O MIDIARS faz parte, através de sua coordenadora Raquel Recuero e seus pesquisadores associados, do novo INCT aprovado recentemente pelo CNPq. Trata-se do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT-DSI). O INCT/DSI é sediado na UFF, no Rio de Janeiro, e coordenado pelos pesquisadores Afonso Albuquerque (UFF) e por Jamil Marques (UFPR). O instituto busca identificar que problemas as dinâmicas relacionadas ao trato com a informação em escala global impõe do ponto de vista da soberania nacional. Ao investigar a noção de soberania informacional, a proposta reforça a capacidade do país em criar políticas de combate para a circulação de informações danosas em seu território, sobretudo por conta da ampla difusão de plataformas de comunicação digital.
Dentro do novo INCT, há três eixos de pesquisa, focados em (1) Soberania científica; (2) Soberania e plataformas digitais e (3) Soberania e mídias tradicionais. O MIDIARS está vinculado à linha de investigações sobre soberania e plataformas digitais, da qual Recuero é coordenadora. Neste sentido, as pesquisas desenvolvidas pelo grupo que buscam compreender os fenômenos desinformativos estão alinhadas com os objetivos do INCT e com o debate na área sobre regulação das plataformas.
O instituto conta, atualmente, com mais de 25 pesquisadores de mais de 10 instituições no Brasil e no Exterior e cinco projetos conjuntos de pesquisa.
Projeto Fenômenos desinformativos no sul global
O primeiro projeto que o MIDIARS desenvolve junto ao INCT é o “Fenômenos desinformativos no sul global”. O projeto é desenvolvido em parceria entre vários pesquisadores do INCT-DSI e a equipe é formada por Raquel Recuero (UFPEL/UFRGS) – coordenadora; Camilla Tavares (UFMA); Marcelo Alves (PUC-RJ); Rafael Grohmann (University of Toronto) e Marco Bastos (University College Dublin).
O objetivo do projeto é compreender estratégias, tipologias, atores, indústrias e o papel das plataformas nos processos desinformativos no Sul Global, na busca de construção de fundamentos teóricos que se liguem às realidades desses países. Inicialmente, foca-se nos processos eleitorais do Brasil e de outros países do Sul. Na sequência, também engloba o estudo da desinformação científica, em saúde pública e os fenômenos correlatos à desinformação, como polarização, radicalização e violência advindos desses processos nas plataformas digitais, além dos processos de checagem desses conteúdos. Finalmente, o projeto também busca observar os marcos regulatórios, incluindo governança e moderação, para as plataformas no sul global comparado com o norte global.
O projeto tem duração prevista de um ano e conta com o apoio de um pesquisador de pós-doutorado, Bruno Nichols, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná.