Organização Mundial da Saúde retira transexualidade de sua lista de transtornos mentais

Por William Engel

Na nova versão, batizada como CID-11, que substitui a CID-10, a transexualidade passa a integrar um novo capítulo. Imagem: Getty Comercial

No último dia 18 de maio, a Organização Mundial da Saúde(OMS) divulgou sua nova versão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de Saúde (CID). Entre as novas mudanças destacou-se a classificação da transexualidade , que até então era entendida como “transtorno de identidade de gênero”, e passou a ser classificada como “incongruência de gênero”.

Na nova versão, batizada como CID-11, que substitui a CID-10, a transexualidade passa a integrar um novo capítulo intitulado: “condições relacionadas à saúde sexual”, e é classificada como “incongruência de gênero”. No catálogo, a chamada “incongruência de gênero” é entendida como uma incompatibilidade entre o gênero de nascimento e o gênero experimentado pelo indivíduo, assim concluindo que mero comportamento variante e escolhas pessoais não devem ser base para diagnóstico.

Cabe ressaltar que o Conselho Federal de psicologia já havia proibido o tratamento da transexualidade como doença desde janeiro de 2018. Ele proibiu a prática de quaisquer atos de preconceitos, como terapias de conversão, reversão, readequação ou reorientação de identidade de gênero, além de incentivar seus profissionais para contribuir com a eliminação da transfobia.

Em sua versão anterior, que estava em vigor desde 1990, a OMS já havia retirado à homossexualidade de sua lista. A data de exclusão ocorreu no dia 17 de maio e acabou tornando-se o Dia Internacional Contra a Homofobia e Transfobia. Após 28 anos de lutas e estudos de especialistas ligados a OMS, a comunidade transexual, junto com a adição a lei Maria da Penha, pode comemorar mais essa conquista.

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