Dança em Processo

Mostra Dança em Processo

Está interessada(o) em mostrar seu trabalho? Inscrições para participar da mostra nos dias 04, 05 ou 06 de dezembro na Sala Carmem Biasoli: Para se inscrever a(o) estudante deve enviar e-mail para coreolab.ufpel@gmail.com até o dia 28/11 informando: a) nome da atividade, b) nome da(o) estudante responsável com contato, c) nome da(o) professora orientadora/responsável d) descrição da atividade, e) tempo de duração, f) curso da UFPel a que está vinculado, g) dia de sua preferência. OBS: A mostra está aberta a qualquer manifestação artística.

Sobre a Jam…

Na semana passada realizamos uma Jam Session, com poucas pessoas tivemos a oportunidade de construir um ambiente agradável de improvisação de movimentos e de sons através da disposição, da escuta do que nos rodeia…

A partir dessa experiência, pudemos perceber a Jam como um espaço de criação, sem uma obrigação, sem o ”ter que” criar, assim possibilitando uma confiança no que já está acontecendo. Nesse tempo podemos experienciar só o ”fazer” e então ver tudo como experiência…

Um lugar para experienciar a criação em dança, levar algo, guardar algo ou algum lugar no corpo e na dança.

Após, em nossos encontros tivemos como referência o cineasta David Lynch, que explica sobre a necessidade de ter esse tempo para criar e juntamente com Jonh Cage que escreveu sobre ”10 regras para estudantes e professores”, com o intuito de mostrar coisas, práticas importantes na hora de trabalhar, criar…

Uma outra experiência…

No dia 26 de outubro tivemos a oportunidade de ter uma experiência com o Centro Coreográfico 7 de Abril, onde o diretor Augusto ministrou uma aula de dança contemporânea, onde teve a presença dos seus bailarinos e dos participantes do Coreolab.

A aula acompanhada por um pandeiro, direcionada pelo Augusto, que segundo ele permite-se outras possibilidades diferente da música pronta e linear que acaba limitando a criação de sequências de movimentos de aulas, onde a música e batida do pandeiro se adapta as suas aulas e suas expectativas.  Uma aula intensa, com saltos, alongamentos, encaminhada para seus bailarinos com a expectativa corporal e dinâmica, podendo ser uma preparação para próxima composição. Seus bailarinos com técnicas diversas, na sua maioria mulheres, já compreendem a dinâmica da aula.

Na conversa com os presentes tivemos a oportunidade de escutar sobre a trajetória de Augusto e também sobre a história do Centro Coreográfico 7 de Abril, que se fez presente atuando por muitos anos em Pelotas. Compartilhou como suas aulas são feitas com referências clássicas, da sua experiencia na Unicamp, e com a companhia de dança com a Debora Bastos, que segue sempre um cronograma com poucas variações. Relacionando a energia, equilíbrio, força, gravidade nos conta sobre suas aulas e sobre sua concepção de dança.

Ter um vínculo com a dança que acontece na cidade de Pelotas é de extrema importância pois nos permite diversas discussões. Nos alimenta de dança, de concepções, de movimento e de vinculo com a dança da cidade, percebendo um mundo recheado de singularidades e também de diferenças.

Como estamos indo?

Na semana passada tivemos a oportunidade de mostrar e experienciar as novas investigações do projeto na Semana Integrada de Inovação de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPEL.

Além de uma apresentação de um trabalho referente ao processo que o projeto está passando e juntamente com uma breve explicação corporal das novas pesquisas, levamos a experimentação das tarefas de Trisha  Brown para esse espaço.

Com os pés descalços, abaixo do sol, e com alguns elementos das tarefas nós mostramos um pouco sobre as tarefas, dessa vez de forma mais leve e aberta para as pessoas que se desafiaram a tentar ou apenas a olhar.

Entre um turno ao outro de apresentações de trabalhos, passavam pessoas por nós, na maioria das vezes com um ar de curiosidade sobre o que estávamos experimentando e como estávamos praticando. Então olhando à uma movimentação diferente do que estão habituados. Um corpo dançante, que desconfigura-se em um espaço é potente para instigar próximas atitudes, para um novo desafio.

As pessoas que participaram juntamente nesse dia provocaram em nós outra relação com as tarefas, a facilidade em fazer as tarefas foi uma surpresa, na qual nos possibilitou uma nova forma de vermos as tarefas e também essa relação de tentativa ou falha.

Compartilhamos esse desafio à outras pessoas, à outras formas de se construir e elaborar essas tarefas…

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O entre do eixo

 

Ao experimentar as tarefas de Trisha Brown, como Leaning Duet I, Leaning Duet II, Figure 8, Accumulation, Sticks  I e Sticks II, nos deparamos com a falha, com a tentativa constante.

Para o Leaning Duet I, o dueto inclinado… Onde em dupla é preciso sustentar o peso da outra pessoa, e também se equilibrar, dividindo o eixo com o parceiro e então inclinando os corpos para fora do eixo. Nos defrontamos com essa técnica, com a interrogação de como se fazer, de como agir, também enfrentamos a falha, que nos atravessou intensamente e incessantemente.  É empurrar o quadril para o chão? é seguir repetindo? é caminhar sem parar? O que é? Qual é o entre do Leaning Duet? Qual é o eixo entre a inclinação? Entre as duas pessoas e entre o peso??

Durante o experimento da tarefa Figure 8, onde arqueamos os braços até o topo da cabeça, com diferença de tempo dos dois braços, a aceleração e a desaceleração, a divisão de tarefas diferentes para os dois braços, nos demandaram concentração, raciocínio e habilidade. Debruçamos o nosso pensamento a entender e a fazer essa tarefa. É dividir o pensamento em dois lados, no direito e no esquerdo, é ir juntamente com os outros parceiros escutando somente as batidas do metrônomo… E igualmente nos deparamos com um desacerto…

Em algumas vezes nos perdemos… Nos vimos repetindo várias vezes sem algum resultado e outras com algum efeito através da percepção da técnica… Ao ver de longe, sem experimentar corporalmente, parece fácil, ou parece mais possível… Será que não julgamos antecipadamente a técnica e a dança de Trisha Brown? E também a dança contemporânea?

Iremos propor para pessoas à enfrentarem essas tarefas, essa hesitação, que nos atravessou…

Jam Session

 

Corpo-bicho?

 Esses fluxos ambientais que nos atravessam formam esse corpo-bicho.

 Pela tensão entre a figura atual do corpo-bicho que insiste por força do hábito e os estados intensivos que nele se produzem irreversivelmente, exigindo a criação de uma nova figura.

  O que em nós escuta o grasnar do corpo-bicho? É a criação? É o estado da arte?

  Com a influencias de novas tecnologias de comunicação e informação surge muitos fluxos e hibridações porém de formas efêmeras, de pouca escuta e pouca fluidez, através de uma busca frenética de identificação.

 Corpo-ovo – germinam estados intensivos desconhecidos provocados pelas novas composições que os fluxos, passeando pra lá e pra cá, vão fazendo e desfazendo.

 É o desmanchamento do nosso contorno?  É destinar-se ao corpo sem imagem, vibrátil? Que se transforma constantemente..

Sobre o dia 30

Ao finalizar o primeiro semestre de 2019, reunimos-nos entre artistas da área da Dança para inicialmente conversar, tomar um café e discutir dança contemporânea. Tanto como objetivo do projeto e processo do que já estávamos nos dedicando sobre o assunto esse encontro nos possibilitou novas formas de discussão, por meio de diversas experiencias que os presentes vivenciaram e refletiram.

Ao longo da conversa, troca de experiências, um café e também uma bergamota convidamos a esses presentes a se juntarem a nós, ao projeto e a discussão sobre essa dança.

Em torno dessa aproximação podemos construir diversas perspectivas e então criando um vínculo dançante onde podemos refletir e construir conhecimento para a dança contemporânea.

 

Jam session

Dia 30

A partir desse dia iniciará algo?  O que?  E como iniciar?  Grandes ideias?  Grandes conexões?

 

A começar desse encontro com diversos professores de dança, que produzem e vivem Dança na cidade de Pelotas, juntamente de uma conversa com uma referência em dança contemporânea no Rio Grande do Sul, a Eva Schul, e principalmente de uma conversa de profissionais da dança que dividem algo tão importante. em comum, a dança.

O que nos aproxima? Estabelecer uma conexão de artistas em dança da cidade? Interesse e dedicação à dança contemporânea através de pesquisa, experimentações, criação, oficinas, sessões de Jam, e o que mais? Talvez desse vínculo uma nova forma de produzir e pensar dança na cidade. Nos conhecendo e transformando constantemente.

O que estamos preparando?  O que nos espera?