Devendo a Educação Infantil estar norteada pelo princípio da natureza da criança, a brincadeira deve ser presente em todos os momentos educativos, pois trata-se da forma de linguagem mais rica expressa pelas crianças. No entanto, não significa que a prática pedagógica não deva estar organizada, com tarefas e objetivos claramente definidos, mas sim que a ação do professor deva ser pensada sempre com uma intencionalidade, sem perder o caráter exploratório e incentivador. Os documentos oficiais para a Educação Infantil definem alguns aspectos como a carga horária, formação dos profissionais, objetivos e direitos da aprendizagem da criança, articulações com o ensino fundamental, entre outros, que devem ser explorados de acordo com as características do grupo, de modo a promover o pleno desenvolvimento individual e coletivo, partindo das necessidades específicas da comunidade escolar e articulando os saberes de cada um ao patrimônio histórico e cultural da sociedade.
Sendo assim, o currículo da educação infantil deve ser pensado de forma relativa aos objetivos desta etapa da escolarização. Esta elaboração é extremamente importante, entretanto é indispensável pensar no currículo da Educação Infantil para além do que está exposto nos documentos e na escola. Ainda, perceber a criança além das descrições e delimitações destes documentos e, sim, procurar compreendê-la em sua própria plenitude do estado de ser criança, trazendo isto para o contexto da educação escolar, mantendo sempre a intencionalidade das atividades sem que necessariamente isto esteja explícito nos planejamentos. Lembremos que, para que se possa obter êxito no processo educativo, a ação pedagógica deve estar orientada a partir dos interesses da criança, ampliando as possibilidades sem se desprender da sua natureza curiosa e exploradora.
Texto: Acad. Talita Garcia de Oliveira