No dia 24 de abril foi celebrado o Dia Internacional do Multilateralismo e Diplomacia para Paz. A data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas com o propósito central de promover o multilateralismo, a cooperação internacional e a construção da paz através da diplomacia — valores que elucidam, por exemplo, a Carta da ONU e a Agenda de 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
No contexto da promoção do multilateralismo e da diplomacia, o mundo contemporâneo testemunha a presença de diversas instituições internacionais fundadas com esses objetivos. Um exemplo notável são organizações como a União Europeia e a União Africana, blocos econômicos com significativa importância não só em seus respectivos continentes, mas no mundo. No entanto, diante do avanço das relações internacionais e consequentemente, a aceleração de desafios globais, como estas instituições estão se adaptando com a rápida mudança de conjuntura?
E principalmente, como os Estados e demais instituições estão lidando com os desafios impostos pelas mudanças climáticas, um problema que transcende fronteiras? Este dia oferece uma oportunidade para refletir sobre esse tema e avaliar como as organizações internacionais e os esforços diplomáticos estão se ocupando frente aos desafios do século XXI.
A globalização das mudanças climáticas
Em março deste ano, a ONU emitiu alerta vermelho para as mudanças climáticas, em resposta ao relatório produzido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) que apontou 2023 como o ano com as temperaturas médias mais altas já registradas na história. Porém, não é surpresa para a geração Z que as mudanças rápidas no padrão de consumo estão diretamente ligadas ao aumento do aquecimento global e a decorrência de outras transformações negativas na natureza.
No que se refere às transformações climáticas, as relações internacionais entram em cena por se tornar um problema não exclusivo e de responsabilidade única de um indivíduo, mas de toda a sociedade internacional. À medida que celebramos o Multilateralismo, notamos a necessidade de esforços conjuntos para superação de uma crise jamais antes vista em tamanha escala: ciclones, inundações, secas e ondas de calor já são testemunhados em diferentes lugares.
O papel da diplomacia e do multilateralismo
Apesar da dificuldade em frear o avanço do aquecimento global, os 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) já assinaram em 2015 o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Esta agenda estabelece 17 objetivos globais, sendo o 13º a “Ação Contra a Mudança Global do Clima”
Atualmente, o principal acordo internacional voltado para combater as mudanças climáticas é o “Acordo de Paris”, firmado por 195 delegações durante a Conferência sobre as Mudanças Climáticas (COP21), realizada na França em 2015. O referido documento tem como objetivo principal limitar o aumento da temperatura global para menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais com a meta de 1,5ºC, além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa pelos países signatários.
Mesmo diante dos desafios e conflitos atuais, acordos como o de Paris se tornam cruciais para o desenvolvimento de políticas concretas contra as mudanças climáticas. Os esforços internacionais através da diplomacia promovem uma abertura nos horizontes políticos e contribuem para uma nova abordagem nos estigmas enfrentados pela sociedade. Estes acordos representam uma posição perceptível da capacidade e da importância do multilateralismo, visto a necessidade de esforços globais para a mitigação de problemas globais.
Texto escrito por: Lavinia Kukul – Assistente de Press