Publicado por Vinicius Thelheimer
Herval é um pequeno município localizado na fronteira sul do estado do Rio Grande do Sul, com população estimada em 6.814 pessoas (IBGE 2020). O município se estende por 1 757,9 km² possuindo densidade demográfica de 3,9 habitantes por km² no território, sendo ele ocupado majoritariamente pela produção agrícola, sua principal atividade econômica.
Para realizar o ensaio proposto para disciplina de Oficina de Modelagem Urbana, ofertada pelo PROGRAU/UFPel, primeiramente foi realizado um levantamento do traçado urbano existe do município. Considerando a área de estudo apresentada na Figura 1, a cidade de pequeno porte é reconhecida pela regularidade de seu traçado ortogonal, com dimensões e proporções similares.
Análise de Polaridade na cidade de Herval
Através do software UrbanMetrics, o qual é baseado na teoria dos grafos, podendo utilizar representações por linhas, pontos e áreas. realizou-se uma primeira análise com o intuito de entender como o seu traçado se relaciona com as atividades preexistentes (Figura 2). Estas atividades apresentam-se organizadas de maneira polarizada na região onde a cidade teve sua origem, e é nela onde se encontra maior oferta de serviços e comercio. Além do carregamento desses atrativos, a demanda populacional estendeu-se por todo o núcleo urbano.
Como resultado, o software identificou que há uma polarização cêntrica incorporado ao centro urbano já consolidado reconhecidas através das vias centrais destacadas na Figura 3.
Ensaios Herval Poli núcleos
Para fins investigativos, com o intuito de analisar os atributos morfológicos da cidade de Herval, foram realizadas 4 suposições com diferentes cenários (Figuras 4, 6, 8 e 10). Neles, foram atribuídos novos territórios com ofertas de serviços e comercio em regiões periféricas, atuando em conjunto com os condicionantes existentes. E, posteriormente, comparados com os resultados obtidos pelo software (Figuras 5, 7, 9 e 11).
Analisando as suposições e seus respectivos resultados, podemos concluir que há uma polaridade convergente para a região já estabelecida. O comportamento morfológico nas suposições 1, 3 e 4 (figuras 4, 8, 10) produzem uma descentralização do polo original observadas nos resultados das mesmas (figuras 5, 9 e 11), reforçando eixos os quais se conectam com os novos territórios atrativos.
Já na suposição 2 (figura7), foi observado semelhança com a situação existente e apresentando uma certa uniformidade na polarização do traçado.
Herval Poli nucleada
Com o intuito de experimentar os conceitos de cidade poli nucleada, na suposição 4 (figura 12) o traçado da cidade de Herval é experimentado com os diferentes polos de atração em conjunto ao existente.
Visivelmente percebemos que há uma intensificação entre os eixos que conectam um polo ao outro (figura 13), ocorrendo um deslocamento na polaridade no traçado urbano. De certa maneira é possível afirmar que a poli nucleação na cidade de Herval resulta em uma distribuição e ampliação de oportunidades junto ao traçado urbano já existente. Assim, pode-se identificar previamente áreas que venham a se tornar pontos críticos e agir de forma antecipada.
Com os experimentos realizados, constatamos a aproximação das modelagens com as situações reais. Reforçando a ideia de que o planejamento prévio para o desenvolvimento das cidades possibilita antecipar futuros problemas e demandas recorrentes da fragmentação das atividades urbanas.
Dessa forma, é possível compor sistemas que, além de reproduzir respostas às tendências de demandas, poderão se integrar a um planejamento urbano que, não consistiria apenas em organizar sua estrutura hierárquica entre polos e conexões, mas estabelecer locais de convergência, de acordo com integrações e centralidades.
As dificuldades encontradas no planejamento de nossas cidades são de qualidade e dimensão distintas, sempre haverá espaço para que novas ideias, abordagens e soluções que sejam exploradas a fim de reverter e prever problemas de forma criativa e progressiva.
Referências
IBGE. http://www.ibge.gov.br. Aceso em 2020.
KRAFTA, R. Modelling intra-urban configurational development. Environment and Planning B: Planning and Design, London, 21, 1994. 67-82.
KNEIB, E. C., Silva, P. C. M. da, e Portugal, L. da S. Impactos decorrentes da implantação de polos geradores de viagens na estrutura espacial das cidades. XIX ANPET – Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes. Recife, 2010. p. 643 – 653
MARTINS, Anamaria de Aragão Costa. Novos pólos territoriais motivados pela dispersão urbana. O cenário do distrito Federal. (2006) Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.077/309. Acesso em: 09 set. 2020.