Início do conteúdo
    Notícias
  • Percepções cotidianas

    Por Letícia Amaral Louro

     

    Celular tocando, cachorro latindo, a obra do vizinho que nunca acaba. Se você prestar atenção, talvez consiga escutar pelo menos um desses sons. Se você fechar os olhos em um momento de silêncio, pode até ser surpreendido pelos sons do próprio corpo. Mas o que isso tem a ver com música? 

    Em 1977, o educador musical Murray Schafer criou o conceito de soundscape, ou paisagem sonora, que contempla a relação som/ambiente. Cada paisagem sonora é única e manipulável, como mostra uma de suas composições, The Princess of the Stars, cuja execução é feita em um lago, utilizando sons da floresta. Schafer também questiona a alienação da sociedade sobre a poluição sonora que tem aumentado desde a Revolução Industrial (FONTERRADA, 2012, p. 278). 

    Paralelamente, o conjunto de sons descrito no primeiro parágrafo faz parte de uma paisagem sonora constante na vida de boa parte de brasileiros habitantes de zonas urbanas, se não de maneira constante ao longo da vida, pelo menos no último ano de isolamento social. Mesmo não sendo todos  estes sons agradáveis ou facilmente associados à produção musical encontrada nas rádios, eles fazem também parte do cotidiano. Assim, pode-se dizer que a interação humana com o meio ambiente é compulsória – você sempre ouve a vida ao seu redor, mas nem sempre a escuta atentamente. 

    Dentre as perspectivas teóricas existentes, pode-se definir música como a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com ordem, equilíbrio e proporção dentro do tempo (MED, 1996). Mas podemos, e devemos, ir além, uma vez que o fazer musical também implica em produzir significados no tempo-espaço, demonstrando as relações estabelecidas conosco, com nossos pares e com o meio ambiente (BRITO, 2010, p. 92). 

    Quando Brito afirma que “a música é importante na educação porque a música é importante no viver” (BRITO, 2010, p. 91), trata-se justamente sobre aproveitar o conhecimento musical como forma de ampliar os horizontes de nossa humanidade. O simples fato de um indivíduo conseguir bater palmas no ritmo de sua música favorita demonstra a superação do dualismo corpo-mente, a compreensão e apropriação da experiência musical. Ao abordar habilidades e vivências cotidianas, a educação musical permite ao ser humano expressar-se sonoramente de forma cada vez mais elaborada (BRITO, 2019).

    Mas pensar em processos em uma sociedade imediatista não é tarefa fácil. Pensar em educação musical também é reconhecer a si mesmo e ao mundo ao seu redor, através de reflexão sobre contextos, conteúdos e significados. Não é à toa que Friedrich Nietzsche afirma que “sem música, a vida seria um erro”.  As experiências musicais proporcionam o reconhecimento do mundo como é, o que pode – e deve – ir além do que os serviços de streaming te recomendam.

     

    REFERÊNCIAS

    FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. Raymond Murray Schafer: O educador musical em um mundo em mudança. In: MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz. Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: Intersaberes, 2012. cap. 9, p. 275-302.

    BRITO, Teca Alencar de. Ferramentas com brinquedos: a caixa da música. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 24, 89-93, set. 2010.

    BRITO, Teca Alencar de. Um jogo chamado música: escuta, experiência, criação, educação. 1a edição. São Paulo : Peirópolis, 2019.

  • Dia nacional do Choro – 23 de abril.

    Hoje é o Dia Nacional do Choro, e a gente quer saber: você sabe por que o dia 23 de abril foi escolhido para comemorar essa data? Neste dia, em 1897, nascia no Rio de Janeiro uma das figuras exponenciais da música popular brasileira: Pixinguinha! Além de ser um compositor de destaque na música nacional, ele contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.

    O choro surgiu no cenário musical brasileiro no final do século 19, tendo destaque os músicos Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Esse gênero era resultado da mescla entre elementos da música africana e europeia, sendo executado neste período principalmente por funcionários públicos, instrumentistas de baseadas militares e operários têxteis.

    A escolha do termo ‘choro’ para denominar este gênero musical, perpassa diversas teorias, porém, umas das mais difundidas é que o termo surge devido aos sons plangentes, que induziam uma sensação de melancolia na musica. Popularmente chamado de chorinho, este gênero é tido como a primeira música popular urbana típica do Brasil, e hoje ultrapassa os 130 anos de existência!

  • Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Irene

    “Em 2021 o PIBID Música UFPel vai realizar suas atividades com duas Escolas de Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino, e hoje queremos te apresentar um destes espaços! A Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Irene, fundada no ano 2000, está localizada no bairro Pestano, e recebe alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais, além da Educação Infantil. Está escola vai receber nove pibidianos da área da Música, que vão realizar as suas atividades em três turmas.

    “Nossas expectativas são grandes! Esperamos que seja gratificante e proveitosa a troca de conhecimentos, e que os alunos, tanto do PIBID, quanto da escola, possam vivenciar novas conquistas e desafios, compartilhando saberes e novas experiências”, disse o diretor deste ambiente escolar, Airton de Moraes Filho.

  • PIBID Música UFPel

    Por Regiana Blank Wille

    Bem-vindo, bem-vinda a nossa página!! Este é um espaço que construímos para compartilhar o que vem sendo feito pelo PIBID – Música da Universidade Federal de Pelotas. A sigla PIBID significa Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, e é uma das iniciativas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O PIBID é uma iniciativa para aperfeiçoar e valorizar a formação de professores para a educação básica. O programa concede bolsas aos alunos de licenciatura que participam desse projeto em Instituições de Educação Superior (IES), em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino. Este programa é um dos principais incentivadores da docência e proporciona parcerias entre escola e universidade em um processo de construção conjunta para a formação do licenciando. Acreditamos em uma Educação, e Educação Musical, que priorizem o humano e suas relações fundamentadas no diálogo, na curiosidade, na autonomia, na alteridade e no afeto. Para isso nossos futuros professores precisam ser conscientes sobre suas potencialidades e poder de transformação da sociedade. Mas que para que tenhamos uma educação musical de fato humanizadora, é necessário então formar professores mais humanizados, e que possam auxiliar no processo de humanização de seus educandos. Acreditamos que, na formação inicial, ao estarem inseridos em um projeto como o PIBID, os futuros professores aprendem e ensinam num processo que pode ser muito útil para sua futura atuação profissional como educador musical. O PIBID oferece a experiência para que os licenciandos conheçam, atuem e envolvam-se de maneira significativa na escola. Nesta edição, temos acadêmicos atuando em duas escolas municipais de ensino fundamental da Rede Municipal de Pelotas: EMEF Joaquim Nabuco e EMEF Santa Irene.

    Nossa organização se dá em estudos e discussões sobre:

    – os textos legais: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica, Base Nacional Comum Curricular, Projetos Pedagógicos das escolas;

    – estudos teóricos-metodológicos e discussões sobre diferentes temas relacionados aos processos de ensino e de aprendizagem, relação teoria e prática, currículo, educação inclusiva, diversidade e profissão docente;

    – encontros semanais do subprojeto, com a coordenadora de área, supervisores e licenciandos, para organização, planejamento, estudos, registro e sistematização das ações;

    – encontros semanais nas escolas para diagnóstico, planejamento e desenvolvimento das ações, registro e sistematização das atividades realizadas, coordenado pelos supervisores da escola, com a participação dos alunos de iniciação à docência, sob orientação do coordenador de área;

    – encontros mensais de coordenadores de área com a coordenação institucional, bem como reuniões ampliadas com todos os supervisores e representantes dos alunos de iniciação à docência;

    Neste espaço queremos trazer um pouco do realizamos nas escolas, das experiências do ensinar e aprender, experiências essas que são significativas para nós que estamos envolvidos no, e com, o PIBID pois trazem aprendizagens da própria profissão pensadas com compromisso e respeito com práticas mais humanizadoras.