“Não é possível esperar a vacinação.” 

A educação nunca parou, continuar mantendo as escolas fechadas é preservar vidas. Gostaríamos apenas de entender a quem interessa essa volta às aulas, num momento tão caótico. 

As escolas públicas, por muitas vezes, são mantidas pelos professores e funcionários, pois o básico para o seu funcionamento falta e isso vem de antes de entrarmos em pandemia. Mas agora, o governador acha que os protocolos de biossegurança serão seguidos, sendo que muitas possuem janelas emperradas ou pequenas, as quais resultam em pouca ventilação. Lamentável. Pois se as crianças voltam para a escola e se infectam, podem transmitir o vírus para o pai, a mãe, os avós ou até mesmo os educadores. 

Se analisarmos os países do mundo que já retomaram as atividades escolares, veremos que todos desde o início da Pandemia assumiram uma postura diferente da que existe no Brasil. Esses países orientaram o distanciamento social rigoroso e priorização da vacina. Seguiram protocolos dos quais o sistema governamental brasileiro não vem priorizando e mesmo com esses diversos cuidados sanitários, a França, um país que atualmente está com as escolas em funcionamento, sofreu com surtos de contágio, levando novamente o fechamento desses espaços. Esse fato nos mostra que mesmo com cuidados redobrados, o risco de contágio ainda existe. 

É tão óbvio que não se tem as condições necessárias para a retomada às aulas, a gente só precisa olhar para o lado e ver as tantas escolas no próprio RS que tiveram que fechar pela contaminação pelo Covid-19 entre os professores e os pais dos alunos; e os tantos professores que vieram a falecer por conta deste vírus. Mesmo assim, é defendido uma volta ao modelo presencial quando não possui nem previsão de vacinação para os professores, em um momento de risco alto pela contaminação, considerando que o antigo sistema de bandeiras do RS mudou não pela diminuição de casos ou de internações, mas para garantir a volta às atividades letivas presenciais. Talvez, esse ato possa indicar negligência com a vida humana. O futuro cobrará seu preço. 

Não priorizar a vacinação daqueles que lidam diretamente com pessoas é desumano e vem trazendo inúmeras consequências, como vemos atualmente nas aproximadamente 442 mil mortes por Covid-19 no País. Defender a volta às aulas dentro desse contexto caótico de Pandemia é desvalorizar as vidas das famílias, das crianças e dos profissionais da Educação. 

 

Texto: Grupo EMEI Jacema Prestes