EXPERIMENTAÇÕES FOTOGRÁFICAS III
O PhotoGraphei realizou na tarde do dia 13 de abril mais uma edição do projeto Experimentações Fotográficas. Nosso gazebo foi montado na rua do Centro de Artes/UFPEL (Rua Alberto Rosa, entre Benjamim e Conde de Porto Alegre). Durante a tarde de segunda-feira expusemos resultados de trabalhos que o grupo vem desenvolvendo e propusemos que nossos visitantes compartilhassem conosco de um momento (breve, ou não) de experimentações fotográficas.
Dispondo de equipamentos produzidos pelo grupo que incitam questionamentos e reflexões sobre a formação de imagem e os processos fotográficos, como câmeras Pinhole elaboradas em latas de sardinha e o Dispositivo Fotográfico Instantâneo desenvolvido pelo integrante do grupo Gustavo Reginato, intervimos no fluxo cotidiano daquele espaço provocando encontros criativos, de muita troca e construção de conhecimentos.
E a memória onde irá ficar?
texto e fotos: Ítalo Franco, pesquisador do PhotoGraphein.
Visitei General Câmara no final de 2014 junto com a minha amiga, onde ambos passamos boa parte de nossas infâncias, uma pequena cidade de menos de nove mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul.
Andamos pelas suas ruas desertas num sábado a tarde e visitamos pontos que nos remetiam a época em que brincávamos juntos em nosso mundo de fantasia. Primeiro começamos a notar o que havia mudado desde 2002, última vez em que morei ali. E vimos apenas estabelecimentos comerciais fechados, alguns bazares onde comprava minhas cartas de tabuleiro estavam do mesmo jeito, mesma pintura, mesmo cheiro, a única sorveteria da cidade, sempre fechada.
Pouca coisa realmente havia se inovado, o que mais cresceu por ali foram as ruínas, já existentes no meu tempo de criança. Visitamos então o bairro das casas do Arsenal do Exército onde morei, assim como a maioria dos meus amigos, para encontrá-lo deserto. Mais ruínas. Fui direto para minha casa, buscando saber em que condições ela estava, e fiquei impressionado com o seu estado de conservação: pichações, paredes e janelas quebradas. O que havia acontecido ali? As memórias daquele momento se misturaram com as memórias do meu passado… do pátio onde brincava com a minha irmã e a nossa cachorra, dos churrascos de domingo. A única coisa que parecia manter-se intocável ali, como o último bastião do meu passado, eram as orquídeas que minha mãe havia fixado no Cinamomo do jardim. Elas resistiram, floridas com suas pétalas rosadas, resistentes, desde o primeiro dia em que nos mudamos para lá.
Depois de explorar mais algumas casas abandonadas fomos ao antigo clube da cidade, que já estava abandonado quando morávamos na cidade. Tivemos a coragem de entrar e vimos um tesouro perdido ali. O bar estava intacto assim como as escadas. Havia uma parte do piso original ainda. Há alguns anos houve até um projeto de reconstruí-lo, mas por algum motivo acabou sendo colocado de lado.
Por fim visitamos a escola onde cursamos o fundamental, e se havia achado que rever a minha casa foi uma experiência forte de nostalgia eu estava enganado. Estudei no Instituto Estadual de Educação Vasconcelos Jardim, a melhor escola pública da região. Lembro de que na minha percepção de criança ela era gigante, com corredores infinitos e um pátio maior ainda, onde eu corria livre com meus colegas no intervalo. Os aniversários que havia feito ali, as brincadeiras de caçador na educação física, vários momentos bons voltaram a minha mente e desejei por um momento apenas, reviver tudo aquilo novamente.
General Câmara se transformou em uma cidade de transição, a população vem diminuindo cada vez mais, como uma cidade que não tem muito para oferecer. Entretanto, há muitas histórias enraizadas ali, e julgo importante que todos que ali viveram lembrem do seu passado, de onde vieram, pois assim como as casas de lá estão ruindo e desaparecendo um dia nós também iremos desaparecer. E a memória, onde irá ficar?
PhotoGraphein no V ENEIMAGEM
O integrante do PhotoGraphein Gustavo Reginato apresentou no dia 20/05 seu artigo chamado Recebo Visitas: uma produção de imagens mediadoras de mundo. No eixo temático Imaginários Sociais junto com outros pesquisadores do Brasil. O artigo na íntegra pode ser conferido nos anais do evento, no eixo temático em que foi apresentado. http://www.uel.br/eventos/eneimagem/2015/?page_id=19No dia 23/05 a professora e coordenadora do PhotoGraphein Cláudia Brandão foi convidada pela organização do evento para apresentar uma fala na mesa-redonda sobre fotografia, o título da fala apresentada é “Narrativas Foto-Gráficas: Entre flashs do real e clicks da imaginação”. Na mesma mesa estiveram presentes os professores Alberto Del Castillo (Instituto Mora/ENAH – México) e Richard Gonçalves André (UEL).
A mesa redonda pode ser conferida online no seguinte link. https://www.youtube.com/watch?v=_lO9kKuBiOk
Outros grandes pesquisadores da imagem participaram do evento expondo suas pesquisas, as demais falas podem ser encontradas no canal do LEDI no YouTube.
Estes eventos são de grande importância para divulgação dos trabalhos do Photographein, além de propiciarem a troca de experiências, ampliam ainda mais os estudos da produção, distribuição e consumo de imagens na contemporaneidade.
Navegando na Fluidez da Imaginação
Após um proveitoso passeio de barco pelas águas do Canal São Gonçalo e do Arroio Pelotas,
o grupo teve a experiência de vivenciar as margens das águas pelotenses e todo seu imaginário histórico. Alguns integrantes do PhotoGraphein através do exercício fotográfico e da escrita em texto, transformaram as reflexões do passeio em um artigo que foi publicado na revista Educação Ambiental em ação.
Na coluna Arte e Ambiente o artigo propõe uma discussão acerca das sensações/percepções produzidas durante uma imersão poética vivenciada por integrantes do PhotoGraphein – Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação, UFPel/CNPq, em rios da região de Pelotas (RS). Dialogando com as ideias de Gaston Bachelard, na obra “A água e os sonhos – Ensaios sobre a imaginação da matéria” (1998), nós buscamos refletir, verbal e visualmente, sobre as relações que os sujeitos estabelecem com o elemento Água.
O PhotoGraphein foi à FEEVALE!
A seguir vocês podem conferir o banner virtual e algumas fotos da apresentação.
O Photopraphein vai à Feira de Impressos + Printeria
O Projeto esteve presente na Feira de Impressos + Printeria, onde ocorreu nos dias 29 e 30 de junho de 2015, no Centro de Artes na UFPel. Neste evento lançamos nossos três livros: “Círculo das Águas”, assim como os catálogos das exposições “Mulheres Imaginadas” e “Estéticas da Fé”.
O PhotoGraphein e a EMEF Peixoto Primo no Atelier La Barca
Na quinta feira, dia 23/07/2015, o grupo Photographein vai à escola Peixoto Primo, onde foi recebido pelo gravurista e colecionador Marcelo Calheiros em seu Ateliê La Barca, na praia do Cassino. O grupo é constituído por estudantes do ensino fundamental da Escola Municipal Pedro Carlos Peixoto Primo, localizada no bairro Querência, balneário Cassino.
A visitação aconteceu das 14h ás 17h onde proporcionou aos estudantes a conhecer um ateliê de arte. Estas experiências foram inéditas para os alunos.
A fala do Artista Marcelo Calheiros contribuiu com a aproximação das linguagens da gravura e da
fotografia, o que gerou nos estudantes a necessidade de mais encontros como este, para romper
com a visão tradicional das relações entre Educação e o ensino de Arte. Os participantes do
grupo aguardam o convite do ateliê La Barca para a participação de alguma oficina.
Experienciando o espaço público
A Fototeca Municipal de Rio Grande repetiu o convite, feito ano passado, ao PhotoGraphein para participar da 2ª Jornada de Fotografia – “Fotografia: revelações de uma educação visual”, com a nossa Carto/Foto/Graphias. Na 1ª Jornada de Fotografia, (agosto de 2014), que coincidiu com minha entrada no grupo, optamos por elaborar uma atividade na Praça Xavier Ferreira, localizada em frente ao prédio da Prefeitura Municipal, local onde se localiza também a Fototeca. A escolha se deu, principalmente, por questões ligadas a memórias da Cláudia, familiaridades com o espaço da praça, além de ser em frente do local do evento, facilitando o deslocamento. Neste segundo ano sugeri que trabalhássemos no espaço da Praça Tamandaré, visto que estou envolvido desde final do ano passado com o Projeto se Salvamento Arqueológico da mesma. A convivência com o espaço, seus territórios, seus usuários, propiciam a cada dia novas reelaborações do uso deste traçado no centro da cidade. Revendo bibliografias, sites, fotos, encontrei inclusive outras nomenclaturas, como a registrada por Auguste de Saint-Hilaire – Geribanda, em 1822, e outra mais atual, no geo-referenciamento utilizado pela Apple que chama o espaço de Parque Tamandaré. Estas “novas” nomenclaturas somadas às memórias compartilhadas deram origem a problemática em que me encontro. Conversei sobre estas inquietações com o Grupo e organizamos a versão 2015 da nossa Carto/Foto/Graphias. A Tamandaré, diferente da Xavier, ocupa uma maior área física na carta da cidade e contém outras formas físicas em seu interior. Dentro dessa “fisicidade” a questão do público e do privado é gritante. Disputas de poder estão em jogo diariamente no seu convívio, e na maioria das vezes invisíveis. Estas questões foram agregadas as questões inerentes ao exercício fotográfico que é o do simbolismo representado pela e na imagem, por exemplo. Imersos nesse novo panorama teórico fomos, eu, Cláudia Brandão, Amanda Corrêa, Gustavo Reginato, Ítalo Franco e Xênia Velloso, acompanhados dos participantes da atividade, à rua cartofotographar. O resultado são imagens produzidas a partir da sensibilidade que cada um teve com o espaço sugerido, levando em conta depois estas novas reconfigurações do mundo sensível que nos olha e que olhamos.
Texto e fotos: Rodrigo de Assis
O PhotoGraphein na Primeira Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) da UFPEL
A I Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) da Universidade Federal de Pelotas, que ocorreu de 21 a 26 de Setembro no campus Anglo, contou com três apresentações de dois integrantes do PhotoGraphein núcleo de pesquisa. Os trabalhos foram apresentados no XXIV Congresso de Iniciação Científica (CIC) e no II Congresso de Extensão e Cultura (CEC), todos os textos foram orientados pela coordenadora do PhotoGraphein Cláudia Mariza Mattos Brandão. O primeiro trabalho apresentado no CIC, do aluno Gustavo Reginato tem como título: A Carne da Imagem e a construção do Dispositivo Fotográfico Instantâneo onde ele relata a construção do Dispositivo Fotográfico Instantâneo (DFI), uma câmera fotográfica artesanal que capta e imprime fotografias instantâneas, relacionando com as diferentes formas de se construir uma imagem. O segundo trabalho, do aluno Ítalo Franco Costa tinha como tema O livro de Artista Revelando Quereres Acerca do Ser Profess@r onde questiona os alunos sobre o que é ser professor, através da prática do livro de artista na escola Carlos Maximiliano (Município de São Jerônimo,RS) buscando a reflexão do aprendizado no processo de autoformação docente. No CEC, o aluno Gustavo apresentou as pesquisas do projeto de extensão “O PhotoGraphein vai à escola” na EMEF Peixoto Primo, Balneário Cassino, Rio Grande/RS.
Após o evento foram divulgados os 27 trabalhos destaque do XXIV Congresso de Iniciação Científica (CIC), entre eles o do aluno Gustavo Reginato foi eleito como Destaque obtendo o 1º lugar na área de Linguística, Letras e Artes com o trabalho A Carne da Imagem e a construção do Dispositivo Fotográfico Instantâneo na premiação do dia 24 de Novembro no auditório do prédio do curso de Direito, em celebração solene.
Texto: Ítalo Franco
EXPOSIÇÃO COLETIVA CÍRCULO DAS ÁGUAS
PhotoGraphein no Projeto Paraformal na Fronteira Brasil-Uruguay
Alguns integrantes do grupo PhotoGraphein foram selecionados para participarem da construção do projeto Paraformal na Fronteira Brasil/Uruguay sob cordenação de Cláudia MM Brandão (CA/UFPel) e Eduardo Rocha (FAURB/UFPel). A ideia era reunir uma série de propostas de disciplinas diversas, que necessitam da experiência in loco com as cidades da fronteira Brasil-Uruguay, propondo para isso uma viagem de uma semana [ininterruptamente] por essas comunidades e diversos encontros de preparação e posterior análise dos dados coletados. Você pode conferir um pouco mais do projeto Paraformal aqui.
Intervenção Encontros: Caça aos Tesouros Postais no Arte {Entre-Livros} – que tal vasculhar as estantes da Livraria da UFPel?
A proposta contou com a Participação dos integrantes do PhotoGraphein; Amanda Corrêa, Beatriz Rodrigues, Carine Rodriguez, Cláudia Brandão, Gustavo Reginato e Ítalo Franco.
PhotoGraphein no III CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA REGIONAL
Nossos esquisadores do PhotoGraphein participaram do III CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA REGIONAL, realizado pelo PPGH da Universidade De Passo Fundo/UPF, de 06 a 08 de outubro de 2015, em Passo Fundo/RS. Na ocasião a professora Cláudia Mariza Brandão coordenou o Simpósio Temático nº15 ARTE E IMAGINÁRIOS NA AMÉRICA LATINA, junto com o professor Gerson Luís Trombetta, da UPF. Também foi apresentada a comunicação oral CARTO/FOTO/GRAPHANDO O ESPAÇO URBANO pelos professores Rodrigo de Assis Brasil Valentini e Cláudia Brandão.
O Photographein vai à Escola Peixoto Primo pela segunda vez!
O Projeto PhotoGraphein, da UFPel, vai à EMEF Peixoto Primo
Desde dezembro de 2014, integrantes do Grupo PhotoGraphein, do Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel/CNPq), desenvolvem atividades acerca da formação das imagens com estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Peixoto Primo, localizada no bairro Querência, com a colaboração da professora Xênia Velloso, também pesquisadora do Núcleo.
As ações integram o projeto de extensão da UFPel: “PhotoGraphein vai à Escola”, vinculado ao Curso de Artes Visuais – Licenciatura, do Centro de Artes, que é coordenado pela Prof.ª Cláudia Brandão. O projeto visa proporcionar um espaço para a discussão da fotografia como uma possibilidade de ver o mundo sob outra perspectiva, propondo o exercício do olhar crítico sobre o cotidiano. Tais práticas possibilitam o desenvolvimento de leituras visuais do mundo de modo lúdico, estimulando a percepção acerca da importância das imagens na contemporaneidade.
Durante as atividades, o grupo de alunos da professora Xênia construiu e utilizou “câmeras pinholes lata-de-sardinha”, e, posteriormente, montaram uma exposição no pátio da escola com as fotografias resultantes da atividade. Também foi erguida uma câmara escura gigante, que foi visitada pelos demais estudantes. Além disso, foram realizadas experimentações com outros dispositivos formadores de imagens e saídas fotográficas à beira mar, com a feitura de bolhas de sabão gigantes.
“Todas essas práticas provocaram uma maior aproximação e envolvimento do PhotoGraphein com a comunidade da Escola Peixoto Primo, culminando com a criação de um grupo fechado no Facebook que nos mantém em permanente contato. Comprovamos que investigar os métodos artesanais que retomam as primeiras experiências dos princípios da fotografia sensibiliza os olhares, estimulando a criticidade frente à maciça produção de imagens proporcionadas pelos equipamentos digitais”, explicou a Prof.ª Cláudia Brandão
SMEd
Roberton Reis
EMEF Peixoto Primo
Prof.ª Xênia Velloso
Universidade Federal de Pelotas
Prof.ª Cláudia Brandão