Por Valentina Machado
O estudo foi realizado tendo como base a representação gráfica tradicional, com a utilização de um conjunto de eixos (lines) da cidade para representar as unidades morfológicas (imagem 01).
![Por Valentina Machado](https://wp.ufpel.edu.br/ofm/files/2018/07/UM-VALENTINA-01.jpg)
Imagem 01: Eixos da cidade de Arambaré.
Todos os processos foram realizados utilizando o método de classificação Intervalos Naturais. A legitimação do modelo não ocorreu por dados empíricos, mas pelo uso continuado do programa que nos indica que os lugares mais centrais estão associados a maior concentração de facilidades urbanas e externalidades conforme os trabalhos que vem sendo desenvolvidos nesta linha de pesquisa. Este trabalho se concentra nas ruas que apresentam as menores centralidades dentro da estrutura intra-urbana, utilizando para os dois primeiros processos distância topológica e para os outros a distância ponderada pela impedância.
O primeiro processo, com carregamentos iguais para todos os eixos, demonstra os potenciais de centralidade da estrutura interna da cidade (Imagem 02). Destaca-se a centralidade da ponte que faz a conexão entre a porção norte e sul da cidade.
![Por Valentina Machado](https://wp.ufpel.edu.br/ofm/files/2018/07/UM-VALENTINA-02.jpg)
Imagem 02: Processo com carregamentos iguais (1 para todos).
A partir disso foi gerado um novo processo com a inserção de um ponto com carregamento representando a conexão com a cidade de Camaquã, demostrando a forte centralidade da via de acesso à cidade de Arambaré, o que se aproxima mais da realidade. As ruas que apresentam as menores centralidades foram representadas na cor amarela (Imagem 03).
![Por Valentina Machado](https://wp.ufpel.edu.br/ofm/files/2018/07/UM-VALENTINA-03.jpg)
Imagem 03: Conexão com Camaquã e centralidades com as vias segregadas em amarelo.
Após detectar as vias com centralidades mínimas dentro da estrutura, pretende-se testar a hipótese sobre o que aconteceria com estas vias de centralidades mínimas se existissem melhorias urbanas concentradas em seu entorno. A operação consiste em diminuir a impedância de algumas vias, sugerindo a inserção de melhorias urbanas localizadas nestas vias que atravessam as ruas segregadas de modo a analisar se ganharão centralidade ou se permanecerão com pouca centralidade, porém com maior qualidade.
A inserção destas melhorias em áreas de segregação vai conseguir reanimar a periferia?
Foi então gerado um processo com impedância de 0,1 nas vias em vermelho, que conectam um maior número de vias segregadas (amarelas), uma delas no bairro Costa Doce e a outra no bairro Caramuru (imagem 04). Este processo evidenciou um aumento na concentração de vias segregadas (amarelas) no bairro Caramuru, demonstrando os movimentos intra classe ocorridos no processo.
![Por Valentina Machado](https://wp.ufpel.edu.br/ofm/files/2018/07/UM-VALENTINA-04.jpg)
Imagem 04: Menor impedância em vias que conectam as segregadas.
No último processo realizado, novamente se definiu uma menor impedância para as ruas conectoras, agregando nesta operação a beira da praia e a ponte configurando uma rede de vias com melhorias urbanas concentradas (vermelhas). Novamente ocorreu uma concentração de vias segregadas (amarelas) no bairro Caramuru e também no bairro Costa Doce (imagem 05). Houve um grupo maior de vias que migrou para classes inferiores.
![Por Valentina Machado](https://wp.ufpel.edu.br/ofm/files/2018/07/UM-VALENTINA-05.jpg)
Imagem 05: Menor impedância em vias conectoras, beira da praia e ponte.
Através da realização das simulações percebe-se que os valores de carregamento e as impedâncias exercem grande influência na centralidade da cidade, demonstrando que através de melhorias e do aumento das facilidades urbanas é possível modificar a estrutura intra-urbana da cidade.