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1. Tecnologias de adubação e manejo do solo e da água visando a sustentabilidade dos agroecossistemas

 

PROJETOS DE PESQUISA EM ANDAMENTO  COORDENADOR(A)
Sistemas de manejo e a qualidade do solo em pomares de pêssego Ezequiel Cesar Carvalho Miola
Prezar pela qualidade do solo é fundamental para aliar produtividade agrícola com conservação dos recursos naturais. A região de Pelotas – RS é conhecida por ser a maior produtora de pêssego do país, mas possui uma das menores produtividades por hectare se comparada com as demais áreas produtivas do Brasil. Portanto, esse trabalho visa investigar o impacto de diferentes práticas de manejo de solo na qualidade do solo e nos frutos em pomares de pêssego na região de Pelotas, RS. O objetivo principal é avaliar a influência dos sistemas de manejo conservacionista e convencional sobre indicadores biológicos, químicos e físicos da qualidade do solo, correlacionando esses fatores à nutrição das folhas do pessegueiro. A metodologia inclui a análise de solos e folhas em oito pomares (quatro com manejo conservacionista e quatro com manejo convencional). No solo, serão avaliados
atributos físicos (granulometria, densidade do solo, macro e micro poros); químicos (macro e micro nutrientes, saturação por bases [V%], carbono orgânico total [COT], Capacidade de Troca de Cátions [CTC], pH) e biológicos (Respiração Basal [RB], Carbono da Biomassa Microbiana (CBM), Atividade Enzimática [Beta-glicosidase e Arilsulfatase]. Nas folhas, serão analisados macro e micronutrientes. Os resultados serão interpretados e discutidos a fim de entender a influência do manejo sobre a qualidade do solo e consequentemente sobre a nutrição das plantas. Espera-se que os resultados forneçam subsídios para a melhoria dos sistemas de manejo de pêssego, promovendo a sustentabilidade e a viabilidade econômica da cultura na região de Pelotas – RS.
Monitoramento das emissões de gases de efeito estufa e estoques de carbono no solo após aplicações sucessivas de fertilizantes minerais, orgânicos e organominerais visando mitigação e adaptação às mudanças climáticas Ezequiel Cesar Carvalho Miola
As mudanças climáticas estão relacionadas às emissões excessivas dos três principais gases de efeito estufa (GEE) à atmosfera, sendo eles o dióxido de carbono (CO 2 ), metano (CH 4 ) e óxido nitroso (N 2 O). A agropecuária é um dos setores da economia brasileira que mais contribuem à essas emissões e, ainda há lacunas na pesquisa acerca do impacto da aplicação de diferentes fontes de fertilizantes em solos agrícolas. Por isso, monitorar os GEE após o uso de fertilizantes é fundamental ao entendimento e gestão das emissões. Nesse sentido, o objetivo do projeto é monitorar as emissões de GEE e os estoques de carbono no solo após aplicações sucessivas de fertilizantes minerais, orgânicos e organominerais em um Argissolo do Sul do RS que será cultivado com a rotação soja, trigo e milho. O estudo será conduzido na Fazenda experimental da Palma, pertencente a Universidade Federal de Pelotas, durante as safras agrícolas de soja (2025/26), trigo (2026) e milho (2026/27). O experimento será conduzido em um delineamento experimental de blocos ao acaso com quatro repetições, em parcelas de 25 m2 , dos seguintes tratamentos: (T1) Testemunha sem aplicação de fertilizantes ao solo, (T2) Aplicação de fertilizante mineral ao solo, (T3) Aplicação de fertilizante organomineral ao solo e (T4) Aplicação de fertilizante orgânico ao solo. Os fluxos de GEE serão quantificados utilizando o método das câmaras fechadas. O sistema de coleta será composto por uma base e uma câmara, ambas em aço galvanizado. A cada coleta, as câmaras serão dispostas sobre as bases, as quais serão inseridas no solo até uma profundidade de 0,1m. As coletas serão realizadas de três a quatro vezes por semana durante o primeiro mês, sendo posteriormente espaçadas de uma a duas vezes a cada 15 dias. As amostras de ar serão coletadas com seringas de polipropileno de 20 cm 3 (0, 15, 30 e 45 minutos) após o fechamento da câmara. A concentração dos GEE será determinada por cromatografia gasosa. O efeito dos tratamentos sobre a evolução nos estoques de C do solo, ao final do experimento, será comparado aos estoques de C total em amostras de solo coletadas na implantação do experimento, nas camadas 0 a 2,5; 2,5 a 5; 5 a 10; 10 a 20 e 20 a 40 cm. Os teores de N mineral do solo serão determinados após extração com KCl 1M, destilação em semi-micro Kjeldahl e titulação com H2SO4 em amostras de solo coletadas periodicamente nas camadas 0 a 10; 10 a 20 e 20 a 40 cm. A partir dos resultados observados nessa pesquisa, espera-se contribuir cientificamente para compreender os seguintes aspectos: a) seleção de fertilizantes com maior potencial de mitigar as emissões de GEE; b) seleção de fertilizantes com maior potencial de estocar C no solo; c) seleção de fertilizantes com maior potencial de preservar o N no solo e favorecer a produção de culturas. Além disso, a proposta visa promover a capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento de pesquisas na área do projeto, através do treinamento de discentes de Iniciação Científica e de Pós-graduação.
Indicadores de qualidade do solo em Unidades de Referência Produtiva de noz-pecã sob diferentes sistemas de manejos Ezequiel Cesar Carvalho Miola
O aumento da produção de noz-pecã (Carya illinoinensis) no Brasil, e a valorização do cultivo mais sustentável da nogueira-pecã, reforçam a necessidade de buscar mais informações sobre os efeitos dos diferentes sistemas produtivos na qualidade do solo. Com base nisso, formulou-se duas hipóteses: As Unidades de Referência Produtiva de noz-pecã (URPecan) com plantas de cobertura no solo apresentam melhores resultados nos atributos físicos, químicos e biológicos do solo; Práticas de manejo como a adubação orgânica e a adoção de sistemas de irrigação, promovem maior atividade biológica e interferem positivamente na produtividade dos pomares. Frente a isto, este estudo tem como objetivo geral avaliar a relação de causa-efeito entre atributos de qualidade do solo de diferentes tipos de solos, sob diferentes manejos, e a produtividade dos pomares de nogueira-pecã. Seguido de três objetivos específicos: Implantação, coleta de dados e sistematização de informações em 10 URPecans localizadas nos principais pólos produtores de noz-pecã no RS; Identificar, avaliar e selecionar bioindicadores que melhor representam a qualidade do solo para a produção da noz-pecã; avaliar a produtividade dos pomares em relação ao manejo e qualidade do solo. O estudo será conduzido em 10 URPecans localizadas no estado do Rio Grande do Sul, analisando a produtividade da cultivar Barton, e serão coletadas amostras de solo nos pomares e então, será feita a Bioanálise do solo, análise do carbono da biomassa microbiana, carbono orgânico total, respiração basal, e análises químicas e físicas do solo.
Interações solo, água e planta no cultivo do arroz irrigado: nutrição, produtividade e emissão de gases de efeito estufa Rogério Oliveira de Sousa
O cultivo do arroz irrigado no Rio Grande do Sul é caracterizado pelo alagamento do solo durante a maior parte do ciclo da cultura, o que apresenta uma série de vantagens nutricionais para a planta, pois a condição de anaerobiose estabelecida pela lâmina de água promove alterações microbianas e químicas que aumentam a disponibilidade da maior parte dos nutrientes. Porém, alguns aspectos negativos do ponto de vista ambiental são observados no sistema de irrigação com lâmina de água contínua como, por exemplo, a fermentação da matéria orgânica que promove a liberação de metano que constitui parte dos gases de efeito estufa (GEE). Apesar do cultivo de arroz ser, por muitas vezes, considerado com alto potencial poluidor devido a elevada quantidade de água utilizada e às altas emissões de GEE, ele é uma atividade econômica e socialmente importante ao Estado do Rio Grande do Sul e ao País, sendo fundamental para a segurança alimentar. O projeto tem por objetivo geral avaliar a viabilidade técnica de utilização de sistemas alternativos de irrigação do arroz que utilizem um menor volume de água sem causar reduções expressivas da produtividade de grãos e que sejam potencialmente capazes de reduzir as emissões de GEE.
Tecnologias de fertilizantes e de manejo da adubação de eficiência aumentada em sistemas de produção agrícola no Sul do Brasil Filipe Selau Carlos
A agricultura brasileira passou por um avanço tecnológico nos últimos 20 anos. Se observou avanços de mais de 50% nos rendimentos das principais culturas agrícolas nesse período em função e melhoramento genético e novas tecnologias de manejo. Tecnologias de nutrição recentes como inibidores de urease de nova geração, fontes de nitrogênio como nitrato de amônio cálcico são alternativas novas que prometem menor perda de N para em formas voláteis e com maior eficiência de aproveitamento de fertilizantes. Além disso, o fósforo é outro elemento bastante limitante, em especial pela adsorção específica desse elemento nos óxidos e hidróxidos de Fe e Al presentes em grande proporção nos solos altamente intemperizados no clima úmido e tropical do Brasil. Dessa forma, a utilização de fertilizantes com adição de microrganismos solubilizadores de fósforo pode ser uma alternativa para o aumento da disponibilidade de P e nutrição de culturas agrícolas. Por fim, elucidar melhor as respostas da adição de micronutrientes no solos da metade Sul do RS. Além de tecnologias de fertilizantes, nesse projeto são avaliados experimentos de longo prazo com adoção de rotação de culturas, integração lavoura e pecuária, uso de plantas de cobertura e plantio direto e as mudanças nos estoques de carbono, atributos de acidez, disponibilidade de nutrientes, atividade de enzimas extracelulares e reflexo no desempenho agronômico das culturas agrícolas.