Nesta última semana, as bolsistas de graduação do MIDIARS, Lisandra Miranda e Camila Santos participaram do Intercom Júnior, evento de pesquisa da graduação do INTERCOM SUL 2019, que aconteceu na UNIRITTER, em Porto Alegre. As pesquisadoras tiveram o trabalho “Análise das conversações no Twitter a partir de notícias dos jornais brasileiros sobre a violência contra a mulher” aceito para o evento. A seguir, um pequeno resumo da pesquisa que foi apresentada, feito pela Lisandra.
O artigo focou na violência contra a mulher e a maneira que os jornais brasileiros por meio de suas notícias relatam esse tipo de violência. O objetivo foi analisar a conversação dos usuários a partir das notícias postadas no Twitter dos jornais brasileiros sobre a violência contra a mulher. Como objetos da pesquisa foram destacados dois casos de 2018 no Brasil de feminicídio, sendo eles o caso de Stéfane Gomes, morta a facadas pelo companheiro no Rio Grande do Sul, e Tatiane Spitzner, agredida e atirada do quarto andar do prédio onde morava pelo marido no Paraná. Sendo esses casos relacionados aos conceitos de autores como Foucault (1960), Bourdieu (1999) e Žižek (2009), sobre discurso e violência simbólica.
As metodologias empregadas foram de análise de co-ocorrência, que tem objetivo de identificar os termos que mais ocorreram nas respostas e suas conexões como os outros, e a análise de conteúdo das conversações, que permite a classificação dos sentidos dos dados obtendo os significados deles. Sendo métodos de análise escolhidos para evidenciarmos a violência simbólica dentro das conversações dos usuários a partir desses casos de feminicídio.
Os resultados obtidos apontam para o desfoque da conversa dos casos de feminicídio. Em que, temos o apagamento das vítimas nas conversações, como no caso de Spitzner os jornais e a conversão a mostraram somente como a advogada e o mesmo acontece com Gomes, que tem seu nome substituído pelo substantivo jovem. Também, os usuários saem do foco de discutir sobre os casos de feminicídio e focam em discussões paralelas, como porte de arma e pena necessária para cada um dos homens dos casos.
Dessa forma, foi evidenciada a presença da violência simbólica dentro da conversação dos usuários em relação os casos de feminicídio de Stéfane Gomes e Tatiane Spitzner a partir de notícias sobre esses atos de violências contra a mulher.