Barbieland: Explorando Relações Internacionais no filme da Barbie

Aviso: Contém spoilers! 

Estreado nos cinemas do mundo todo dia 20 de julho de 2023, se tornando a maior estreia do ano, o filme da Barbie virou notícia em todos os cantos ao redor do globo. O filme já era um sucesso antes mesmo do lançamento, pois o marketing da produção do longa conquistou as mídias sociais, os estabelecimentos, e principalmente, pessoas de todas as idades. 

O longa-metragem mais aguardado de 2023, dirigido por Greta Gerwig e estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling nos papéis de Barbie e Ken, respectivamente,  destaca-se por sua abordagem inclusiva. Ao explorar bonecas da Barbie de todas as profissões e características únicas, o filme oferece uma narrativa que ressoa com a questão atualmente amplamente discutida: o teto de vidro.

Foto: Divulgação Warner Bros.

O filme, além de ser titulado com o gênero de comédia e conter inúmeras piadas e cenas engraçadas, apresenta um rico subtexto que aborda questões sociais e críticas ao patriarcado. Um dos momentos de maior relevância é quando Barbie parte do mundo mágico de Barbieland para ir até Los Angeles, Califórnia, com o objetivo de  consertar seus defeitos que surgiram no seu próprio corpo de boneca. Durante esse meio tempo, Ken decide acompanhá-la e dividir essa jornada com sua namorada. No mundo real, Ken se depara com uma realidade totalmente distinta da que ele vivia, uma cidade onde homens detinham poder e controle.

Foto: Barbie (Margot Robbie) e Ken (Ryan Gosling). Divulgação Warner Bros.

Após conhecer e conviver com pessoas diferentes dele e da realidade onde vivia, Ken retornou a Barbieland com o intuito de instaurar o patriarcado no mundo mágico, onde era e sempre foi comandado por apenas mulheres, entre elas a Barbie presidente. Ao chegar sozinho e perceber a ausência de liderança na cidade, ele prontamente comunica a todos os Kens, e juntos eles se unem em busca do poder.

Essa reviravolta na trama abre espaço para reflexões sobre a relação entre Estado e Poder, temas amplamente discutidos e abordados em ciência política e no curso de Relações Internacionais. No enredo, observamos um contexto no qual em um momento as mulheres comandam o território, e em outro momento a mesma nação é coordenada pelos homens. Desta forma, vemos uma mudança de comportamento do determinado território, há certas diferenças no momento onde o gênero feminino comanda e no outro período de tempo onde o gênero masculino está no poder.

O filme também relata a experiência das Barbies, como mulheres, em sua jornada para retomar a presidência da nação, onde o feminismo, a união entre as mulheres e a conexão entre elas desempenham um papel fundamental para colocar seus planos em ação e retomar a Barbieland. Essa abordagem ressalta a relevância do empoderamento feminino e da solidariedade entre as mulheres na superação de desafios.

Através da trama, o filme reproduz conflitos atuais da realidade, como a desigualdade de gênero e as dificuldades que todas as mulheres enfrentam ao exercerem o poder, ao mesmo tempo em que possuem as responsabilidades de mães, trabalhadoras e realizando todas as tarefas.

Foto: Barbieland. Divulgação Warner Bros.

Roberta Bertoldi 

Sou do primeiro semestre de Relações Internacionais da UFPel, tenho interesse na área de comércio exterior e em ser correspondente na área de RI. Espero que o projeto traga muito conhecimento e novas experiências a todos que participarem, que seja um momento de troca, aprendizado e ótimas lembranças.