É necessário falarmos sobre essa nova pauta que está presente nos diálogos a respeito da Educação Infantil, cujo questionamento de fundo é: o currículo da Educação Infantil é compatível com o livro didático? A resposta certamente é NÃO, pois, na Educação Infantil, a criança é o foco de todo o processo e para o seu desenvolvimento se faz necessária a sua participação ativa, brincando e explorando o mundo ao seu redor com autonomia. Este entendimento é diferente, portanto, do que acontece na pedagogia transmissiva (ou “educação bancária”), em que o professor é o centro, repassa e transmite o conteúdo. Um dos materiais mais utilizados nesta pedagogia são os livros, pois entende-se que as aprendizagens das crianças são fruto da memorização e repetição – e não da interação e da experiência.

Ao analisarmos os livros disponibilizados, o que podemos perceber é uma antecipação de etapas e a pressa em alfabetizar. Esta atitude acrítica pode implicar no que costumeiramente chamamos de “pular etapas”. A Educação Infantil é reconhecida como o lugar do desenvolvimento integral e gradual das crianças, respeitando seus ritmos e descobertas, em ambientes de interações e brincadeiras. Com isso, devemos refletir e olhar para aquilo que realmente será melhor para as crianças, sempre pensando em promover autonomia e aguçar a curiosidade e a investigação.

 

Texto: Larissa Nunes e Rafaela Dias