Em 1945, há exatos 75 anos, nos dias 6 de agosto e 9 de agosto, as cidades de Hiroshima e Nagasaki, respectivamente, foram alvos de bombardeios atômicos realizados pelos Estados Unidos contra o Império do Japão durante os estágios finais da Segunda Mundial. Como consequências dos ataques, cerca de 300 mil pessoas morreram, 80 mil instantaneamente. Aqueles que sobreviveram ao ataque, além de traumas físicos, também tiveram que lutar contra o preconceito e a ignorância, e hoje são porta-vozes do desarmamento nuclear.
São eles os Hibakushas, termo japonês que significa “aqueles que foram afetados por bombas”. Calcula-se que existam em torno de 145 mil Hibakushas vivos, sendo que cerca de 1% ainda sofrem com doenças causadas pela radiação. São chamados de Niju Hibakusha aqueles que sobreviveram ambas bombas atômicas. Acredita-se que existam cerca de 185 Niju Hibakusha no Japão, no entanto o único oficialmente reconhecido pelo governo japonês é Tsutomu Yamaguchi.
Estigmas e Preconceito
Em 1945, havia pouco conhecimento dos efeitos da radiação no corpo humano. Diante disso, muitas pessoas sentiam medo de entrar em contato com os sobreviventes, acreditando ser contagioso ou hereditário. Muitos hibakushas (e até mesmo seus filhos) enfrentaram dificuldades para encontrar emprego ou casar-se, entre outras limitações. Muitos hibakushas escondiam sua condição com medo da segregação e preconceito.
Ativismo
Além da rejeição social, a radiação trouxe severas doenças e a necessidade de assistência médica. Uma longa jornada de ativismo por direitos de indenização médica para o tratamento das enfermidades contraídas no ataque nuclear levou a criação da Nihon Hidankyo (Confederação Japonesa Para Vítimas de Bombas Atômicas e Hidrogênio) em 1956 – onze anos após a tragédia. No mesmo ano foi aprovada a lei de cuidados médicos aos sobreviventes da bomba atômica. Já no ano de 1968, o Ato de Medidas Especiais as Vítimas foi promulgada, uma medida que indenizava financeiramente os hibakushas.
Atualmente, a Nihon Hidankyo atua pressionando governos pela abolição e banimento de armas nucleares, lutando pela prevenção de guerras nucleares, uma ameaça crescente em nossa sociedade. Em 2010, a organização recebeu o prêmio por Ativismo Social na Cúpula Mundial dos Prémios Nobel da Paz.
No Brasil
Em 1984 (39 anos após a hecatombe), na cidade de São Paulo, foi fundada a Associação das Vítimas das Bombas Atômicas no Brasil. Em 4 meses, 80 sobreviventes já haviam se manifestado, chegando a 200 em apenas um ano. Anos de luta e ativismo garantiram aos hibakushas brasileiros reconhecimento legal de sua condição, tratamento médico e indenizações monetárias. Atualmente, acredita-se que existam cerca 78 sobreviventes das bombas em solo brasileiro. A organização passou a chamar-se Associação Hibakusha Brasil pela Paz e atualmente dedica-se à propagação de mensagens de paz e pelo fim de armas e usinas nucleares.
Recomendação
“A última mensagem de Hiroshima” – Takashi Morita (presidente da Associação Hibakusha Brasil pela Paz)
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Laura Wolff
Meu nome é Laura, tenho 21 anos, virginiana. Meus hobbies incluem jogar truco espanhol, comer batata do marcelão e construir mobília de paletes. Polímata, meus talentos incluem decorar fatos inuteis, criar contas no ifood pra ganhar cupom e abandonar festas antes de todo mundo. Gosto de pensar que sou o Hyde de That 70’s show, mas provavelmente sou o Eric. |