Tudo o que você precisa saber sobre as eleições presidenciais no Estados Unidos!

Os Estados Unidos possuem um processo democrático complexo e que muitas vezes pode confundir o restante do mundo. Por isso o blog de hoje do PelotasMUN explora os principais aspectos desse assunto e mostra as peculiaridades desse sistema.

Fonte: Gage Skidmore. 

Processo Eleitoral

As eleições estadunidenses acontecem a cada 4 anos, na primeira terça-feira do mês de novembro. Seguindo essa tradição, a próxima eleição está programada para acontecer no dia 5 de novembro de 2024. O processo eleitoral é caracterizado por diversas etapas. Desde a escolha dos candidatos (primária), aos votos da população (eleições gerais).

Um aspecto curioso do sistema eleitoral dos Estados Unidos, que pode parecer estranho para nós brasileiros, é que o voto não é obrigatório. Enquanto no Brasil a participação nas eleições é um dever que todos devem cumprir, nos EUA, os cidadãos têm a liberdade de decidir se desejam ou não exercer seu direito ao voto. Já que lá eles prezam muito pela liberdade individual.

Outra curiosidade é que os votos são impressos e em muitos estados são enviados pelos correios, o que faz com que a contagem dos votos seja mais demorada que a do Brasil, demorando de 3 a 4 dias para saírem os resultados preliminares e algumas semanas para o resultado oficial.


Como funciona a eleição?


Nos Estados Unidos, a eleição geral é marcada por um sistema de voto indireto. Isso significa que, mesmo que um candidato receba mais votos populares, ele pode não vencer a eleição. Um exemplo disso aconteceu em 2016, quando Hillary Clinton obteve mais de 3 milhões de votos a mais do que Donald Trump, mas conquistou apenas 236 delegados, enquanto Trump garantiu 306, ganhando as eleições.

Esse sistema funciona através do Colégio Eleitoral, onde os votos são divididos por estados. O vencedor em cada estado leva todos os votos dos delegados desse estado, em uma prática conhecida como “the winner takes all”. Os delegados são representantes proporcionais à população de cada estado, e para ganhar a presidência, um candidato precisa de pelo menos 270 votos no Colégio Eleitoral, já que existem 538 delegados em todo o país.

A finalidade dos Colégios Eleitorais remonta à intenção de seus criadores, que desejavam garantir que os estados tivessem uma voz forte dentro do sistema federal. A ideia era proporcionar uma representação equitativa, especialmente para os estados menores, permitindo que eles tivessem influência nas decisões nacionais.

Os estados tendem a se alinhar com um dos dois grandes partidos, por exemplo, a Califórnia é tradicionalmente democrata, enquanto o Texas costuma apoiar os republicanos. No entanto, existem os chamados “swing states” ou estados-pêndulo, como Carolina do Norte, Pensilvânia e Geórgia, que frequentemente mudam suas escolhas entre os partidos. Esses estados recebem uma atenção especial dos candidatos, que buscam convencer os eleitores a se inclinarem para seu lado.

Entretanto, essa abordagem não é unânime entre os estadunidenses. Atualmente, cerca de 58% da população prefere um sistema de voto popular, similar ao que adotamos no Brasil, questionando a justiça do Colégio Eleitoral. Essa discussão continua a ser um tema relevante no cenário político, refletindo as tensões entre a tradição e a evolução da democracia americana. 


Candidatos

O Brasil é marcado pela diversidade de candidatos à presidência que ganham relevância, em contraste com os EUA. Embora existam candidatos por todo o país, geralmente apenas os candidatos dos dois maiores partidos que se destacam para concorrer. Sendo esses os candidatos dos partidos Democrata e Republicano (que serão explicados mais adiante).

Esse ano, os principais nomes na disputa são o ex-presidente Donald Trump, que representa o partido Republicano, e a atual vice-presidente Kamala Harris, representando os Democratas. Alguns outros nomes também aparecem na lista de candidatos do país, como Jill Stein (Partido Verde), Chase Oliver (Partido Libertário) e Cornel West (Independente), que podem também influenciar o resultado.


Democratas X Republicanos

O Partido dos Republicanos foi criado históricamente para combater a expansão da escravidão. Eles acreditavam que o trabalho assalariado, tanto quanto o liberalismo econômico e a propriedade privada melhorariam a economia norte-americana. Sendo seu primeiro presidente, Abraham Lincoln. Entretanto, desde então, o partido Republicano defende o conservadorismo, nacionalismo, protecionismo econômico, isolacionismo político, apoio a regimes da direita e políticas anti-imigrantes.

Já o Partido dos Democratas, surgiu através dos interesses agrários e escravocratas. Seu primeiro presidente foi Andrew Jackson, que defendia a segregação social. Porém, posteriormente ao pós-guerra civil e à Guerra Fria, o partido adotou um rumo mais progressista.Trazendo foco em temas como os direitos humanos, preservação ambiental, assistência social e temas pertinentes à saúde da mulher.

 

Pixabay

Conclusão

A análise das eleições presidenciais nos Estados Unidos, é de extrema importância, já que o ganhador não afetará apenas os EUA, mas toda política global. Acompanhar o desenrolar desse processo eleitoral é fundamental, pois fornece resultados valiosos sobre como as decisões políticas em uma das maiores potências do mundo podem afetar o cenário internacional.

Escrito por: Eduarda Tamagno, Trainee Press