2011
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO APLICADO NA ANÁLISE DE IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS: CONTRIBUIÇÕES AO RECONHECIMENTO DE MOFOGÊNESES, MORFOLOGIAS E MORFODINÂMICAS DO RELEVO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO FEIJÓ/RS
Descrição: Impactos ambientais urbanos geram transtornos sociais diversos. Em muitos casos, a análise de impactos ambientais deveria ser pauta de reflexão cotidiana, inclusa nas políticas de planejamento urbano. Como suporte a essas políticas de planejamento urbano, numa perspectiva de aplicabilidade do conhecimento geomorfológico, destacam-se os mapeamentos temáticos em geomorfologia. Objetiva-se nesta pesquisa, de um modo geral, análises de impactos ambientais urbanos na bacia hidrográfica do arroio Feijó, utilizando-se do mapeamento geomorfológico de detalhe enquanto instrumento de referência, balizador e de síntese dessas análises. Apresentam-se AbSaber (1969), Ross (1992) e Fujimoto (2001), enquanto fundamentos teórico-metodológicos da pesquisa concretizada. Enquanto modos operacionais se destacam as atividades de levantamentos bibliográficos, de elaboração de documentos cartográficos, de trabalhos de campo e, embasadas nestas atividades, as análises. Compreender impactos ambientais urbanos requer o reconhecimento dos processos que os geraram e que, no seu próprio movimento, transformam-se. Impactos ambientais urbanos constituem-se ao longo do processo histórico, por julgamentos de valores de significâncias de efeitos perturbadores, de gêneses ou conseqüências antrópicas, no urbano ou para além, no ambiente, que, na promoção de mudanças ecológicas e/ ou sociais, coloquem em questão estados de auto-organização e/ ou de relativa estabilidade ambiental. A apreensão de impactos ambientais urbanos prima pela compreensão de processos ambientais através de análises multidimensionais as mais articuladas possíveis. As diretrizes para estruturação de mapeamentos geomorfológicos de detalhe, destacando-se os elementos de abordagem acordados pela Comissão de Pesquisa em Mapeamento Geomorfológico da União Geográfica Internacional (UGI), dados morfográficos, morfométricos e morfocronogenéticos do relevo, quando acrescidas das leituras morfodinâmicas do relevo, acredita-se, para o caso da bacia hidrográfica do arroio Feijó, bem embasam análises de impactos ambientais urbanos. Abordagens de dados hidrográficos, geológicos, pedológicos, pluviométricos, sócio-históricos e socioeconômicos contribuem na estruturação do mapeamento geomorfológico da bacia hidrográfica do arroio Feijó e, a partir deste, ao reconhecimento de proeminentes impactos ambientais urbanos na bacia hidrográfica em questão. No contexto do mapeamento geomorfológico, reconhecem-se padrões, unidades e geometrias de vertentes do relevo da bacia do Feijó, assim como, formas de processos atuais; também, reconhecem-se aspectos pedológicos e das vertentes de indicações morfogenéticas relativamente recentes do relevo, as quais, sensivelmente alteradas no processo de ocupação antrópica da bacia hidrográfica: há aumento do fluxo por terra e conseqüente redução da infiltração. Verifica-se alteração do sistema hidrológico da vertente e conseqüentemente do curso fluvial. Com a intensa alteração dos processos morfogenéticos, marcados pelo acréscimo dos fluxos superficiais, há um colapso na funcionalidade dos canais, com os solapamentos de margens, assoreamentos e transbordamentos dos mesmos. Visando-se atenuar os problemas decorrentes destas situações, entre outras práticas, utiliza-se do processo de retificação dos cursos fluviais, que se torna permanente. Desse modo, impõe-se a busca das gêneses, das funções e das relações, numa melhor compreensão de impactos ambientais. Há de se considerar essa busca uma constante entre as variáveis das dinâmicas ambientais, dentre elas, indica-se, das morfodinâmicas do relevo da bacia hidrográfica do arroio Feijó.
Coordenador: Moisés Ortemar Rehbein