Panorama Geral Acontecimentos da Guerra na Ucrânia Fev – Ago

No dia 24 de agosto completou seis meses desde quando Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou uma “operação militar especial” no leste da Ucrânia. Nesse mesmo dia, a Ucrânia celebra o feriado do Dia da Independência, que marca a separação do país da antiga União Soviética, em 1991. Fique a par dos acontecimentos mais marcantes desses seis meses de guerra:

FEVEREIRO

Na noite de 23 para 24 de fevereiro, Putin anuncia sua decisão de lançar uma operação militar no leste do país vizinho sob o pretexto de “desnazificar” e “desmilitarizar” a Ucrânia. Em seu discurso, o presidente russo alega que não há planos de ocupar o território ucraniano e pediu para os soldados ucranianos deporem suas armas. Momentos após, foram relatadas explosões em Kiev, Kharkiv e Odessa. As Nações Unidas consideram este ataque uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e contrário aos princípios da Carta das Nações Unidas. Nesse mesmo dia a Usina Nuclear de Chernobyl foi invadida por tropas russas.

 25 de fevereiro: Mais bombardeios em Kiev. Zelensky acusa a Rússia de atacar alvos civis nos bombardeios. O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, nomeia Amin Awad do Sudão como Secretário-Geral Adjunto para servir como Coordenador de Crise das Nações Unidas para a Ucrânia.

28 de fevereiro: Primeira rodada de negociações entre representantes da Rússia e da Ucrânia se encerra, sem sucesso. O procurador do Tribunal Penal Internacional abre uma investigação por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

MARÇO

 2 de março: A Assembleia Geral das Nações Unidas adota uma resolução deplorando a “agressão” cometida pela Rússia contra a Ucrânia (141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções).

4 de março: O Conselho de Direitos Humanos da ONU adota uma resolução pedindo a retirada “rápida e verificável” de tropas russas e grupos armados apoiados pela Rússia de todo o território da Ucrânia.

5 de março:  O Conselho de Direitos Humanos da ONU decide estabelecer urgentemente uma Comissão Internacional Independente de inquérito.

10 de março: A Turquia sedia uma reunião trilateral entre chanceleres na cidade de Antália – sem resultados.

16 de março: O Tribunal Internacional de Justiça ordena que a Rússia suspenda imediatamente suas operações militares na Ucrânia.

24 de março: A Assembleia Geral da ONU exige a proteção civil e o acesso humanitário na Ucrânia, enquanto também critica a Rússia por criar uma situação humanitária “horrenda” (140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções).

25 de março: Rússia afirma que a primeira fase da guerra havia sido completada.

29 de março:  Negociadores ucranianos e russos se reúnem em Istambul, na Turquia, para mais uma rodada de negociações. A Ucrânia propõe a adoção de um status de neutralidade em troca de garantias de segurança nos moldes do Artigo 5 da OTAN. As propostas também incluíam um período de consulta de quinze anos sobre o status da Crimeia, anexada à Rússia em 2014, e o retorno de todas as forças russas às posições pré-invasão.

30 de março: As Nações Unidas nomeiam três especialistas em direitos humanos para investigar possíveis violações do direito internacional cometidas durante o conflito na Ucrânia.

ABRIL

1-3 de abril: Encontrado relatos do Massacre de Bucha. Rússia alega que os ataques teriam sido cometidos pelos próprios ucranianos e nega ter cometido qualquer ação ilegal na Ucrânia.

4 de abril: Presidente Zelensky acusa a Rússia de genocídio e afirma que as sanções econômicas impostas pelo Ocidente não são suficientes para responder as ações russas. Os EUA começam a pressionar para que a Rússia fosse suspensa do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

7 de abr.: A Assembleia Geral da ONU adota uma resolução pedindo a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos. A resolução recebeu uma maioria de dois terços dos que votaram, menos as abstenções, na Assembleia de 193 membros, com 93 nações votando a favor e 24 contra.

19 de abril: O ministro de relações exteriores russo, Sergei Lavrov, confirma que “outra fase” da invasão havia começado.

26 de abril: O Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, visita o ministro Sergey Lavrov e o Presidente Putin em meio a críticas que a ONU estava fazendo pouco para tentar resolver a crise. A Assembleia Geral da ONU adota uma nova resolução pedindo aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança para que justifiquem o uso do veto.

28 de abril: António Guterres se encontra com o Presidente Zelensky.

MAIO

6 de maio: O Conselho de Segurança da ONU adota uma declaração na qual apoia fortemente os esforços do Secretário-Geral para alcançar uma solução pacífica na Ucrânia.

12 de maio: O Conselho de Direitos Humanos aprova uma resolução em uma sessão especial sobre a Ucrânia pedindo uma investigação sobre as atrocidades alegadas contra as tropas de ocupação russas.

20 de maio: Com quase três meses de duração, Rússia estava no controle militar do porto de Odessa, podendo gerar uma crise alimentar em vários países – já que a Ucrânia é um dos maiores exportadores de grãos do mundo. A Rússia afirmou que só encerraria o bloqueio dos portos ucranianos se as sanções contra o país fossem encerradas.

 JUNHO

2 de junho: Presidente Zelensky afirma que entre 60 e 100 soldados ucranianos estavam morrendo por dia, especialmente no leste.

3 de junho: Invasão da Ucrânia pela Rússia entra em seu 100º dia, António Guterres ressalta o marco sombrio com um apelo para o fim imediato da violência.

 15 de junho: O Alto Comissário para os Direitos Humanos declama, na abertura da 50ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, que a guerra na Ucrânia deixará vestígios por gerações e que uma crise alimentar, energética e financeira global ameaça o planeta.

17 de junho: O presidente Putin fala com investidores em um fórum econômico em São Petersburgo sobre sanções econômicas, dizendo: “a blitzkrieg econômica contra a Rússia não teve chance de sucesso desde o início”.

 JULHO

4 de julho: O Parlamento Russo prepara uma legislação para converter a situação econômica da Rússia em uma “economia de guerra” de modo a poder ordenar que as empresas produzam suprimentos de guerra e poderem fazer com que os trabalhadores trabalharem horas extras e em feriados nacionais.

12 de julho: O presidente Zelensky confirma que a Ucrânia se tornou um membro associado do Programa de Interoperabilidade Multilateral da OTAN. Ele afirma que esta era uma “contribuição para o desenvolvimento da segurança coletiva na Europa”.

22 de julho: Assinado acordo que permite a Ucrânia a exportar seus grãos entre a Ucrânia e a Rússia (mediado pela ONU e pela Turquia) para permitir a exportação de alimentos da região.

AGOSTO

18 de agosto: Uma reunião trilateral em Lviv foi feita reunindo o secretário-geral da ONU António Guterres, o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan e o presidente Volodymyr Zelensky.

Final de agosto: vários países ocidentais (ligados a OTAN) anunciaram mais apoio à Ucrânia.

 

Mapa: Mapa dos avanços territoriais russo na Ucrânia, em 11 de setembro.

Fonte: Instituto para o Estudo da Guerra, 2022.

De acordo com o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, em 29 de agosto, 13.718 vítimas civis foram registradas, incluindo 5.663 mortes. O número real pode ser significativamente maior à medida que as vítimas relatadas são confirmadas. Ainda, dezenas de milhões de pessoas estão em “perigo potencial de morte”. O conflito segue sem previsão de término.  

 

 

Liara Luiza    Assistente de Press

Estudante do 5° semestre de RI, interessada por geopolítica, direito internacional e comércio exterior. Animada para aprender mais sobre a visão de diferentes países sobre temas tão interessantes!