Modelagem Matemática do COVID-19: Atualização de 11.09.2020

O cenário brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19. A grande maioria dos gráficos apresentados são auto explicativos. Para interagir com os gráficos para o Brasil, RS e municípios, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/. Estes gráficos são atualizados diariamente.

O Brasil se encontra no 181° dia da epidemia após o 100° caso e apresenta uma lenta atenuação no avanço. Em 10/09, o Brasil contabilizava 4.238.446 casos confirmados (↑196.808 em 7 dias), uma incidência de 2016,9 casos por 100.000 habitantes. O número de óbitos chegou a 129.522 mortes (↑ 4.908 em 7 dias), apontando uma mortalidade de 61,6 óbitos a cada 100.000 habitantes e uma letalidade de 3,1%.  O número de casos recuperados é 3.497.337 (82,5%) e de casos ativos é 611.587 (14,4%).

Em relação aos 20 países do mundo com mais casos, o Brasil ocupa a 2ª posição no número de óbitos, a 3ª posição no número de casos confirmados, recuperados (tendo sido ultrapassado pela Índia na última semana nas 2 categorias), casos ativos e de casos por milhão de habitantes e a 8ª posição no número de óbitos por milhão de habitantes (caiu uma posição nesta semana). Na sequência tem-se o gráfico com o crescimento e decrescimento da epidemia no mundo e podemos observar o decréscimo brasileiro no número de casos e óbitos.

A curva de casos confirmados no Brasil nas últimas 2 semanas (28/08 a 10/09) apresentou uma queda, tendo em torno de 34.075 casos por dia. No mesmo período, a curva com o número de óbitos também apresentou uma queda, tendo em torno de 777 óbitos por dia. Na última semana (04/09 a 10/09) o Brasil teve uma média de 28.115 infectados (11.920 casos a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -29%) e 701 óbitos por dia (151 a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -21%). Nas figuras a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Brasil.

Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, BA, MG e RJ possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, DF, AP e TO e de mortalidade para RR, RJ, CE e DF. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/.

Em relação aos óbitos: Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão:

  • subindo em 1 estado: AC
  • em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em 10 estados: PR, RS, DF, MS, MT, PA, RR, CE, MA e PE;
  • em queda em 16 estados: SC, ES, MG, RJ, SP, GO, AM, AP, RO, TO, AL, BA, PB, PI, RN e SE.

Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/  .

No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Os estados da região sul, SC, RS e PR, apresentam números semelhantes de óbitos por 100.000 habitantes (34,33; 34,12; 32,01, respectivamente). Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 2.693, no PR é de 1.280 e no RS é de 1.297 casos por 100.000 habitantes. Segundo relatório da SEPLAG RS, em relação aos óbitos acumulados em 7 dias já não há uma grande diferença entre a evolução dos óbitos no RS, SC, PR e MG frente aos demais. O RS e SC já superaram a média nacional, ainda apresentando comportamento de crescimento.

O RS se encontra no 171° dia da epidemia após o 100° caso e segue mantendo um crescimento elevado. Em 10/09, o RS possui 151.392 casos confirmados (↑ 16.782 em 7 dias) e teve em média 2.397 novos casos de COVID-19 por dia (entre 04/09 e 10/09), 69 casos a mais do que na média da semana anterior e apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 1,47% nos últimos 5 dias. O número de óbitos chegou a 3.929 3.590 mortes (↑ 339 em 7 dias) e teve em média 48 óbitos por dia (entre 04/09 e 10/09), 3 a mais do que a média da semana anterior, apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,6%. Do total de casos confirmados, 139.601 (92%) se encontram recuperados e 7.862 (5%) ativos.

Na figura a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Rio Grande do Sul, para o número de infectados e de óbitos.

Abaixo seguem gráficos, considerando a incidência e a mortalidade, para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes. No total são 489 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (98% de 497 municípios).

Pelotas:

Com o avanço da epidemia, e o aumento de casos na cidade de Pelotas, uma aba de gráficos específica para a cidade foi criada https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/covid-19-graficos-com-relacao-ao-rs/covid-19-pelotas/. Esta aba é atualizada diariamente, utilizando os dados divulgados pela Prefeitura Municipal de Pelotas.

Percebe-se que a epidemia segue crescendo na cidade, tendo 3.131 casos confirmados em 10/09, uma média de 53 casos por dia nos últimos 7 dias (média de 54 casos por dia nos últimos 30 dias). A incidência por 100.000 habitantes é de 914,4. O número de óbitos na mesma data foi 101, uma média de 1,7 óbitos por dia nos últimos 7 dias (média de 2 óbitos por dia nos últimos 30 dias). Destas 101 mortes, 83 ocorreram nos últimos 41 dias. A mortalidade por 100.000 habitantes é de 29,5 óbitos e a taxa de letalidade é de 3,2%.  Atualmente Pelotas tem 1929 pessoas recuperadas (61,6%) e 1101 casos ativos (35%).

Abaixo segue os gráficos da evolução da epidemia na cidade, em formato de infográfico: casos e óbitos diários com média móvel de 7 dias; casos e óbitos acumulados, recuperados e ativos; óbitos confirmados por sexo e por faixa etária; porcentagem de casos confirmados por região da cidade (em 08/09); perfil dos infectados (em 03/09), ocupação dos leitos de UTI (dados divulgados nas redes sociais da prefeitura municipal e no jornal Diário Popular).

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.

Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz

* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 11.09 em jornais, redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil, da Secretaria da Saúde do RS, da Prefeitura Municipal de Pelotas, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Our World in DataInformation is Beautiful e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.