Por Superávit Caseiro

Uma das principais dúvidas de quem quer começar a investir em ações é: como escolher uma corretora de investimentos? Conforme levantamento da Bolsa de Valores brasileira, a B3, o número de contas abertas em corretoras abertas até 2022 ultrapassa os cinco milhões, sendo que ao longo do ano passado, o aumento foi de aproximadamente 1,5 milhão de investidores novos no mercado de capitais, o que representa um aumento de 56% na comparação com dezembro de 2020.

Com o aumento no número de investidores, também aumenta o número de empresas que oferecem o serviço de corretagem. Em sua obra “Investimentos inteligentes”, Gustavo Cerbasi explica que as Companhias Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CCTVMs) são as conhecidas corretoras de valores. São essas empresas que estão autorizadas a negociar nas bolsas de valores e de mercadorias e futuros, pois não é o investidor que opera diretamente na B3. Ele precisa dessas corretoras para poder comprar e vender os títulos que são negociados nas bolsas de valores do mundo inteiro.

A abertura de uma conta em uma corretora é simples, sendo feita online, através do preenchimento de cadastro e do envio de informações sobre seu patrimônio. Cerbasi lembra que geralmente não são cobradas taxas para manter cadastro, sem efetuar negociações. Assim, você pode manter mais de uma conta para ter acesso ás informações de alto nível que são elaboradas pelos profissionais que trabalham para as corretoras. “As corretoras sabem disso e se esforçam nessa atividade, com o intuito de convencê-lo a operar no mercado por meio delas”, explica o investidor em sua obra.

Mas, diante de tanta oferta, como escolher a sua corretora? Primeiro, você pode conferir a lista completa das corretoras autorizadas a operar na B3, disponível no site da bolsa, através do link: https://www.b3.com.br/pt_br/b3/qualificacao-e-governanca/certificacoes/selos-pqo/corretoras-certificadas.htm. Esse primeiro passo já elimina a possibilidade de você sofrer algum tipo de golpe. Feito essa primeira triagem, você pode estudar as opções de mercados. Muitos começam com a corretora do próprio banco em que tem conta, no entanto, geralmente as corretoras dos grandes bancos cobram taxas maiores. Com o aumento dos seus investimentos, o melhor é escolher uma corretora especializada no mercado de capitais.

A partir disso, Cerbasi apresenta alguma questões que você deve fazer para escolher a melhor corretora:

  1. Como é cobrada a corretagem de cada operação? É fixa ou segue a tabela da B3?
  2. A corretora absorve a taxa de custódia? Qual é o critério para isso?
  3. A corretora oferece diferenciação de custo de corretagem para operar no mercado fracionário?
  4. A corretora conta com o serviço homebroker, para você operar direto de casa, pela internet, sem a interveniência direta do corretor? Ou ela efetua negociações apenas por meio do contato direto com o cliente, por telefone? A primeira opção é melhor, pois é mais ágil e você mantém o controle sobre todas as suas operações.
  5. Quais as ferramentas do homebroker? É possível fazer análise gráfica instantânea por meio dele? É possível agendar stops dinâmicos? É possível visualizar o desempenho da minha carteira total no sistema?
  6. Quem faz a análise dos investimentos? Grandes corretoras fazem suas próprias análises, pois cobram mais por seus serviços. As pequenas costumam comprar relatórios de outras ou de escritórios independentes. Ponto para as grandes, que podem antecipar boas dicas.
  7. Quais os canais existentes para comunicação? Chat, telefone, vista pessoal, e-mail, aplicativo? Qual a agilidade do canal. Uma opção é checar os comentários dos clientes em sites de reclamações e páginas nas redes sociais.
  8. A corretora divulga regularmente sua carteira de papéis recomendados? Divulga opinião sobre compra, venda e mantimento sobre os papéis mais negociados no mercado?
  9. São fornecidas orientações estratégicas específicas para clientes que investem com regularidade, visando o longo prazo? E para conservadores? E day trades?
  10. É possível operar commodities nos mercados derivativos e futuros através da corretora?
  11. A corretora oferece acesso a fundos? Atua em diferentes mercados, como ações, opções, fundos imobiliários, Tesouro Direto, entre outros?
  12. A corretora fomenta clubes de investimento?
  13. A corretora auxiliar no cálculo de impostos a pagar? E no preenchimento do Documento de Arrecadação para a Receita Federal (DARF)?
  14. Existem mecanismos proativos, para que seja informado sobre notícias relevantes sobre os meus papéis de interesse?
  15. São oferecidos cursos para desenvolvimento dos clientes? Os clientes têm desconto ou gratuidade?

Cerbasi orienta que, para abrir uma conta em uma corretora, você deve ter uma avaliação positiva em pelo menos 9 dos itens listados. Também cheque se as corretoras estão cadastradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e se são autorizadas pelo Banco Central. Feito tudo isso, basta seguir seus estudos sobre o mercado de ações para investir com segurança e rentabilidade.

Fonte: CERBASI, Gustavo. Investimentos inteligentes. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.