Nota pública da ABA em defesa da democracia

NOTA PÚBLICA DA ABA EM DEFESA DA DEMOCRACIA

         A Associação Brasileira de Antropologia (ABA), ciente da diversidade política de seus associados e associadas, vem a público se manifestar em defesa das liberdades democráticas e dos direitos fundamentais diante de momento crítico em que um ex-presidente, uma das lideranças políticas mais presentes em períodos recentes foi condenado e conduzido à prisão.

         Independente da avaliação e opinião política de cada cidadão e cidadã e de cada associado e associada, é incontestável a capacidade de liderança simbólica e efetiva que o ex-presidente Lula representou e representa para a manutenção da defesa dos direitos fundamentais de minorias sociais consagrados na Constituição de 1988 e para a implementação de políticas públicas contra todas as formas de discriminação: raça, etnia, gênero, sexualidade e religião e para a implementação de políticas públicas de combate à pobreza e à fome.

         A ABA teme e se preocupa com a crescente escalada de intolerância, autoritarismo e violência do atual cenário político, social e jurídico. Ansiamos pela universalização dos direitos cidadãos, por um Executivo e um Legislativo que respeitem os direitos fundamentais de todos e por um Judiciário que atue cada vez mais de forma não-seletiva, política ou socialmente.

         A ABA, como associação científica comprometida com os direitos humanos , repudia veementemente todas as formas de intolerância política e se posiciona na defesa dos princípios da democracia e do reconhecimento igualitário dos sujeitos de direito.

         O desafio do presente é defender, contra todas as formas de poder arbitrário, a ordem jurídica estabelecida pela Constituição Federal e a garantia constitucional dos poderes legítimos.

Brasília, 11 de abril de 2018

Presidência e Diretoria da ABA

Mostra Tela Indígena – Inscrições Abertas!

A Mostra de Cinema Tela Indígena está em sua III Edição, selecionando filmes realizados por indígenas ou com essa temática. Entre 10 de Abril e 10 de Junho, a Mostra vai receber inscrições de filmes.
Organizada por estudantes de Antropologia da UFRGS, a Tela vai exibir produções de todas as Américas. A Mostra recebe curtas, médias e longas-metragens, seja em animação ou live action. Os filmes não necessitam ser inéditos e podem estar disponíveis online.
O evento vai acontecer na Cinemateca Capitólio, na cidade de Porto Alegre, durante cinco dias, em Setembro de 2018. Durante a semana da Mostra, o Capitólio se transforma em território indígena, contando também com performances, obras de arte e música. A Tela ainda vai contar com sessões comentadas pelos realizadores dos filmes e conferências com pensadores e artistas indígenas de todo o Brasil. Será uma oportunidade para o público conhecer diferentes olhares de vários povos do Brasil e das Américas.
As inscrições para a III Mostra de Cinema Tela Indígena estarão abertas a partir do dia 10 de abril de 2018 e serão encerradas às 23h59min do dia 10 de junho de 2018.
Dúvidas no e-mail: mostratelaindigena@gmail.com
Mais informações no site: www.mostratelaindigena.com.br
Ficha de Inscrição: https://goo.gl/yVWJEe 
A Tela Indígena é contemplada pelo edital Apoio a Festivais e Mostras Audiovisuais – MINC.

Nota de Pesar da ABA

Nota de Pesar pelos assassinatos de Marielle Franco, ativista dos direitos humanos e Anderson Pedro Gomes na noite de 14 de março de 2018.

A Associação Brasileira de Antropologia lamenta os assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, mulher negra, militante da causa feminista e dos direitos humanos e do motorista Anderson Pedro Gomes, mortos a tiros no centro do Rio, dentro do carro. Marielle acabara de participar do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”.

Marielle em 28 de fevereiro se tornou relatora da Comissão cujo objetivo é fiscalizar o Poder Público, visitar territórios, colher dados, solicitar informações e organizar reuniões sobre a intervenção no Município do Rio de Janeiro. No domingo dia 11 de março ela postou que os moradores de ACARAI estavam sendo aterrorizados.

Repudiamos tal ato de violência e manifestamos nosso mais sincero pesar e solidariedade para as famílias, seres queridos, defensores dos direitos humanos e civis e moradores de favelas que Marielle defendia e representava.

De igual modo, expressamos nossa preocupação pela situação envolvendo sua morte e as consequências desse ato para o respeito e garantia dos direitos civis dos cidadãos brasileiros, em especial para todos aqueles que de forma mais ou menos visível e pública advogam pela vigência dos direitos humanos.

Por fim, exigimos a investigação e elucidação do crime.

Associação Brasileira de Antropologia e seu Comitê de Direitos Humanos.