A Restauração do Patrimônio Cerâmico
A Bacharel em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis Veronica Coffy Bilhalba Santos, apresentou sua dissertação em Memória Social e Patrimônio Cultural (UFPEL) intitulada “Restauração do Patrimônio Cerâmico: obtenção e análise de massas polivinílicas processadas por micro-ondas para recomposição de objetos cerâmicos”. O trabalho foi desenvolvido juntamente com a Profª Margarete Regina Gonçalves e o Curso de Engenharia de Materiais – UFPEL. Segundo a Conservadora Restauradora Veronica, a ideia de pesquisar o assunto massas polivinílicas irradiadas, surgiu a partir do conhecimento empírico sobre massas artísticas contemporâneas, pois antes de cursar o Bacharelado em Conservação e Restauro ela já trabalhava como artista plástica e artesã moldando objetos decorativos com uma massa artística denominada porcelana fria – ou massa de biscuit, como é conhecido popularmente esse material. A massa de porcelana fria é uma mistura de amido e emulsão PVA (produto comercial) que é processada no aparelho de micro-ondas. Para aproveitar o método na restauração de cerâmicas, a composição da massa foi adaptada com minerais argilosos; foi testada na sua utilização prática e analisada no seu desempenho técnico. De acordo com a mesma pesquisadora, a restauração de arte decorativa a base de gesso e a restauração cerâmica são carentes de referências nos dias atuais, sendo necessário desenvolver esse campo de pesquisa no Brasil.
Como pesquisadora, Veronica buscou ofertar ao campo prático uma alternativa ao uso comum de gesso, de difícil moldagem de uma maneira geral e cujo manejo se torna inconveniente eventualmente. A massa polivinílica irradiada é uma solução simples de baixo custo tanto quanto o gesso, mas é de fácil aplicação e manejo, mínima toxidade e se mostrou eficiente nas análises instrumentais de Termogravimetria, Reometria e Espectroscopia de Infravermelho Transformada de Fourier. O ponto mais importante do seu estudo é a discussão do aproveitamento da tecnologia das micro-ondas para melhorar o desempenho técnico de massas de preenchimento a base de emulsão PVA.. O micro-ondas desidrata a água da emulsão; torna a massa de preenchimento menos porosa e, em torno disso, o sólido final sugere maior durabilidade. Apesar dos resultados profícuos, a pesquisa não oferece parecer conclusivo, uma vez que o material experimental não pode ser submetido ao ensaio de envelhecimento acelerado. Além disso, a massa polivinílica irradiada foi testada somente em cerâmicas de pequeno porte, de produção recente, com pequenas lacunas; o material não foi comparado com outros tipos de massas de preenchimento conhecidas e divulgadas nos dias atuais. Esses pontos abrem um leque de possibilidades de pesquisa sobre o tema: Restauração Cerâmica. Nós do Curso de Conservação e Restauro te parabenizamos pelo trabalho desenvolvido e desejamos sucesso!
Por Cristiane Rodrigues
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