Refugiados e imigrantes compartilham suas culturas no Brasil

Cada vez mais nós vemos notícias sobre pessoas de diferentes lugares do mundo chegando no nosso país. Algumas foram obrigadas a deixar suas casas, outras apenas buscavam por melhores condições de vida. Mas, afinal, quem são essas pessoas? O que realmente sabemos sobre essa parte da população que – junto conosco – compõe o Brasil?

Podemos chamá-los de imigrantes ou refugiados, dependendo da sua condição. Os refugiados, segundo a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), são definidos como: “pessoas que estão fora de seus países de origem por fundados temores de perseguição, conflito, violência ou outras circunstâncias que perturbam seriamente a ordem pública e que, como resultado, necessitam de “proteção internacional”. Já o termo “migração” é compreendido implicando um processo voluntário, por exemplo, alguém que cruza uma fronteira com o objetivo de alcançar melhores oportunidades econômicas. Quando falamos de imigração – que é o caso aqui – estamos nos referindo às pessoas que entram no país. Vale ressaltar que a ACNUR deixa bem claro que misturar os dois termos pode enfraquecer o apoio a refugiados.

Muitas vezes nós esquecemos que por trás desses conceitos e dos números existem vidas. São pessoas que, além de precisarem do nosso apoio, tem muito a oferecer e ensinar. Nesse contexto, no ano de 2015, aqui no Brasil, foi criado o projeto Migraflix, com o objetivo de integrar refugiados e imigrantes social e economicamente. É uma organização não governamental que busca dar voz e espaço para essas pessoas compartilharem um pouco de suas culturas (por meio de diferentes projetos e workshops).

Projeto Raízes na cidade, iniciativa do Migraflix, em 2019

Através de atividades envolvendo culinária, música, dança e arte, além de palestras motivacionais e projetos com parceiros, mais de 800 refugiados e imigrantes de 30 países conseguem ganhar um dinheiro. Porém, o Migraflix vai muito além disso. Em uma TEDxSaoPaulo, Jonathan Berezovsky, imigrante argentino e fundador do projeto, conta que sim, o dinheiro empodera o imigrante economicamente, mas é a oportunidade de serem reconhecidos e valorizados que realmente ilumina o espírito deles.

Projeto Raízes na cozinha, em 2019

Em tempos de pandemia, o cenário mudou para o projeto social Migraflix. Eles se viram obrigados a utilizar a tecnologia para seguirem com as suas atividades, e o resultado foi positivo. Eles estão promovendo diferentes cursos online, como por exemplo um workshop de culinária, apresentado por uma empreendedora cultural síria, de origem curda, ou até mesmo um workshop de dança Zulu, organizado por uma jovem da África do Sul. Existem diversos outros cursos e é possível encontrar tudo no site deles: https://www.migraflix.com.br/workshops-online 

Empreendedora cultural Nduduzu Siba, da África do Sul, no workshop de Dança Zulu, em 2019

Infelizmente, vivemos em um mundo formado por muitas pessoas intolerantes. Toda semana há casos absurdos de brasileiros desrespeitando imigrantes ou refugiados. Porém, não podemos esquecer que existem diferentes projetos sociais que nos mostram que ainda há esperança. O Migraflix é apenas um deles.


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Paola Meine

Amo assistir o amanhecer, comer panqueca doce, rir com os meus amigos e escutar música (the kooks e zimbra, principalmente). Sou debochada, um pouco braba, fofa (é o que dizem) e tuiteira (não que eu me orgulhe disso). Gosto de dançar just dance, ler livros que falam sobre história e aprender sobre diferentes países. Quem gosta de festa pode me chamar que topo tudo. Mas também topo ver Friends e comer pizza em casa.