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Você já deve estar familiarizado com a informação de que a China está se tornando a maior economia do mundo e, no dia 15 de novembro de 2020, ela deu mais um passo rumo à influência econômica internacional. Foi assinado então, em Hanói (Vietnã), por meio de videoconferência, o maior acordo de livre comércio do mundo, chamado de RCEP (sigla em inglês para Regional Comprehensive Economic Partnership) ou Parceria Econômica Regional Abrangente e que inclui um total de 15 países, sendo que 10 deles já fazem parte da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), e que juntos formam cerca de 30% do PIB do planeta.
Houve cerca de 30 rodadas de negociação (desde 2012) antes da assinatura, entretanto, podemos ver o fechamento desse acordo na conjuntura em que nos encontramos hoje como uma forma de restabelecer as economias afetadas pela pandemia mundial da COVID-19, na qual a região asiática foi fortemente afetada, e também como um sinal de que essa mesma região perpetuará, pelo menos nos próximos anos, a sua posição hegemônica no comércio internacional.
Por muitos especialistas, o acordo é visto somente como um modo de simplificar os diversos acordos bilaterais entre os membros, porém ele visa também diminuir os custos de transição de insumos para as empresas da região, além de promover maior integração comercial, o que resulta numa economia mais forte e com menos barreiras de entrada.
Não serão somente as economias dos países asiáticos que terão vantagens nesse acordo, países que possuem relações fortes com esse mercado também podem se beneficiar das vantagens oferecidas por ele. No caso do Brasil, a análise é mais neutra, acredita-se que não haverá muitos efeitos a curto prazo já que outros acordos bilaterais, desfavoráveis a nossa economia, já haviam sido firmados, porém, é sempre importante acompanhar os rumos das decisões políticas feitas, já que cada vez mais o Brasil se aproxima dos Estados Unidos como parceiro político, e isso pode afetar as relações ou dificultar os processos comerciais.
Em relação aos Estados Unidos, a saída da Parceria Transpacífica (TPP-11) no último mandato de Trump foi vista como um afastamento da região asiática, o que possibilitou mais liberdade e maiores oportunidades para a formação desses acordos. Além disso, os conflitos internos no país dificultam a retomada dessa estratégia (iniciada pelo governo de Barack Obama) no governo de Biden.
Perspectivas
Mesmo em meio ao cenário atípico em que estamos inseridos, é possível traçar perspectivas futuras. Não restam dúvidas de que a forte presença asiática no comércio internacional tende a aumentar, portanto é imprescindível que as decisões políticas dos países se fixem em manter acordos pragmáticos com esses países. Outro fator importante a ser analisado é de que tensões político-comerciais ainda podem vir a surgir envolvendo os principais atores do sistema econômico mundial, e caberá às organizações internacionais manterem uma posição firme para contornar esses conflitos.
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Letícia Caldeirão
Eu amo cozinhar, adoro ir ao cinema e alguns dos gêneros que mais gosto são: animação, terror e drama. Sou apaixonada por gatos e tenho um filha felina chamada Amora!! |