Uma das questões mais importantes a serem tratadas em relação ao PNLD, que é o uso do livro didático na Educação Infantil, não tem sido visto de forma positiva por nós educadores que trabalhamos nesta área. A LDB e a BNCC, que são base para a nossa prática pedagógica com crianças, contemplam as múltiplas necessidades que as crianças têm diante da experiência de conhecer o mundo, como ter liberdade de explorar os ambientes propostos, expressar-se, direito a brincar.

A adesão ao PNLD 2022 irá privar e/ou retirar esses pressupostos que servem para que as crianças se desenvolvam como sujeitos em uma sociedade, paralisando ou direcionando o seu aprendizado para a linguagem oral e escrita e lógico-matemática. A presença do livro didático nas salas cria uma rotina de exercícios e tarefas que não dá conta da totalidade do processo de aprendizagem que está acontecendo com as crianças. Significa um rótulo para os próprios professores, que ficam de mãos atadas e impedidos no exercício de “professor que aprende e ensina ao aprender”. O que não queremos é voltar para uma época da história em que a educação era designada “bancária”, na qual as crianças eram vistas como caixas, folhas de papel em branco e que precisam ser “marcadas”, “preenchidas” com planejamentos de uma instituição “dona do conhecimento”. Este PNLD irá fazer com que retrocedamos e percamos alguns direitos conquistados com muita luta e que são de suma importância para nós e, principalmente, nossas crianças.

 

Texto: Patrick Silva