A INOVA/UFPel, representada pelo Professor Vinicius Farias Campos, participou do evento da Academia Brasileira de Ciências, que ocorreu entre os dias 30 de agosto e 01 de setembro na Universidade de São Paulo. O evento, 5º Encontro Nacional de Afiliados da ABC, tinha como tema “Soberania e Sustentabilidade em Tempos de Mudanças Climáticas”.
Para fechar o segundo dia do 5º Encontro Nacional de Membros Afiliados da Academia Brasileira de Ciências (5º ENMA ABC), foram convidados membros da categoria para falar de um tema preocupante na ciência nacional: a inovação. Enquanto o país é o 13º maior produtor de ciência no mundo, é apenas o 54º em inovação, e ainda carece de uma cultura voltada à expansão do conhecimento científico para além da academia. Entre os convidados estavam Bruno Gimenez, que tratou sobre inovação sustentável para a sociedade, e Maurício Cherubin, que falou sobre nova agricultura sustentável, como conciliar segurança alimentar e mudanças climáticas.
Além deles, o professor Vinicius Farias Campos, Superintendente de Inovação e Desenvolvimento Interinstitucional da UFPel, falou sobre a inovação como meio de transformação social. Segundo o professor, transformar pesquisa em inovação para a sociedade é um dos desafios do Brasil no século XXI. Em 2021 foram requeridas 3,4 milhões de patentes no mundo, e o Brasil foi responsável por apenas 24 mil. Destas, apenas 21% foram depositadas por brasileiros. Outra anomalia é a proporção anormal de patentes depositadas por universidades. Esse fato, muitas vezes usado para criticar as instituições públicas, para Vinicius Campos reflete apenas a falta de inovação no setor privado. “Se olharmos as universidades de ponta do mundo, estamos atrás. Precisamos é estimular uma cultura de patentes no país e as universidades têm papel fundamental em puxar esse movimento”, disse.
O Acadêmico também criticou os incentivos presentes na carreira científica, que tendem a desestimular o desenvolvimento de inovação tecnológica. Ele não enxerga uma cultura de inovação dentro da comunidade científica brasileira, com poucos Conselhos, setores e pessoal especializado. “Precisamos de um ambiente institucional favorável. É necessário cobrar as instituições para que melhorem o processo de submissão de artigos, trabalhem com prazos e protocolos definidos, contem com profissionais adequados para isso”, defendeu.
O Marco Legal de C&T determina que as instituições tenham seus próprios setores de inovação, mas muitas delas ainda engatinham nesse processo. “Muitos lugares têm criado centros voltados pra inovação apenas com mesa e tomada pro cientista trabalhar. Precisamos nos perguntar, como pesquisadores nacionais, queremos de fato investir e fazer inovação?”, finalizou.
Mais informações no site: Academia Brasileira de Ciências