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O Curso

História do PPG-Parasitologia

O PPG-Parasitologia foi criado em 2004, e iniciou com conceito três (3) na Capes, e na sua primeira avaliação (triênio 2004-2006) passou para o conceito quatro (4), com recomendação de aumentar o número de ingressos, que eram em média sete alunos por ano. Neste início, o programa apresentava forte enfoque veterinário, em virtude da experiência e formação do corpo docente que na época eram, em sua totalidade, profissionais da área Médico Veterinária. A criação do nível doutorado, aprovado pela CAPES em 2009, e que iniciou em março de 2010 com conceito quatro (4), foi de grande importância e manteve o perfil de formação de profissionais na área de Parasitologia. Todavia, ao longo dos anos as atividades foram sendo ampliadas e as linhas de pesquisa e projetos sendo adequados à nova realidade e demanda de produção acadêmico-científica em nosso país, contemplando assim, os demais aspectos da relação parasito-hospedeiro dentro da saúde humana e animal.

Em 2010, com o início do doutorado, o número de ingressos elevou-se consideravelmente. Atualmente o curso conta em média com 60 discentes, entre mestrandos e doutorandos, e já teve em torno de 95 defesas de mestrado e 30 defesas de doutorado. Em sua última avaliação pela CAPES (quadriênio 2013-2016) manteve-se com conceito quatro (4), recebendo duras críticas e sugestões de que importantes intervenções devem ser realizadas no PPG-Parasitologia.

Com base nas considerações desta última quadrienal, no ano de 2017, a coordenação e o colegiado do PPG-Parasitologia elaboraram uma proposta de reestruturação do Programa, com manutenção da área de concentração em Parasitologia, forte e consolidada, e inclusão da área de concentração em Microbiologia, ambas com duas linhas de pesquisa robustas. Alterações no quadro docente também foram feitas, com a inclusão de novos docentes permanentes, colaboradores e também alguns desligamentos, baseados na Portaria 81 da CAPES de 3 de junho de 2016. O corpo docente do PPG é composto por docentes com diferentes formações: médicos veterinários, biólogos e farmacêuticos, todos com doutorado em diversas áreas do conhecimento, como: Ciências Veterinárias, Biotecnologia, Parasitologia, Doenças infecciosas e parasitárias, Doenças parasitárias animais, Pneumologia, Entomologia e malacologia de parasitos e vetores, Biologia animal e Zoologia. Evidencia-se também uma diversidade na formação dos discentes que inclui: biólogos, médicos veterinários, bioquímicos e farmacêuticos, biomédicos e enfermeiros.

A inclusão da área de concentração em Microbiologia no Programa foi motivada pois este está ligado ao Departamento de Microbiologia e Parasitologia (DMP), do Instituto de Biologia (IB), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e, nos últimos anos, a partir de novas contratações docentes, o DMP teve um número maior e mais diversificado de profissionais altamente capacitados e qualificados, incluindo bolsistas de produtividade em pesquisa (PQ) ou em desenvolvimento tecnológico (DT) junto ao CNPq e com projetos de pesquisa aprovados em órgãos de fomento. Contudo, muitos destes docentes desenvolvem pesquisas essencialmente na área de Microbiologia, incluindo linhas como: patogenicidade e propriedades funcionais de fungos e bactérias, suscetibilidade antimicrobiana de fungos e bactérias, epidemiologia molecular, produção de proteínas recombinantes para desenvolvimento de insumos para diagnóstico e vacinas, entre outras. Aos poucos, alguns destes docentes foram sendo absorvidos pelo PPG-Parasitologia, o que acabou mudando a essência do Programa, que pode ser comprovado pela inclusão da linha de pesquisa em fungos patogênicos de importância médica e veterinária em 2013. No entanto, outros docentes ainda não se encaixam dentro das linhas de pesquisas atuais do PPG e isto faz com que estes profissionais migrem para outros programas.

Dentro deste contexto, denota-se a necessidade da inclusão da Microbiologia como área de concentração do Programa. Entende-se que a interdisciplinaridade e o fortalecimento de um Programa já consolidado são mais vantajosos do que a criação de um novo PPG dentro do mesmo departamento. Adicionalmente, de acordo com o documento de área CBIII da CAPES a interdisciplinaridade é essencial e altamente desejável aos PPGs que compõe esta área e considera que este tem sido um aspecto cada vez mais presente nas avaliações. Se a inclusão da área de concentração em Microbiologia que está sendo proposta de fato ocorrer, o novo “Programa de Pós-graduação em Microbiologia e Parasitologia (PPGMPAR)”, será beneficiado no sentido de tornar-se um PPG diversificado e interdisciplinar com a inclusão de docentes altamente capacitados e produtivos cientificamente. Ademais, consultando o documento de área CBIII identifica-se que no centro e norte do País, os PPGs são em Microbiologia e Parasitologia. No entanto, no sul do Brasil, há uma carência da formação de profissionais capacitados em Microbiologia. Além disso, considerando-se que as doenças infecciosas causadas por micro-organismos (bactérias, fungos e vírus) são frequentes em países em desenvolvimento, sobretudo em virtude das carências socioeconômicas, esta área de concentração objetiva avaliar, nos mais diferentes aspectos, as doenças infecciosas que se fazem presentes na saúde pública do Brasil, com ênfase no Rio Grande do Sul. No que tange a área animal, o curso está inserido em uma importante região de produção, sendo assim pertinente o desenvolvimento de pesquisas sobre agentes patogênicos que acometem os animais. Em ambos os contextos, busca-se ampliar o conhecimento sobre as interações micro-organismo/hospedeiro, visando o desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas imunológicas e moleculares, dirigidas a produção de insumos empregados no diagnóstico e tratamento de agentes infecciosos que acometem humanos e animais. Adicionalmente, estudos que versam sobre a epidemiologia tradicional e molecular são levados a cabo no intuito de melhor entender as relações dos patógenos, seus hospedeiros e o meio ambiente, com a finalidade de promover a saúde humana e a animal.

O maior reconhecimento e fortalecimento do grupo de pesquisa é outro objetivo do programa, para isto, convênios de cooperação foram firmados com diversas instituições de ensino e pesquisa do Brasil (EMBRAPA, FIOCRUZ, FURG, RFPR, UFBA, UFGRS, UFMS, UFMT, UFPB, UFSM, UNISINOS, USP, UDESC, UNIPAMPA, UFN, IPVDF, IFFARR, UCS, UFT) e algumas também do exterior (Universidade do Montevidéu — Uruguai, Universidade de Alcalá de Henares — Espanha, Universidade de Surray — Grã-Bretanha, Universidade de Wisconsin — EUA, Universidade de Pullman — EUA), Universidade de Turim (Faculdade de Veterinária) – Itália, Universidade do Porto (UPorto- Faculdade de Ciências) e Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge – Portugal , Universidade de La Plata – Argentina). Os docentes permanentes e colaboradores são estimulados a oferecerem e desenvolverem disciplinas com bases conceituais atuais, com intensa pesquisa bibliográfica, inovação e cunho prático das disciplinas.

Neste caso, a consulta à base de periódicos CAPES é incentivada e exigida em todo o contexto acadêmico, procedimento também adotado na formação dos discentes da graduação, com destaque para os alunos de iniciação científica, bolsistas e estagiários. Nos últimos anos cresceu o número de cursos em que o estudo da Parasitologia está inserido na nossa região, resultando em aumento de profissionais em busca do aprimoramento de sua formação na área, o que culminou em excelente perspectiva de crescimento das pesquisas do grupo, vista a conscientização e o direcionamento dos pesquisadores em estudos relevantes, o que possibilitará elevar o número de profissionais treinados no programa, inserindo assim, no mercado de trabalho recursos humanos qualificados na área, não somente para as instituições de ensino, pesquisa e extensão, como também para entender as necessidades de incremento da produção animal e melhorias na saúde pública da região.

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