Descuido ambiental e desinformação ceifam vidas

Dione O. Moura 
UnB/ABEJ/Rede Biota Cerrado
Marlise Brenol
UnB/SBPJor/Rede Biota Cerrado
Liziane Guazina
UnB/Compolítica

 

Imagem: Maure/Correio Braziliense

Não fosse suficiente a enchente que assola o Rio Grande do Sul (RS),  também surge outra enxurrada: oceanos de desinformações que visam desestabilizar forças políticas e institucionais, provocar  caos desmesurado e aumentar a dor. Contudo, nada surge da noite para o dia. Há fatores historicamente construídos para que a desinformação trafegue em indevida liberdade.

Vamos lá, no caso da inundação no RS, partimos de uma agenda histórica de descuido ambiental. Para o Brasil  tornar-se o “celeiro do mundo” devastou biomas, ao custo de uma estrutura de vigilância e controle ambiental crescentemente desmantelada por  atores sociais que consideram que ecologia é balela, e de uma economia que gera  hábitos de consumismo desenfreado, degradação ambiental, enorme geração de lixo, assoreamento de rios,  poluição e devastação de biomas.

E tem mais: em nosso país, há anos, inexiste solidez das normas de comunicação de risco que deveriam ser aplicadas do micro (bairro, município) ao macro (áreas metropolitanas, estado, regiões). Quais as áreas de risco? Quais populações podem ser atingidas? Quando e por quais mecanismos serão alertadas? Quais as rotas de evacuação? Escolas, Igrejas, Coletivos, Defesa Civil, quem atuará nos abrigos? Como proteger os mais vulneráveis? São perguntas que planos de comunicação de risco e de evacuação preventiva conseguem responder, desde que façamos as perguntas certas, na hora certa –  antes que o risco (possibilidade) se materialize em dano (o risco já concretizado).

Esse processo é fortalecido diante da desregulamentação das redes sociais e resulta em um pacote letal. Acreditamos, como sociedade, que vai ficar tudo bem enquanto destruímos o planeta. Achamos fofos os documentários de crianças de outros países sendo preparadas para possíveis terremotos, mas aqui no Brasil não precisamos disso… Não? E as crianças desaparecidas na atual inundação no RS?  E os idosos, os hospitais, as creches, faculdades, empresas, comunidades inteiras submersas na água lamacenta?

Não somente a inundação, mas todo esse conjunto ceifa vidas.  Em síntese, falta prevenção há décadas, e também nos dias anteriores às inundações. Se conseguimos fechar o comércio e escolas quando é feriado, por que não conseguimos fazê-lo antes de uma inundação dessas? Óbvio que conseguimos, desde que haja decisão política. Desde que não deixemos multiplicar o número de desabrigados até que a única saída esteja em orçamentos astronômicos emergenciais.  Esse cenário histórico é perfeito para pavimentar a estrada da indevida liberdade de desinformar e proliferar o  negacionismo climático.

A lógica das plataformas de mídias sociais segue e amplifica o modelo da comunicação do grotesco de que nos falou Muniz Sodré.

O grotesco, agora ampliado na internet,  estimula os relatos mentirosos e sensacionalistas. Influenciadores digitais e as Big Techs nadam de braçada em plataformas de mídias sociais sem regulação. Desinformam em troca de alcance e engajamento, a atual moeda digital.  Como consequência, levam veículos de imprensa – que de forma irresponsável publicam sem a devida verificação – e muitos políticos – que assumem mentiras   em discursos e postagens amplificadoras do círculo vicioso. É preciso prudência, em especial, na cobertura de catástrofes.  Antes de pegar uma rodovia, você não passa no posto para  calibragem, água e óleo para viajar com segurança? Pois então, antes de acelerar fundo e repassar uma desinformação, cheque nas agências de verificação e sites jornalísticos  como a Agência Lupa, a Aos Fatos e o Estadão Verifica.

A tragédia climática no RS ceifou vidas, gerou mais de 200 mil refugiados climáticos e apontou o dedo para a falta de planejamento no combate a tragédias climáticas previstas pela ciência. Enquanto as figuras públicas, em especial, deputados e senadores brasileiros, deputados estaduais/distritais, vereadores, prefeitos e governadores estiverem mais preocupados em criar narrativas para suas bases eleitorais nas redes sociais do que em  gerenciar as crises, serão corresponsáveis por essa e por outras tragédias que possam vir. E se a pauta da biodiversidade, conservação e economia sustentável não se tornar prioridade, catástrofes se multiplicarão. Se a dor das vítimas das enchentes no RS não doer nos três poderes (no nível Municipal, Estadual e Federal), a desesperança reinará em um país em cujas faces não mais distinguiremos lama de lágrimas. Ainda podemos fazer algo. Façamos.

** Publicado originalmente no Correio Braziliense, Caderno Opinião, p. 11, em 12 de maio de 2024. Autorizada a reprodução do artigo e da imagem ilustrativa do artigo, desde que citada a fonte, local e data de publicação do original. Publicado com autorização das autoras.

Pesquisadores do Midiars têm trabalhos aceitos no 33º Encontro Anual da Compós

Três pesquisadores do Laboratório Midiars representarão o grupo no 33° Encontro Anual da COMPÓS, que ocorre entre os dias 23 e 26 de julho de 2024, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói-RJ. O encontro é um dos principais eventos acadêmicos da área de comunicação no País e reúne pesquisadores de diversas linhas de pesquisa em 24 Grupos de Trabalho e divulgou hoje (02) os trabalhos aprovados.

Nesta edição, foram aprovados  o doutorando Calvin Cousin (UFRGS), que apresentará o trabalho “SOBRE INFLUÊNCIA E MENTIRAS: celebridades discutem desinformação nas eleições presidenciais” e as pesquisadoras Raquel Recuero (UFPel/UFRGS) e Taiane Volcan (UFPel), que apresentarão “NARRATIVAS DESINFORMATIVAS: O discurso antivacina no Telegram”. 

Em breve, a íntegra dos trabalhos aprovados no 33º Encontro Anual da Compós estarão disponíveis no site: https://compos.org.br/

Mariana Reis apresenta trabalho sobre Educação Midiática

O trabalho Media literacy for teachers through engaged multiliteracy (Letramento midiático para professores pelo multiletramento engajado), de autoria da pesquisadora do Midiars Mariana Reis, foi aprovado no congresso da International Society of Cultural-historic Activity Research (ISCAR), que acontece em agosto, em Rotterdam.

O trabalho apresenta as ações desenvolvida pelas Brincadas Midiáticas, uma iniciativa de formação de professores da educação básica de instituições públicas e privadas em educação midiática por uma perspectiva crítica, ancorada na abordagem sócio-histórico-cultural. Nas oficinas de formação, os professores aprendem os conceitos-chave da educação midiática a partir de suas próprias vivências com as mídias, e pensam em propostas pedagógicas para diferentes segmentos e componentes curriculares a partir do multiletramento engajado. Ou seja, as propostas partem da realidade dos estudantes, seguem para um momento de conceitualização e reflexão crítica, e desembocam na produção de mudanças sociais, por meio de intervenções na realidade dos próprios estudantes.

Até o momento, duas oficinas já ocorreram na PUC-SP, em formato híbrido, e outras cinco estão programadas para acontecer até o final do ano, todas gratuitas. O combate à desinformação, os direitos humanos, o letramento informacional, a análise crítica da mídia e o letramento algorítmico são alguns dos temas que permeiam as discussões. Para mais informações e para conferir o material das oficinas, acesse https://bit.ly/brincadasmidiaticas2024

O mesmo trabalho também será apresentado no International Media Literacy Research Symposium, em julho, nos Açores.

Para acessar a programação preliminar do evento, clique aqui.

Artigo novo: A Plataformização da Violência e a Toxicidade na Mídia Social

Esta semana foi publicado na Social Media + Society o artigo The Platformization of Violence: Toward a Concept of Discursive Toxicity on Social Media, de Raquel Recuero, uma das líderes do MIDIARS.  O artigo explora  o conceito de toxicidade como uma característica do discurso violento nas plataformas de mídia social, que se espalha – e assim, envenena as conversações.  Esse espalhamento ocorre, principalmente, por conta das próprias características e affordances dessas tecnologias, que proporcionam os meios para que a violência transborde e atinja outras conversações e outros grupos (por exemplo, através de trending topics, algoritmos de visualização,  e etc.).

Essa discussão é essencial para que se entenda como as plataformas e suas características são capazes de influenciar e ampliar os efeitos dos discursos, criando condições para  ampliar conflitos, produzindo maior silenciamento;  potencializar os efeitos da violência explícita; e naturalizar rapidamente a violência simbólica. Todos esses elementos, essenciais para que se entenda como podemos pensar elementos como hate speech, discurso de ódio, violência simbólica, cyberbullying e mesmo, elementos não explícitos de violência simbólica contra, principalmente, minorias.

Artigo: The Platformization of Violence: Toward a Concept of Discursive Toxicity on Social Media

Resumo: Discourse has long been recognized as a source of symbolic violence, perpetuating power relations and reinforcing existing social hierarchies. With the rise of social media platforms, the influence of discourse on society has gained renewed attention. These platforms, while enabling social interactions, also serve as catalysts for violent behaviors, reinforcing and legitimizing forms of oppression and symbolic violence, particularly the violence of language. While the concept of toxicity is frequently used to describe this phenomenon, its meaning and connection to language often remain unexplored. This article aims to address this gap by examining the significance of toxicity in discourse and how the infrastructure of social media platforms facilitates the emergence of toxic discourses. It argues that while toxicity and violence are related, they are distinct phenomena. Toxicity, as a dimension of symbolic violence, contaminates debates and discourses, and is enabled by the characteristics of platformization in online interactions. Thus, toxicity is an effect of platforms mediating social interactions.

Pesquisadoras do Midiars participam da sexta edição da Jornada de Estudos da Linguagem da UFPel

O Programa de Pós-graduação em Letras da UFPel realizou, entre os dias 4 e 8 de dezembro a  6ª edição da Jornada de Estudos da Linguagem. Com diversas  sessões de comunicação nas diferentes áreas do PPGL como Literatura, Cultura e Tradução, Aquisição, Variação e Ensino e Texto, Discurso e Relações Sociais. Além das apresentações, os(as) mais de 200 inscritos(as) na JEL puderam aproveitar quatro palestras, sete minicursos e três ciclos de conversa promovidos pelo evento.

MIDIARS na JEL
A 6ª edição da JEL foi mais um importante espaço para o compartilhamento das pesquisas desenvolvidas pelo laboratório Midiars. Nossas pesquisadoras estiveram atuantes em diversas áreas do evento, além da apresentação de trabalhos. Luiza Katrein como integrante da organização geral do evento e Taiane Volcan como integrante da Comissão Científica da JEL. Luiza Katrein e Fernanda Mendonça ofertaram ainda o minicurso “Violências discursivas de gênero: como identificar as estratégias de legitimação e naturalização de sentidos”.

Midiars no XVI Simpósio Nacional da ABCiber

O XVI Simpósio Nacional da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura – ABCiber foi realizado de forma híbrida entre os dias 28/11 e 1/12. Com apoio da UFSM, CAPES, FAPERGS e UNIFAE, o simpósio foi organizado pela ABCiber e pela UFSM, através dos PPGs de Artes Visuais, de Letras e de Comunicação. Nesta edição, o tema foi “Informação, Tecnodiversidade e Estética”.

O pesquisador do laboratório Midiars, Calvin Cousin, doutorando do PPGCOM-UFRGS, que atualmente desenvolve parte de seu doutorado na Syracuse University, apresentou o trabalho “Notas de repúdio e de verificação: influenciadores digitais debatem desinformação nas Eleições 2022″, orientado pela professora Raquel Recuero.

Maurílio Hoffmann representa o MIDIARS no Seminário da Unicap

Na última segunda-feira, 25 de setembro, o doutorando Maurílio Luiz Hoffmann (UFRGS) representou o laboratório MIDIARS no Seminário Icinform de Comunicação Pública, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). O pesquisador falou sobre o artigo de sua autoria, “Revisitando o conceito de Comunicação Pública a partir de exemplos da Justiça Eleitoral brasileira”, em um bate-papo com acadêmicos e pesquisadores da instituição. Além de abordar o tema da comunicação pública, Maurílio falou de sua trajetória profissional e acadêmica e de seu ingresso no Grupo Midiars, durante o doutorado.

Maurílio é doutorando e m Comunicação no PPGCOM/UFRGS e pesquisador vinculado ao MIDIARS (Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais). É, ainda, mestre em Estudos da União Europeia (Uni Salzburg) – Reconhecido no Brasil como Mestrado em Ciência Política (UFMG) e mestre em Comunicação e Sociedade (PPGCOMS/UFT), além de servidor efetivo do quadro do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins.

O encontro com Maurílio fez parte da programação do Seminário Icinform de Comunicação Pública, uma realização do Instituto de Estudos de Convergência Midiática e da Informação (Icinform) e dos estudantes do componente curricular Comunicação Pública do curso de Jornalismo da Unicap, com apoio da Cátedra Luiz Beltrão de Comunicação e do Centro de Cultura Luiz Freire.

MIDIARS no debate sobre combate à desinformação do XIV ENPEC

A pesquisadora e coordenadora do Midiars, Drª Taiane Volcan, irá representar o Laboratório Midiars no XIV ENPEC, que ocorre entre os dias 2 e 6 de outubro, em Caldas Novas – GO. Taiane será uma das palestrantes da mesa “O conhecimento para o enfrentamento aos projetos de desinformação”, que ocorre no dia 3. A mesa tem como objetivo discutir situações de enfrentamento que valorizem a construção do conhecimento e apontem para ações de pesquisadores da área de Educação em Ciências e que contribuam com a produção, disseminação e divulgação do conhecimento. Participam da mesa Susana Oliveira Dias (UNICAMP),  André Ferrer Pinto Martins (UFRN) e Taiane De Oliveira Volcan (UFPEL), o mediador será Wellington Pereira de Queirós (UFMS).
O Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – ENPEC está em sua XIV edição e, neste ano, tem como tema central “Pensar o conhecimento, agir em sociedade”. De acordo com a organização, com esse tema o evento busca explorar e debater a pluralidade epistemológica presente nas pesquisas em Educação em Ciências e seus desdobramentos político-sociais no contexto atual do Brasil e do mundo, particularmente, quanto à valorização do conhecimento e sua relação com a ação humana, tais como: a solidariedade, o cuidado com bem comum, a cidadania, a inclusão, a comunicação, dentre outras ações que são objetos de estudos em Educação em Ciências.
O XIV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências tem mais de mil e quatrocentos inscritos, mil trabalhos submetidos, 35 palestras e cursos e mais de 80 convidados em sua primeira edição presencial após a pandemia de Covid-19.

#Publicações: Artigo “Casamento, mulheres e antifeminismo no Instagram: uma Análise de Discurso do perfil de Mariana Brito Garschagen” analisa o discurso conservador feminino no Instagram

De que maneira a mulher casada está sendo representada em discursos antifeministas no Instagram? Essa é uma das principais questões do artigo de Daniela Agendes: “Casamento, mulheres e antifeminismo no Instagram: uma Análise de Discurso do perfil de Mariana Brito Garschagen”, publicado na revista Tabuleiro de Letras (V. 17, N1, 2023).
A análise indica o quanto uma plataforma de rede social com grande alcance e impacto no cotidiano atual está sendo espaço de propagação de valores conservadores sobre as mulheres e o casamento. A discussão se torna relevante no contexto do Brasil, país com o terceiro maior número de usuários do Instagram no mundo, onde a internet tem sido um importante veículo de reações antifeministas.
O antifeminismo atua como pano de fundo ideológico para uma construção social de mãe e esposa afiliada a discursos defensores da “tradição”, com a atribuição de sentidos, papéis e funções que remontam até mesmo ao período colonial brasileiro. Por meio da Análise de Discurso francesa, recortes discursivos da descrição e de publicações do perfil da influenciadora Mariana Brito reproduzem, ainda hoje, um ser social feminino submisso, disponível ao homem, produzido para seu olhar.

Veja o artigo completo:
Casamento, mulheres e antifeminismo no Instagram: uma Análise de Discurso do perfil de Mariana Brito Garschagen
https://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/15390

MIDIARS no INCT/DSI

O MIDIARS faz parte, através de sua coordenadora Raquel Recuero e seus pesquisadores associados, do novo INCT aprovado recentemente pelo CNPq. Trata-se do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT-DSI).  O INCT/DSI é sediado na UFF, no Rio de Janeiro, e coordenado pelos pesquisadores Afonso Albuquerque (UFF) e por Jamil Marques (UFPR). O  instituto  busca identificar que problemas as dinâmicas relacionadas ao trato com a informação em escala global impõe do ponto de vista da soberania nacional. Ao investigar a noção de soberania informacional, a proposta reforça a capacidade do país em criar políticas de combate para a circulação de informações danosas em seu território, sobretudo por conta da ampla difusão de plataformas de comunicação digital.

Dentro do novo INCT, há três eixos de pesquisa,  focados em (1) Soberania científica; (2) Soberania e plataformas digitais e (3) Soberania e mídias tradicionais.  O MIDIARS está vinculado à linha de investigações sobre soberania e plataformas digitais, da qual Recuero é coordenadora. Neste sentido, as pesquisas desenvolvidas pelo grupo que buscam compreender os fenômenos desinformativos estão alinhadas com os objetivos do INCT e com o debate na área sobre regulação das plataformas.

O instituto conta, atualmente, com mais de 25 pesquisadores de mais de 10 instituições no Brasil e no Exterior e cinco projetos conjuntos de pesquisa.

Projeto  Fenômenos desinformativos no sul global

O primeiro projeto que o MIDIARS desenvolve junto ao INCT é  o “Fenômenos desinformativos no sul global”.  O projeto é desenvolvido em parceria entre vários pesquisadores do INCT-DSI e a equipe é formada por Raquel Recuero (UFPEL/UFRGS) – coordenadora; Camilla Tavares (UFMA); Marcelo Alves (PUC-RJ); Rafael Grohmann (University of Toronto) e Marco Bastos (University College Dublin).

O objetivo do projeto é compreender estratégias, tipologias, atores, indústrias e o papel das plataformas nos processos desinformativos no Sul Global, na busca de construção de fundamentos teóricos que se liguem às realidades desses países. Inicialmente, foca-se nos processos eleitorais do Brasil e de outros países do Sul. Na sequência, também engloba o estudo da desinformação científica, em saúde pública e os fenômenos correlatos à desinformação, como polarização, radicalização e violência advindos desses processos nas plataformas digitais, além dos processos de checagem desses conteúdos. Finalmente, o projeto também busca observar os marcos regulatórios, incluindo governança e moderação, para as plataformas no sul global comparado com o norte global.

O projeto tem duração prevista de um ano e conta com o apoio de um pesquisador de pós-doutorado, Bruno Nichols, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná.