Palestra: “Nanotecnologia aplicada a infecções relacionadas a biofilmes”
O PPGBBio convida a todos para apreciar a palestra que será realizada junto às disciplinas de Seminários I, II, III e IV. Abaixo, segue a programação do evento:
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Título: Nanotecnologia aplicada a infecções relacionadas a biofilmes;
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Palestrante: Me. Leonardo Quintana Soares Lopes;
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Horário: 09/04/2018, 14h, sala 109, prédio 31;
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Resumo: Os biofilmes são comunidades biológicas com um elevado grau de organização, onde as bactérias formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. Os biofilmes podem desenvolver-se em qualquer superfície úmida, seja ela biótica ou abiótica. Uma das mais importantes características dos biofilmes bacterianos é a sua resistência ao sistema imune do hospedeiro e aos agentes antimicrobianos. Bactérias que vivem nessas comunidades são frequentemente de 10 a 1000 vezes mais tolerantes aos antimicrobianos do que quando na forma planctônica.
A dificuldade de tratamento, devido à resistência bacteriana em infecções associadas a biofilmes, possui consequências diretas (maior tempo de internação, custo de antibioticoterapia e medicamentos complementares, custos com médicos e procedimentos diagnósticos) e indiretas (absenteísmo e desemprego) no desfecho clínico e na qualidade de vida do paciente. Diversas abordagens surgem pra esse tipo de problema e um foco frequente nas pesquisas é o uso de nanotecnologia. A produção de nanopartículas (NP’s) usadas para o sistema drug delivery (entrega de fármacos) para o potencial antibiofilme mostrou resultados importantes para a indústria farmacêutica.
Em 1959, o pesquisador Richard Feynman realizou uma palestra no encontro American Physical Society falando sobre a construção de nanoestruturas, molécula por molécula, átomo por átomo. Surgia a nanotecnologia e a manipulação de materiais em escala atômica modificando as propriedades físicas e químicas e facilitando a penetração em barreiras e membranas celulares. Existem hoje diversos exemplos de nanoestruturas destinadas ao sistema de entrega de fármacos. Os mais utilizados são as nanoesferas, nanocápsulas, lipossomas e micelas.
No período do mestrado foi desenvolvida uma formulação com nanocápsulas contendo monolaurato de glicerol. A formulação seguiu sendo utilizada no doutorado, mas para outro foco. Os biofilmes microbianos. Foram realizados diversos ensaios e diversas dosagens para medir o quão eficiente são estas nanocápsulas. Os resultados mostraram que a formulação possui importante atividade antibiofilme e significativamente mais eficiente que o composto na sua forma livre. Esta ação foi testada contra microrganismos como C. albicans, S. aureus, E. coli e P. aeruginosa.
Além desta formulação, o grupo também testou nanopartículas contendo o óleo de Melaleuca alternifolia onde tiveram resultados semelhantes. O óleo foi menos eficiente que a formulação contendo as nanoestruturas. Alguns trabalhos foram publicados com os resultados obtidos com estes testes em periódicos internacionais.