Pesquisadores do Midiars apresentam seus trabalhos no XVI SEICOM da PUC-RS

O Laboratório Midiars será representado por sete pesquisadores no XVI Seminário Internacional da Comunicação – Comunicação e Laços Sociais: (Re)leituras e Possibilidades, que ocorre entre os dias 26 e 28 de novembro. O evento, promovido pela PUC-RS, celebra os 30 Anos do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos/PUCRS. Também será um momento de comemoração dos 80 anos de Michel Maffesoli e do lançamento do Dicionário em sua homenagem.

Veja a lista completa de trabalhos do grupo aceitos no evento:
>> Desinformação online e o aumento da hesitação vacinal no Brasil – Taiane Volcan (UFPel)
>> Sentidos de um discurso violento: misoginia e violência política – Luiza Katrein e Fernanda Mendonça (UFPel)
>> “Eu vi na Choquei”: um estudo comparativo entre veículos de jornalismo tradicionais e a conta da Choquei no Twitter – Giéle Sodré (UFPel)
>> A desinformação de gênero antifeminista em discursos no Instagram – Daniela Silva Agendes (UFPel)
>> Celebridades e o debate sobre desinformação nas eleições de 2022 – Calvin Cousin (UFRGS)
>> Jornalismo em plataformas digitais no segundo turno das eleições argentinas – Guilherme Oliveira Curi (INCT-DSI)

Letramento Digital: Coordenadora do Midiars palestra sobre discurso de ódio e crimes virtuais para alunos do IFSul Campus Jaguarão

No dia 29 de agosto, a pesquisadora e coordenadora do Midiars, Taiane Volcan, apresentou a palestra “Discurso de ódio e crimes virtuais: a materialidade das redes” para os estudantes do ensino médio e técnico integrado do IFSul Campus Jaguarão. O objetivo da palestra foi trabalhar no letramento digital dos estudantes e também no combate ao discurso de ódio em ambientes digitais, temática que tem instigado uma série de ações no Campus.

Na conversa, Taiane falou sobre plataformização das relações sociais, materialidade das interações no ambiente virtual e sobre a legislação vigente, além de projetos em tramitação, que visam dar conta das novas demandas da sociedade no contexto mediado. Ela apresentou algumas das leis que são utilizadas para combater crimes na internet e alguns projetos de lei que estão sendo debatidos no Congresso Nacional com esta finalidade.

Aulas públicas, entrevistas e palestras sobre letramento digital fazem parte de um dos eixos de atuação do Midiars e visam levar as contribuições acadêmicas de pesquisadores do grupo para a sociedade em geral. Com isso, além de contribuir com a formação de jovens e adultos para o uso das plataformas digitais, é possível aproximar a comunidade das pesquisas desenvolvidas no âmbito da universidade.

Raquel Recuero ministra curso para integrantes do INCT-DSI, na Universidade Federal Fluminense

A coordenadora do Midiars e pesquisadora do INCT-DSI, Raquel Recuero, ministra entre os dias 10 e 13 de setembro o curso “Introdução à Análise de Redes Sociais” para integrantes de graduação e pós-graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF). O curso é ofertado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT-DSI).

No curso, Recuero revisita e atualiza conceitos fundamentais sobre a pesquisa em plataformas digitais e metodologias de coleta e análise de dados em plataformas de rede social. Através da ferramenta Communalytic, os alunos aprendem a coletar dados em tempo real, criar graphos e analisar os discursos que circulam em plataformas como o Bluesky, Mastodon e Reddit.

O curso faz parte do projeto de pós-doutorado que está sendo desenvolvido pela pesquisadora junto ao INCT-DSI, que tem como um dos eixos a divulgação das pesquisas desenvolvidas pelo grupo e a formação de novos pesquisadores na área.

MIDIARS no INTERCOM 2024

O pesquisador do MIDIARS  e do INCT/DSI, Guilherme Curi, apresentou o trabalho “Paradoxos conceituais: A produção de desinformação na cobertura das mídias tradicionais do segundo turno das eleições presidenciais argentinas” no Gt de Jornalismo da INTERCOM 2024, cuja etapa presencial ocorre esta semana, em Itajaí (SC).

O trabalho de Guilherme busca identificar estratégias que, quando usadas pela mídia tradicional, terminam por reforçar a desinformação em contextos eleitorais. A pesquisa vai identificar esses elementos e apontar esses problemas diante dos contextos desinformativos, debatendo o papel do jornalismo como fonte legitimadora – ainda que por vezes, de forma inadvertida – da desinformação.

MIDIARS no ALAIC 2024

Nesta última semana, o pesquisador pós doutorando Guilherme Curi, do MIDIARS e do INCT/DSI apresentou parte dos resultados de sua pesquisa “Desinformação e Jornalismo em Plataformas Digitais” no XVII Congresso Latino-Americano de Pesquisa em Comunicação.

O trabalho do pesquisador foca  notícias e reportagens de veículos de jornalismo tradicional argentinos e brasileiros (La Nación, Clarín, El Cronista; Estadão, Folha de São Paulo e O Antagonista) publicadas nas páginas oficiais do Facebook e Instagram no contexto das últimas eleições presidenciais na Argentina (2023) e no Brasil (2022). Neste contexto, a pesquisa busca também  verificar se a estrutura e a lógica das plataformas digitais são compatíveis com o jornalismo comprometido com a verdade factual e valores sociais, éticos e morais constitutivos do fazer jornalístico torna-se um ponto de extrema relevância para a sobrevivência da democracia e questões relativas à soberania informacional no Sul Global.

 

 

 

Entrevista: Coordenadora do MIDIARS, Raquel Recuero, fala sobre a estrutura dos ecossistemas desinformativos

Em entrevista publicada nesta sexta-feira, 2, a coordenadora do Laboratório Midiars, Raquel Recuero, falou sobre os ecossistemas desinformativos que permeiam a sociedade e tornam o combate à desinformação um dos principais desafios da atualidade, a partir de suas pesquisas. Conforme destaca, para combater a desinformação hoje, não bastam políticas ou regramentos pontuais é necessário combater o fenômeno de maneira sistêmica.

Em sua fala para a Zero Hora, Raquel indica, entre as soluções, o investimento em educação digital, o fortalecimento do jornalismo, a criação de legislação específica e a elaboração de cartilhas para evitar mentiras em situações emergenciais como a enchente de maio no Rio Grande do Sul.

Leia a entrevista completa no site da Zero Hora: https://gauchazh.clicrbs.com.br/tecnologia/noticia/2024/08/a-desinformacao-usa-a-liberdade-de-expressao-para-enganar-as-pessoas-diz-pesquisadora-de-redes-sociais-clz0au94600q301622u8fby82.html

[Foto: Bruno Maestrini]

Pesquisadora do Midiars participa de aula pública “Educar em tempos de emergência climática”

A pesquisadora e coordenadora do laboratório Midiars, Taiane Volcan, participou nesta segunda-feira, 17, da aula pública “educar em tempos de emergência climática”, ao lado do professor e escritor Juremir Machado da Silva (PUC-RS) e com mediação da professora Luciana Neves Loponte (IFSul). A atividade foi organizada e transmitida pelo Observatório da Educação Profissional e Tecnológica do IFSul.

Com o avanço de eventos climáticos extremos, como as enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul no início de maio, o objetivo da aula foi discutir o papel da educação na formação de cidadãos capazes de pensar e de enfrentar os desafios contemporâneos.

Juremir Machado destacou a necessidade de não apenas pensarmos, mas de vivermos de forma mais próxima a realidade que nos cerca. Ele acredita que precisamos recuperar a conexão com a natureza e com o planeta, inclusive em situações de crise, para que possamos recuperar a dimensão que a natureza e o meio ambiente efetivamente têm em nossas vidas.

Juremir retomou uma reflexão de Martin Heidegger sobre a essência da técnica, que pela sua simples existência transforma o mundo ao nosso redor, façamos uso dela ou não. Nesse sentido, o homem contemporâneo tem acreditado que, em função das tecnologias por ele desenvolvidas, ele tem se tornado cada vez mais senhor da natureza, quando, na verdade, a natureza tem sido de tal modo tensionada que agora ela reage, se transforma e se volta contra nós.

Taiane Volcan apresentou resultados de sua pesquisa junto ao MIDIARS e  destacou a necessidade de pensarmos a nossa formação enquanto uma sociedade cada vez mais mediada. A forma como nos relacionamos com as pessoas, com as informações e com o mundo foi profundamente modificada pelas novas tecnologias, em contrapartida, não houve um preparo, um letramento para esse processo. O resultado, agora, é que situações de crises têm sido ainda mais agravadas pela desordem informativa que atravessa a nossa sociedade. Nesse sentido, a educação tem um papel fundamental que passa, em grande parte, por um letramento digital que deve ser amplo e permanente, considerando a velocidade com que as transformações se dão na sociedade contemporânea.

A aula pública está disponível na íntegra no Youtube do Observatório: https://www.youtube.com/live/yWLyw7gM2iI?si=oubjPDbFTLssbmPk

Descuido ambiental e desinformação ceifam vidas

Dione O. Moura 
UnB/ABEJ/Rede Biota Cerrado
Marlise Brenol
UnB/SBPJor/Rede Biota Cerrado
Liziane Guazina
UnB/Compolítica

 

Imagem: Maure/Correio Braziliense

Não fosse suficiente a enchente que assola o Rio Grande do Sul (RS),  também surge outra enxurrada: oceanos de desinformações que visam desestabilizar forças políticas e institucionais, provocar  caos desmesurado e aumentar a dor. Contudo, nada surge da noite para o dia. Há fatores historicamente construídos para que a desinformação trafegue em indevida liberdade.

Vamos lá, no caso da inundação no RS, partimos de uma agenda histórica de descuido ambiental. Para o Brasil  tornar-se o “celeiro do mundo” devastou biomas, ao custo de uma estrutura de vigilância e controle ambiental crescentemente desmantelada por  atores sociais que consideram que ecologia é balela, e de uma economia que gera  hábitos de consumismo desenfreado, degradação ambiental, enorme geração de lixo, assoreamento de rios,  poluição e devastação de biomas.

E tem mais: em nosso país, há anos, inexiste solidez das normas de comunicação de risco que deveriam ser aplicadas do micro (bairro, município) ao macro (áreas metropolitanas, estado, regiões). Quais as áreas de risco? Quais populações podem ser atingidas? Quando e por quais mecanismos serão alertadas? Quais as rotas de evacuação? Escolas, Igrejas, Coletivos, Defesa Civil, quem atuará nos abrigos? Como proteger os mais vulneráveis? São perguntas que planos de comunicação de risco e de evacuação preventiva conseguem responder, desde que façamos as perguntas certas, na hora certa –  antes que o risco (possibilidade) se materialize em dano (o risco já concretizado).

Esse processo é fortalecido diante da desregulamentação das redes sociais e resulta em um pacote letal. Acreditamos, como sociedade, que vai ficar tudo bem enquanto destruímos o planeta. Achamos fofos os documentários de crianças de outros países sendo preparadas para possíveis terremotos, mas aqui no Brasil não precisamos disso… Não? E as crianças desaparecidas na atual inundação no RS?  E os idosos, os hospitais, as creches, faculdades, empresas, comunidades inteiras submersas na água lamacenta?

Não somente a inundação, mas todo esse conjunto ceifa vidas.  Em síntese, falta prevenção há décadas, e também nos dias anteriores às inundações. Se conseguimos fechar o comércio e escolas quando é feriado, por que não conseguimos fazê-lo antes de uma inundação dessas? Óbvio que conseguimos, desde que haja decisão política. Desde que não deixemos multiplicar o número de desabrigados até que a única saída esteja em orçamentos astronômicos emergenciais.  Esse cenário histórico é perfeito para pavimentar a estrada da indevida liberdade de desinformar e proliferar o  negacionismo climático.

A lógica das plataformas de mídias sociais segue e amplifica o modelo da comunicação do grotesco de que nos falou Muniz Sodré.

O grotesco, agora ampliado na internet,  estimula os relatos mentirosos e sensacionalistas. Influenciadores digitais e as Big Techs nadam de braçada em plataformas de mídias sociais sem regulação. Desinformam em troca de alcance e engajamento, a atual moeda digital.  Como consequência, levam veículos de imprensa – que de forma irresponsável publicam sem a devida verificação – e muitos políticos – que assumem mentiras   em discursos e postagens amplificadoras do círculo vicioso. É preciso prudência, em especial, na cobertura de catástrofes.  Antes de pegar uma rodovia, você não passa no posto para  calibragem, água e óleo para viajar com segurança? Pois então, antes de acelerar fundo e repassar uma desinformação, cheque nas agências de verificação e sites jornalísticos  como a Agência Lupa, a Aos Fatos e o Estadão Verifica.

A tragédia climática no RS ceifou vidas, gerou mais de 200 mil refugiados climáticos e apontou o dedo para a falta de planejamento no combate a tragédias climáticas previstas pela ciência. Enquanto as figuras públicas, em especial, deputados e senadores brasileiros, deputados estaduais/distritais, vereadores, prefeitos e governadores estiverem mais preocupados em criar narrativas para suas bases eleitorais nas redes sociais do que em  gerenciar as crises, serão corresponsáveis por essa e por outras tragédias que possam vir. E se a pauta da biodiversidade, conservação e economia sustentável não se tornar prioridade, catástrofes se multiplicarão. Se a dor das vítimas das enchentes no RS não doer nos três poderes (no nível Municipal, Estadual e Federal), a desesperança reinará em um país em cujas faces não mais distinguiremos lama de lágrimas. Ainda podemos fazer algo. Façamos.

** Publicado originalmente no Correio Braziliense, Caderno Opinião, p. 11, em 12 de maio de 2024. Autorizada a reprodução do artigo e da imagem ilustrativa do artigo, desde que citada a fonte, local e data de publicação do original. Publicado com autorização das autoras.

Pesquisadores do Midiars têm trabalhos aceitos no 33º Encontro Anual da Compós

Três pesquisadores do Laboratório Midiars representarão o grupo no 33° Encontro Anual da COMPÓS, que ocorre entre os dias 23 e 26 de julho de 2024, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói-RJ. O encontro é um dos principais eventos acadêmicos da área de comunicação no País e reúne pesquisadores de diversas linhas de pesquisa em 24 Grupos de Trabalho e divulgou hoje (02) os trabalhos aprovados.

Nesta edição, foram aprovados  o doutorando Calvin Cousin (UFRGS), que apresentará o trabalho “SOBRE INFLUÊNCIA E MENTIRAS: celebridades discutem desinformação nas eleições presidenciais” e as pesquisadoras Raquel Recuero (UFPel/UFRGS) e Taiane Volcan (UFPel), que apresentarão “NARRATIVAS DESINFORMATIVAS: O discurso antivacina no Telegram”. 

Em breve, a íntegra dos trabalhos aprovados no 33º Encontro Anual da Compós estarão disponíveis no site: https://compos.org.br/

Mariana Reis apresenta trabalho sobre Educação Midiática

O trabalho Media literacy for teachers through engaged multiliteracy (Letramento midiático para professores pelo multiletramento engajado), de autoria da pesquisadora do Midiars Mariana Reis, foi aprovado no congresso da International Society of Cultural-historic Activity Research (ISCAR), que acontece em agosto, em Rotterdam.

O trabalho apresenta as ações desenvolvida pelas Brincadas Midiáticas, uma iniciativa de formação de professores da educação básica de instituições públicas e privadas em educação midiática por uma perspectiva crítica, ancorada na abordagem sócio-histórico-cultural. Nas oficinas de formação, os professores aprendem os conceitos-chave da educação midiática a partir de suas próprias vivências com as mídias, e pensam em propostas pedagógicas para diferentes segmentos e componentes curriculares a partir do multiletramento engajado. Ou seja, as propostas partem da realidade dos estudantes, seguem para um momento de conceitualização e reflexão crítica, e desembocam na produção de mudanças sociais, por meio de intervenções na realidade dos próprios estudantes.

Até o momento, duas oficinas já ocorreram na PUC-SP, em formato híbrido, e outras cinco estão programadas para acontecer até o final do ano, todas gratuitas. O combate à desinformação, os direitos humanos, o letramento informacional, a análise crítica da mídia e o letramento algorítmico são alguns dos temas que permeiam as discussões. Para mais informações e para conferir o material das oficinas, acesse https://bit.ly/brincadasmidiaticas2024

O mesmo trabalho também será apresentado no International Media Literacy Research Symposium, em julho, nos Açores.

Para acessar a programação preliminar do evento, clique aqui.