Desde 2010, estudantes do Curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) vêm desenvolvendo o Projeto de Extensão Universitária Teatro do Oprimido na Comunidade. A iniciativa visa levar para as comunidades a reflexão sobre a possibilidade de um teatro feito por todas as pessoas com as pautas de opressão que os atingem como grupos sociais.
O projeto tem como objetivo criar um campo de interação real entre Universidade/Arte e espaços de formação comunitárias, como escolas, associações de bairros e Centros de atenção à saúde. Para os estudantes envolvidos, é fundamental que haja uma formação artística Universitária que esteja próxima da população, que dialogue com ela para formar profissionais verdadeiramente comprometidos com as demandas sociais e para estimular a presença da Arte em espaços variados.
O Teatro do Oprimido é uma técnica teatral criada pelo teatrólogo Augusto Boal que utiliza o teatro como ferramenta para promover transformações sociais. Além disso, o projeto trabalha com estudos do educador Paulo Freire, e participa de seminários no Brasil e na Argentina para debater o pensamento desses teóricos, trocando saberes a partir das experiências do projeto.
O projeto desenvolve-se ordinariamente nas segundas e terças-feiras neste ano de 2023, entre espaços de reunião de planejamento e avaliação e ida nas comunidades para a vivência do público com as oficinas de teatro. Infelizmente, neste ano, o projeto conta apenas com três estudantes envolvidos e uma professora colaboradora da comunidade.
No entanto, apesar do desafio, o Teatro do Oprimido na Comunidade tem realizado importantes atividades em Pelotas e região. Na APAJAD, por exemplo, iniciaram em 2022 atividades que focam no desenvolvimento e aprendizado de pessoas com deficiência a partir do contato com a linguagem teatral. Já no CAPS Baronesa, iniciaram as atividades em março deste ano, com um grupo de mais ou menos 20 pessoas, que já demonstram muito interesse nas atividades promovidas, demonstrando o quanto o teatro pode contribuir na promoção de relações de confiança, afetividade e expressão.
O projeto também promove todas as terças-feiras oficinas de Teatro na Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Deficiências (APAJAD) e no Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS)- Baronesa. Quem estiver interessado em entrar em contato com o projeto pode escrever para projetotocoufpel@gmail.com ou acessar a página tocoufpel no Facebook, onde é possível encontrar imagens, lives e informações sobre o projeto.
Completando 13 anos de atuação em Pelotas e região, o Projeto Teatro do Oprimido na Comunidade segue firme em sua proposta de utilizar o teatro como ferramenta para promover transformações sociais e levar reflexões sobre as opressões que afetam diferentes grupos sociais.