O contexto mundial e brasileiro é analisado na atualização semanal dos pesquisadores do GDISPEN sobre a evolução da pandemia do COVID-19.
O BRASIL DENTRO DO CENÁRIO MUNDIAL:
O Brasil se encontra no 139° dia da epidemia após o 100° caso e continua com crescimento elevado.
No Brasil:
- confirmados: 2.610.102 (↑ 322.627 em 7 dias)
- óbitos: 91.263 (↑ 7.181 em 7 dias)
- recuperados: 1.824.095 (↑ 253.858 em 7 dias)
- casos ativos: 694.744 (↑ 61.588 em 7 dias)
No Mundo:
- confirmados: 17.592.628 (↑ 1.937.979 em 7 dias)
- óbitos: 678.967 (↑ 42.488 em 7 dias)
- recuperados: 11.011.234 (↑ 1.475.593 em 7 dias)
- casos ativos: 5.902.427 (↑ 419.898 em 7 dias)
A pandemia de COVID-19 segue se expandindo em todo o mundo. Alguns países, onde a epidemia estava aparentemente controlada ou estabilizada, voltam a ter novos casos da doença e iniciam a retomada de medidas de controle. Vacinas estão em fase de testes, mas enquanto elas não chegam ao mercado o estado de vigilância será permanente. Como um resumo do cenário atual, apresentam-se gráficos que mostram onde a epidemia está crescendo, onde está decaindo, e qual a respectiva porcentagem. São apresentados os gráficos para casos confirmados e óbitos (https://informationisbeautiful.net/). As linhas em laranja e vermelho indicam crescimento, as linhas em azul indicam decaimento. O tamanho das retas é proporcional a porcentagem deste crescimento/decaimento.
Os números gerais acumulados do Brasil são inferiores somente aos dos Estados Unidos em todas as categorias, a várias semanas. A curva de casos confirmados no Brasil apresentava uma estabilização, mas voltou a ter um crescimento significativo, tendo nas últimas 2 semanas (16 a 30/7) em torno de 42.700 casos por dia. Já a curva com o número de óbitos segue estável, em um platô, a dois meses, tendo em torno de 1000 óbitos por dia neste período. Tem-se uma letalidade aparente de 3,5% (proporção entre o número de óbitos por COVID-19 e o nº total de casos confirmados). Na última semana (23 a 30/7) o Brasil teve uma média de 46.090 infectados (6.758 casos a mais que na semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de +33%) e 1.026 óbitos por dia (30 a menos que na semana anterior, tendo em 14 dias uma variação de -3%). Analisando os valores por 1 milhão da população, temos uma incidência 12.420 casos confirmados e mortalidade de 434.
Na tabela abaixo, são apresentadas as taxas de infecção e fatalidade no mundo, dando um panorama da epidemia em números. São apresentados os casos confirmados e a porcentagem que estes cresceram em 1 e 7 dias (confirmed cases, 1-day, 7-day), mortes (death), a porcentagem de casos que foram a óbito (% cases who have died), os casos por milhão da população (cases per million people), e óbitos por milhão (death per million people), para os 20 países que lideram cada categoria no dia de hoje. Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia são os países com o maior número de infectados, recuperados e ativos por COVID-19, respectivamente. Se analisarmos os casos por milhão da população, este ranking é de Chile, Estados Unidos, Peru e Brasil. Analisando o número de mortes, Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e México tem os maiores valores. Já nas mortes por milhão de habitantes, Bélgica, Reino Unido, Espanha e Itália seguem liderando os números, sendo que o Brasil segue em 10°. OBS.: Os valores numéricos podem variar entre as fontes e os horários consultados.
O RS DENTRO DO CENÁRIO BRASILEIRO:
Nas figuras abaixo pode-se visualizar os números de casos confirmados e óbitos em cada estado da federação, bem como os dados acumulados e por 100.000 habitantes. Analisando todos os estados da federação, considerando o dado acumulado, SP, CE, RJ e BA possuem o maior número de casos confirmados e SP, RJ, CE e PE o maior número de óbitos. Analisando os casos por 100.000 habitantes estes rankings de incidência passam a ser de RR, AP, DF e SE e de mortalidade para CE, RR, AM e RJ. Os valores por estado podem ser encontrados em https://covid.saude.gov.br/ e https://susanalitico.saude.gov.br/#/dashboard/. OBS.: Para interagir com estes e outros gráficos, acesse a aba “gráficos iterativos” da página do GDISPEN: https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/graficos-iterativos/
Em relação aos óbitos: O Brasil, devido ao seu tamanho, enfrenta centenas de epidemias com seu curso próprio, e embora esteja em um período grande de estabilidade, o mesmo não acontece nos seus estados. Levando em conta a média de mortes nos últimos 7 dias, em relação à média registrada duas semanas atrás, tem-se que estes números estão subindo em: RS, SC, RJ, GO, MS, AC e RR, estão em estabilidade (o número de mortes não caiu nem subiu significantemente) em PR, MG, SP, DF, MT, RO, TO, BA e SE, e estão em queda nos estados de ES, AM, AP, PA, AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN. Detalhes em https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/ .
A região Sul possui aproximadamente 30 milhões de habitantes. Dentre as 5 regiões do país é a que possui menos casos confirmados e o menor número de óbitos por COVID-19. OBS.: Para gráficos sobre as regiões, acesse a aba “gráficos iterativos”.
Dentre os 3 estados da região Sul, o PR e RS apresentam o maior número de óbitos por 100.000 habitantes, 16,28 e 16,04, respectivamente e SC com 14,56. Para os casos confirmados, na região Sul, temos que a incidência em SC é de 1.129, no PR é de 644 e no RS é de 588 casos por 100.000 habitantes.
No gráfico a seguir, apresenta-se a evolução do COVID-19 para o Brasil e 14 estados, a partir do 100° caso. Dentre estes estados, a região Sul tem as trajetórias menos intensas conforme pode ser melhor visualizado no zoom da figura.
Na figura a seguir, acrescenta-se aos gráficos da evolução da epidemia no Brasil e no Rio Grande do Sul, para o número de infectados, de óbitos e de recuperados e ativos.
Na última semana, o RS teve em média 1.662 novos casos de COVID-19 por dia (entre 23 e 30/7), totalizando 66.473 casos confirmados (↑ 11.632 em 7 dias, 2.135 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de crescimento diário médio de 2,37% nos últimos 5 dias. Um total de 1.825 pessoas já perderam a vida para a doença no estado (média de 53 casos por dia e aumento de 369 novos óbitos em 7 dias, 54 casos a mais do que na semana anterior), apresentando uma taxa de letalidade aparente de 2,7%. Do total de casos confirmados, o equivalente a 87% já é considerado curado (57.583) e 11% são casos ativos (7.065).
O sistema de saúde do RS tem tido um aumento significativo no número de ocupação dos leitos de UTI. Mesmo com a criação de 713 novos leitos de UTI (desde 13/5), hoje aproximadamente 75% destes leitos estão ocupados. As barras vermelhas sinalizam o aumento da utilização de leitos de UTI por casos confirmados de COVID-19. Para melhorar a visualização inseriu-se as linhas de tendência com a média móvel semanal.
A SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO RS:
Abaixo seguem 4 gráficos, considerando a incidência e a mortalidade para os municípios do RS com mais de 100.00 habitantes e os casos acumulados confirmados e de óbitos para os municípios da 3ª CRS. No total são 466 municípios do RS que possuem casos confirmados de COVID-19 (11 municípios a mais que na última sexta-feira). OBS.: Para estes e outros gráficos, acesse a aba “gráficos iterativos”.
PROJEÇÕES PARA O BR, RS E MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100.000 HABITANTES:
Abaixo seguem os gráficos do Brasil, RS e das cidades gaúchas que possuem mais de 100.000 habitantes.
São apresentadas projeções até o dia 6 de agosto. No modelo matemático SIR, foi considerada uma taxa média de reprodução R0 que variou de 1. a 1.5 (uma vez que a epidemia está mais agressiva em alguns locais) e um período de infecção de 5.2 dias. Os dados utilizados são por data de notificação e obtidos no site do Ministério da Saúde do Brasil e na Secretaria da Saúde do estado (SES RS). Devido a problemas operacionais, algumas cidades tem apresentado atraso na divulgação dos seus dados, acarretando divergência entre os dados divulgados pelas prefeituras e pelo SES RS.
Se a taxa de crescimento seguir como está, estima-se que até o dia 6 de agosto, o BR terá em torno de 2.900.000 infectados, que o RS terá em torno de 80.000 infectados e que Pelotas tenha mais de 1100 casos confirmados de COVID-19.
Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem. Detalhes da pesquisa podem ser consultados na página do laboratório do Grupo de Dispersão de Poluentes & Engenharia Nuclear (GDISPEN): https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/.
Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves
Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz
* Os dados da epidemia foram consultados antes das 14h do dia 31.07 nas redes sociais e nos sites do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria da Saúde do RS, da Universidade John Hopkins, do Worldometeres, do Information is Beautiful e outros. Os dados podem divergir de acordo com a fonte consultada.