palavras-chave: Controle Biológico; Patogenicidade; Virulência.
  • Download (PDF)

TURMA – INGRESSO 2017/01

Éricmar Avila dos Santos

  • Orientador: Dr. Moisés João Zotti
  • Coorientador: Dr. Guy Smagghe (Ghent University, Bélgica)
  • Título da dissertação: Prospecção de vírus de RNA para o desenvolvimento de vetor de silenciamento em Euschistus heros (Hemiptera: Pentatomidae)
  • Resumo: O percevejo marrom, Euschistus heros (F.) (Hemiptera: Pentatomidae), é uma importante espécie de inseto-praga fitófago por causar perdas econômicas consideráveis na cultura da soja. Devido ao súbito aumento na importância econômica desta praga, existem limitadas opções de manejo disponíveis para os produtores. Por esse motivo, existe uma forte dependência do uso de inseticidas de amplo espectro, não seletivos e altamente tóxicos, que podem persistir no meio ambiente e afetar organismos não-alvo. Dessa forma, é fundamental o desenvolvimento de novas ferramentas que sejam eficientes na proteção dos cultivos e que causem menor impacto ambiental. Nesse sentido, a técnica de RNA interferente (RNAi) apresenta potencial para o desenvolvimento de novas estratégias no manejo de insetos. Existem diversas formas de aplicação do RNAi para o manejo de insetos, por vias transformativas ou não-transformativas. Dentre as estratégias não-transformativas, se encontra o silenciamento gênico induzido por vírus (VIGS). Essa estratégia consiste no uso de um vírus geneticamente modificado para induzir o silenciamento de um gene alvo após a infectar um inseto-hospedeiro. Para que seja possível desenvolver soluções baseadas em VIGS, é necessário realizar a identificação, caracterização molecular, caracterização biológica e construção de um clone infeccioso de uma espécie de vírus capaz de infectar e se replicar no inseto-alvo. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é identificar e caracterizar um vírus de RNA em E. heros com potencial utilização na construção de um vetor de VIGS. Dessa forma, foi realizado o sequenciamento do transcriptoma de E. heros e posterior montagem e identificação dos transcritos virais. O genoma viral com maior número de transcritos por milhão foi selecionado para a realização da caracterização molecular, identificação de sua distribuição nas regiões produtivas do Brasil e para a construção de um clone infeccioso possibilitando estudos mais aprofundados de sua biologia e posterior desenvolvimento de um vetor de VIGS. Foram identificadas 5 espécies de vírus, entre estes, o Halyomorpha halysvírus (HhV) (Picornavirales, Iflaviridae) que representou 99,9% da contagem total de transcritos virais identificados, portanto foi selecionado para as etapas seguintes. O HhV é um vírus de +ssRNA com aproximadamente 9kb de comprimento, composto por 5 ‘UTR, uma ORF de poliproteína e um 3’UTR contendo uma cauda poli A. O estudo de sua distribuição indica que existe um padrão de ocorrência ou de diferença de carga viral entre as populações de E. heros do sul e das regiões centro-oeste e sudeste do Brasil. Foi possível amplificar o genoma do vírus HhV em 4 fragmentos, dentre estes, os últimos três foram efetivamente clonados em plasmídeos. Os resultados obtidos indicam que o HhV apresenta potencial para o desenvolvimento de um vetor de VIGS em E. heros, no entanto, são necessários mais experimentos para elucidar sua distribuição, amplitude de hospedeiros e para construir um clone infeccioso, que será a base necessária para caracterizar a biologia do vírus e para desenvolver um vetor VIGS em E. heros.
  • Palavras-chave: Percevejo-marrom, Iflaviridae, distribuição espacial, RNAi, VIGS.
  • Download (PDF)

Fernanda Carla Santos Geisler

  • Orientador: Dr. Daniel Bernardi
  • Coorientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Título da dissertação: Potencial de extratos à base de acetogeninas e Bacillus sp. no manejo de Zaprionus indianus (Gupta, 1970) (Diptera: Drosophilidae)
  • Resumo: Zaprionus indianus (Gupta, 1970), destaca-se por causar grandes danos a produção de frutos de figo roxo (Ficus carica). Os danos relacionados são causados pelas fêmeas, durante o amadurecimento do fruto mediante a oviposição na região ostiolar. Após a eclosão das larvas, as mesmas penetram para o interior dos frutos, tornando-os impróprios. Para a cultura da figueira, não há registros de produtos químicos ou biológicos para o manejo da mosca-do-figo. Assim, objetivou-se avaliar as toxicidades letais, subletais e deterrência a oviposição de bioinseticidas à base de acetogenina de espécies de Annona (Annona mucosa Jacq., Annona muricata L. e Annona sylvatica A. St.-Hil) (concentração discriminatória de 2.000 mg. L-1) sobre Z. indianuscomparado com inseticida comercial de origem natural [limonóides derivados de Azadirachta indica (Azamax™ 1,2 g/L – 3,6 mL de ingrediente ativo (i.a) mL por litro)] e um inseticida sintético a base de espinosina (Spinetoram – Delegate™ 250 WG – 7,5 mg i.a. L-1)., verificar a toxicidade de isolados bacterianos Bacillus thuringiensis var. oswaldocruzi (Bto), Bacillus thuringiensis var. israelensis (Bti), Bacillus kurstaki (Btk) e Bacillus circulans (Bc) oswaldocruzi(Bto) e Bacillus circulans (Bc) quando em misturas com atrativos alimentares, suco de uva 50%, melaço de cana de açucar 7% e proteína hidrolisada 7%, sobre adultos de Z. indianus e a toxicidade do isolado Bto sobre os parasitoides Trichopria anastrephae Lima, 1940 e Pachycrepoideus vindemmiae (Rondani, 1875) em bioensaios de ingestão. A. mucosa ocasionou mortalidade superior a 95% em bioensaio de ingestão e aplicação tópica, equivalendo-se ao inseticida sintético espinoteram. Em bioensaio de repelência, A. mucosa, Azamax™ 1,2 EC e Delegate™ 250 WG proporcionaram redução significativa (83, 88 e 95%, respectivamente) na quantidade de ovos por fruto artificial. Assim como, juntamente com os extratos A. sylvatica, A. muricata e Azamax™ resultaram em uma redução de 50% na viabilidade dos ovos. No campo, A. mucosa e Azamax™ 1,2 EC influenciaram negativamente a infestação de Z. indianus em frutos de figo, proporcionando uma redução significativa no número de larvas/fruto (3,6 e 2,3 larvas/fruto, respectivamente) em relação ao tratamento controle (somente água) (11 larvas/fruto), porém, foram estatisticamente inferiores ao inseticida Delegate™ 250 WG (0,71 larvas/fruto). Em bioensaio de ingestão, adultos de Z. indianus apresentaram elevada suscetibilidade aos isolados de Bt quando em mistura (formulação) com os atrativos suco de uva 50%, melaço de cana-de-açúcar 7% e proteína hidrolisada 7%, contudo, somente o isolado Bto independente do atractivo ocasionou 100% de mortalidade, 72 Horas Após a Exposição (HAE). Na utilização das concentrações letais (CLs90) do isolado Bto com os atrativos alimentares, houve uma redução significativa na fecundidade total (entre 40 a 50%) e na viabilidade dos ovos (entre de 35 a 57%) de fêmeas de Z. indianus que se alimentaram das formulações contendo Bto + atrativos alimentares em bioensaio de ingestão. Entretanto, o isolado Bto representou baixa toxicidade sobre adultos de T. anastrephae e P. vindemmiae (mortalidade < 20%). Conclui-se que A. mucosa, A. indica (Azamax™ 1,2 EC) e spinetoram (Delegate™ 250 WG), e os isolados Bti, Bto, Btk e Bc em formulações com os atrativos alimentares suco de uva 50%, melaço de cana-de-açúcar 7% e proteína hidrolisada 7% demonstraram ser alternativas promissoras para o manejo de Z. indianus.
  • Palavras-chave: mosca do figo; inimigo natural; controle biológico; manejo de praga, manejo sustentável de pragas.
  • Download (PDF)

Indyra Faria de Carvalho

  • Orientadora: Drª. Ana Paula Schneid Afonso da Rosa
  • Coorientador: Dr. Moisés João Zotti
  • Título da dissertação: Influência da “ponte verde” na atividade enzimática e eficiência de controle em populações de Spodoptera frugiperda
  • Resumo: A lagarta do cartucho do milho, Spodoptera frugiperda é uma espécie polífaga que pode se alimentar de mais de 80 espécies de plantas, incluindo culturas de importância econômica e social, como o milho, algodão e arroz. Apesar de ser uma praga amplamente estudada, é de difícil controle, o que se deve principalmente à complexidade genética da espécie. S. frugiperda possui biótipos, com elevado poder de dispersão e alto poder adaptativo a diversos hospedeiros em estádios fenológicos variados, o que favorece o movimento e sobrevivência dessa praga durante todo o ano, causando o efeito de “ponte verde”. Portanto, é importante selecionar racionalmente plantas hospedeiras adequadas que possam minimizar o efeito da “ponte verde” em resposta à variabilidade genética da espécie. Entender esses caracteres bioecológicos como uma unidade, pode ajudar a prever diferentes respostas fisiológicas e comportamentais do inseto que podem favorecer os programas de MIP, especialmente no que diz respeito à indução / inibição de enzimas de detoxicação, que é um dos principais mecanismos de metabolização de xenobióticos, também envolvido na detoxificação de inseticidas. Diante do exposto, a fim de investigar estratégias de manejo proativo, este estudo teve como objetivo avaliar i) a atividade de enzimas de desintoxicação e ii) a suscetibilidade a inseticidas químicos de populações de S. frugiperda de diferentes agroecossistemas em cultivos de verão e inverno simulando o efeito de “ponte verde”. Para a avaliação da eficiência de inseticidas a mortalidade em cada tratamento foi corrigida em relação a testemunha pela fórmula de Abbot (1925), o efeito sinérgico com inseticidas foi avaliado utilizando-se os inibidores DEF e DEM. A atividade de ambas enzimas foi significativamente maior na população Pelotas, do que na população Cascavel. A eficiência dos inseticidas na população Pelotas, foi constante sob o efeito da “ponte verde” testada, no entanto, a população Cascavel aumentou significativamente a eficiência de controle após passar pelo cultivo de inverno (aveia). O uso de sinérgicos não foi efetivo na população Cascavel, mas foi na população Pelotas. As diferenças encontradas podem ser decorrentes do custo adaptativo, do desenvolvimento da resistência em relação ao alimento e aos inseticidas, da intensidade da pressão de seleção e até mesmo do biótipo, portanto o efeito da “ponte verde”, surge como um somatório de variáveis bióticas e abióticas em que a população está inserida.
  • Palavras-chave: lagarta do cartucho; manejo; hospedeiro; “ponte verde”; populações.
  • Download (PDF)

José Junior dos Santos

  • Orientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientadora: Drª. Andressa Lima de Brida
  • Título da dissertação: Avaliação do potencial de nematoides entomopatogênicos a Drosophila suzukii (Diptera: Drosophilidae).
  • Resumo: Drosophila suzukii (Matsumura, 1931) representa uma das principais pragas associadas a produção de frutas pequenas no Brasil. É conhecida popularmente por sua preferência a frutos de tegumento frágil e causa grandes prejuízos na fruticultura. O uso de agentes biológicos se mostra muito promissor no controle do inseto, dessa forma o objetivo do trabalho foi avaliar o potencial de nematoides entomopatogênicos em diferentes concentrações e temperaturas sobre a mortalidade de pupas de D. suzukii, e os efeitos na longevidade de adultos. Os bioensaios foram divididos em 3 etapas, teste de patogenicidade de Steinernema rarum PAM 25 e Steinernema glaseri 1J, na concentração de 1000 juvenis infectantes (JIs), inoculados em 5 pupas de D. suzukii (MATSUMURA 1931) com aproximadamente 48 horas de idade, o experimento foi constituído por recipientes de plásticos (200 mL) contendo 50g de areia seca e autoclavada com 5% de umidade, acondicionadas em BODs a 25ºC, 80% UR, fotoperiodo de 12 horas. No segundo bioensaio avaliamos a influência da concentração e temperatura na mortalidade de D. suzukii. O experimento foi conduzido com seis tratamentos (1500, 2000, 2500, 3000 e 4000) com 10 repetições nas temperaturas de 14, 22 e 25 ºC. No terceiro bioensaio avaliamos a influência da presença no isolado e sua patogenicidade no tempo de vida do adulto. Para este experimento usamos a concentração com maior índice de mortalidade de cada temperatura sendo, 14ºC 4000 JIs/mL, 22ºC 1500 JIs/mL, 25ºC 2000 JIs/mL. Para ambos os experimentos, o controle foi constituído com as mesmas configurações, porém, sem nematoide. As avaliações foram realizadas diariamente no decorrer de sete dias após a inoculação. Os adultos infectados com S. rarum PAM 25 apresentaram longevidade em médias de 5,18 dias a 14ºC, 6,26 dias a 22 ºC e 6,79 dias a 25ºC dias. Houve diferença significativa entre o grupo controle em todas as temperaturas, porém não há diferença se comparadas entre elas.
  • Palavras-chave: NEPs; Controle biológico; Mosca-das-asas-manchadas.
  • Download (PDF)

Marcela Gómez Marcos Pédra

  • Orientador: Dr. Rodrigo Ferreira Krüger
  • Título da dissertação: Efeito da carbonização de carcaças suínas no tempo de decomposição, na atratividade e diversidade de dipteros de importância forense.
  • Resumo: Várias técnicas podem auxiliar na avaliação do intervalo pós-morte (IPM) e na determinação da possível causa mortis, um exemplo é o estudo das diferentes fases de decomposição de um cadáver. Estas fases podem ser influenciadas por fatores abióticos (temperatura, umidade e precipitação), injúrias no corpo, por fatores fisiológicos e metabólicos do próprio organismo e pelo modo como se deu a morte, como por exemplo carbonização. A Entomologia Forense, através da entomofauna cadavérica pode auxiliar na estimativa do IPM e determinar a possível causa mortis. O objetivo deste trabalho foi investigar a duração dos estágios de decomposição, bem como a frequência, abundância e atratividade de dipteros associados a carcaças carbonizadas em dois níveis diferentes de carbonização, comparados a carcaças que não foram carbonizadas. As carcaças foram expostas em uma área rural de campo aberto e as fases de decomposição foram registradas diariamente em imagens e diários de campo. Insetos adultos foram coletados diariamente em todas as carcaças utilizando redes entomológicas e identificados em laboratório. Posturas, larvas e pupas também foram coletadas diariamente, levadas para laboratório para serem criados até a emergência dos adultos e posterior identificação. Todas as carcaças passaram pelos cinco estágios de decomposição, porem as carcaças carbonizadas tiveram menos tempo nas fases fresco e decomposição ativa. A atratividade exercida tanto pelas carcaças queimadas quanto pelas não queimadas foi mais significante nas espécies Chrysomya albiceps, Lucilia eximia e Musca domestica. Chrysomya albiceps foi a espécie mais abundante em todos os tratamentos. A sucessão entomológica foi diferente nos tratamentos queimados e não queimados com relação a abundância de espécies e semelhante quanto a diversidade das espécies, concluindo que a carbonização não influencia diretamente na atratividade de dípteros.
  • Palavras-chave: carcaças carbonizadas; estágios de decomposição; intervalo pós-morte (IPM); entomologia forense.
  • Download (PDF)

Riuler Corrêa Acosta

  • Orientador: Prof. Dr. Edison Zefa
  • Título da dissertação: Comportamento de acasalamento, repertório acústico e a influência do som de corte no sucesso reprodutivo de duas espécies de grilos Phalangopsidae (Orthoptera, Grylloidea).
  • Resumo: O comportamento de acasalamento dos grilos inclui diferentes canais de comunicação, como antenação, vibração do substrato, e a produção de som pelos machos. As fêmeas, por sua vez, escolhem os machos pelas informações obtidas durante o chamado e corte. Diante dessa perspectiva, tanto a comunicação acústica quanto o comportamento de acasalamento dos grilos carregam forte valor adaptativo, e estudar esses processos possibilita levantar questões práticas e teóricas sobre os comportamentos relacionados aos processos de seleção sexual. O objetivo do trabalho foi descrever o comportamento de acasalamento e o repertório acústico de duas espécies de grilos Phalangopsidae (Orthoptera, Ensifera), e testar a influência do som de corte no sucesso reprodutivo dos machos. Os grilos Adelosgryllus rubricephalus Mesa & Zefa, 2004 foram coletados no Parque Nacional do Iguaçu, Paraná-PR e Endecous (Notendecous) onthophagus(Berg, 1891) no túnel de trem abandonado na Colônia Maciel, Pelotas- RS. Os grilos foram mantidos em terrários, com fotofase e escotofase durando 12h cada, umidade relativa de 50%, temperatura de 21ºC±1, e alimentados com ração para peixes. Os indivíduos utilizados nos encontros foram mantidos individualmente até a fase adulta, e os encontros foram realizados em arenas de vidro, com fundo de areia. O comportamento de acasalamento de E. onthophagusapresenta duas fases distintas durante o cortejo, sendo a de pré-eversão e a de pós-eversão, separadas pelo momento da eversão do espermatóforo. Na primeira ocorre antenação e estridulação, e a segunda é marcada por eversão e recolhimento do espermatóforo, bem como antenação e estridulação. A espécie possui três sons no repertório, o de chamado, corte e agressividade. Suas frequências variam de acordo com a interação, indicando especificidade. O som de chamado apresenta 4,4±0,4 (4,3–4,4) kHz de frequência dominante; o som de corte 5,0±0,2 (4,5–5,4) kHz de frequência dominante, não apresentando diferenças entre os momentos de pré e pós-eversão; e o de agressividade que varia de acordo com o nível de hierarquia, com machos dominantes obtendo: 5±0,3 (4,6–6,1) kHz de frequência dominante, e subordinados com 5,6±0,5 (4,9–6,6) kHz de frequência dominante. O som de corte de E. onthophagus se mostra necessário para que o macho tenha sucesso em copular, considerando que machos com as tégminas amputadas tiveram um menor número de cópulas quando comparado com machos que emitiam sons. Em A. rubricephalus o som se mostra indiferente para a cópula, visto que machos que não emitiram sons tiveram a mesma porcentagem de cópulas que machos que produziram sons e com playback. O som de corte de A. rubricephalus apresenta funções de atração a curta distância, demonstrando que as fêmeas seguem em direção ao som de corte quando emitido em playback a curtas distâncias.
  • Palavras-chave: inseto; etologia; bioacústica; agressividade; fonotaxia
  • Download (PDF)

TURMA – INGRESSO 2016/01

Jéssica Avila de Abreu

  • Orientadora: Drª. Ana Paula Schneid Afonso da Rosa
  • Coorientadora: Drª. Simone Martins Mendes
  • Título da dissertação: Desempenho biológico de noctuídeos em cultivos de inverno no ambiente de terras baixas do Sul do Rio Grande do Sul.
  • Resumo: Os sistemas de rotação de culturas contribuem para maior sustentabilidade dos sistemas produtivos. Esse sistema de produção apesar de lucrativo, muitas vezes tem gerado como consequência o aumento na ocorrência de insetos-praga. As plantas utilizadas em cobertura ou em rotação, podem se tornar hospedeiras alternativas para insetos-praga de cultivos de verão, originando o fenômeno conhecido como “ponte verde”. A sucessão de culturas e o plantio escalonado de diversas culturas prolongam o tempo de sobrevivência desses insetos, aumentando o número de gerações neste tipo de agroecossistema. Devido a esses fatores, o objetivo do trabalho foi estudar o desempenho biológico de Anticarsia gemmatalis (Hübner, 1818), Helicoverpa armigera (Hübner, 1805) e Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) em cultivos de inverno. Para a realização do experimento foram usadas folhas dos cultivos de azevém (Lolium multiflorum cv. BRS Ponteio), aveia preta (Avena strigosa Schreb. cv. Embrapa 139) e cornichão (Lotus corniculatus cv. BRS Posteiro), principais espécies de cobertura e rotação no Sul do Brasil. Os parâmetros biológicos avaliados foram, duração e sobrevivência do período larval, viabilidade larval e pupal, peso de lagartas e pupas. As lagartas de A. gemmatalis alimentadas com azevém, aveia preta não ultrapassaram a fase larval, em cornichão o período foi de 14,5 dias, com 58,5% de viabilidade larval e 19,0% de viabilidade pupal, porém os adultos apresentaram deformações nas asas. O desenvolvimento de H. armigera, foi afetado por azevém e aveia preta, ocorrendo 100% de mortalidade larval. No cornichão os insetos ultrapassaram a fase larval, porém, houve mortalidade de 100% dos adultos após a emergência. Para S. frugiperda as lagartas de ambas populações 1 e 2, submetidas a duas temperaturas distintas de 18 e 25°C, alimentadas com azevém e aveia preta, prolongaram o período larval, porém as lagartas não ultrapassaram o período larval. Houve prolongamento larval em lagartas alimentadas com cornichão, além de baixa viabilidade larval a 25°C, na população 2. A análise histológica do mesêntero de S. frugiperda nas duas populações [população 1 (população do laboratório) e população 2 (população proveniente do campo)], evidenciou alterações morfológicas causadas por azevém, aveia preta e cornichão. Os resultados obtidos demonstram que azevém, aveia preta e cornichão, afetam o desenvolvimento de A. gemmatalis, H. armigera e S. frugiperda. Sendo assim, podem ser utilizadas como culturas chave na sucessão e rotação de culturas no Sul do país, no agroecossistema de terras baixas, dentro do sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP), para auxiliar na redução da formação de “ponte verde”.
  • Palavras-chave: forrageiras; plantas de cobertura; histologia.
  • Download (PDF)

Karina Jobim Pinto

  • Orientador: Dr. Dori Edson Nava
  • Coorientador: Dr. Rafael da Silva Gonçalves
  • Título da dissertação: Estratégias reprodutivas de Doryctobracon areolatus (Szépligeti, 1911) (Hymenoptera: Braconidae) relacionadas à cópula e ao parasitismo.
  • Resumo: Doryctobracon areolatus (Szépligeti, 1911) (Hymenoptera: Braconidae) é um endoparasitoide cenobionte, nativo da região Neotropical e possui como hospedeiro preferencial, larvas de segundo instar do gênero Anastrepha, onde sua eficiência de parasitismo pode chegar a 80% em condições naturais. Nos últimos anos estudos referentes à biologia e multiplicação foram realizados, no entanto, ainda não existem pesquisas relacionadas a sua biologia reprodutiva. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi conhecer a biologia e o comportamento reprodutivo relacionado à cópula e oviposição de D. areolatus, utilizando-se como hospedeiro larvas de A. fraterculus. As criações de manutenção dos insetos e a realização dos experimentos foram conduzidos no Laboratório de Entomologia da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, Rio Grande do Sul, sob condições controladas de temperatura (25±2 oC), umidade relativa do ar (70±10 %) e fotofase (12 horas). Foram realizados experimentos para verificar a sequência de emergência entre machos e fêmeas, verificando a possível ocorrência de protandria em D. areolatus. Foram realizados experimentos para verificar a influência da idade dos insetos na reprodução, assim como a importância da cópula para a geração de descendentes, tempo de duração da cópula, verificação de ocorrência de poligamia e monogamia na espécie, além da observação da frequência de cópula ocorrida durante 24h. Foi comprovada a ocorrência de protandria em D. areolatus, sendo a razão sexual de 0, 0,06, 0,62, 0,87, 0,98, 1,0, e 1,0 para o 10, 20, 30, 40, 50, 60 e 70 dias de emergência, respectivamente, totalizando uma razão sexual de 0,61. Casais em que as fêmeas são mais jovens, originam uma maior quantidade de fêmeas, tendo, portanto, uma maior razão sexual. Fêmeas virgens só geram descendentes machos, por partenogênese arrenótoca, diferentemente do que ocorre com as fêmeas acasaladas, onde geram machos e fêmeas, sendo a média de 30,4 para fêmeas fecundadas e 14 para fêmeas virgens, denotando média muito maior do que as fêmeas que não acasalaram, sendo a razão sexual 0,63 para as fêmeas fecundadas. Dentre as observações para a determinação de ocorrência de poligamia e monogamia observou-se que 40% do total dos machos acasalaram mais de uma vez, enquanto as fêmeas acasalaram uma única vez. No entanto, de acordo com experimento que verificou a frequência de cópula durante 24h, observou-se que mesmo as fêmeas sendo monogâmicas, ocorrem múltiplas cópulas. O tempo de duração da 1ª cópula não diferiu significativamente da segunda, embora exista uma redução de 6,53 seg. D. areolatus possui as atividades reprodutivas durante o período da fotofase, sendo considerada uma espécie diurna. Comparando a frequência de cópula e recópula entre os casais, considerando a influência da alimentação para o macho, observa-se que dentre os machos alimentados somente na hora do pareamento, 60% não copularam durante o período de 24h de observação. Dentre os machos alimentados previamente, ocorreram 57 tentativas de cópula, enquanto nos machos alimentados durante o experimento ocorreram 24 tentativas de cópula em um período de 24h de observação. Desta forma, os resultados deste trabalho contribuem para ampliar o conhecimento básico sobre a biologia reprodutiva de D. areolatus, visto que conhecer as estratégias reprodutivas é importante para o estabelecimento de um programa de controle biológico.
  • Palavras-chave: protandria; controle biológico; comportamento reprodutivo; parasitoides de mosca-das-frutas
  • Download (PDF)

Sandra Mara Chaneiko

  • Orientador: Prof. Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientadora: Drª. Andressa Lima de Brida
  • Título da dissertação: Bases para manejo de Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) utilizando nematoides e fungos entomopatogênicos
  • Resumo: Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) é uma ameaça a fruticultura de todo o mundo, e o uso de agentes biológicos se mostra muito promissor no controle do inseto. Dessa forma o presente trabalho teve como objetivo avaliar se nematoides entomopatogênicos (NEPs) podem interferir no ciclo biológico de A. fraterculus e verificar a patogenicidade de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae a larvas e pupas do inseto e os efeitos na longevidade de adultos. O experimento com NEPs utilizou os isolados Steinernema carpocapsae (Weiser) IBCBn 02, Heterorhabditis amazonensis (Andaló) IBCBn 24 e Steinernema feltiae (Filipjev) IBCBn 47 nas concentrações 500, 1000 e 1500 JIs/mL e testemunha (1mL de água destilada). Tratamentos com fungos, consistiram em isolados comerciais de B. bassiana (BOVERIL® WP PL63) e M. anisopliae (METARRIL® WP E9) nas concentrações de 5,00×106; 7,50×106; 10,00×106 e 12,50×106 conídios/mL e testemunha (1 mL de água destilada). As avaliações de ambos experimentos ocorreram diariamente, confirmando a causa da mortalidade por dissecação (NEPs) ou incubação (fungos) de insetos mortos. S. feltiae IBCBn 47 provocou mortalidade de 80,0% em pupas e 15,0% em adultos (1500 JIs/mL), e também apresentou a maior taxa de multiplicação, com 24,01 JIs em pupas e de 6,45 JIs em adultos (500 JIs/mL). As menores concentrações letais de JIs foram obtidas em pupas, com S. carpocapsae IBCBn 02 (CL50) e Steinernema feltiaeIBCBn 47 (CL90) com 427,2 Jis/mL e 1551,4 Jis/mL respectivamente. Isolados fúngicos foram mais patogênicos a fase pupal do inseto com mortalidade de 93,3% com B. bassiana e 96,7% com M. anisopliae (ambos em 12,50×106 conídios/mL), e menores valores de CL50 e CL90 a aplicações em larvas, com 22,56 e 40,87 gr/L em B. bassiana, e de 23,45 e 42,02 gr/L em M. anisopliae respectivamente. Insetos adultos infectados com fungos ou nematoides atingiram a emergência, e morreram aos primeiros dias de vida, impedindo assim danos futuros.
  • Palavras-chave: entomopatogênicos; nematoides; fungos; controle biológico; moscas-das-frutas.
  • Download (PDF)

TURMA – INGRESSO 2015/01

Boaventura Lobo Centeno Filho

  • Orientador: Dr. Rodrigo Ferreira Krüger
  • Coorientador: Dr. Hugo Amaral
  • Título da dissertação: Discriminação de espécies e suas populações do gênero Tabanus(Diptera: Tabanidae) através da Morfometria Geométrica, coletados na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Resumo: Os insetos da família Tabanidae (Diptera), popularmente chamados de mutucas, em geral, são cosmopolitas. As fêmeas se alimentam de sangue e transmitem agentes de interesse zoossanitários como vermes filarioides e patógenos como vírus, protozoários e bactérias para a corrente sanguínea do hospedeiro. Portanto, possuem importância como vetores de doenças como antraz, diversas tripanossomíases, filarioses e outras graves incidências parasitárias que atingem animais silvestres, animais domésticos e também ao homem. Entre os tabanídeos, o gênero Tabanus possui centenas de espécies, sendo 191 na região Neotropical. Estas espécies geralmente podem ser discriminadas de acordo com chaves taxonômicas morfológicas. No entanto, Tabanus triangulum e Tabanus occidentalis são consideradas crípticas entre si por este método. Por isso, utiliza-se a morfometria geométrica como uma ferramenta complementar na taxonomia e determinação correta das espécies. Neste estudo se avaliou dois níveis de diferenciações, interespecificamente e intraespecificamente, com os exemplares de T. triangulum e T. occidentalis, coletados previamente na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, cujas asas foram separadas do tórax e fotografadas em Estereoscópio Óptico (Olympus) para configurar e digitalizar marcos anatômicos (Tipo I) via cross-veins das asas. Em seguida, métodos como Análise dos Componentes Principais (PCA), Análise das Variáveis Canônicas (CVA), Análise Discriminante (AD) e Análise da Regressão e Alometria foram utilizados para elucidar se há diferença interespecífica e não há diferença intraespecífica quanto a forma da asa, como esperado. Constatou-se que T. triangulum e T. occidentalis apresentam forma da asa das asas diferentes entre si. A análise intraespecífica das localidades R1 (Arroio Pelotas, Arroio Corrientes e Arroio Grande) e R5 (Parque Nacional da Lagoa do Peixe) de T. triangulum apresentou diferenças significantes entre si, assim como todas as localidades de T. occidentalis. A morfometria geométrica é eficiente para discriminar espécies e localidades de Tabanidae, além de ser uma técnica taxonômica rápida, econômica.
  • Palavras-chave: cross-veins; marcos anatômicos; mutucas; T. occidentalis; morfometria geométrica.
  • Download (PDF)

Fabrício Oliveira Fernandes

  • Orientadora: Drª. Ana Paula Schneid Afonso da Rosa
  • Coorientador: José Francisco da Silva Martins
  • Título da dissertação: Desempenho de cultivares de milho e soja para resistência a Noctuídeos e Pentatomídeos e análise economica.
  • Resumo: Na cultura do milho o principal inseto desfolhador é Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) que causa grandes prejuízos. Na cultura da soja as principais espécies de pragas que atacam a cultura são as lagartas desfolhadoras Anticarsia gemmatalis(Hübner, 1818) (Lepidoptera: Noctuidae), Chrysodeixis includens (Walker, 1858) (Lepidoptera: Noctuidae) e Helicoverpa spp. causando danos tanto na parte foliar quanto nas reprodutivas. E como sugadores, temos os percevejos Nezara viridula (Linnaeus, 1758) (Hemiptera: Pentatomidae), Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) e Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) (Hemiptera: Pentatomidae) que causam danos diretos atacando os grãos. O objetivo do presente trabalho foi determinar o potencial de cultivares resistentes a insetos-pragas do milho e soja que ocorrem em sistemas agrícolas de terras baixas. Os experimentos foram conduzidos na Embrapa Clima Temperado. Foram realizados ensaios de biologia, bioensaios com inseticidas para S. frugiperda. Para A. gemmatalis foram realizados biensaios com inseticidas. À campo foram utilizados as cultivares de milho AG 9045 convencional e AG 9045 PRO2 isolinha Bt, conduzidos de acordo com as recomendações técnicas. A aplicação de inseticidas foi realizada quando atingido o índice de 10% de plantas atacadas por S. frugiperda. Avaliou-se componentes do rendimento. Para a cultura da soja foi avaliada a ocorrência de insetos nas cultivares de soja convencional BMX Potência e nas isolinhas Bt, BMX Vanguarda e BMX Ponta. Foram avaliados o número de lagartas e percevejos através do pano de batida. O monitoramento de S. frugiperda e H. armigera foi realizado com armadilhas com feromônio sexual sintético. Ao final do trabalho realizou-se análise econômica da cultura do milho e soja. S. frugiperda na cultivar AG 9045 convencional apresentou 5 instares e para a cultivar AG 9045 PRO2 isolinha Bt 6 instares. Nos testes de inseticidas em laboratório, campo, produtividade e análise econômica o melhor resultado foi quando se utilizou clofenapir + zeta-cipermetrina. No milho e na soja as cultivares convencionais AG 9045 e BMX Potência apresentaram quantidade maior de lagartas. Em relação à produtividade e lucro a cultivar Bt AG 9045 PRO 2 e BMX Potência se mostraram mais produtiva/lucrativa. De acordo com o monitoramento de S. frugiperda e H. armigera temperaturas altas, umidade relativa adequada e precipitação bem distribuída contribuiram para maior ocorrência desses insetos.
  • Palavras-chave: lagartas desfolhadoras, percevejos, Zea mays, Glycine max.
  • Download (PDF)

Liliane Nachtigall Martins

  • Orientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientador: Dr. Fábio Pereira Leivas Leite
  • Coorientadora: Dra. Adrise Medeiros Nunes
  • Projeto de Pesquisa: Efeito de variedades de Bacillus thuringiensis no controle de Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) em laboratório.
  • Resumo: Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) (Diptera: Tephritidae) é uma das principais pragas da fruticultura na América do Sul e de importância quarentenária para outros continentes. Considerando que o controle é realizado predominantemente através de controle químico, que pode acarretar problemas de contaminação ambiental, de saúde humana, sociais e econômicos, torna-se necessário o estabelecimento de técnicas alternativas de controle. O entomopatógeno Bacillus thuringiensis vem sendo utilizado separadamente ou associado a outras formas de controle no Manejo Integrado de Pragas. Neste contexto o objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos dessa bactéria no controle de imaturos e adultos da mosca-das-frutas sul-americana. Para tanto, foram testadas três variedades de B. thuringiensis var. israelensis (Bti), kurstaki (Btk) e oswaldocruzi (Bto) em três diferentes concentrações (2×107, 108 e 109 UFC mL-1) na dieta artificial de imaturos de A. fraterculus e foi verificado seu efeito em larvas, pupas e adultos. Foi adicionado solução bacteriana (1×109 UFC mL-1) a três tipos de atrativos alimentares (Bioanastrepha a 5%, calda de pêssego 50% e Ceratrap®). Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que ocorre um aumento na mortalidade larval com aplicação de maiores concentrações de suspensão de Bto com eficiência de 81,26%. O Ceratrap® em mistura com Bti teve uma eficiência de controle de 100% dos adultos em um período de sete dias. Conclui-se que ao colocar bactéria na dieta artificial a variedade que mais causou eficiência no controle de imaturos foi Bto e que misturando Bti Ceratrap® obtém uma eficiência de 100% no controle dos adultos.
  • Palavras-chave: Tephritidae, controle biológico, entomopatógeno, atrativos alimentares.
  • Download (PDF)

Luana Amaral dos Santos

  • Orientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientador: Dr. Marco Silva Gottschalk
  • Coorientadora: Drª. Monica Laner Blauth
  • Título da dissertação: Modelagem de distribuição potencial e de nicho ecológico da espécie invasora Drosophila suzukii (Diptera, Drosophilidae)
  • Resumo: Drosophila suzukii (Matsumura,1931) usa frutos intactos como local de oviposição e substrato para desenvolvimento larval. Originária no Sudoeste da Ásia, desde 2008 ela tem sido registrada em diferentes localidades da Europa e América do Norte e, a partir de 2013, na América do Sul. É uma espécie de expansão rápida e sua dispersão pode ser reflexo de alterações na sua capacidade de invasão e de adaptação, podendo envolver mudanças evolutivas do nicho ecológico. O objetivo deste estudo foi determinar a distribuição potencial mundial de D. suzukii e avaliar se sua expansão distribucional ocorreu por mudanças do nicho ecológico. Registros de ocorrência desta espécie foram obtidos através de levantamento bibliográfico, onde 407 localidades foram registradas em todo o mundo, as quais foram utilizadas para avaliar a distribuição potencial de D. suzukii através do uso dos algoritmos Maximum Entropy Modeling (MaxEnt) e Genetic Algorithm for Ruleset Production (GARP). Foram utilizadas variáveis bioclimáticas na modelagem, obtidas do banco de dados WorldClim Global Climate Database, sendo selecionadas dez delas. O desempenho preditivo dos modelos gerados foi avaliado por meio da reconstrução de 1000 réplicas com 50% dos pontos reservados para teste. A acurácia do modelo foi verificada com o cálculo da área sob a curvas ROC (Receiver Operating Characteristic). A distribuição geográfica potencial observada foi similar para ambos algoritmos e bons desempenhos foram obtidos. A projeção da distribuição potencial da espécie corrobora seus registros na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul e mostram possibilidade de expansão para os continentes Africano e Oceania. As regiões temperadas e subtropicais mostram-se mais propícias ao estabelecimento da espécie. Quatro variáveis apresentaram maior importância para a geração do modelo MaxEnt: as temperaturas médias anual, da máxima do mês mais quente, do trimestre mais frio e a precipitação anual média, sendo esta última de grande relevância no modelo. Para testar a hipótese de conservadorismo do nicho ecológico durante o processo de invasão, utilizamos 184 ocorrência no sudeste asiático para realizar a modelagem do nicho com os algoritmos MaxEnt e GARP com 28 variáveis bioclimáticas do WorldClim e extrapolamos o resultado para o globo. A avaliação da extrapolação foi realizada por um teste de sensibilidade com os registros de ocorrência mundial. Também comparamos os valores das variáveis bioclimáticas nos pontos de ocorrência da espécie através de uma análise de componentes principais. Ambos modelos apresentaram bons desempenhos, e indicam que D. suzukii expandiu sua distribuição em áreas similares à nativa, com clima temperado quente e frio, com verões e invernos bem definidos, sendo os verões úmidos. Ela expandiu sua distribuição também para áreas com clima Tropical com chuvas no verão ou fortes precipitações ao longo do ano e com clima Temperado com precipitação concentrada nos meses mais frios, ao invés de nos meses mais quentes ou ao longo de todo o ano. Observamos que os ambientes nas áreas nativas (Sudeste asiático) são diferentes dos das áreas introduzidas, sugerindo mudança de nicho. A espécie, tem ampliado seu nicho abiótico mundialmente e está colonizando e sobrevivendo em áreas com diferentes regimes hídricos.
  • Palavras-chave: Drosófila da asa manchada, fruticultura, mudança de nicho, praga agrícola.
  • Download (PDF)

Marcelo Pinheiro Orsini

  • Orientador: Dr. Edison Zefa
  • Projeto de Pesquisa: Taxonomia e Bioacústica de duas espécies de Miogryllus Saussure, 1877 (Orthoptera, Gryllidae, Gryllinae) do Rio Grande do Sul, Brasil
  • Resumo: Miogryllus Saussure, 1877 possui atualmente 21 espécies válidas presentes na Região Neotropical e Neártica, com taxonomia complexa devido a grande variabilidade intraespecífica. Para resolver o problema taxonômico das espécies do gênero seria necessária a coleta e descrição ou redescrição das espécies. O objetivo desse trabalho foi descrever uma nova espécie de Miogryllus do município de Itaqui, RS, com base em caracteres morfológicos e bioacústicos e caracterizar a morfologia e o repertório acústico de M. piracicabensis Piza, 1960 que ocorre no município de Capão do Leão, RS. Os indivíduos de Itaqui, RS, (29°48’4.870”S, 56°32’27.190”W) foram coletados em 15/01/2015, e M. piracicabensis em outubro e novembro de 2007, e em abril de 2015 e 2016, nos municípios de Capão do Leão (31º48’55.13”S, 52º25’59.67”W) e Pelotas. Os indivíduos foram analisados morfologicamente, com destaque ao complexo fálico e às tégminas, bem como tiveram o som de chamado empregado como caráter taxonômico. As estruturas foram fotografadas em lupa Zeiss Discovery V20, e os sinais acústicos registrados com gravador ARES ML e microfone NM-MICS II e analisados no Software Avisoft SasLab Lite. Miogryllus itaquiensis sp. n. apresenta como características diagnósticas a cabeça com largura menor que o pronoto; tégminas cobrindo mais de 2/3 do abdome e som de chamado incluindo chirp e trill; M. piracicabensis Piza, 1960 apresenta genitália e morfologia semelhante à M. itaquiensis sp. n., diferindo pela cabeça mais escura e mais larga que o pronoto; mancha esbranquiçada contornando posteriormente o escapo e seguindo a margem interna do contorno dos olhos; sutura ecdisial esbranquiçada; quinto palpômero maxilar com linha pigmentar diagonal; região lateral do pronoto com um banda escura; tímpano interno menor que o externo; som de chamado composto por chirps; ocorrem variações no som de chamado de M. piracicabensis. O repertório acústico de M. piracicabensis inclui o som de chamado, corte e agressividade, sendo que o som de chamado apresenta parâmetros regulares por ser responsável pelo reconhecimento específico.
  • Palavras-chave: Ensifera; inseto; grilo; som de chamado; genitália, tégmina, sistemática.
  • Download (PDF)

TURMA – INGRESSO 2014/01

Daiana Rezende Machado

  • Orientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientadora: Drª. Adrise Medeiros Nunes
  • Título da dissertação: Bionomia de Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) (Diptera: Tephritidae) em manga (Mangifera indica L.) e eficiência do óleo de nim como repelente
  • Resumo: O Brasil apresenta uma grande diversidade de moscas-das-frutas, sendo o gênero Anastrepha o mais expressivo, com 115 espécies presentes no país. Entre as espécies, Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 1830) e Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824) são consideradas as principais pragas, devido a grande importância econômica. Os danos causados pelas moscas-das-frutas ocorrem devido à oviposição e o desenvolvimento das larvas no interior dos frutos. O manejo tem sido feito por meio de iscas tóxicas compostas de proteína hidrolisada associada a um inseticida e também pelo uso de produtos químicos aplicados em cobertura. No entanto, diante das exigências do mercado consumidor, novas alternativas de controle estão sendo estudadas. Estudos básicos sobre a biologia das espécies neotropicais de moscas-das-frutas são de extrema importância para a compreensão das estratégias de controle e ciclo de vida dessas espécies. Desta forma o trabalho teve como objetivo avaliar os aspectos biológicos de A. fraterculus em frutos de manga (Mangifera indica L.) e avaliar a eficiência do óleo de nim como repelente em frutos de pêssego [Prunus persicae (L.)]. Os experimentos foram realizados no Laboratório de Ecologia de Insetos pertencente a UFPel em condições controladas de temperatura (25+2ºC), umidade relativa (70+10%) e fotofase (12 horas). Para o estudo da biologia de A. fraterculus em dieta natural, foram utilizados frutos de manga, os insetos foram provenientes da criação mantida no laboratório. Foram utilizadas 10 gaiolas polietileno (50 x 40 x 40cm), sendo que em cada uma foram colocados 30 casais com idade de 15 dias, e uma manga por um período de 24 horas. Para os ensaios relacionados à utilização do óleo de nim foi avaliada a repelência/preferência de oviposição de A. fraterculus em frutos de pessegueiro tratados com solução aquosa de óleo de nim (Azadiractina A/B 12g/L), na concentração de 1%, através de imersão dos frutos, em testes de livre escolha. Concluiu-se que a mosca‑das‑frutas sul‑americana completa o ciclo biológico em frutos de manga, sendo este um bom hospedeiro para esta espécie. Azamax® (azadiractina A/B 12g/L), na concentração de 1% possui ação de repelência para oviposição de A. fraterculus.
  • Palavras-chave: Biologia, Controle, Mosca-das-frutas sul-americana.
  • Download (PDF)

Flávia do Sacramento

  • Orientador: Dr. Uemerson Silva da Cunha
  • Coorientadores: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia e Dr. Sandro Bonow
  • Título da dissertação: Caracterização de genótipos de morangueiro quanto à resistência à Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae)
  • Resumo: O ácaro-rajado Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) é considerado a principal praga da cultura do morangueiro e têm seu controle dificultado pela baixa eficiência dos produtos empregados, populações resistentes a acaricidas e ao alto potencial reprodutivo dessa praga. Sendo assim, o uso de plantas resistentes é considerado uma alternativa ideal de controle, uma vez que permite a manutenção da praga em níveis inferiores aos de dano econômico, minimizando o impacto ambiental do uso de acaricidas e diminuindo os custos de produção. Deste modo, objetivou-se determinar a reação de genótipos de morangueiro à infestação de ácaro-rajado, principal praga da cultura. Para tanto, foi avaliado o desenvolvimento do ácaro em experimento de biologia, teste de não-preferência para alimentação e oviposição com chance de escolha em laboratório e teste de tolerância em casa-de-vegetação. Para ambos os experimentos os genótipos de morangueiro demonstraram influencia no desenvolvimento e na não-preferência para alimentação e oviposição do ácaro- rajado, assim como tolerância a esta praga. Portanto, dentre os genótipos avaliados, alguns expressaram resistência ao ácaro-rajado, “Santa Clara” antibiose, “Burkley” e “Festival” antixenose e “Vila Nova” e “Campinas” tolerância.
  • Palavras-chave: ácaro-rajado, antibiose, antixenose, tolerância.
  • Download (PDF)
  • Ficha Catalográfica (PDF)

Franciele Casarin Maciel

  • Orientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientadora: Drª. Adrise Medeiros Nunes
  • Título da dissertação: Ação de óleos essenciais de Syzygium aromaticum e Thymus vulgarissobre Sitophilus zeamais e Tribolium castaneum em laboratório
  • Resumo: Os grãos armazenados estão sujeitos ao ataque de pragas dentre as quais destacam-se os insetos. Estes, por sua vez causam danos irreversíveis aos grãos, pois influenciam de maneira negativa na qualidade, no consumo do produto final e depreciação comercial. O controle destas pragas em armazéns é realizado geralmente através de inseticidas sintéticos. No entanto, hoje há uma busca por controles alternativos, como o uso de óleos essenciais. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência dos óleos essenciais de Syzygium aromaticum(cravo-da-india) e Thymus vulgaris (tomilho) no controle de Sitophilus zeamais e Tribolium castaneum. Nos experimentos utilizando S. zeamais placas de Petri, contendo 20 gramas de grãos de milho íntegros, foram pulverizadas com soluções contendo óleo essencial de cravo-da-índia, como também em ensaios separados utilizando óleo essencial de tomilho nas concentrações de: 0,25; 0,5; 0,75; 1,25; 2,5; 5; 10 e 20%, um tratamento com Tween® 20 a 0,5% e testemunha tratada com água destilada, nos ensaios com T. castaneum em vez de grãos de milho foi utilizado papel filtro forrando o fundo das placas, sendo realizada quatro repetições para cada tratamento e dez insetos em cada placa, não sexados com idades de 15 a 20 dias. Logo após, as placas foram acondicionadas em câmara climatizada com temperatura, umidade e fotofase controladas sendo observadas na 1ª, 2ª, 3ª, 12, 24, 48, 72 e 96 h após o início da aplicação. Os resultados para S. zeamais mostraram que logo após às 24 h de tratamento o óleo de cravo-da-índia na concentração de 20% foi eficiente 100% no controle dos insetos e nos tratamentos com óleo de tomilho na concentração de 20% após 72 h foi eficiente 100% assim como, na concentração de 10% após 96 h de tratamento. A concentração letal média (CL50) de óleo para causar a mortalidade de 50% dos insetos corresponde a 69,56 μL mL-1 do óleo de cravo-da-índia e 88,0 μL mL-1 de óleo de tomilho. Para T. castaneum o óleo de cravo-da-índia teve eficiência de 100% após a 2ª h de tratamento na concentração de 20% e com mesma eficiência após 48 h a 10% do respectivo óleo essencial. O óleo de tomilho foi eficiente 100% após a 3ª h de tratamento na concentração de 20% de óleo. A CL50 do óleo para causar a mortalidade de 50% dos insetos corresponde a 37,44 μL mL-1 de óleo de cravo-da-índia e 51,67 μL mL-1 para o óleo de tomilho. Portanto, os óleos essenciais são promissores como uma ferramenta alternativa no controle de insetos-praga em grãos armazenados.
  • Palavras-chave: insetos-praga; inseticidas botânicos; método alternativo
  • Download (PDF)

Giovani Smaniotto

  • Orientador: Dr. Dori Edson Nava
  • Coorientadores: Drª. Ana Paula Schneid Afonso da Rosa e Drª. Gabriela Inés Diez-Rodríguez
  • Título da dissertação: Variabilidade de parâmetros biológicos e genéticos de Cotesia flavipes(Cameron, 1891) (Hymenoptera: Braconidae) no Brasil
  • Resumo: A cultura da cana-de-açúcar tem grande importância socioeconômica para o Brasil, uma vez que é fonte de matéria prima para a fabricação de açúcar e etanol. Dentre os principais problemas, destaca-se a ocorrência de Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambidae) que tem demandado medidas de controle, principalmente com o endoparasitoide Cotesia flavipes (Cameron, 1891) (Hymenoptera: Braconidae). Estima-se que a área de cana-de-açúcar tratada com liberação de C. flavipes seja de três milhões de hectares, mas há dúvidas sobre a sua eficiência. Estudos de variabilidade em populações de parasitoides são importantes, uma vez que quanto maior a variabilidade maior será a possibilidade de selecionar linhagens para serem utilizadas no manejo. Assim, a avalição dos parâmetros biológicos de populações e o uso da biologia molecular poderão auxiliar na determinação da variabilidade das populações de parasitoides. O trabalho teve como objetivo conhecer a variabilidade de populações de C. flavipesem diferentes temperaturas, avaliando-se parâmetros biológicos e usando a técnica de reações em cadeia da polimerase (PCR). Para a avaliação dos parâmetros biológicos foram utilizadas cinco populações de C. flavipes, coletadas no Paraná (PR), Minas Gerais (MG), Alagoas (AL) e duas populações de São Paulo (SPI e SPII). As temperaturas utilizadas foram de 10, 15, 18, 20, 22, 25, 30 e 32ºC, sendo a umidade relativa do ar de 70±10% e fotofase de 12 horas. Para avaliar a variabilidade com PCR, além das populações utilizadas para a determinação dos parâmetros biológicos foram acrescidas as populações de Goiás (GO) Pernambuco (PE) da Paraíba (PB). Para tanto as amostras de C. flavipes foram preservadas em álcool 95% e mantidas a -20ºC. O DNA genômico foi extraído do inseto segundo protocolo Dneasy Blood & Tissue (Qiagen, Valencia, CA, EUA). Os genes avaliados foram mt 16S rDNA e n28S rDNA. As análises de PCR foram realizadas em termociclador Eppendorf Mastercycler Gradient. Determinou-se que a duração do período ovo-adulto foi inversamente proporcional à temperatura na faixa térmica de 18 a 30ºC. Nas temperaturas de 10, 15 e 32ºC não ocorreu desenvolvimento. A maior porcentagem de insetos emergidos ocorreu na faixa de temperatura de 25ºC (valores) a 28ºC, para todas as populações. Outro parâmetro que sofreu influencia da temperatura foi a razão sexual. O limiar térmico inferior de desenvolvimento ou temperatura base (Tb) para o período ovo-adulto variou de 9,73 e 11,15ºC, para as populações de SPII e MG, respectivamente, enquanto a constate térmica variou de 273,97 a 301,2 graus dias para as populações de SPII e MG, respectivamente. As oito populações que tiveram os genes avaliados formaram três grupos distintos. Por tanto, as populações de C. flavipes avaliadas apresentaram variabilidade nos parâmetros biológicos quando expostas a diferentes temperaturas, sendo comprovado também quando foi avaliado os genes das diferentes populações.
  • Palavras-chave: Controle biológico, Temperatura, Diatraea saccharalis, PCR, DNA genômico
  • Download (PDF)

Helena Iris Leite de Lima Silva

  • Orientador: Dr. Rodrigo Ferreira Krüger
  • Coorientador: Tiago Kütter Krolow
  • Título da dissertação: Tabanidae (Diptera) da Planície Costeira do Rio Grande do Sul
  • Resumo: A Planície Costeira vem sofrendo forte pressão antrópica, consequência da especulação imobiliária e agricultura, colocando em risco a fauna existente na região. O estudo taxonômico dos tabanídeos para o estado do Rio Grande do Sul ainda é incipiente, visto os poucos trabalhos realizados com esse objetivo para o estado. Visando contribuir para o aumento deste conhecimento, o presente estudo teve como objetivo fornecer uma lista de espécies de Tabanidae para a Planície Costeira do Rio Grande do Sul, bem como redescrições e ilustrações para as espécies identificadas. Para isso, 140 armadilhas Malaise foram instaladas, distribuídas em 35 áreas da Planície Costeira. Como resultado, foram coletados 3.682 exemplares, distribuídas em 24 espécies e uma variedade, onde três são novos registros para o estado e dez espécies tiveram ocorrência exclusiva dentro de Unidades de Conservação. Foram também realizadas redescrições e ilustrações das espécies identificadas, destas sete não tinham suas terminálias descritas e ilustradas.
  • Palavras-chave: Pampa; Mata Atlântida; tabanídeos; Tabaninae; Chrysopsinae; Pangoniinae.
  • Download (PDF)
  • Ficha Catalográfica (PDF)

Lauren Medina Barcelos

  • Orientadora: Drª. Ana Paula Schneid Afonso da Rosa
  • Coorientadora: Drª. Beatriz Marti Emygdio
  • Título da dissertação: Biologia de Spodoptera frugiperda, Helicoverpa armigera e Diatraea saccharalis em sorgo sacarino
  • Resumo: O sorgo sacarino tem sido motivo de investigação como fonte complementar de matéria-prima para a produção de etanol, principalmente na época de entressafra da cana-de-açúcar, no entanto, tem-se mostrado sensível ao ataque de insetos durante o ciclo de cultivo. Nesse sentido destacam-se as lagartas desfolhadoras e a broca do colmo, pela voracidade e elevado potencial de dano, devido à redução da área fotossintética decorrente da alimentação. Este trabalho teve como objetivo estudar a biologia, estabelecer a tabela de vida, testar a preferência e determinar os índices nutricionais de Spodoptera frugiperda, Helicoverpa armigera e Diatraea saccharalis em sorgo sacarino. Para todos os experimentos foram utilizados os cultivares de sorgo sacarino BRS 506, BRS 509 e BRS 511. Foram determinadas a duração e sobrevivência das fases de ovo, lagarta, pré-pupa e pupa, peso de pupas e lagartas, longevidade, fecundidade e período de pré-oviposição. Apesar de S. frugiperda ter conseguido completar o ciclo nos cultivares BRS 506 e BRS 511 foi baixa a oviposição e viabilidade dos ovos, sendo que no BRS 509 os insetos não ovipositaram. As lagartas de H. armigera quando alimentas com os cultivares de sorgo tiveram duração inferior a 10 dias com 100% de mortalidade. D. saccharalis completou o ciclo biológico em todos os tratamentos, mas quando alimentada com extrato seco de BRS 509 obteve uma taxa líquida de reprodução, capacidade de aumentar em número e razão finita de aumento superior aos demais materiais de sorgo. No teste de preferência alimentar S. frugiperda mostrou-se atraída pelos cultivares BRS 506 e 509, a média nos três cultivares para as lagartas de H. armigera foi muito baixa, já para lagartas de D. saccharalis, houve uma preferência de 37% pelo cultivar BRS 506, esses resultados indicam variação interespecífica. O consumo de alimento por S. frugiperda evidenciou que não houve diferença significativa entre os cultivares de sorgo. Os resultados sugerem que sorgo sacarino não é um bom hospedeiro para as espécies S. frugiperda e H. armigera, já quando incorporado à dieta artificial demonstra-se favorável ao desenvolvimento de D. saccharalis. Baseado nesses dados biológicos recomenda-se para um sistema de produção de grãos os três cultivares de sorgo sacarino, pois havendo ocorrência de S. frugiperda e H. armigera não haverá uma nova prole, por outro lado não é recomendado esses cultivares quando houver a presença de lagartas de D. saccharalis, já que apresentam bom desenvolvimento ao se alimentar com extrato seco de sorgo incorporado a dieta artificial.
  • Palavras-chave: Broca-do-colmo, Índices nutricionais, Lagartas desfolhadoras
  • Download (PDF)

Manoel Daltro Nunes Garcia Junior

  • Orientador: Dr. Anderson Dionei Grützmacher
  • Coorientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Título da dissertação: Diversidade de Odonata na região sul do Rio Grande do Sul, Brasil
  • Resumo: Mundialmente ocorre uma crescente perda da biodiversidade. São inúmeros os fatores causadores da diminuição do número de espécies existentes, entre estes, as ações antrópicas desempenham um papel catalizador no declínio da diversidade. O conhecimento da fauna brasileira é pouco explorado em alguns de seus biomas, entre eles o Bioma Pampa, localizado na porção mais austral do Brasil. Inventariamentos realizados em escala regional são importantes, pois fornecem informações sobre a diversidade local. Desta forma, estudos que visaram o levantamento da diversidade de insetos da ordem Odonata na região sul do Rio Grande do Sul foram desenvolvidos, a fim de se conhecer a composição faunística da região. O objetivo deste trabalho foi incrementar o conhecimento da diversidade de Odonata no estado do Rio Grande do Sul. As coletas de libélulas foram realizadas nos municípios de Capão do Leão, Pelotas e Rio Grande, ocorrendo entre os meses de novembro de 2014 e outubro de 2015, os dados obtidos durante o período resultaram na construção de dois artigos científicos. O primeiro apresenta os resultados do levantamento da diversidade de odonatas na região sul do estado, onde foram coletados um total de 2680 exemplares, representando 45 espécies distribuídas em seis famílias. As famílias Libellulidae e Coenagrionidae foram as mais dominantes, com respectivamente 60% e 30% dos espécimes amostrados. O trabalho ainda resultou em cinco novos registros de espécies para o estado: Progomphus complicatus Selys, 1854, Lestes minutus Selys, 1862, Homeoura ambigua Ris, 1904, Erythemis vesiculosa Fabricius, 1775 e Tauriphila xiphea Ris, 1913. O segundo artigo desta dissertação apresenta a lista de espécies de Odonata parasitadas por ácaros Arrenurus sp. Dugès, 1834 para o estado do Rio Grande do Sul. Neste trabalho foram coletadas 623 libélulas, destas 63 exemplares continham ácaros aderidos ao corpo. A subordem Anisoptera, apresentou o maior número de espécies parasitas, sendo a espécie Miathyria marcella Selys in Sagra, 1857 a mais infectada com um total de 23 indivíduos. O estudo também amplia a lista de espécies de libélulas atacadas por estes ácaros no Brasil, sendo adicionados cinco novos registros de espécies à lista Homeoura chelifera Selys, 1876, Diastatops intensa Montgomery, 1940, Erythrodiplax fusca Rambur, 1842, Pantala flavescens Fabricius, 1798 e Tauriphila xiphea Ris, 1913. Os resultados apresentados no presente estudo foram obtidos a partir de coletas realizadas em uma pequena parcela da região sul do estado, demostrando que a Odonata fauna do Rio Grande do Sul ainda é pouco conhecida, necessitando de maiores estudos que contemplem este grupo.
  • Palavras-chave: Libélulas, insecta, índices faunísticos, bioma pampa
  • Download (PDF)

Paulino Siqueira Ribeiro

  • Orientadora: Drª. Élvia Elena Silveira Vianna
  • Coorientadora: Drª. Patrícia Jacqueline Thyssen
  • Título da dissertação: Inventariamento, Riqueza e Abundância de Culicinae (Diptera) em Diferentes Ambientes na Planície Costeira do Rio Grande do Sul
  • Resumo: Os mosquitos (Diptera, Culicidae) são os insetos que mais têm atraído atenção à saúde pública. As pesquisas da fauna culicidológica no Estado do Rio Grande do Sul ainda são escassas e merecem atenção devido a sua localização geográfica e proximidade com países como Argentina e Uruguai, podendo indicar a existência de fauna compartilhada e aumentar a potencialidade de transmissão de arbovírus e agentes patogênicos. Desta forma, o objetivo deste estudo é contribuir no inventariamento de espécies de Culicidae das tribos Aedini, Sabethini, Mansoniini e Aedeomyini da Planície Costeira do Rio Grande do Sul, verificando entre elas aspectos ecológicos relacionados à abundância, riqueza e dominância nas áreas amostradas. As coletas de culicídeos foram realizadas no período de Ago/2014 a Mai/2015 em Pelotas (31°45’55.44″S 52°20’15.32″O), Rio Grande (32°17’59.59″S 52°26’47.57″O) e São Lourenço do Sul (31°21’46.26″S 51°58’54.48″O), sendo estabelecidas três áreas ecológicas: rural, urbana e mata. Adotou-se como método de captura, armadilha luminosa CDC/HP (Center for Desease Control) e como método complementar aspirador elétrico manual. A identificação das espécies foi baseada na morfologia externa das fêmeas e nas genitálias dos machos de Culicidae utilizando as chaves dicotômicas especializadas. Foram coletados 9.133 espécimes, destes, 8.239 do município de Pelotas, 797 de Rio Grande e 97 de São Lourenço do Sul. Foram identificadas 14 espécies, correspondentes a Aedes aff. crinifer; Aedes sp., Psorophora confinnis, Psorophora cilipes, Sabethini sp., Isostomyia lunata/paranensis, Mansonia iguassuensis, Mansonia titillans, Mansonia pseudotitillans, Mansonia sp., Coquillettidia albicosta, Coquillettidia albifera, Coquillettidia shannoni e Aedeomyia squamipennis. As áreas rurais apresentaram a maior frequência de espécimes (71,19%) quando comparadas com as áreas urbanas (0,28%) e áreas de mata (28,52%). Considerando os índices ecológicos, Pelotas apresentou a maior diversidade. De acordo com os índices de riqueza de Jackknife, Pelotas foi o único município que apresentou riqueza observada igual àquela esperada. Dentre as variáveis climáticas, a temperatura foi o fator com maior correlação na riqueza e na abundância de culicídeos. Registra-se pela primeira vez para o Estado a ocorrência de Mansonia iguassuensis, Isostomyia lunata/paranensis, a confirmação específica de Coquillettidia albifera e amplia-se o registro de ocorrência de Aedeomyia squamipennis para a Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Espera-se suscitar interesse de continuidade em estudos futuros.
  • Palavras-chave: mosquito; levantamento; taxonomia; diversidade; Brasil.
  • Download (PDF)

TURMA – INGRESSO 2013/01

Cristiano Machado Teixeira

  • Orientadora: Drª. Patrícia Jacqueline Thyssen
  • Coorientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Título da dissertação: Chave taxonômica interativa para formas imaturas das principais espécies de coleópteros e lepidópteros (Insecta) encontradas em grãos armazenados
  • Resumo: As dificuldades apresentadas na identificação de insetos é devido especialmente por envolver várias áreas do conhecimento, em especial por conta dos agravos causados por estes artrópodes em diferentes contextos, sejam agrícola, econômico, de saúde publica ou forense. Quando presentes em armazenamento de grãos ou quaisquer outros alimentos industrializados, são considerados praga devido ao seu potencial de crescimento populacional e de dano. A maior parte dos problemas com insetos inicia-se na fase imatura, com larvas ou ninfas que causam severos prejuízos uma vez que, em geral, é a fase mais duradora do seu ciclo de vida. Adultos são bem conhecidos e ainda que a identificação apresente dificuldades, existem várias chaves disponíveis. Para as formas imaturas, os poucos trabalhos que existem são em forma de chaves dicotômicas ou pictóricas que exigem certo conhecimento de morfologia de cada grupo e suas terminologias, além disso, devem ser utilizadas seguindo-se uma sequencia pré-definida que pode, em certos casos, gerar erros de identificação. Duas das maiores Ordens de Insecta, Coleoptera e Lepidoptera, têm representantes como pragas em grãos armazenados. Neste estudo elaborou-se uma chave interativa para formas imaturas das principais espécies de coleópteros e lepidópteros encontrados em grãos armazenados. Chaves interativas, ou policlaves, permitem que o utilizador comece a identificação do espécime a partir de qualquer opção de caracteres presente na chave, sem precisar seguir uma sequencia pré-determinada. Foram levantados caracteres e estados de caracteres para as principais espécies de Coleoptera e Lepidoptera encontradas comumente em grãos armazenados. Além da inclusão de uma sólida base de dados morfológicos, levantaram-se dados sobre aspectos biológicos dos insetos alvo, úteis para promover uma acurada identificação. Chaves que agrupam diferentes taxa de insetos e estudos que compilam dados biológicos são escassos nessa área. Este trabalho irá contribuir para um melhor entendimento da entomofauna associada ao armazenamento, uma vez que atualmente muitas espécies deixam de ser, ou são erroneamente identificadas, por pessoas envolvidas nas áreas de vigilância sanitária e controle de pragas, e mesmo peritos quando da investigação da contaminação de alimentos ou quaisquer outros produtos industrializados. Esta é a primeira chave interativa das formas imaturas de Coleoptera e Lepidoptera presentes em grãos armazenados.
    Palavras-chave: pragas, infestação em alimentos, chaves dicotômicas, policlaves.
  • Download (PDF)

Darlan Rutz Redü

  • Orientador: Dr. Edison Zefa
  • Título da dissertação: Taxonomia de espécies de Anurogryllus Saussure, 1877 (Orthoptera, Gryllidae, Gryllinae) do Rio Grande do Sul e do Amazonas: morfologia e bioacústica
  • Resumo: Anurogryllus possui atualmente 26 espécies válidas distribuídas por todo o continente americano. Caracterizados pelo ovipositor rudimentar, estes grilos possuem hábitos subterrâneos, comportamento subsocial e cuidado parental. O objetivo desse trabalho foi ampliar o conhecimento taxonômico das espécies de Anurogryllus que ocorrem em municípios da região sul do Rio Grande do Sul, bem como as da Reserva Florestal Adolpho Ducke, em Manaus, Amazonas. No sul do Rio Grande do Sul foram encontradas três espécies, Anurogryllus tapes sp. nov coletada em Canguçu e Capão do Leão, Anurogryllus patos sp. nov proveniente de Capão do Leão e Anurogryllus toledopizai (De Mello, 1988) registrado em Canguçu, Capão do Leão e São Lourenço do Sul. Na Reserva Florestal Adolpho Ducke foram encontradas duas espécies, Anurogryllus paxillus sp. nov. e Anurogryllus velox sp. nov.. Apresentamos descrição morfológica, dos escleritos fálicos e do som de chamado, bem como figuras do material examinado.
    Palavras-chave: Ensifera; Gryllini; grilo; som de chamado; genitália.
  • Download (PDF)

Elisa Machado Milach

  • Orientador: Dr. Edison Zefa
  • Título da dissertação: Taxonomia de espécies de Oecanthus Serville, 1831 (Orthoptera, Gryllidae, Oecanthinae) ocorrentes no Brasil: morfologia do complexo fálico, tégminas e glândula metanotal
  • Resumo: O gênero Oecanthus inclui 69 espécies validas, com ampla distribuição mundial, sendo encontradas em arvores, arbustos ou gramíneas; nove espécies ocorrem na América do Sul, cinco com localidade tipo no Brasil. O objetivo desse trabalho foi descrever espécies de Oecanthus que ocorrem no territorio brasileiro, destacando a morfologia do complexo fálico, da glândula metanotal, venação das tégminas e som de chamado, além de elaborar uma chave pictórica para as espécies brasileiras. Descrevemos duas espécies novas, Oecanthus pictus sp. n. coletada no município de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul 31º17’39.43″S,52º09’02.76″W, que apresenta variação na coloração corporal, e Oecanthus valensis sp. n. da Reserva Natural Vale, Estado do Espírito Santo 19º05’817″S, 040º03’116″W, Brasil. O reconhecimento especifico de O. pictus sp. n. e a determinação da variação da cor e pigmentação corporal como característica intraespecífica foi determinada pela comparação da morfololgia dos escleritos fálicos, glândula metanotal, tégminas e som do chamado, em indivíduos previamente separados (in vivo) em quatro morfotipos, de acordo com a coloração e pigmentação corporal. A partir dessas analises, destacamos as seguintes características diagnósticas: manchas pós e interoculares; região basal da tíbia com manchas formando um triângulo, seguidas por um anel pigmentar incompleto, mais três manchas em triângulo e três pares de manchas; abdômen com bandas pigmentadas nos tergitos, diminuindo de intensidade posteriormente; pedicelo com banda transversal apical; ramo externo do esclerito endofálico lateral truncado; lobo principal do pseudoepifalo com dois lobos dilatados, afilados no ápice; esclerito ectofalico bifurcado posteriormente em “V”; e glândula metanotal com lobo médio posterior identado. A segunda espécie apresenta como diagnose o lobo médio da glândula metanotal dobrada posterodorsalmente, fêmur I, II e III com um par de manchas negras ventrolaterais e apicais; e tibia I e II em vista dorsal com uma macha puntiforme na regiao baso-dorsal. Elaboramos uma chave pictórica para as espécies brasileiras, a partir de características de fácil reconhecimento, com base nas informações obtidas nesse trabalho, e nas descrições originais das espécies válidas.
    Palavras-chave: Ensifera; inseto; grilo; plantação de tabaco; bioacústica; sistemática.
  • Download (PDF)
  • Ficha_Catalográfica (PDF)

Jucelio Peter Duarte

  • Orientador: Dr. Paulo Bretanha Ribeiro
  • Coorientadores: Dr. Carlos Eugênio Silva e Dr. Eduardo Bernardi
  • Título da dissertação: Impacto de diferentes estresses no peso e estado imunológico em Periplaneta americana (Linnaeus, 1758) (Blattaria, Blattidae)
  • Resumo: Periplaneta americana tem grande importância médica, pois pode atuar como vetor de diversos patógenos. Sabe-se que populações dessa espécie desenvolveram características para resistir à escassez de alimento e água. Estresse em insetos pode ser causado por múltiplos fatores, como a fome e a desidratação, podendo causar consequências na sua biologia. O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do estresse alimentar, hídrico e hídrico/alimentar no peso, número total de hemócitos e contagem diferencial de hemócitos de adultos de P. americana. Foram utilizados adultos de P. americana com três a dez dias após a emergência. Foram estabelecidos grupos de tratamentos compostos por oito casais cada, onde cada espécime foi isolado em frascos de vidro contendo ou não alimento e/ou água. Para a avaliação da perda de peso, os espécimes foram pesados no momento em que foram isolados, e novamente a cada 10 dias, num total de quatro pesagens (0, 10, 20 e 30 dias). Nos grupos reidratados, os insetos receberam água por 24h após o período de estresse ter terminado e então eram novamente pesados. Para as análises imunológicas, após a pesagem final, os insetos foram imobilizados para a coleta de hemolinfa para realizar a contagem dos hemócitos. Os estresses alimentar, hídrico e hídrico/alimentar reduziram o peso dos indivíduos, sendo o estresse hídrico/alimentar o que causou a maior redução. As fêmeas do grupo controle ganharam peso, enquanto que os machos tiveram seu peso inalterado. Adultos submetidos aos estresses perderam mais peso no primeiro decêndio, sendo o estresse hídrico/alimentar o que causou o maior impacto nos primeiros dez dias. Quanto maior o tempo privado de água e alimento, maior foi o peso adquirido por adultos em 24 horas de reidratação, sendo os machos os que ganharam mais peso durante esse período. Os estresses e o tempo de estresse não influenciaram no número total de hemócitos. Houve variações na porcentagem dos tipos celulares quando os insetos foram privados de alimento e de água e alimento. Geralmente essas alterações consistiram no aumento de pró-hemócitos e redução de plasmatócitos. Esse estudo pode servir como base para estudos posteriores de bioecologia, comportamento e a capacidade de resistência a inseticidas químicos e biológicos, bem como servir como modelo para estudos em outras espécies de insetos.
    Palavras-chave: barata; desidratação; fome; hemócitos; massa corporal.
  • Download (PDF)

Leandro Encarnação Garcia

  • Orientadora: Drª. Élvia Elena Silveira Vianna
  • Título da dissertação: Inventariamento de Coleoptera (Scarabaeidae: Scarabaeinae) no bioma Pampa do Rio Grande do Sul, Brasil
  • Resumo: Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae), compreende os besouros popularmente chamados de “rola-bosta”, que constituem importante grupo de decompositores e bioindicadores de impactos ambientais nos ecossistemas. Áreas do bioma pampa são ecossistemas naturais com alta diversidade de espécies vegetais e animais, no entanto, pouco conhecidas em comparação com outros biomas do Brasil. Dados sobre a escarabeinofauna do bioma pampa é escassa. Portanto, os objetivos deste trabalho foram inventariar a fauna destes besouros em áreas localizadas no extremo-sul do Rio Grande do sul, bem como, conhecer seus hábitos e comportamentos alimentares. As áreas de amostragem se localizaram nos municípios de Herval e Arroio Grande. Foram dispostas 216 armadilhas do tipo pitfall iscadas com esterco humano e suíno e, carne bovina em decomposição, distribuídas em seis áreas. Registraram-se 2.243 indivíduos, organizados em 6 tribos, 13 gêneros e 35 espécies. As espécies foram classificadas em coprófagas, generalistas e necrófagas. Foi capturado um maior número de indivíduos em armadilhas iscadas com esterco suíno e humano do que em carne apodrecida. Pela primeira vez a espécie Trichillum morelli foi encontrada no Brasil e Canthidium taurino é um novo registro para o estado.
    Palavras-chaves: besouros; rola-bosta; pitfall.
  • Download (PDF)

Lenon Morales Abeijon

  • Orientador: Dr. Mauro Silveira Garcia
  • Coorientadores: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia e Drª. Patrícia Braga Lovatto
  • Título da dissertação: Assembleia de Formigas em Pomares de Pessegueiro sob Manejo Convencional e Orgânico e seu Potencial como Predadoras de Anastrepha fraterculus (Diptera, Tephritidae)
  • Resumo: A agricultura de base ecológica vem se estabelecendo como opção produtiva à agricultura convencional e surgiu através da demanda da sociedade na busca por alimentos saudáveis, livres de resíduos químicos sintéticos respeitando o meio ambiente. O Estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor de pessegueiro do país, o qual se destaca por sua importância econômica e social. A biodiversidade no planeta encontra-se amplamente modificada devido à antropização pela ocupação de paisagens naturais para conversão em agroecossistemas, resultando em perda de biodiversidade. Os estudos de organismos bioindicadores são importantes para o delineamento de políticas de uso da terra permitindo ampliar as estratégias de sustentabilidade nos agroecossistemas. Formigas destacam-se como um dos grupos mais estudados no Brasil como bioindicadores de qualidade ambiental. Desta forma objetivou-se caracterizar a assembleia de formigas em pomares de pessegueiro em sistema de manejo convencional e orgânico e fragmento florestal adjacente através análise faunística no sul do Rio Grande do Sul e verificar o potencial como predadoras de Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 1830) (Diptera, Tephritidae). As formigas foram amostradas semanalmente com o auxílio de armadilhas pitfall em pomares de pessegueiro e fragmentos de floresta adjacentes em duas propriedades sendo uma sob sistema de manejo convencional e a outra sob sistema orgânico. Além disso, registrou-se, em ensaio a campo na propriedade com sistema de manejo convencional, o potencial das formigas como predadoras de A. fraterculus bem como a influência dos parâmetros de densidade e umidade do solo no enterramento/remoção das larvas. Foram amostrados 5.775 espécimes de formigas de 93 espécies, em oito subfamílias, pertencentes a 30 gêneros, correspondendo à 1.717 registros de ocorrência. Destacaram-se em riqueza as subfamílias Myrmicinae (S=45), com os gêneros Camponotus (S=11), Acromyrmex (S=8), Pheidole (S=8) e Crematogaster (S=6), Formicinae (S=19) e Ponerinae (S=13). Essa última com o gênero Pachycondyla com seis espécies registradas. Observou-se maior riqueza no pomar com manejo convencional (PC), sendo, de acordo com o índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) também o mais diverso (H’ = 3,36). Associaram-se ao PC Pheidole sp.2, o qual constitui o gênero de formigas generalistas, exploradoras e hiperdiversas em ambientes antropizados e Wasmanniasp. e no PO as espécies Cyphomyrmex rimosus e Wasmannia auropunctata. A influência dos tipos de manejo foi verificada através dos registros de abundância sendo similar em PC ao PO. Quanto ao potencial de predação de A. fraterculus, a espécie Solenopsis saevissima removeu 42,86% das larvas oferecidas no ensaio. A riqueza de espécies entre os pomares convencional e orgânico e suas respectivas áreas adjacentes foram semelhantes A densidade e a umidade do solo não influenciaram na remoção e no enterramento das larvas. S. saevissima mostra-se promissora como agente no controle biológico conservativo A. fraterculus.
    Palavras-chave: inventariamento; Agroecologia; mirmecofauna.
  • Download (PDF)
  • Ficha_Catalográfica (PDF)

Letícia Hellwig

  • Orientadora: Drª. Ana Paula Schneid Afonso da Rosa
  • Coorientador: Dr. Anderson Dionei Grützmacher
  • Título da dissertação: Reavaliação do nível de dano de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em milho convencional e avaliação de tecnologias de refúgio no saco para milho transgênico em terras baixas
  • Resumo: O milho é um dos mais importantes e tradicionais cereais do mundo. O Brasil ocupa a 3ª posição na produção mundial, cultivando mais de 15 milhões de hectares e produzindo aproximadamente 80 milhões de toneladas por ano. No estado do Rio Grande do Sul, apresenta importância sócio-econômica, em termos de renda e emprego e é responsável por 6,6% dessa produção. Nos últimos anos a produção de milho tem sofrido grandes avanços, conseqüência das novas tecnologias disponíveis para os agricultores, propiciando aumento de produtividade, no entanto, os problemas fitossanitários têm se agravado a cada safra. Neste contexto, a lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) é considerada a principal praga nas condições brasileiras, podendo causar perdas de até 100% da produção. Nesse sentido, os objetivos do estudo foram: a) reavaliar o nível de dano de S. frugiperda em milho convencional, BG7060, através de infestação artificial com diferentes densidades populacionais de lagartas (0, 1, 3, 5, 10, 15 e 20 lagartas planta-1) em diferentes estádios fenológicos da planta (V0-V12; V2-V4; V4-V8 e V8-V12 folhas completamente expandidas) em casa de vegetação; e b) avaliação de tecnologias de refúgio com diferentes proporções de misturas de sementes de milho Bt e não-Bt (BG7060: 100% transgênica, 100% convencional e 90% transgênica + 10% convencional; AG9045: 100% transgênica, 100% convencional e 95% transgênica + 5% convencional) em condições de campo. Os resultados obtidos evidenciaram que o aumento do número de lagartas de S. frugiperda por planta para o milho BG7060 afeta todas as variáveis relacionadas à produtividade, exceto a altura de planta e comprimento da espiga, propiciando uma menor produtividade conforme ocorre aumento no número de lagartas planta-1 e que o nível de controle de S. frugiperda para o milho BG7060 para o estádio V4-V8 é 29% de plantas atacadas em uma amostragem de 100 plantas, quando ocorre uma lagarta planta-1. Também constatou-se que os híbridos influenciam na eficácia da tecnologia “Refuge in the Bag – RIB”, concluindo que ambas as misturas testadas, BG7060 H (90%) + BG7060 (10%) e AG9045 PRO2 (95%) + AG9045 (5%), podem ser utilizadas na substituição do refúgio estruturado, apesar de que o híbrido AG9045 sempre apresentou o menor número médio de lagartas e a menor porcentagem de plantas atacadas quando comparado ao híbrido BG7060. Sendo assim, a intensidade de dano, de maneira geral, diminui com a redução na proporção de sementes não transgênicas usadas na tecnologia.
    Palavras-Chave: nível de controle, lagarta-do-cartucho, Zea mays, manejo da resistência.
  • Download (PDF)

TURMA – INGRESSO 2012/02

Anderson Bolzan

  • Orientador: Dr. Dori Edson Nava
  • Coorientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Título da dissertação: Efeito de hospedeiros e temperaturas na biologia de Anastrepha grandis (Macquart, 1846) (Diptera: Tephritidae) e comprovação em campo, do modelo de exigências térmicas obtido em laboratório
  • Resumo: Anastrepha grandis é conhecida como mosca-das-cucurbitáceas-sul-americana e caracteriza-se por atacar espécies nativas ou introduzidas de cucurbitáceas. Embora o inseto cause danos devido a sua infestação nos frutos, as maiores perdas se referem aos embargos na exportação. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de hospedeiros e temperaturas na biologia de A. grandis e comprovar em campo, o modelo de exigências térmicas obtido em laboratório. Para o estudo da biologia foram utilizados sete hospedeiros, sendo: abóbora de tronco (Cucurbita pepo), abóbora (Cucurbita moschata), chuchu (Sechium edule), melancia mini (Citrullus lanatus), melão espanhol (Cucumis melo), abóbora híbrida “Tetsukabuto” (Cucurbita maxima x Cucurbita moschata) e pepino salada (Cucumis sativus). Para avaliar o efeito da temperatura no desenvolvimento biológico de A. grandis foram utilizadas as temperaturas constantes de 15, 20, 25, 30, 35°C. Anastrepha grandis apresentou um melhor desenvolvimento nos hospedeiros do gênero Cucurbita em relação aos demais gêneros testados, o hospedeiro que desenvolveu um maior número de insetos foi a abóbora híbrida “Tetsukabuto” e o hospedeiro em que os insetos se desenvolveram em menor tempo foi a abóbora de tronco. Os hospedeiros do gênero Cucumis, melão espanhol e pepino salada, apresentaram baixa viabilidade para o estágio larval. Já os hospedeiros que não propiciaram desenvolvimento dos insetos foram a melancia e o chuchu. Com relação à temperatura que proporcionou maior viabilidade nos estágios imaturos de A. grandis criadas em abóbora de tronco foi a de 25°C, porém houve desenvolvimento na faixa de temperatura entre 15 e 30°C. Na temperatura de 35°C não ocorreu desenvolvimento de A. grandis. As temperaturas mais baixas, 15 e 20°C, apresentaram uma maior viabilidade nos estágios imaturos. A temperatura base (Tb) e a constante térmica (K) para estágio de ovo e pupa foram de 8,3°C para ambos os estágios e 132,3 GD para o estágio de ovo e 347,0 GD para o estágio de pupa, já para o período ovo-adulto este valor foi de 5,2°C e de 858,7 GD. A partir dos dados de temperatura coletados a campo, verificou-se que o acúmulo de graus-dia (937,9 GD) e o período ovo-adulto (79,7 dias) de A. grandis foi semelhante ao estimado em laboratório com diferenças de 9,2% e 6,4%, respectivamente.
    Palavras-chave:
    cucurbitáceas; exigências térmicas; mosca-das-cucurbitáceas-sul-americana; temperatura base.
  • Download (PDF)

Ida Maria de Oliveira

  • Orientador: Dr. Alci Enimar Loeck
  • Coorientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Título da dissertação: Análise faunística, caracterização de injúrias e efeito repelente de azadiractina a vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) em parreiras do município de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul
  • Resumo: O Rio Grande do Sul concentra grande parte da área cultivada de parreiras no Brasil, destacando-se a Serra Gaúcha como principal região produtora. Na busca de uvas de boa qualidade que proporcionem boa rentabilidade, um aspecto fundamental a ser observado é a ocorrência e controle de pragas, principalmente insetos. Este trabalho destaca a incidência das vespas, que acarretam sérios incômodos na época de colheita. Devido à escassez de alimento durante o verão, estes insetos acabam indo buscá-lo nos cachos de uva em maturação. Neste sentido este trabalho objetivou caracterizar as populações de vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae), analisar a faunística das comunidades encontradas e a relação destas com injúrias aos frutos, assim como avaliar a repelência de vespas a azadiractina em parreirais do município de Bento Gonçalves-RS. As coletas foram realizadas por busca ativa nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, e os indivíduos capturados foram identificados baseando-se nos caracteres morfológicos. A partir dos dados obtidos foi realizada análise faunística da comunidade. Foram observadas também as injúrias causadas nas bagas a fim de aferir exatamente quais espécies são responsáveis pelos rompimentos de casca. Por fim, na procura de uma alternativa para afugentar estes insetos e evitar a ocorrência desta problemática foi realizado um teste de repelência com azadiractina na concentração de 1,2 g/100L de ingrediente ativo, composto este orgânico e sem período de carência. Foram identificadas dez espécies de vespídeos capazes de utilizar as bagas de uva como alimento. As duas espécies predominantes foram Polybia ignobilis e P. minarum e constatou-se que Synoeca cyanea apresenta a capacidade de rompimento de bagas sadias e íntegras. Outras três espécies, Polistes cavapytiformis, P. versicolor e Brachygastra lecheguana, também foram capazes de abrir a casca, mas em bagas com condições de sanidade já prejudicadas. Nos testes realizados com azadiractina não houve repelência, não sendo significativa a redução de vespas e nem de abelhas no parreiral após a aplicação.
    Palavras-chave: vespídeos, praga, uva, controle.
  • Download (PDF)

Janaína Madruga Silva

  • Orientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientador: Dr. Eduardo José Ely e Silva
  • Título da dissertação: Borboletas (Lepidoptera: Hesperioidea e Papilionoidea) em Fragmentos da Floresta Estacional Semidecidual e dos Campos do Bioma Pampa no Sudeste do Rio Grande do Sul, Brasil
  • Resumo: O Bioma Pampa é composto por ecossistemas que abrigam uma alta riqueza, possuindo aspectos de fauna e flora únicas no país. Ainda permanece em grande parte pouco conhecido, inclusive no que se refere à fauna de borboletas, o que pode ser uma das principais causas de ameaça à sua biodiversidade. Visando contribuir para o conhecimento das borboletas na região, foi realizado um inventário para a Floresta Estacional Semidecidual e os Campos do Bioma Pampa em Morro Redondo e Capão do Leão, Sudeste do Rio Grande do Sul, Brasil. Também foi elaborado um guia com as borboletas de uma das áreas estudadas, Horto Botânico Irmão Teodoro Luis, Unidade de Preservação Federal Permanente. As coletas foram realizadas mensalmente através do uso de redes entomológicas, entre outubro de 2012 a junho de 2013. Foram analisadas a composição de borboletas, riqueza, abundância e diversidade em três áreas (A1, A2 e A3). Totalizando 540 horas-rede foram registrados 3.065 indivíduos distribuídos em 154 espécies e seis famílias de borboletas. Destes, 54% correspondem a Nymphalidae, 33% à Hesperiidae, 5% à Pieridae, 4% à Lycaenidae, 2% à Papilionidae e 2% Riodinidae. Hesperiidae foi a família mais rica seguida de Nymphalidae, com Tegosa claudina (Eschscholtz, 1821) sendo a espécie mais abundante. Quatro espécies são novos registros para a região. A área A1 apresentou valores intermediários de abundância, diversidade e espécies raras, e os maiores valores de riqueza e espécies exclusivas. A2 é a área mais diversa, com o maior número de espécies raras, valor intermediário de riqueza, e o menor número de indivíduos e espécies exclusivas. A área A3 obteve o maior número de indivíduos e valores intermediários de espécies exclusivas, porém a menor diversidade, riqueza e número de espécies raras. A similaridade na composição foi maior entre A1 e A2.
    Palavras-chave: diversidade; Hesperiidae; inventário; Nymphalidae.
  • Download (PDF)

Priscilla Costa Gobbi

  • Orientador: Dr. Flávio Roberto Mello Garcia
  • Coorientador: Dr. Edison Zefa
  • Título da dissertação: Comportamento antipredação das moscas-das-frutas Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 1830) e Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824) (Diptera: Tephritidae) mediante Euophrys sutrix Holmberg, 1875 (Araneae: Salticidae)
  • Resumo: A ecologia comportamental estuda as ações e escolhas de um organismo para obter sucesso na sua sobrevivência e reprodução. Os insetos apresentam amplo repertório comportamental que proporciona capacidade de defesa contra predadores. Para compreender esse repertório, deve-se proceder através de formulação de hipóteses testáveis. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi observar e analisar a ocorrência de comportamento antipredação de Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata mediante Euophrys sutrix. Os experimentos foram realizados em arenas translúcidas, e o repertório comportamental registrado em caderneta de campo, filmagens e fotos. Cada encontro durou quinze minutos, ou até que a mosca fosse predada. Como resultados, os valores para predação das espécies A. fraterculus para macho e fêmea e C. capitata para machos foram significativos quando comparados a testemunha Musca domestica através de teste Qui-quadrado para grau de liberdade 5% e teste de regressão. Para análise de variância (ANOVA) e médias (Tukey) à 5% de probabilidade notou-se que o tempo de predação foi significativo para as três espécies. Ainda para predação, todos os indivíduos não predados exibiram comportamento agressivo. O comportamento foi relatado apenas para as espécies de mosca-das-frutas, sendo o tempo médio de exibições durante a interação de 15 min para A. fraterculus de 6,07 ± 2,68 min com repetições médias durante esse período de tempo de 2,53 ± 1,57, para C. capitata o tempo médio de exibições foi de 7,88 ± 3,40 min, ocorrendo nesse intervalo de tempo 2,21 ± 1,79 exibições. A média de indivíduos que fizeram uso de fuga em A. fraterculus foi de 7,89 ± 3,42 min com média de 2,53 ± 1,25 repetições. Para C. capitata a média foi de 7,14 ± 2,58 min e média de repetições de 1,83 ± 1,03, para M. domestica, a média foi de 10,17 ± 2,12 min com média de 2,87 ± 2,36 repetições, os valores não foram significativos para fuga. Relatou-se 10% de fugas em E. sutrix, para A. fraterculus ocorreram 37,5%, em C. capitata, 7,5% e M. domestica 20%. Constatou-se, que indivíduos de Tephritidae que apresentaram exibições combinadas de extensão e supinação conseguiram evitar a predação. Sendo este trabalho fundamental para avaliarem-se novas técnicas de manejo de moscas-das-frutas e diminuir o prejuízo material e econômico na fruticultura no Brasil.
    Palavras-chave: mosca-das-frutas; interação interespecífica; ecologia comportamental.
  • Download (PDF)
  • Ficha Catalográfica (PDF)