Uma jornada para não ser esquecida
Mais um ano se encerra e acredito que se cheguei até este momento, escrevendo estas palavras, foi porque ao longo deste percurso adquiri muitas experiências, conheci pessoas incríveis e ministrei muitas aulas de teatro.
Tudo começou em maio de 2022. Um belo dia eu estava usando uma das minhas redes sociais quando de repente aparece um cartaz dizendo: “Inscrições para o projeto Vivências Teatrais em Escolas abertas “. Eu olhei e pensei em me inscrever. Não conhecia muitos detalhes sobre o projeto, sabia apenas algumas informações nas quais meus amigos tinham comentado. Na hora de realizar a inscrição eu estava com um pouco de medo pois fazia muito tempo que não entrava em uma sala de aula e depois da Pandemia muitas coisas mudaram, inclusive nós mesmos.
No dia da seleção eu estava bem nervosa, pois me encontrava no meio de muitas pessoas. Mas para a minha surpresa, fui escolhida para integrar ao grupo do projeto Vivências, onde as oficinas aconteceram semanalmente na E.M.E.F Getúlio Vargas, localizada na cidade de Pedro Osório. Eu, Catarina Rassier e Raphael Ortolan começamos então a ministrar as oficinas na escola. No início eu estava bem insegura. Tinha muito medo de fazer qualquer coisa que prejudicasse as crianças. O grupo de alunos eram todos novos e muitos ali nunca tinham tido nenhum contato com o teatro, o que me fez pensar no tamanho da responsabilidade que eu estava carregando. Conforme o tempo foi passando, o grupo foi aumentando e de 10 alunos, passaram a ir 20, o que se tornou um desafio. Houve momentos bem difíceis onde as oficinas não saíam conforme o planejado, conflitos que precisavam ser resolvidos durante a oficina e tantos outros atravessamentos que surgiram no caminho. Mas lá estava eu seguindo e acreditando que as oficinas dariam certo.
Participar do projeto me ajudou a me afirmar como professora embora ainda esteja em formação e me trouxe várias reflexões sobre qual o tipo de professora estou me tornando. No início da graduação ainda não pensava sobre isso, agora depois destes meses acho muito importante refletir sobre. Agradeço imensamente ao projeto Vivências Teatrais em Escolas por todo aprendizado e experiência que pude ter durante esta jornada.
– Tatiana Cuba
Eu estava em casa quando surgiu a oportunidade de participar da seleção para bolsistas do Projeto. Me inscrevi e pensei que não teria chance por conta da minha falta de experiência na área e também pelos meus horários. Para a minha também surpresa, fui selecionada não para bolsista, mas para voluntária. Independente da definição do meu papel no projeto, estava feliz que faria parte e que teria a oportunidade de expandir meus conhecimentos, além de tudo o que me seria proporcionado.
Com isso, fui conhecendo as professoras responsáveis e os outros oficineiros, para assim poder começar a ir de fato à cidade de Pedro Osório, onde está a escola que é vinculada ao projeto desde sua criação. Todas as terças-feiras das 12:30, (ida até a cidade) e às 17:25, (volta para Pelotas), se constituíram as semanas e meses dessa nova etapa do Vivências.
Assim como meus colegas de oficina, aprendi e pude me conhecer como professora. Para mim, foi o primeiro projeto de extensão que fiquei por mais tempo e também que somou nas mais diversas formas possíveis. Mesmo com o cansaço do dia a dia, era recompensador. Valia a pena porque sabíamos que estávamos fazendo a diferença. Posso dizer apenas palavras positivas dessa experiência e agradecimentos para aqueles que fizeram esse período ser tão prazeroso e incrível!
– Catarina Rassier
Nós, do Projeto Vivências Teatrais em Escolas agradecemos a oportunidade de nos tornar professores e pessoas melhores! A escola E.M.E.F Getúlio Vargas e todos aqueles que tiveram um papel fundamental durante esses meses. Este período em que tivemos na escola, nos fez refletir como o ensino de teatro dentro das escolas públicas, faz total diferença na vida dos alunos. Conseguimos observar isto com as oficinas, com as conversas e trocas de afeto entre nós e as crianças. Notamos também como amadurecemos durante este tempo, como os nossos medos foram diminuindo e que com o passar do tempo, nos tornamos mais autônomas, mais críticas e observadoras.
Durante os meses desse período dentro da escola, trabalhamos com os jogos teatrais da Viola Spolin e Augusto Boal, estimulando a expressividade corporal e improvisação teatral. Propusemos alongamentos, exercícios e atividades divertidas que para além dos elementos teatrais, trabalhassem as relações sociais, autonomia e timidez. Acreditamos na educação e pudemos ver de perto que o teatro impacta positivamente na vida das crianças e jovens, incentivando o estudo e o interesse pelas artes.
Finalizamos essa etapa com muito orgulho, com um amor imenso pela escola e por todos que passaram por nós. Seja por um “olá” no corredor, um sorriso ou um auxílio para conseguir materiais para as oficinas. Abraços acolhedores, olhares carinhosos e risadas sinceras.
Obrigada Projeto Vivências Teatrais em Escolas!