O Simpósio propõe discussões sobre o fenômeno do envelhecimento populacional no mundo globalizado que se caracteriza pelas grandes desigualdades entre grupos, países e nações. O Evento propõe trazer pesquisadores, profissionais e acadêmicos para discutir diretrizes de como projetar cidades saudáveis e amigas da idade. As linhas temáticas, nas quais os trabalhos podem ser inscritos, são:
1. Memória, Identidade e Sentido de Lugar
Coordenadora: Profa. Dra. Adriana Portella.
Esta linha temática busca integrar os estudos que partem do entendimento que a qualidade de vida das pessoas e a satisfação com o lugar em que vivem não dependem somente de questões físicas do ambiente, mas principalmente das memórias ligadas aos lugares e da identidade dos bairros e espaços urbanos construída através do sentido de lugar. O sentido de lugar é um conceito que se relaciona ao significado que as pessoas agregam ao espaço, fazendo um lugar se diferenciar do outro pelo seu significado. Muitas vezes, esses significados são relacionados a pessoas que já viveram em determinado lugar, a encontros ocorridos num espaço público ou simplesmente a lembranças de uma infância passada.
2. Saúde, Bem-estar e Meio Ambiente
Coordenador: Prof. Dr. Eduardo Rocha.
Esta área temática foca no desenvolvimento de estudos e soluções voltadas à atenção com a saúde, em um contexto multi, inter e transdisciplinar; objetivando a melhoria da qualidade de vida humana e bem-estar; integrados a ambientes urbanos ou rurais. Esta área abrange ainda estudos que discutem relações antrópicas e influências na modificação e características do ambiente e suas implicações na produção de situações e comportamentos relacionados à saúde em diferentes contextos e grupos humanos.
3. Participação Social, Inclusão e Gênero
Coordenadora: Profa. Dra. Ligia Maria Ávila Chiarelli.
Ainda que seja indispensável o aporte de grandes investimentos na atenção à saúde do idoso, contemporaneamente existe o entendimento da necessidade de outras formas de proteção e efetivação dos direitos da pessoa idosa, possibilitando a garantia de que permaneçam como cidadãos participantes na definição dos rumos de sua vida, sua comunidade e até de seu país. Nessa linha temática são esperados trabalhos que enfatizem encaminhamentos que garantam a inclusão das pessoas com 60 anos ou mais em vários campos, na busca por sua autorrealização, respeito e dignidade. Também serão bem-vindas contribuições que apresentem sugestões para o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas à promoção do bem estar dessa faixa etária ou mesmo críticas às políticas públicas existentes em diferentes contextos. Tendo em vista as abordagens mais recentes do tema da inclusão, a linha temática também receberá subsídios envolvendo discussões sobre questões de gênero e etnia.
4. Desenho Universal e Acessibilidade
Coordenadora: Profa. Dra. Celina Maria Britto Correa.
Esta linha temática tem como objetivo entender e discutir os desafios que uma pessoa com 60 anos ou mais encontra para viver em uma sociedade projetada para os mais jovens. O desenho universal, por conceito, refere-se à inclusão para todos, através de soluções de produtos, ambiente e cidade acessíveis para todas as idades e fases da vida, tamanhos e habilidades de todos os usuários. O desenho universal é determinante para a mudança de paradigma na Arquitetura e Urbanismo e na sociedade, pois leva à democratização dos espaços públicos e privados. Sem dúvida, ambientes livres de barreiras físicas determinam maior possibilidade de acesso e participação, mas acessibilidade também pressupõe conscientização quanto à necessidade de garantir a autonomia, a independência e a segurança na utilização de todos os espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos. Todos têm o direito de ir e vir, sendo necessárias a convivência e a participação das pessoas, com respeito as suas diferenças. Sendo assim, acessibilidade pode ser encarada como a possibilidade ou a facilidade de alcance aos meios ou lugares que permitam a mobilidade, o convívio, o lazer, a educação, a saúde e o trabalho. Acessibilidade é mais do que a obediência à normas e códigos de construção; diz respeito à inclusão social, ao direito ao alcance e à praticidade de uso, permitindo a cada pessoa, viver com liberdade e dignidade.
5. Desafios da Habitação
Coordenadora: Profa. Dra. Nirce Saffer Medvedovski.
O direito à moradia é um direito social que compõe o postulado da dignidade da pessoa humana. Essa sessão procura responder as seguintes perguntas: Como a garantia a esse direito para a população idosa está sendo equacionada pela sociedade? Quais as políticas públicas que garantem o pleno exercício deste direito? E como respondem os estudiosos sobre a terceira idade à pergunta de qual a habitação adequada a essa população? Quais as necessidades e desejos do idoso em relação à materialização desse direito? Quais as relações da moradia com a memória e identidade destes sujeitos? Estudos internacionais e no Brasil têm revelado que cerca de 95% das pessoas acima de 65 anos vivem em unidades privadas. Como se dá o cotidiano do morador idoso em sua habitação, seu bairro e sua cidade? Qual o papel da moradia e do bairro num processo de envelhecimento saudável e ativo em diferentes contextos urbanos e culturais? Esta linha temática procura contribuir para as questões levantadas trabalhando com os diferentes significados que a moradia e o “sentir-se em casa” adquire na terceira idade, favorecendo sua efetiva sistematização.