O cenário brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19. A grande maioria dos gráficos apresentados são auto explicativos. Para interagir com os gráficos para o Brasil, RS e municípios, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/. Estes gráficos são atualizados diariamente.
O Brasil se encontra no 174° dia da epidemia após o 100° caso e apresenta uma lenta atenuação no avanço. Em 04/09, o Brasil contabilizava 4.041.638 casos confirmados (↑280.247 em 7 dias), uma incidência de 1789,9 casos por 100.000 habitantes. O número de óbitos chegou a 124.614 mortes (↑ 5.965 em 7 dias), apontando uma mortalidade de 59,3 óbitos a cada 100.000 habitantes e uma letalidade de 3,1%. O número de casos recuperados é 3.247.610 (80,4%) e de casos ativos é 669.414 (16,6%).
Em relação aos 20 países do mundo com mais casos, o Brasil ocupa a 2ª posição no número de casos confirmados, de óbitos e de recuperados, a 3ª posição no número de casos ativos e de casos por milhão de habitantes e a 7ª posição no número de óbitos por milhão de habitantes.
A curva de casos confirmados no Brasil nas últimas 2 semanas (21/08 a 03/09) se manteve estável, tendo em torno de 38.547 casos por dia. No mesmo período, a curva com o número de óbitos apresenta uma pequena queda, tendo em torno de 879 óbitos por dia. Na última semana (28/08 a 03/09) o Brasil teve uma média de 40.035 infectados (2.976 casos a mais que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de +9%) e 852 óbitos por dia (54 a menos que na média da semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -13%). Nas figuras a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Brasil.
Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, BA, RJ e MG possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, DF, AP e TO e de mortalidade para RR, RJ, CE e AM. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/.
Em relação aos óbitos: Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão subindo em: AM e TO, estão em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em PR, RS, SP, GO, MS, MT, AP, PA, RO, RR, CE e MA, e estão em queda nos estados de SC, ES, MG, RJ, DF, AC, AL, BA, PB, PE, PI, RN e SE. Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/ .
No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Dentre estes estados, a região Sul tem as trajetórias menos intensas conforme pode ser melhor visualizado no zoom da figura. SC, RS e PR apresentam números semelhantes de óbitos por 100.000 habitantes (33; 32; 30, respectivamente). Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 2.571, no PR é de 1.206 e no RS é de 1.185 casos por 100.000 habitantes.
O RS se encontra no 164° dia da epidemia após o 100° caso e segue mantendo um crescimento elevado. Em 03/09, o RS possui 134.610 casos confirmados (↑ 16.295 em 7 dias) e teve em média 2.328 novos casos de COVID-19 por dia (entre 28/08 e 03/09), 293 casos a mais do que na média da semana anterior e apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 1,59% nos últimos 5 dias. O número de óbitos chegou a 3.590 mortes (↑ 315 em 7 dias) e teve em média 45 óbitos por dia (entre 28/08 e 03/09), 2 casos a menos do que a média da semana anterior, apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,7%. Do total de casos confirmados, 120.364 (89%) se encontram recuperados e 10.656 (8%) ativos.
Na figura a seguir, tem-se os gráficos da evolução da epidemia no Rio Grande do Sul, para o número de infectados e de óbitos.
Abaixo seguem gráficos, considerando a incidência e a mortalidade, para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes. Também, um gráfico mostrando a evolução da epidemia nestas cidades. No total são 487 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (98% de 497 municípios).
Abaixo seguem os gráficos das projeções para o Brasil, RS e das cidades gaúchas que possuem mais de 100.000 habitantes, até o dia 14 de setembro. No modelo matemático SIR, foi considerada uma taxa média de reprodução R0 que variou de 1. a 1.3 e um período de infecção de 5.2 dias. Cabe observar que os dados da projeção anterior foram mantidos (o modelo não foi atualizado nesta semana), de modo a verificarmos a variação nos resultados preditos e os dados divulgados. Os dados utilizados são por data de notificação e obtidos no site do Ministério da Saúde do Brasil e na Secretaria da Saúde do estado (SES RS). Devido a problemas operacionais e ao número crescente de casos, algumas cidades tem apresentado atraso na divulgação dos seus dados, acarretando divergência entre os dados divulgados pelas prefeituras e pelo SES RS. Estes dados aos poucos têm sido corrigidos, causando variação expressiva nos gráficos, como, por exemplo, a cidade de Porto Alegre.
Se a taxa de crescimento seguir como está, estima-se que até o dia 14 de setembro, o BR terá perto de 4 milhões e trezentos mil infectados, que o RS terá em torno de 147.000 infectados e que Pelotas tenha em torno de 2.900 casos confirmados de COVID-19.
Com o avanço da epidemia, e o aumento de casos na cidade de Pelotas, uma aba de gráficos específica para a cidade foi criada https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/covid-19-graficos-com-relacao-ao-rs/covid-19-pelotas/. Esta aba é atualizada diariamente, utilizando os dados divulgados pela Prefeitura Municipal de Pelotas.
Percebe-se que a epidemia segue crescendo na cidade, tendo 2.762 casos confirmados em 03/09, uma média de 54 casos por dia nos últimos 7 dias. A incidência por 100.000 habitantes é de 806,7. O número de óbitos na mesma data foi 89, uma média de 3 óbitos por dia nos últimos 7 dias. A mortalidade por 100.000 habitantes é de 25,6 óbitos e a taxa de letalidade é de 2,9%. Atualmente Pelotas tem 1677 pessoas recuperadas (61%) e 996 casos ativos (36%).
Abaixo seguem os gráficos de casos e óbitos diários com média móvel de 7 dias. Também se apresenta um gráfico com um comparativo dos dados dos últimos 2 meses (considerando os valores em 01/07, 01/08 e 01/09), bem como um gráfico com a porcentagem de casos confirmados por região da cidade de Pelotas em 01/09 (gráfico divulgado pela prefeitura municipal).
Também é apresentado um gráfico do número de reprodução diário (Rt ), considerando a incidência: Os valores de Rt são calculados através de um modelo parametrizado para epidemias, desenvolvido por um grupo experiente de pesquisadores do colégio Imperial de Londres, Reino Unido (Thompson et al., 2019 – doi: 10.1016/j.epidem.2019.100356). Este modelo leva em conta a incidência de casos notificados. Os valores podem modificar consideravelmente dependendo da janela de dados e desvios padrão utilizados na simulação. Assim, a interpretação de um valor de Rt menor do que 1 deve ser feita com cautela. Observa-se que no início de julho a média móvel apresentava um Rt = 1,31 e que no início de setembro a média móvel diminuiu, apresentando um Rt = 1,12.
Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.
Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves
Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz
* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 04.09 nas redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria da Saúde do RS, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Our World in Data, Information is Beautiful e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.