A gestão das organizações é sempre um assunto vivo e pertinente no mundo corporativo, independentemente da época na qual estejamos. Isso porque, a cada momento emerge uma nova teoria organizacional, novas informações, globalização, tecnologias e pesquisas, o que faz com que a organização, em se tratando de sua gestão, necessite de uma maleabilidade cada vez maior para se manter firme no mercado e evoluir sempre.
Em meados dos anos 1970, surgiu uma grande inovação em se tratando de tecnologia: o computador pessoal. Nesse momento, algumas organizações já dispunham de grandes computadores centrais dentro de suas instalações para auxiliar no seu processo de gestão, com a centralização das informações utilizada para tornar os processos mais ágeis e transparentes dentro das organizações. Entretanto, por volta dos anos 1990, os PCs já possuíam maior capacidade de armazenamento do que os robustos computadores centrais anteriores, contrariando a tendência de centralização das informações com um desenvolvimento completamente oposto.
A evolução rápida das tecnologias influenciou diretamente na gestão das organizações, principalmente em se tratando da comunicação organizacional. Apesar da natural resistência à mudança existente dentro dessas organizações, a tecnologia foi conquistando seu espaço em todas os processos até se tornar indispensável para a continuidade competitiva das empresas no mercado. Contudo, devido à sua rápida evolução, boa parte das organizações não fazem o melhor uso das tecnologias disponíveis atualmente. Em alguns casos, a mesma acaba, até, atrapalhando o dia a dia funcional de algumas organizações.
É necessário, então, retroceder alguns anos na história das organizações e perceber a origem da existência das empresas. As organizações se estruturaram através da necessidade humana de trabalhar coletivamente para atingir certos objetivos. Isso fez com que os seres humanos criassem mecanismos que facilitassem a obtenção de resultados almejados por um certo grupo e, a partir daí, estruturaram-se de modo a conseguir organizar e controlar todos os processos criados. Dessa maneira, é possível perceber que, em sua origem, a organização nada mais é do que o reflexo de um grupo de pessoas que trabalha em prol de um mesmo objetivo.
Sendo assim, é de extrema importância enxergar que, antes de entender e adaptar uma nova tecnologia a uma empresa, é necessário compreender e capacitar as pessoas que a compõe, buscando analisar as capacidades, os desafios e as necessidades das pessoas que farão, de fato, a tecnologia ser uma aliada e não uma adversária. O grande erro das empresas atualmente é colocar a tecnologia dentro da organização, mas não aplicar a organização à tecnologia. Se a organização é a soma das pessoas que a compõe, a tecnologia só pode prosperar como aliada no momento em que for bem utilizada por essas pessoas.
Neste momento caímos numa das maiores dificuldades modernas das organizações: a comunicação organizacional. A comunicação nada mais é do que a transmissão de informações e partilha de conhecimento. O grupo de pessoas componentes de uma organização está preocupado com um objetivo e se comunica para chegar até ele. Contudo, muitas vezes o agente desta comunicação não é humano e, se não for bem utilizado e direcionado, não se faz eficaz, prejudicando todo o processo da obtenção deste objetivo.
Desta maneira, chegamos, finalmente, ao ponto mais importante desta discussão: a tecnologia não se refere às máquinas utilizadas, mas sim ao uso qualificado dessas; à pratica! E, para que essa prática seja de real eficácia, é necessário que os agentes sejam capazes de captar o máximo dessas tecnologias e transmitir adiante toda sua capacidade de auxílio e facilitação na obtenção dos objetivos previamente definidos. Sendo assim, para que exista, de fato, essa transmissão, a comunicação organizacional deve, também, ser eficaz no ponto em que, se a organização (agentes) não compreende bem os seus processos, é impossível possuir tecnologia auxiliar eficaz para os mesmos.
Fica, assim, uma sugestão de autoavaliação para que, antes que seja implementada uma nova tecnologia, haja uma análise da comunicação interna da organização e também do porquê de esta tecnologia ser adicionada ao processo, para que se possa, de fato, aproveitar ao máximo suas potencialidades. E, caso você tenha ficado curioso(a) sobre o assunto, ficam aqui os links para os artigos base da criação deste texto e, também, um convite para vir conversar com a equipe da Emad Jr.
Até logo, abraço!
Ana Luísa Vahl Dias
Diretora de Marketing
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Artigo 01: Da tecnologia na organização à organização na tecnologia – James R. Taylor
http://revistacomsoc.pt/index.php/comsoc/article/view/1098
Artigo 02: Tecnologia: novas abordagens, conceitos, dimensões e gestão – José Carlos T. da Silva