Criando Laços com o Patrimônio Moderno no Contexto Amazônico

A presente ação tem como objetivo geral indicar caminhos ou mecanismos, capazes de propiciar um maior envolvimento da comunidade nos processos de conservação e intervenção no patrimônio ambiental urbano e arquitetônico moderno, no contexto amazônico. Utiliza-se do aporte teórico da área da psicologia ambiental, com foco específico no conceito de senso de lugar, apego ao lugar e identidade do lugar.

Afim de atingir o objetivo proposto, traçou-se o seguinte caminho: (i) elaborar uma narrativa reflexiva sobre a importância do papel da comunidade nos processos de conservação e intervenção no patrimônio ambiental urbano e arquitetônico moderno, considerando a especificidade do contexto amazônico; (ii) avaliar in loco a situação atual do patrimônio moderno – que será analisado através de um estudo de caso – quanto a sua conservação e grau de envolvimento da comunidade nos processos conservação e intervenção, (iii) avaliar a percepção da comunidade sobre o patrimônio moderno estudado, com foco nas questões do senso de lugar, apego ao lugar e identidade do lugar, e (iv) verificar quais as principais dificuldades que implicam a inter-relação comunidade – patrimônio moderno no contexto amazônico e que interferem na conservação da mesma.

A ação possui caráter qualitativo e está sendo realizada a partir de um estudo de caso. Como critério de seleção para a escolha do campo, buscou-se por: (i) um conjunto urbano modernista, (ii) localizado no contexto amazônico, (iii) tombado a nível federal, e (iv) que apresentasse considerável índice de degradação e deterioração. Atualmente, existem quatro conjuntos modernistas tombados em nível nacional (IPHAN, 2018), porém somente um na região amazônica e que atende todos os critérios. Portanto, o campo escolhido consiste no Conjunto Urbano Serra do Navio, projetado por Oswaldo Arthur Bratke, localizado no município de Serra do Navio no estado do Amapá, Brasil. Esse conjunto foi concebido e construído em meados dos anos 1950 para abrigar os funcionários de uma empresa mineradora, tornou-se município somente no ano de 1992 – após a empresa iniciar o processo de encerramento de suas atividades – e foi tombado pelo IPHAN no ano de 2010 (IPHAN, 2010). Os métodos escolhidos para atingir os objetivos propostos se pautaram em pesquisa bibliográfica e documental, levantamento físico e entrevistas semiestruturadas com habitantes da região, entre eles: (i) moradores do período ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios S.A.), (ii) moradores do período ICOMI e Município Serra do Navio e (iii) moradores do período Município Serra do Navio.

Pesquisadores

Bárbara Ribeiro Couto, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas, Brasil. bfribeiro.au@gmail.com

Adriana Portella, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas, Brasil. adrianaportella@yahoo.com.br