Artigo novo: A Plataformização da Violência e a Toxicidade na Mídia Social

Esta semana foi publicado na Social Media + Society o artigo The Platformization of Violence: Toward a Concept of Discursive Toxicity on Social Media, de Raquel Recuero, uma das líderes do MIDIARS.  O artigo explora  o conceito de toxicidade como uma característica do discurso violento nas plataformas de mídia social, que se espalha – e assim, envenena as conversações.  Esse espalhamento ocorre, principalmente, por conta das próprias características e affordances dessas tecnologias, que proporcionam os meios para que a violência transborde e atinja outras conversações e outros grupos (por exemplo, através de trending topics, algoritmos de visualização,  e etc.).

Essa discussão é essencial para que se entenda como as plataformas e suas características são capazes de influenciar e ampliar os efeitos dos discursos, criando condições para  ampliar conflitos, produzindo maior silenciamento;  potencializar os efeitos da violência explícita; e naturalizar rapidamente a violência simbólica. Todos esses elementos, essenciais para que se entenda como podemos pensar elementos como hate speech, discurso de ódio, violência simbólica, cyberbullying e mesmo, elementos não explícitos de violência simbólica contra, principalmente, minorias.

Artigo: The Platformization of Violence: Toward a Concept of Discursive Toxicity on Social Media

Resumo: Discourse has long been recognized as a source of symbolic violence, perpetuating power relations and reinforcing existing social hierarchies. With the rise of social media platforms, the influence of discourse on society has gained renewed attention. These platforms, while enabling social interactions, also serve as catalysts for violent behaviors, reinforcing and legitimizing forms of oppression and symbolic violence, particularly the violence of language. While the concept of toxicity is frequently used to describe this phenomenon, its meaning and connection to language often remain unexplored. This article aims to address this gap by examining the significance of toxicity in discourse and how the infrastructure of social media platforms facilitates the emergence of toxic discourses. It argues that while toxicity and violence are related, they are distinct phenomena. Toxicity, as a dimension of symbolic violence, contaminates debates and discourses, and is enabled by the characteristics of platformization in online interactions. Thus, toxicity is an effect of platforms mediating social interactions.

Pesquisadoras do Midiars participam da sexta edição da Jornada de Estudos da Linguagem da UFPel

O Programa de Pós-graduação em Letras da UFPel realizou, entre os dias 4 e 8 de dezembro a  6ª edição da Jornada de Estudos da Linguagem. Com diversas  sessões de comunicação nas diferentes áreas do PPGL como Literatura, Cultura e Tradução, Aquisição, Variação e Ensino e Texto, Discurso e Relações Sociais. Além das apresentações, os(as) mais de 200 inscritos(as) na JEL puderam aproveitar quatro palestras, sete minicursos e três ciclos de conversa promovidos pelo evento.

MIDIARS na JEL
A 6ª edição da JEL foi mais um importante espaço para o compartilhamento das pesquisas desenvolvidas pelo laboratório Midiars. Nossas pesquisadoras estiveram atuantes em diversas áreas do evento, além da apresentação de trabalhos. Luiza Katrein como integrante da organização geral do evento e Taiane Volcan como integrante da Comissão Científica da JEL. Luiza Katrein e Fernanda Mendonça ofertaram ainda o minicurso “Violências discursivas de gênero: como identificar as estratégias de legitimação e naturalização de sentidos”.

Midiars no XVI Simpósio Nacional da ABCiber

O XVI Simpósio Nacional da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura – ABCiber foi realizado de forma híbrida entre os dias 28/11 e 1/12. Com apoio da UFSM, CAPES, FAPERGS e UNIFAE, o simpósio foi organizado pela ABCiber e pela UFSM, através dos PPGs de Artes Visuais, de Letras e de Comunicação. Nesta edição, o tema foi “Informação, Tecnodiversidade e Estética”.

O pesquisador do laboratório Midiars, Calvin Cousin, doutorando do PPGCOM-UFRGS, que atualmente desenvolve parte de seu doutorado na Syracuse University, apresentou o trabalho “Notas de repúdio e de verificação: influenciadores digitais debatem desinformação nas Eleições 2022″, orientado pela professora Raquel Recuero.

Maurílio Hoffmann representa o MIDIARS no Seminário da Unicap

Na última segunda-feira, 25 de setembro, o doutorando Maurílio Luiz Hoffmann (UFRGS) representou o laboratório MIDIARS no Seminário Icinform de Comunicação Pública, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). O pesquisador falou sobre o artigo de sua autoria, “Revisitando o conceito de Comunicação Pública a partir de exemplos da Justiça Eleitoral brasileira”, em um bate-papo com acadêmicos e pesquisadores da instituição. Além de abordar o tema da comunicação pública, Maurílio falou de sua trajetória profissional e acadêmica e de seu ingresso no Grupo Midiars, durante o doutorado.

Maurílio é doutorando e m Comunicação no PPGCOM/UFRGS e pesquisador vinculado ao MIDIARS (Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais). É, ainda, mestre em Estudos da União Europeia (Uni Salzburg) – Reconhecido no Brasil como Mestrado em Ciência Política (UFMG) e mestre em Comunicação e Sociedade (PPGCOMS/UFT), além de servidor efetivo do quadro do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins.

O encontro com Maurílio fez parte da programação do Seminário Icinform de Comunicação Pública, uma realização do Instituto de Estudos de Convergência Midiática e da Informação (Icinform) e dos estudantes do componente curricular Comunicação Pública do curso de Jornalismo da Unicap, com apoio da Cátedra Luiz Beltrão de Comunicação e do Centro de Cultura Luiz Freire.

MIDIARS no debate sobre combate à desinformação do XIV ENPEC

A pesquisadora e coordenadora do Midiars, Drª Taiane Volcan, irá representar o Laboratório Midiars no XIV ENPEC, que ocorre entre os dias 2 e 6 de outubro, em Caldas Novas – GO. Taiane será uma das palestrantes da mesa “O conhecimento para o enfrentamento aos projetos de desinformação”, que ocorre no dia 3. A mesa tem como objetivo discutir situações de enfrentamento que valorizem a construção do conhecimento e apontem para ações de pesquisadores da área de Educação em Ciências e que contribuam com a produção, disseminação e divulgação do conhecimento. Participam da mesa Susana Oliveira Dias (UNICAMP),  André Ferrer Pinto Martins (UFRN) e Taiane De Oliveira Volcan (UFPEL), o mediador será Wellington Pereira de Queirós (UFMS).
O Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – ENPEC está em sua XIV edição e, neste ano, tem como tema central “Pensar o conhecimento, agir em sociedade”. De acordo com a organização, com esse tema o evento busca explorar e debater a pluralidade epistemológica presente nas pesquisas em Educação em Ciências e seus desdobramentos político-sociais no contexto atual do Brasil e do mundo, particularmente, quanto à valorização do conhecimento e sua relação com a ação humana, tais como: a solidariedade, o cuidado com bem comum, a cidadania, a inclusão, a comunicação, dentre outras ações que são objetos de estudos em Educação em Ciências.
O XIV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências tem mais de mil e quatrocentos inscritos, mil trabalhos submetidos, 35 palestras e cursos e mais de 80 convidados em sua primeira edição presencial após a pandemia de Covid-19.

#Publicações: Artigo “Casamento, mulheres e antifeminismo no Instagram: uma Análise de Discurso do perfil de Mariana Brito Garschagen” analisa o discurso conservador feminino no Instagram

De que maneira a mulher casada está sendo representada em discursos antifeministas no Instagram? Essa é uma das principais questões do artigo de Daniela Agendes: “Casamento, mulheres e antifeminismo no Instagram: uma Análise de Discurso do perfil de Mariana Brito Garschagen”, publicado na revista Tabuleiro de Letras (V. 17, N1, 2023).
A análise indica o quanto uma plataforma de rede social com grande alcance e impacto no cotidiano atual está sendo espaço de propagação de valores conservadores sobre as mulheres e o casamento. A discussão se torna relevante no contexto do Brasil, país com o terceiro maior número de usuários do Instagram no mundo, onde a internet tem sido um importante veículo de reações antifeministas.
O antifeminismo atua como pano de fundo ideológico para uma construção social de mãe e esposa afiliada a discursos defensores da “tradição”, com a atribuição de sentidos, papéis e funções que remontam até mesmo ao período colonial brasileiro. Por meio da Análise de Discurso francesa, recortes discursivos da descrição e de publicações do perfil da influenciadora Mariana Brito reproduzem, ainda hoje, um ser social feminino submisso, disponível ao homem, produzido para seu olhar.

Veja o artigo completo:
Casamento, mulheres e antifeminismo no Instagram: uma Análise de Discurso do perfil de Mariana Brito Garschagen
https://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/15390

MIDIARS no INCT/DSI

O MIDIARS faz parte, através de sua coordenadora Raquel Recuero e seus pesquisadores associados, do novo INCT aprovado recentemente pelo CNPq. Trata-se do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT-DSI).  O INCT/DSI é sediado na UFF, no Rio de Janeiro, e coordenado pelos pesquisadores Afonso Albuquerque (UFF) e por Jamil Marques (UFPR). O  instituto  busca identificar que problemas as dinâmicas relacionadas ao trato com a informação em escala global impõe do ponto de vista da soberania nacional. Ao investigar a noção de soberania informacional, a proposta reforça a capacidade do país em criar políticas de combate para a circulação de informações danosas em seu território, sobretudo por conta da ampla difusão de plataformas de comunicação digital.

Dentro do novo INCT, há três eixos de pesquisa,  focados em (1) Soberania científica; (2) Soberania e plataformas digitais e (3) Soberania e mídias tradicionais.  O MIDIARS está vinculado à linha de investigações sobre soberania e plataformas digitais, da qual Recuero é coordenadora. Neste sentido, as pesquisas desenvolvidas pelo grupo que buscam compreender os fenômenos desinformativos estão alinhadas com os objetivos do INCT e com o debate na área sobre regulação das plataformas.

O instituto conta, atualmente, com mais de 25 pesquisadores de mais de 10 instituições no Brasil e no Exterior e cinco projetos conjuntos de pesquisa.

Projeto  Fenômenos desinformativos no sul global

O primeiro projeto que o MIDIARS desenvolve junto ao INCT é  o “Fenômenos desinformativos no sul global”.  O projeto é desenvolvido em parceria entre vários pesquisadores do INCT-DSI e a equipe é formada por Raquel Recuero (UFPEL/UFRGS) – coordenadora; Camilla Tavares (UFMA); Marcelo Alves (PUC-RJ); Rafael Grohmann (University of Toronto) e Marco Bastos (University College Dublin).

O objetivo do projeto é compreender estratégias, tipologias, atores, indústrias e o papel das plataformas nos processos desinformativos no Sul Global, na busca de construção de fundamentos teóricos que se liguem às realidades desses países. Inicialmente, foca-se nos processos eleitorais do Brasil e de outros países do Sul. Na sequência, também engloba o estudo da desinformação científica, em saúde pública e os fenômenos correlatos à desinformação, como polarização, radicalização e violência advindos desses processos nas plataformas digitais, além dos processos de checagem desses conteúdos. Finalmente, o projeto também busca observar os marcos regulatórios, incluindo governança e moderação, para as plataformas no sul global comparado com o norte global.

O projeto tem duração prevista de um ano e conta com o apoio de um pesquisador de pós-doutorado, Bruno Nichols, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná.

FLUC: Pesquisadores do Midiars têm trabalhos aceitos em evento internacional

Pesquisadores do Laboratório Midiars irão representar o grupo em mais um evento internacional, a III Jornadas de Ciências da Comunicação FLUC. O evento é promovido pela Universidade de Coimbra e ocorre de forma remota, entre os dias 20 e 21 de junho. Neste ano, a temática do evento é “Debates em Língua Portuguesa”, segundo a organização das jornadas, o intuito da escolha é fortalecer ainda mais a conexão entre quem se dedica a estudar a comunicação em diferentes pontos do globo, descentralizar perspetivas e promover a abertura a outros espaços, narrativas, percepções e inquietações dentro do campo.
Quatro pesquisadores do Midiars representam o grupo com três trabalhos aceitos para apresentação e publicação. Os trabalhos tratam de temas bastante frequentes que atravessam as pesquisas do grupo, como questões de gênero, desinformação, política e violência na comunicação mediada. Veja a lista de trabalhos aprovados:

  • A vida invisível: Representações da violência de gênero no cinema [Fernanda Mendonça (UFPel) & Dieni Oliveira Rodrigues]
  • Bots e eleições: uma análise da participação de contas automatizadas em conversações sobre a urna eletrônica brasileira [Maurílio Luiz Hoffmann da Silva (UFRGS)]
  • Nikolas x Nicole: A transfobia da extrema-direita do parlamento brasileiro para as redes [Taiane de Oliveira Volcan (UFPel) & Carolina Bonoto Espindola (UFRGS)]

Pesquisadores do MIDIARS apresentam trabalho no 5o Seminário Internacional de Estudos sobre Discurso e Argumentação

No dia 20 de abril, durante o 5° Seminário , na PUC-SP, os pesquisadores do MIDIARS Mariana Reis e Maurílio Hoffmann apresentaram a pesquisa #URNAELETRÔNICA: Estratégias argumentativas em combate à desinformação e combate à democracia.

O trabalho evidencia a importância da mídia social como ferramenta de comunicação
pública no combate à desinformação, a partir da identificação e análise de estratégias argumentativas adotadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na elaboração de tweets em resposta a desinformações veiculadas em uma transmissão ao vivo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A pesquisa discute como a multimodalidade constitui um recurso argumentativo nos enunciados veiculados em sites de mídias sociais, e a importância dessa dinâmica para a compreensão da situação de infodemia que vivemos nos dias atuais, somada ao uso inescrupuloso e massivo das mídias sociais como ferramenta de desinformação na tentativa de manipular a opinião pública e ameaçar o Estado democrático de direito.

32º Encontro da Compós: Pesquisadores do Midiars têm trabalhos aceitos para evento nacional, que ocorre em julho

O Laboratório Midiars estará representado no 32º Encontro Anual da Compós, que ocorre entre os dias 3 e 7 de julho, na ECA-USP, em São Paulo, por dois de seus pesquisadores de doutorado. Carolina Bonoto (UFRGS) e  Maurílio Luiz Hoffmann da Silva (UFRGS) representam o grupo em mais um importante evento nacional de comunicação, com trabalhos que fazem parte das suas pesquisas de doutoramento.

O Encontro Anual da Compós é composto por 24 Grupos de Trabalho (GTs) que abrangem uma diversa variedade de temas do campo da Comunicação. Neste ano, o evento tem como tema “Comunicação para a Vida”, que destaca o papel relevante que as diferentes atividades do campo da Comunicação desenvolvem no âmbito da Ciência brasileira.
Veja os trabalhos que serão apresentados pelo Midiars no 32º Encontro da Compós:

  • POLARIZAÇÃO, DESINFORMAÇÃO, INFLUENCIADORES E BOTS: uma análise de tweets sobre a urna eletrônica nas eleições 2022 | Maurílio Luiz Hoffmann da Silva (UFRGS)
  • DISCURSOS ANTIGÊNERO NAS ELEIÇÕES DE 2022: a desinformação sobre “ideologia de gênero” no Instagram | Carolina Bonoto (UFRGS)