Aula de Seminários – 08/05/2017
A dor crônica e a depressão geralmente coexistem, e inúmeros mecanismos estão envolvidos na patogênese desta comorbidade, o que a torna resistente ao tratamento. O sistema serotoninérgico é considerado um mecanismo central na díade dor-depressão, no entanto, estudos recentes evidenciam que disfunções do sistema imune ou danos no tecido neuronal, envolvendo o processo de neuroinflamação, também possam ter papel importante na patogênese desta díade. Compostos orgânicos de selênio, como o disseleneto de m-trifluormetil-fenila, que apresenta efeito do tipo antidepressivo em camundongos, bem como antidepressivos já utilizados na clínica, como a agomelatina, foram avaliados frente a vias inflamatórias em modelos animais de depressão e dor neuropática. Os resultados obtidos demonstraram que tais moléculas com efeito do tipo antidepressivo modulam diversas cascatas inflamatórias, evidenciando seus mecanismos de ação e novos alvos terapêuticos para o tratamento da depressão e da dor neuropática.